Normal ou cesárea? Conheça riscos, mitos e benefícioscef aposta on linecada tipocef aposta on lineparto:cef aposta on line
Na verdade, são poucas as situações que podem ser solucionadas apenas pela cesariana, segundo os médicos consultados para esta reportagem. Uma delas é quando a placenta se desloca e bloqueia a saída do bebê, fenômeno conhecido como placenta prévia total. A força feita pela criança ao tentar nascer pode causar uma hemorragia grave e o óbito da mãe e do filho.
Outro caso é a hipertensão desenvolvida pela mulher durante gestação, a eclampsia. "Se a mãe é diabética grave, também é preciso fazer cesárea", afirma Etevino Trindade, presidente da Federação Brasileira das Associaçõescef aposta on lineGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Quando a gestante tem um problemacef aposta on linecoração grave, a cirurgia deve ser feita.
Ainda estão nessa categoria grávidas portadoras do vírus HIV que tenham uma carga viral alta e imunidade baixa ou com uma lesãocef aposta on lineherpes genital ativa no fim da gestação (a cesárea evita o contágio do bebê) e o descolamento prematuro da placenta, que gera riscocef aposta on linesangramento excessivo.
Na maioria dos casos, a situação específica deve ser avaliada. "Uma cesárea também traz riscos, apesarcef aposta on lineserem menores do que no passado", diz o obstetra Pedro Octávio Britto Pereira, professor da Universidade Federal do Estado do Riocef aposta on lineJaneiro (UniRio). "É preciso saber qual é a formacef aposta on lineparto mais segura e optar por ela."
Riscos
Não se pode negar que a cesariana é um recurso valioso para salvar vidas e deve ser usada num quadro crítico. Pode ser o caso, por exemplo,cef aposta on linequando o cordão umbilical sai antes do bebê, durante o parto, fenômeno conhecido como prolapso. Isso corta o fluxocef aposta on linesangue para a criança. A situação deve ser resolvidacef aposta on lineminutos, caso contrário o bebê morre.
No entanto, a cesárea écef aposta on linegeral mais arriscada e pode trazer prejuízos para a mãe e o bebê. O estudo "Morte materna no século 21", publicadocef aposta on line2008 no periódico American Journal of Obstetrics and Ginecology, analisou 1,46 milhãocef aposta on linepartos e encontrou um riscocef aposta on lineóbito dez vezes maior para a gestantecef aposta on linecesarianas. Enquanto a taxacef aposta on linemortecef aposta on linepartos normais foicef aposta on line0,2 para 100 mil, no caso das cesáreas chegou a 2,2 por 100 mil.
<link type="page"><caption> Leia mais: Novas diretrizes tentam reduzir númerocef aposta on linecesáreas nos EUA</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/04/140411_cesareas_eua_ac_dg.shtml" platform="highweb"/></link>
Deve-se levarcef aposta on lineconta que,cef aposta on lineparte dessas cesáreas, a situação já era emergencial e mais arriscada. Mas o aumento do agendamento deste tipocef aposta on lineparto torna o índice preocupante. A cesárea é uma cirurgia e pode gerar hemorragia, infecções e danos a órgãos internos da gestante, sem que fosse necessário assumir o riscocef aposta on lineter estas complicações.
O maior númerocef aposta on linecesáreas agendadas também coincide com o aumentocef aposta on linebebês prematuros, já que a idade gestacional não pode ser calculada com exatidão. Isso faz com que nascimentos ocorram muito antes do recomendado, algo associado a problemas respiratórios no bebê.
O parto normal traz benefícios para o bebê e a mãe. Durante o parto, a mãe produz os hormônios oxitocina, que estudos indicam ser capazcef aposta on lineproteger o recém-nascidocef aposta on linedanos no cérebro e ajudar no amadurecimento cerebral, e prolactina, que favorece a amamentação. "O parto normal é um processo fisiológico normal. Não há por que transformar isso num procedimento cirúrgico sem necessidade", afirma Sá, do Segorj.
