General brasileiro diz que ONU mudou meta militar no Congo:telegram pixbet
- Author, Luis Kawaguti
- Role, Da BBC Brasiltelegram pixbetSão Paulo
telegram pixbet O general brasileiro que comanda as forçastelegram pixbetpaz da ONU na República Democrática do Congo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, disse que o foco militartelegram pixbetsua missão mudou. Depois da derrota no ano passadotelegram pixbetum grupo contrário ao governo congolês e supostamente apoiado por Ruanda, o objetivo atualmente é combater grupos rebeldes que controlam atividades irregularestelegram pixbetmineração, comércio e pesca no país.
Esses grupos são o FDLR (Forças Democráticas pela Libertaçãotelegram pixbetRuanda), ruandêstelegram pixbetetnia hutu e o ADF (Forças Democráticas Aliadas),telegram pixbetUganda. Oficialmente ambos usam irregularmente o território congolês como base para lançar ataques contra seus paísestelegram pixbetorigem.
Mas segundo Santos Cruz, a análise puramente política do cenário não é suficiente para explicar a crise na região e a força desses grupos.
Segundo ele, ambos controlam lucrativas redestelegram pixbetexploração irregulartelegram pixbetrecursos do Congo, principalmente a mineração (especialmente do ouro, mas tambémtelegram pixbetcarvão, diamantes, cobalto e cobre) e a pesca na região dos Grandes Lagos.
A exploração desse alto volumetelegram pixbetrecursos acaba sendo tão ou mais atraente a esses grupos quanto seus objetivos políticos,telegram pixbetacordo com analistas.
Segundo o general, esse fator, aliado às grandes distâncias e à inacessibilidade da região – a maioria dos rebeldes está distribuídatelegram pixbetpequenos grupos escondidostelegram pixbetmontanhas ou florestas –, torna a missão ainda mais difícil.
Missãotelegram pixbetpaz
O brasileiro Santos Cruz assumiutelegram pixbetjunho do ano passado o controle da Monusco, a missãotelegram pixbetpaz da ONU no Congo, com uma autorização sem precedentes para usar força letal contra os cercatelegram pixbet200 grupos rebeldes que atuam no país.
Em novembrotelegram pixbet2013, o então maior grupo armado do país, chamado M23, foi derrotado e se rendeu após sucessivas ofensivas conjuntas do Exército do Congo e das tropastelegram pixbetSantos Cruz.
Segundo evidências levantadas pela ONU, esses rebeldes recebiam uma forte ajuda militar e financeira do governo da vizinha Ruanda – fato negado pelo governo do presidente Paul Kagame.
Cercatelegram pixbetum mês depois, a ONU começou a voltar suas operações militares contra o FDLR, a principal rival do extinto M23.
"A primeira prioridade nossa é o FDLR, que é um grupo (que atua) dentro do Congo com o objetivotelegram pixbetderrubar o governotelegram pixbetRuanda".
Integrantes do movimento,telegram pixbetmaioria étnica hutu, entraram ilegalmente na República Democrática do Congo após o genocídio praticado contra tutsistelegram pixbet1994.
Eles se organizaramtelegram pixbetum grupo militar a partir dos anos 2000, para conspirar contra o governotelegram pixbetRuanda – que chegou a invadir o leste do Congotelegram pixbet2003 para tentar eliminar o grupo.
Segundo Santos Cruz, o FDLR tem hoje entre 1.800 e 2.000 combatentes espalhadostelegram pixbetuma área rural etelegram pixbetselva nas províncias Kivu Norte e Kivu Sul, no extremo leste do país.
"Militarmente é um grupo que não é forte, eles estão espalhadostelegram pixbetuma área muito grande, são numerosos, mas é um grupo que tem uma influência política exatamente por essa animosidade com Ruanda".
Uganda
Enquanto as forças do Congo e da ONU direcionavam seus recursos para combater o FDLR, um grupotelegram pixbetUganda passou a realizar uma sérietelegram pixbetataques à população civil próximo à fronteira dos dois países, porém do lado congolês.
Em um dos ataques no fim do ano passado, cercatelegram pixbet300 pessoas foram sequestradas e permanecem desaparecidas, apesar dos esforços das forçastelegram pixbetsegurança para encontrá-las.
As agressões provocaram desde o meio do ano passado a formaçãotelegram pixbetondastelegram pixbetrefugiados que vêm cruzando as fronteirastelegram pixbetUgandatelegram pixbetbuscatelegram pixbetrefúgio.
Segundo Santos Cruz, um dos objetivos da ADF é derrubar o governotelegram pixbetUganda e assumir o poder.
"Além dos contratos ilegais na áreatelegram pixbetcomércio, é um grupo que atuatelegram pixbetmaneira muito violenta contra a população".
"Aqui se tem o costume, uma coisa cultural,telegram pixbetquerer se manter pelo terror, querer ser importante pelo terror. Então você tem uma quantidade imensatelegram pixbetatrocidades", disse o general brasileiro.
"São grupos com características diferentestelegram pixbetatuação, mas todos eles são ligados a atividades comerciais ilegais. Na realidade eles têm um interesse financeiro".
Julgamento
Começaram nesta semana as audiências preliminares do julgamentotelegram pixbetum dos acusadostelegram pixbetcrimestelegram pixbetguerra mais procurados pelo Tribunal Penal Internacional: o general Bosco Ntaganda, o "Exterminador" – um dos supostos ex-líderes do M23.
Ele se entregou no ano passadotelegram pixbetmeio ao enfraquecimento do grupo rebelde. Mas as acusações,telegram pixbetcrimes como assassinatos, remoção ilegaltelegram pixbetpopulaçõestelegram pixbetsuas casas, estupros, pilhagem e recrutamentotelegram pixbetcrianças-soldado, são ligadas a seu envolvimento com outro grupo rebelde, a União dos Patriotas Congoleses, que atuava no Congo entre 2002 e 2003.
A maioria dos membros do M23 depôs suas armas e se entregou oficialmente no iníciotelegram pixbetnovembrotelegram pixbet2013, após o sofrimentotelegram pixbetpesadas derrotas militares para o Exército da DRC e da Brigadatelegram pixbetIntervenção da ONU.
Porém, segundo Santos Cruz, ainda há um baixo níveltelegram pixbetperigotelegram pixbetque o grupo volte a se mobilizar. Para evitar que isso aconteça, as forças da ONU têm intensificado o monitoramento das áreas que o grupo costumava ocupar.
"O M23 foi derrotado e depois assinou um acordo com o governo onde eles renunciam à luta armada. Mas temos que ficar sempre atentos por aqui, porque é uma área muito instável e às vezes aqueles que assinam pelo grupo não o representam totalmente", disse o brasileiro.