Por que os EUA reconhecem referendovulkan vegas 3Kosovo mas não o da Crimeia:vulkan vegas 3
- Author, Thomas Sparrow
- Role, BBC Mundo, Washington
vulkan vegas 3 Um dos grandes paradoxos da crise na Ucrânia é que a Rússia justifica o referendo na Crimeia citando Kosovo, um território cuja independência não reconhece.
Na avaliação do governo russo, o referendo que aprovou a independência da Crimeia evulkan vegas 3anexação à Rússia "estávulkan vegas 3linha com o precedente estabelecido por Kosovo".
Este pequeno território nos Balcãs Ocidentais declarou independência da Sérviavulkan vegas 32008, uma década depoisvulkan vegas 3ter sido alvovulkan vegas 3uma intervenção militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para conter o que foi classificado como uma limpeza étnica da Sérvia contra a majoritária população albanesa do Kosovo.
A independência foi reconhecida por grande parte da comunidade internacional, mas a Rússia a rejeitou por violar a "integridade territorial" da Sérvia.
Mas agora Moscou defende a autodeterminação do Kosovo e,vulkan vegas 3quebra, critica o Ocidente por ter um duplo padrão: não apoiar o processo na Crimeia, embora o tenha feitovulkan vegas 3Kosovo.
Os Estados Unidos rejeitam a comparação. Em um documento intitulado "O Caso do Kosovo", publicado no site do Departamentovulkan vegas 3Estado, afirma que "o Kosovo é um caso especial que não deve ser visto como um precedente para outras situações".
Cartas políticas
A Rússia usa o exemplovulkan vegas 3Kosovo porque isso lhe permite dar duas cartadas políticas: defender suas próprias posições e ao mesmo tempo criticar o Ocidente pela independência que dividiu profundamente a Europa.
Moscou cita agora o parecer consultivo da Corte Internacionalvulkan vegas 3Justiça (CIJ), principal braço judicial das Nações Unidas, quevulkan vegas 32010 decidiu que a declaração unilateralvulkan vegas 3independênciavulkan vegas 3Kosovo não violou o direito internacional.
Embora o governo russo tenha argumentado na época que essa decisão não representava uma base legal para reconhecer a independência do Kosovo, se referiu a ela agora para justificar a declaração da Crimeia.
No entanto, apesarvulkan vegas 3a CIJ ter dito que a independência do Kosovo não era ilegal, tampouco afirmou explicitamente que era legal, por isso alguns analistas acham que a decisão não seria um precedente para o caso da Crimeia.
Moscou também se referiu aos Balcãs para criticar os Estados Unidos porvulkan vegas 3"interpretação unilateral implacávelvulkan vegas 3eventos", como disse o porta-voz do Ministério do Exterior russo, Alexander Lukashevich.
"Os Estados Unidos não têm e não podem ter o direito moralvulkan vegas 3pregar sobre o respeito ao direito internacional e à soberaniavulkan vegas 3outras nações", disse ele no iníciovulkan vegas 3março.
"Que tal os bombardeios contra a ex-Iugoslávia ou a invasão no Iraque usando uma justificativa falsa?", acrescentou o porta-voz.
Caso Especial
A intervenção militar da Otan no Kosovo sempre foi um tema controverso. Embora tenha sido realizada sob razões humanitárias, não contou com um mandato do Conselhovulkan vegas 3Segurança da ONU, já que não tinha apoio da Rússia.
A Rússia considera problemático que os Estados Unidos tratem Kosovo como uma exceção quando se falavulkan vegas 3separatismo.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse há duas semanas que "se o Kosovo é um caso especial, então Crimeia é também um caso especial."
O secretáriovulkan vegas 3Estado americano, John Kerry, rebatou, dizendo que "o Kosovo não é um modelo para nada".
"As Nações Unidas aprovaram uma resolução (em Kosovo). Foi claramente autorizada pelo direito internacional, com objetivovulkan vegas 3proteger (a população)", acrescentou Kerry.
"Na Crimeia, não havia ninguém que precisavavulkan vegas 3proteção no diavulkan vegas 3que o númerovulkan vegas 3soldados aumentou, exceto, talvez, as forças ucranianas, que foram ameaçados (pelas tropas russas) e tiveram que deixar suas armas".
Para os Estados Unidos, a diferença principal é que o Kosovo foi administrado pelas Nações Unidas,vulkan vegas 31999 atévulkan vegas 3independênciavulkan vegas 32008.
O Departamentovulkan vegas 3Estado americano afirma que "a seqüência e a natureza dos eventos que levaram à independência do Kosovo foram sem precedentes."
"Kosovo foi um processo gerido internacionalmente e foi sancionado pelas Nações Unidas por meio da resolução 1.244, que exigia consulta ao povo do Kosovo sobre o seu estatuto político", disse à BBC David Phillips, autorvulkan vegas 3Libertando Kosovo: Diplomacia coercitiva e Intervenção dos Estados Unidos.
"Não há nada nem remotamente parecido com os recentes acontecimentos na Crimeia", acrescenta o analista.
Christopher Hill, enviado especial dos Estados Unidos para o Kosovo nos anosvulkan vegas 3que a Otan interveio, observa que a situação naquele caso "tinha a ver com uma questãovulkan vegas 3autodeterminação".
"A principal diferença entre o Kosovo e a Crimeia é que o primeiro caso não se tratouvulkan vegas 3um país vizinho instigando um referendo para mudar o mapa", disse ele à BBC.
Seja como for, pelo menos um fato os dois casos têmvulkan vegas 3comum: as potências os usam como justificativa segundovulkan vegas 3própria conveniência.