Tensão Cuba-EUA: o fim está próximo?:1xbet limita
Na prática, Havana quer dizer que quase tudo é negociável, exceto a mudança do sistema1xbet limitagoverno da ilha.
No início1xbet limitaseu mandato1xbet limita2009, Obama já havia dado um sinal ainda mais concreto1xbet limitaque abrandaria o embargo imposto a Cuba desde a década1xbet limita1960.
Chance1xbet limitaaproximação
Segundo Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto1xbet limitaEstudos Econômicos Internacionais da Unesp, o presidente americano tem agora a oportunidade1xbet limitaconcretizar novas medidas1xbet limitaaproximação.
Isso porque ele ainda tem dois anos1xbet limitamandato e não pode concorrer à reeleição. Assim,1xbet limitatese, teria condições mais favoráveis para adotar ações que certamente desagradariam o poderoso eleitorado cubano-americano.
Esse ponto é extremamente sensível aos Estados Unidos, uma vez que a questão cubana não está apenas na agenda externa1xbet limitaWashington.
Segundo o professor Tullo Vigevani, especialista do Departamento1xbet limitaCiências Políticas e Econômicas da Unesp, esse eleitorado é particularmente caro a qualquer candidato à Presidência dos Estados Unidos porque, devido ao sistema1xbet limitavotação por colégios eleitorais usado no país, pequenas diferenças numéricas1xbet limitavotos1xbet limitaEstados como a Flórida podem ter forte influência na corrida para a Casa Branca.
Uma grande comunidade cubano-americana - extremante contrária ao regime dos irmãos Castro - está estabelecida no Estado americano da Flórida. E as líderanças cubano-americanas no Estado historicamente têm conseguido mobilizar boa parcela dos eleitores.
Descrença
Para os cubanos nas ruas1xbet limitaHavana uma eventual aproximação dependerá muito mais1xbet limitauma iniciativa do governo americano do que o cubano e eles veem com ceticismo a possibilidade1xbet limitaObama fazer grandes mudanças políticas relacionadas ao embargo.
"O Obama faz o que pode, mas não está no controle sozinho, faz o que deixam fazer. Nós estamos abertos ao diálogo, e isso já é uma coisa1xbet limitaanos, mas passam vários presidentes (americanos) e nenhum deles faz nada", disse a bancária cubana Maria Helena Mojina,1xbet limita48 anos.
"Sem o embargo isso aqui seria o paraíso", disse.
"Apenas quando eu ver os americanos tomarem alguma atitude é que acreditarei", afirmou a BBC Brasil Ignácio,1xbet limita19 anos, que vende1xbet limitadiscos piratas no centro velho1xbet limitaHavana.
Mas o embargo não é o único elemento1xbet limitatensão entre os dois países. Um dos temas mais presentes no dia a dia da população cubana – especialmente devido à propaganda estatal – é a controvérsia sobre a manutenção da prisão1xbet limitaum grupo1xbet limitaespiões cubanos detidos1xbet limitasolo americano1xbet limita1998.
É difícil andar pela capital cubana sem se deparar com alguma placa ou panfleto se referindo aos "Cinco1xbet limitaCuba".
Segundo o governo cubano, os cinco agentes se infiltraram no Estado da Flórida na década1xbet limita1990 para investigar grupos1xbet limitaextremistas cubano-americanos que teriam realizado mais1xbet limitauma centena1xbet limitaatentados1xbet limitaCuba – entre eles explosões1xbet limitahotéis, ataques a tiros contra turistas nas praias e até a derrubada1xbet limitaum avião1xbet limitapassageiros.
O governo americano argumenta que os agentes cubanos se infiltraram1xbet limitauma base militar e estariam ligados a um ataque contra um avião civil1xbet limitaorganizações cubano-americanas pela força aérea cubana, que deixou quatro mortos. Eles foram condenados por conspiração para cometer atos1xbet limitaespionagem e assassinato.
Boa parte dos panfletos1xbet limitaCuba traz as fotos dos detentos ou mensagens a Obama como: "honre seu prêmio Nobel, liberte os cinco1xbet limitaCuba".
