Espionagem dos EUA não deve sofrer grandes alterações, diz ex-analista da CIA:cassino leon

Celular com página da NSA carregada. Foto: Getty Images
Legenda da foto, Obama precisa tomar decisão sobre relatório que recomenda mudanças na NSA

"Porque se houver novo vazamento,cassino leonque a presidente do Brasil oucassino leonoutro país teve suas comunicações interceptadas, isso seria ainda pior que o primeiro vazamento."

Segundo o analista, porém, com o passar do tempo, mesmo após a substituiçãocassino leonObama na Casa Branca, é provável que a autorização prévia se transformecassino leonum procedimento "pro forma" - apenas para impressionar críticos, sem grandes efeitos práticos.

"O fato é que nenhum presidente tem tempo para analisarcassino leondetalhe cada operaçãocassino leoncoletacassino leoninformações proposta por uma agênciacassino leoninteligência", observa.

"Com o passar do tempo, ao se pesar os riscoscassino leonum vazamento ante o valor da informação a ser coletada, acho que a tendência será maiscassino leondireção ao valor da informação. Vão perceber que esse tipocassino leoninteligência é muito útil para o governo dos EUA."

Líderes mundiais

O relatóriocassino leonmaiscassino leon300 páginas foi divulgado na semana passada e será a leituracassino leonfériascassino leonObama, que na sexta-feira embarcou com a família para o Havaí. Apenas quando retornar a Washington, no iníciocassino leonjaneiro, o presidente deverá anunciar que recomendações pretende adotar.

As mudançascassino leonrelação à espionagemcassino leonlíderes estrangeiros seriam uma resposta aos constrangimentos provocados pelas revelações, vazadas pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden,cassino leonque mesmo chefescassino leonnações aliadas eram alvo da agência.

Quando soube que era alvocassino leonespionagem, a presidente Dilma Rousseff adiou - ainda sem nova data marcada - a visitacassino leonEstado que faria aos EUAcassino leonoutubro e exigiu explicações.

Dilma, Obama e Merkel. Foto: AFP
Legenda da foto, Analista acredita que pouco mudarácassino leonrelação a espionagemcassino leonlíderes mundiais

Além da presidente, empresas como a Petrobras e milhõescassino leone-mails e telefonemascassino leonbrasileiros também foram espionados pela NSA. Em seu discursocassino leonabertura da Assembleia Geral da ONU,cassino leonsetembro, Dilma fez duras críticas ao que chamoucassino leon"violaçãocassino leondireitos humanos".

Vários outros líderes mundiais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, também manifestaram indignação ao descobrir que eram espionados.

No entanto, para Pillar, a polêmica é mais resultado do vazamento e do fatocassino leona espionagem ter se tornadocassino leonconhecimento público, o que obrigaria os líderes a manifestar repúdio.

"A vasta maioria dos líderes mundiais, ou pelo menos as pessoas que os aconselham, sabe bem que esse tipocassino leoncoletacassino leoninteligência ocorre", afirma.

"É mais uma questãocassino leoncomo os líderes sentem a necessidade políticacassino leonreagir. Mas não afeta a natureza fundamental dos relacionamentos entre os líderes (e o presidente americano)."

Respostas ao Brasil

O Brasil já afirmou repetidas vezes que continua à esperacassino leonuma resposta dos EUA sobre suas açõescassino leonespionagem.

Na semana passada, o ex-embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, dissecassino leonpalestracassino leonWashington que o relatório é "um primeiro passo"cassino leonum processo maiorcassino leonrevisãocassino leoncomo os EUA conduzem suas açõescassino leoninteligência.

"Os brasileiros estão aguardando com expectativa o que nós poderemos oferecer e como poderemos avançar", reconheceu Shannon, que após deixar Brasília se tornou assessor direto do secretáriocassino leonEstado americano, John Kerry.

"Não temos esse caminho claro ainda, mas teremoscassino leonalgum momento no Ano Novo", afirmou Shannon,cassino leonpalestra promovida pelo Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars.

Shannon disse ainda que o Brasil não tem um serviçocassino leoninteligência do tamanhocassino leonsuas ambições globais e que isso passa pela construçãocassino leonparcerias com serviços globaiscassino leoninteligência.

Para o diretor do Brazil Institute, Paulo Sotero, a adoção por partecassino leonObama das recomendações, sobretudo as que se referem à privacidade dos cidadãos e ao monitoramentocassino leonlíderescassino leonpaíses amigos, poderia abrir caminho para que os Estados Unidos "deem as respostas que ficaramcassino leondar ao Brasil a respeito do episódio envolvendo a espionagemcassino leoncidadãos, da presidente ecassino leoncompanhias brasileiras".

"Acho que pode abrir espaço inclusive para uma maior cooperação, atécassino leonrelação a uma trocacassino leoninteligência", disse Sotero à BBC Brasil.

Pressão

O relatório foi encomendado por Obamacassino leonagosto, após o escândalo provocado pelas revelações feitas por Snowden sobre as açõescassino leonespionagem da NSA.

A mudança na espionagemcassino leonlíderes estrangeiros é apenas uma entre 46 recomendações, que incluem mais fiscalização e algumas restrições na maneira como a NSA coleta, armazena e analisa informações, tantocassino leonamericanos quantocassino leonestrangeiros.

Para Pillar, é bom ter cautela na análise dos impactos das mudanças, já que o presidente pode simplesmente não aceitar as propostas.

Mas divulgação do relatório ocorrecassino leonum momentocassino leoncrescente pressão sobre as ações da NSA.

Na semana passada, um juiz federalcassino leonWashington questionou a constitucionalidade dessas açõescassino leonespionagem.

Em reunião com Obama, diretorescassino leongrandes empresascassino leontecnologia, entre elas Google, Yahoo! e Apple, pediram reformas e mais transparência na vigilância governamental e disseram que os programas da NSA estão colocandocassino leonrisco a competitividade americana.

Na ONU, a Assembleia Geral aprovou por consenso um projetocassino leonresolução antiespionagem apresentado por Brasil e Alemanha.

"Os métodos da NSA enfrentam perdacassino leonapoio político nos EUA", observa Sotero.

* Colaborou Pablo Uchoa, da BBC Brasilcassino leonWashington