Mortebets apostas ao vivoex-miss obriga Maduro a assumir crisebets apostas ao vivosegurança na Venezuela:bets apostas ao vivo
- Author, Claudia Jardim
- Role, De Caracas para a BBC Brasil
bets apostas ao vivo Não foram os assassinatos da ex-miss e atriz venezuelana Monica Spear ebets apostas ao vivoseu ex-marido Henry Thomas Berry que levaram a cabeleireira Andreína Blanco a mudarbets apostas ao vivocasa, alterarbets apostas ao vivorotina e a viver permanentemente com medo.
Há três anos, Andreína perdeu seu filho mais velho, morto a tiros durante um assalto no bairro popular onde viviam, na zona sul da capital Caracas.
Entusiasmado com o primeiro emprego, o jovembets apostas ao vivo20 anos pedira à mãe que o ajudasse a comprar uma moto para chegar pontualmente ao trabalho, às 6h da manhã. "A moto estava nova, não tinha nem dois mesesbets apostas ao vivouso. Os bandidos sabiam que ele chegava cedo do trabalho, estavam esperando por ele", relata Andreína.
O jovem deixou um filhobets apostas ao vivoum ano, a esposa grávidabets apostas ao vivooutro bebê e a mãe, desorientada. "Quando meu neto me pergunta por que o pai dele está no céu, não sei o que responder, acabo chorando, é terrível", conta, com a voz embargada.
O casobets apostas ao vivoAndreína é parte do cotidianobets apostas ao vivomuitas famílias venezuelanas que permanecem no anonimato, vitimadas pelos altos índicesbets apostas ao vivoimpunidade apontados como uma das causas que alimentam a violência na Venezuela.
"O assassino do meu filho continua solto. A impunidade é o grande problema", reclama. Dadosbets apostas ao vivoONGs indicam que somente 3% dos casosbets apostas ao vivohomicídios no país são julgados e seus responsáveis, sentenciados.
Planobets apostas ao vivo'pacificação'
No casobets apostas ao vivoSpear, o desenlace parece ser outro. As autoridades venezuelanas aceleraram as investigações e sete suspeitos do duplo homicídio estão detidos. A filhabets apostas ao vivocinco anos do casal, ferida durante o assalto, está forabets apostas ao vivoperigo.
A comoção interna e a notoriedade internacional do caso levaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a convocar uma reuniãobets apostas ao vivoemergência, na quarta-feira, com governadores e prefeitos, aliados e opositores, para desenhar um planobets apostas ao vivo"pacificação" para o país.
Participou, inclusive, o governador opositor e ex-candidato presidencial Henrique Capriles, principal líder anti-chavista.
O apertobets apostas ao vivomãos entre o presidente e Capriles - que até então não havia reconhecido a legitimidadebets apostas ao vivoMaduro como mandatário eleito - foi visto como um gestobets apostas ao vivorara conciliaçãobets apostas ao vivotorno do problema, principal fatorbets apostas ao vivopreocupaçãobets apostas ao vivo8 entre cada 10 venezuelanos.
"Como interromper a matança na Venezuela? O que é necessário fazer que ainda não fizemos? Porque algo não fizemos para que isso ocorra dessa maneira, ainda que seja verdade que baixaram alguns índices (de violência) aqui e ali", afirmou Maduro durante o encontro, ao prometer atuar com "mãobets apostas ao vivoferro" contra os criminosos.
Armas
Entre as medidas imediatas anunciadas por Maduro - que prometeu obter resultados concretosbets apostas ao vivoum mês - estão a ampliação do programa social A Toda Vida Venezuela,bets apostas ao vivocombate à criminalidade, a elaboraçãobets apostas ao vivouma leibets apostas ao vivopacificação e o reforço no policiamento e desarme.
"Ninguém pode ficar com armas, as armas são da República", afirmou Maduro.
A oposição vê com desconfiança o chamadobets apostas ao vivoconciliação para combater o problema. "Se queremos ganhar a luta contra a violência temos que ter fatos, não retórica", afirmou Capriles, após o encontro.
Nas redes sociais, como é comum no país, a politização do caso é evidente. Durante um protesto convocado por atores, na segunda-feira, uma fâ da atriz chegou a pedir a incorporação da penabets apostas ao vivomorte na Constituição.
Crise no gabinete
A crise teria provocado também uma reviravolta no Paláciobets apostas ao vivoMiraflores, a sede do governo. Nesta quinta-feira, todos os ministros colocaram seus cargos "à disposição" do presidente para facilitar uma "renovação" no governo.
Na véspera, Maduro havia ordenado a destituição do diretor da Polícia Nacional Bolivariana e da presidente da Unes, Universidadebets apostas ao vivoformação policial.
Para Luis Cedeño, diretor da ONG Paz Ativa, a reação do governo é "adequada". "Hugo Chávez nunca tratou diretamente do problema. Maduro finalmente assumiu a responsabilidade e isso é um passo importante", afirmou Cedeño à BBC Brasil.
Chávez considerava que o combate à violência deveria ocorrer a partir do combate à da desigualdade social. Críticos apontam, no entanto, que sem uma reforma dos sistemas Judicial, Penitenciário -bets apostas ao vivoestado similar ou pior ao do Brasil - ebets apostas ao vivoSegurança Civil, a inclusão social, por si só, não basta para resolver o problema. " A pobreza caiu, as condiçõesbets apostas ao vivovida melhoraram, mas a insegurança cresceu", afirma Luis Cedeño.
A Venezuela é um dos países mais violentos do hemisfério, com um índicebets apostas ao vivo39 homicídios por cada 100 mil habitantes,bets apostas ao vivoacordo como Ministériobets apostas ao vivoInterior e Justiça.
Relatóriobets apostas ao vivo2012 do escritório antidrogas da ONU cita cifras ainda maiores, com 45 homicídios acada 100 mil habitantes. No Brasil, aindabets apostas ao vivoacordo com as Nações Unidas, a taxa ébets apostas ao vivo21 assassinatos por cada 100 mil habitantes.
"Quantos famosos mortos serão necessários para que medidas efetivas sejam tomadas?", questiona à BBC Brasil o músico Victor Huaman. "Monica Spear representa todos os mortos venezuelanos? Não acredito. Onde estão os responsáveis pelos mortos anônimos diários, das crianças que, assim como a filha dela, ficaram órfãs?"
Huaman foi vítimabets apostas ao vivoum sequestro relâmpago - esteve 15 horas sob poderbets apostas ao vivoassaltantes até ser liberado.
"Nos acostumamos a ir cedo pra casa por temor à violência, mas não questionamos por que isso ocorre. O medo se tornou um negócio e as pessoas se escondembets apostas ao vivocarros blindados, atrásbets apostas ao vivogradesbets apostas ao vivoproteção ou até mesmo com uma arma, mas isso não gera incomodidade suficiente para despertar uma reaçãobets apostas ao vivotoda a sociedade,bets apostas ao vivochavistas e opositores", afirmou.