Havana, por1xbet limitavez, mantém um prisioneiro americano desde 2009. Ele teria sido preso trabalhando para uma agência1xbet limitadesenvolvimento internacional americana (Usaid) por fornecer equipamentos para conexão1xbet limitainternet via satélite para supostos dissidentes na ilha.
Até agora, um dos cinco sentenciados foi solto pela Justiça americana. A falta1xbet limitaperspectivas para a libertação1xbet limitatrês1xbet limitaseus ex-colegas (um deles pode ser solto nos próximos meses) e a experiência no país vizinho também deixam o ex-agente cubano René González com desesperança.
"Eu queria pensar que nesses dois anos que faltam (para o fim do mandato1xbet limitaObama) ele poderia dar os primeiros passos para uma normalização (da relação entre os dois países)".
"Certamente o limitam bastante, mas há coisas que na prerrogativa do Executivo ele pode fazer, e uma dessas coisas é sentar-se com Cuba". Ele disse à BBC Brasil que não haveria nenhuma lei nos Estados Unidos que impediria o presidente1xbet limitaestabelecer um diálogo1xbet limitaalto nível com Cuba e argumentou que se Washington mantém relações com a China, também deveria fazê-lo com Havana.
"Quando Obama foi eleito, acreditar não seria o termo, mas me deu um pouco1xbet limitaesperança (do fim das tensões entre os países). Agora não tenho certeza se a tenho", disse.
Diáspora
O "clima1xbet limitaaproximação" entre Havana e Washington sugerido por analistas está1xbet limitaparte ligado também às reformas econômicas internas que vêm sendo promovidas pelo regime cubano - entre elas a possibilidade1xbet limitacubanos possuírem negócios privados e comercializarem imóveis e carros.
Essas mudanças, aliadas à flexibilização das regras americanas que regulam o envio1xbet limitadinheiro1xbet limitacubanos residentes no país para suas famílias na ilha, têm injetado dinheiro rápido1xbet limitaHavana e possibilitado o surgimento1xbet limitarestaurantes e lojas privadas - uma mudança considerada nova e fundamental na ilha.
O embargo impede que a diáspora cubana faça investimentos na ilha, mas, na prática, o que vem acontecendo desde a flexibilização1xbet limitalei sobre o tema1xbet limita2009 é que o dinheiro começou a entrar no país – sob pretexto1xbet limitaajuda financeira1xbet limitacubanos que vivem no exterior às suas famílias.
Embora dificilmente admitam, os cubanos com "família no exterior" (nos Estados Unidos e na Europa, na maioria dos casos) têm usado essas remessas para começar pequenos negócios, viajar para fora1xbet limitaCuba ou,1xbet limitamenor escala, até comprar um carro novo.
Perspectivas
Segundo Tullo Vigevani, da Unesp, os cubanos podem ter alguma esperança a longo prazo sobre um eventual fim do embargo. De acordo com ele, o peso dos cubano-americanos contrários ao regime dos Castro tende a perder importância na política interna americana.
"A médio e longo prazo a situação pode vir a se alterar porque o peso dos latinos nos Estados Unidos vem crescendo. A maioria deles têm propensão a apoiar políticas1xbet limita'distencionamento' (com Cuba)".
Segundo ele, reforça a tendência o fato1xbet limitaa geração anticastrista da Flórida estar aos poucos desaparecendo.
Além disso, no campo diplomático, a pressão dos países da América Latina sobre Washington1xbet limitarelação ao tema cresce aos poucos.
Na última Cúpula das Américas,1xbet limita2012, - evento vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA) que reúne os chefes1xbet limitaEstado do continente - a maioria dos países foi contra a posição dos Estados Unidos e do Canadá1xbet limitaexcluir Cuba do evento. O presidente equatoriano Rafael Correa chegou a boicotar o encontro como forma1xbet limitapressão.
No mês passado, a reunião da Comunidade1xbet limitaEstados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realizada1xbet limitaCuba serviu1xbet limitapalanque para uma séria1xbet limitachefes1xbet limitaEstado - incluindo a presidente Dilma Rousseff - criticarem o embargo. Segundo diplomatas, essa tendência1xbet limitapressão deve continuar nos foros que reúnem os países da região.