Crise na Ucrânia mergulha futebolaposta gratis no registrocaos e gera temoresaposta gratis no registroconfrontosaposta gratis no registroestádios:aposta gratis no registro
- Author, Renata Mendonça
- Role, Da BBC Brasilaposta gratis no registroSão Paulo
aposta gratis no registro Protestos e confrontos que resultaram na derrubada do presidente eaposta gratis no registromaisaposta gratis no registro80 mortos, um referendoaposta gratis no registrouma região separatista que opôs o governo interino à Rússia, tensão nas ruas e um futuro incerto. Essa tem sido a realidade da Ucrânia, acompanhada com preocupação pelos vizinhos europeus e o resto do mundo.
E no futebol, um dos esportes mais populares por lá, o reflexo da crise não poderia ser outro: bagunça. Desde dezembro, quando o Campeonato Ucraniano parou por conta da tradicional pausaaposta gratis no registroinverno, os acontecimentosaposta gratis no registrofora dos gramados têm influenciado a organização do torneio e mudado consideravelmente a rotina dos jogadores brasileiros que atuam no país - entre eles, o meia-atacante Bernard, da seleção brasileira.
Em três meses, a tabela da principal competição nacional teveaposta gratis no registroser repensada, jogadores precisaram dormiraposta gratis no registroseus clubes e o presidenteaposta gratis no registroum dos principais times do país teveaposta gratis no registrofugir.
Alex Merino, um peruano que mora na Ucrânia há 12 anos e ajuda jogadores brasileiros, portugueses e espanhóis a se estabilizarem no país, explicou à BBC Brasil que a relaçãoaposta gratis no registrofutebol e política na Ucrânia é mais estreita do que se imagina e que, por isso, as consequências da crise foram inevitáveis.
"Na Ucrânia, há uma influência política nos times, porque todas as equipes pertencem a donos milionários aqui. São eles que financiam as equipes. E eles têm relações com políticos", disse.
Presidente foragido
A derrubada do presidente do país, Viktor Yanukovych, que fugiu do país, acabou obrigando algunsaposta gratis no registroseus principais aliados a fazer o mesmo, entre eles o oligarca Sergey Kurchenko, magnata do setoraposta gratis no registrogás.
Kurchenko é o dono do Metalist Kharkiv (cidade do lado russo da Ucrânia), um dos times mais fortes do país atualmente - clube dos brasileiros Marlos, ex-São Paulo, Cleiton Xavier, ex-Palmeiras, e Diego Souza, ex-Vasco e Palmeiras. Com a fuga dele, a fonteaposta gratis no registrodinheiro secou.
As contas bancárias milionárias do mandatário foram congeladas desde a quedaaposta gratis no registroYanukovych e, com isso, a situação financeira do time mudou. "O Metalist foi comprado por Sergey no ano passado e ele era muito próximo do ex-presidente. Com os dois foragidos, ficou complicado para o time se manter", explicou Alex Merino.
Os jogadores chegaram a ficar com os salários atrasados, mas, com a negociaçãoaposta gratis no registroalguns atletas na última janelaaposta gratis no registrotransferências, o clube conseguiu quitar parte dos vencimentos. O futuro das finanças do Metalist, no entanto, ainda é incerto, já que o paradeiroaposta gratis no registroKurchenko é desconhecido.
Tabela confusa
O grande reflexo da crise política no futebol foi o adiamentoaposta gratis no registroduas semanas do retorno do Campeonato Ucraniano após a paradaaposta gratis no registroinverno. O torneio deveria ter sido retomadoaposta gratis no registro28aposta gratis no registrofevereiro, mas a bola só voltou a rolar na Ucrânia na semana passada, com duas rodadas precisando ser adiadas.
Um dos jogos adiados foi o grande clássico do país, entre Dynamo Kiev e Shakhtar Donetsk, que opõe justamente os dois lados da crise política: a capital Kiev, que é pró-Ucrânia, e a cidadeaposta gratis no registroDonetsk, no extremo leste do país, regiãoaposta gratis no registroque grande parte da população éaposta gratis no registroetnia russa - a exemplo do que ocorre na Crimeia, que foi às urnas para decidir por uma separação da Ucrânia.
E, por conta dos confrontos políticos, ainda não se sabe para quando o jogo será remarcado.
