Moradores citam melhorias mas cobram avançosjogos ps2 onlinefavela pacificada:jogos ps2 online

Salete Martins | Jefferson Puff
Legenda da foto, Salete Martins, 43 anos, comanda a Rio Favela Tours. 'Sem a pacificação isso nunca teria acontecido'.
  • Author, Jefferson Puff
  • Role, Da BBC Brasil no Riojogos ps2 onlineJaneiro

jogos ps2 online Conversar com moradoresjogos ps2 onlineuma favela carioca pacificada é garantiajogos ps2 onlineobter visões complexas do que o processo representa. Não há relato simplista e todos citam avanços e expõem dificuldades. A expulsão dos traficantes e a instalação das UPPs trouxe mais segurança, mas, após décadasjogos ps2 onlineabandono do Estado, o que une todos no morro é a certezajogos ps2 onlineque eles querem mais.

Cinco anos após receberem a primeira UPP do Riojogos ps2 onlineJaneiro, os moradores da favela Santa Marta, na Zona Sul da capital fluminense, ainda têm opiniões divididas. Há os que veem nos soldados o símbolo da nova etapa vivida pela comunidade e os que encaram a presença da polícia com desconfiança.

Alguns ressaltam a chegadajogos ps2 onlineagentesjogos ps2 onlinesaúde e a crescente sensaçãojogos ps2 onlineque as coisas começam a ficar mais organizadas, com a formalização do comércio e novos empreendedores surgindo. Outros indicam que o esgoto ainda corre a céu aberto, o lixo se acumula pelas vielas, atraindo baratas e ratos, e muita gente ainda mora sem dignidade alguma.

É difícil encontrar alguém que não tenha uma história tristejogos ps2 onlinealgum parente, amigo ou colega morto durante os anosjogos ps2 onlineenfrentamentos entre diferentes facções do crime organizado, traficantes e a polícia. E o fim dos tiroteios, operações policiais e balas perdidas é bem-vindo por todos.

Turismo e transformação

Salete Martins,jogos ps2 online43 anos, 35 deles vividos no morro, viujogos ps2 onlineperto essas transformações. Casada e mãejogos ps2 onlinedois filhos, ela veio muito pequena do Nordeste e, após seus pais fixarem residência na comunidade, também fez alijogos ps2 onlineprópria família.

Donajogos ps2 onlineum trailer onde vende lanches, ela se interessou por um programa trazido pelo governo pouco depois da ocupação da comunidade.

"Eu já tinha um comércio, mas acabei estudando por dois anos e hoje sou formada como guia e técnicajogos ps2 onlineturismo. Acabei criando um novo negócio com mais três colegas, a Rio Favela Tours", conta.

"Quem diria. Sem a pacificação isso nunca teria acontecido. Eu estaria até agora fritando hambúrguer. Hoje sou quase uma guia internacional. Me comunicojogos ps2 onlineinglês, espanhol e francês e continuo estudando, e já fui guia aqui do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ejogos ps2 onlinemuitos artistasjogos ps2 onlineHollywood, entre eles o Bradley Cooper, que foi um sucesso com as meninas."

Habituada a falar com a imprensa, Salete já deu entrevistas para jornais como o francês Le Figaro e a revista britânica The Economist, entre outros meiosjogos ps2 onlinecomunicação internacionais.

Para ela as clínicas da família ajudam, e a chegada do bondinho, conhecido como plano inclinado, poucos meses antes da ocupação, também trouxe benefícios. "A Praça Cantão, na entrada da comunidade, era quase uma cracolândia, e agora é completamente diferente", dizjogos ps2 onlinereferência ao local que foi repaginado pelo projeto Tudojogos ps2 onlineCor para Você, que também fornece tintas para que moradores pintem suas casas.

Mas, diz ela, "ainda há muito o que melhorar".

"Precisamosjogos ps2 onlinemais cidadania, e não só segurança. A gente não sabe como vai ficar isso aqui depoisjogos ps2 online2016", dizjogos ps2 onlinereferência a uma percepçãojogos ps2 onlinemuitos moradoresjogos ps2 onlineque o processo pode perder força após a Copa e a Olimpíada.

As eleições para governador, no próximo ano, também são vistas com preocupação.

Baleada na perna

Para a artesã e guiajogos ps2 onlineturismo Andreia Miranda,jogos ps2 online31 anos, não há dúvidasjogos ps2 onlineque as coisas melhoraram. Ela mostra a cicatriz na perna.

Andreia Miranda e o filho | Jefferson Puff
Legenda da foto, Vítimajogos ps2 onlinebala perdida, Andreia diz que hoje nem saberia reconhecer barulhojogos ps2 onlineum tiro. 'Faz tanto tempo', diz.

"Eu tinha dez anos, e estava dormindojogos ps2 onlinecasa. Escutei um barulho alto e minha perna começou a doer muito. Passei a mão e vi que era uma coisa melada, logo me dei conta que era sangue e chamei meus pais, que me levaram para o hospital, correndo morro abaixo." Era uma bala perdida.

"A gente, que nasceu e cresceu na favela, tem muito amigo, colega, parente, que morreu ao longo do tempo". Mas, ao fazer um balanço dos últimos cinco anos, ela diz que "hoje nem saberia reconhecer o barulhojogos ps2 onlineum tiro. Faz tanto tempo".

Andreia faz suas críticas com a mesma intensidade dos elogios. "Não consigo entender esses policiais da UPP com fuzil, armamento pesado, dentro do bondinho, andando pela favela, na frente das crianças. Não é bom não, traz memórias para quem viveu a outra época", diz.

"Sei muito bem como uma arma dessa pode disparar, e o estrago que pode causar. Não vou deixar meu filho pequeno andar sozinho no bondinho que tem um policial com um fuzil. Eu não posso confiar. Também não acho bom trocarem tantojogos ps2 onlinecapitão (da UPP). Quando a gente está se acostumando, eles mudam. Nem todos interagem com a comunidade, circulam, criam relações. Um é diferente do outro."

Quanto ao tráfico, Andreia celebra a ausênciajogos ps2 onlinetraficantes ostentando fuzis dentro da favela. "Mas ainda tem usuários, e tem gente vendendo. Ainda tem o tráfico, claro - só não é mais armado", explica.

Andreia menciona outra dificuldade. Com a pacificação, os preços dos imóveis dispararam, tanto para aluguel quanto para venda.

"Tem barraco por R$ 700, tem apartamentinho mais na entrada da favela por até R$ 1.500 por mês. Eu comprei minha casa por R$ 5 mil, cinco anos atrás, e hoje qualquer laje no meio do morro não sai por menosjogos ps2 onlineR$ 20 mil. Também tem muito turista que vem morar na favela, e tem gente daqui que não consegue mais pagar o aluguel."