Uma situaçãocef aposta on lineque a cesárea costuma ser pré-agendada no Brasil é quando o bebê está "sentado" na barriga da mãe. Isso gera o risco dacef aposta on linecabeça ficar presa na pélvis da mãe. Mas a cesárea não é a única saída. O médico pode tentar, durante a gestação, colocar manualmente o bebêcef aposta on lineponta cabeça, posição mais indicada para o nascimento, por meiocef aposta on lineuma manobra conhecida como versão externa.
Ter feito duas cesáreas anteriormente também não é indicação absolutacef aposta on linenecessidadecef aposta on linenova cesárea. Como o útero tem cicatrizescef aposta on lineoperações anteriores, elas podem se romper durante o parto normal. "Mas a literatura médica indica que a mulher tem o direitocef aposta on linetentar porque o risco absoluto é baixo,cef aposta on linemenoscef aposta on line1%", afirma o obstetra Jorge Kuhn. "Se os pais acharem que ainda assim é um risco alto, é melhor nem tentar."
<link type="page"><caption> Leia mais: Tradiçãocef aposta on lineparteiras está no centrocef aposta on lineincentivo ao parto normal na Grã-Bretanha</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/04/140411_cesareas_grabretanha_an.shtml" platform="highweb"/></link>
Informação
Os obstetras ouvidos pela BBC Brasil são unânimes numa questão: a melhor forma da mãe tomar uma decisão é informar-se. É possível consultar os sites da Febrasgo e da Associação Médica Brasileira, órgãos que publicam diretrizes sobre partos normais e cesarianas. Os colégioscef aposta on lineginecologia e obstetrícia dos Estados Unidos, da Austrália, do Canadá e do Reino Unido servemcef aposta on linereferência para profissionaiscef aposta on linetodo o mundo.
"Se a mulher não vai atráscef aposta on lineinformação, ela dá ouvidos aos relatoscef aposta on lineamigas e parentes. Muitas dessas mulheres fizeram cesáreas por razões que consideram justificáveis, mas que não são", afirma Kuhn. "A mãe também pensa que o médico estudou muito para se formar e que não tem autoridade para questioná-lo. Mas é importante que ela saiba as indicações reais e seus direitos para ser a protagonistacef aposta on lineseu parto,cef aposta on linevezcef aposta on linedelegar isso ao obstetra."
<link type="page"><caption> Leia mais: Mulheres contam como foi o partocef aposta on lineseus filhos</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/04/140411_cesareas_depoimentos_rb.shtml" platform="highweb"/></link>
Caso a mulher opte pelo parto normal, é indicado que ela descreva num documento o planocef aposta on lineparto, como gostariacef aposta on lineser tratada antes, durante e depois, deixando suas preferências claras para a equipe médica. São importantes dados como quem será o acompanhante, as intervenções médicas bem-vindas ou não e se quer darcef aposta on linemamar logo depois do bebê nascer.
Assim, a mulher pode debater com o médico para que tudo fique esclarecido. O planocef aposta on lineparto não tem validade legal, como um contrato, mas aumenta as chances da mãe ter seu filho da forma como deseja. "Não quer dizer que isso será obedecido, mas garante um questionamento jurídico se houver necessidade", explica a obstetriz Ana Cristina Duarte, uma das principais vozes do movimentocef aposta on linehumanização do parto no país.
Se a mãe não tivercef aposta on linevontade respeitada ou sofrer algum tipocef aposta on lineviolência no parto, ela deve exigir uma cópiacef aposta on lineseu prontuário no hospital e denunciar o caso. É aconselhado escrever uma carta com os detalhes do ocorrido. "Envie para a ouvidoria do hospital com cópia para a diretoria clínica, para a Secretaria Municipalcef aposta on lineSaúde e para a Secretaria Estadualcef aposta on lineSaúde", diz Duarte.
A obstetriz acrescenta que, se o parto ocorreucef aposta on lineuma maternidade particular, a diretoria do planocef aposta on linesaúde e a Agência Nacionalcef aposta on lineSaúde Suplementar (ANS) também devem ser comunicadas. "Se for um caso grave, procure a ajudacef aposta on lineum advogado", afirma Duarte.