"Acho que estão esperando para marcar para ver se acalma a situação. Eles têm medoaposta gratis no registroos torcedores do Shakhtar virem para cá e haver confronto", contou o zagueiro do Dynamo Kiev, Danilo Silva, à BBC Brasil.
O campeonato mal voltou à ativa e outro impasse já precisa ser resolvido. Com a anexação da Crimeia à Rússia, os times da região - Sevastopol e Tavriya Simferopol – vão seguir jogando o Campeonato Ucraniano ou vão aderir às novas fronteiras e disputar o Campeonato Russo?
Para definir essa questão, o presidente da Federação Ucranianaaposta gratis no registroFutebol, Anatoliy Konkov, vai se reunir com a Uefa (Federação Europeiaaposta gratis no registroFutebol) e com a Fifa.
Futebol e Política
Os momentos mais tensos dos protestos contra o presidente Yanukovych ocorreram quando o futebol do país estava "de férias". E, após a pausaaposta gratis no registroinverno, os times se reúnem geralmente fora do território ucraniano para fazer a pré-temporada longe do frio.
Foi o que aconteceu com Danilo Silva, do Dynamo Kiev (único jogador brasileiro do time), que, apesaraposta gratis no registroter se assustado com a dimensão que os protestos ganharam na capital, esteve a maior parte do tempo longe deles. Mas, ainda assim, ele passou alguns apuros na cidade.
"Quando a situação ficou mais tensa, no ápice, com muitas mortes, eu acabei ficando uns dias no Centroaposta gratis no registroTreinamento do Dynamo, que é mais afastado. Foi até orientação do clube por precaução", disse.
"Passei dois ou três dias dormindo no CT, aí viajamos para a Espanha para jogar a Europa League e, quando voltamos, estava mais calmo. Aí minha esposa voltou para a Ucrânia também."
Assim como Danilo Silva, outro brasileiro que viuaposta gratis no registrorotina ser afetada pela crise ucraniana foi o meia-atacante Bernard, que se transferiu do Atlético-MG para o Shakhtar Donetsk (clube com 11 brasileiros no elenco) no ano passado.
Quando esteve com a seleção brasileira para o amistoso contra a África do Sulaposta gratis no registroJohanesburgo, o jogador chegou a falar com os jornalistas sobre o assunto e até confessou ter um planoaposta gratis no registrofuga traçado caso as coisas piorassem.
"Está tudo mundo tenso, mas tomamos as providências necessárias. Temos passagem para deixar o país se for preciso e deixamos o nosso nome na embaixada, caso seja necessário deixar o paísaposta gratis no registroforma urgente. A gente não sabe o que esperar", disse.
Rivalidadeaposta gratis no registrolado
A principal rivalidade do futebol ucraniano existe entre torcedores do Dynamo Kiev e do Shakhtar Donetsk. O primeiro é donoaposta gratis no registro13 títulos nacionais, enquanto o segundo tem 8 e está se aproximando cada vez mais do rival após os recentes investimentos do bilionário do ramoaposta gratis no registromineração, Rinat Akhmetov, outro aliado do governoaposta gratis no registroViktor Yanukovych.
A rivalidade fica estampada nas arquibancadas quando as duas equipes se enfrentam, como relatou o zagueiro Betão, ex-Corinthians e que jogou por quatro anos no Dynamo.
"Além do futebol, tinha rivalidade política também. Na Ucrânia, eles têm um costumeaposta gratis no registroo torcedor visitante se juntar ao torcedor mandante nos jogos para cantar o nome da cidade onde o jogo está acontecendo. Mas isso nunca acontece quando Shakhtar e Dynamo se enfrentam."
Apesar da rivalidade entre as torcidasaposta gratis no registrotodo o país, durante os grandes protestos na capital ucraniana, ela foi deixadaaposta gratis no registrolado. Os torcedores organizados (chamados "ultra")aposta gratis no registroalguns dos times, se uniram no paísaposta gratis no registrofavor dos manifestantes para defendê-los dos confrontos violentos com a polícia.
E agora, depois do período intensoaposta gratis no registromanifestações, uma ondaaposta gratis no registronacionalismo tomou conta do país. Na retomada do Campeonato Ucraniano, o hino nacional, que nunca toca antes das partidas, foi entoado com entusiasmo pelos torcedores do Dynamo Kiev, que ainda fizeram um mosaico com a bandeira ucraniana no estádio Olímpico.