Moradores citam melhorias mas cobram avançosjogo roleta betfavela pacificada:jogo roleta bet

Salete Martins | Jefferson Puff
Legenda da foto, Salete Martins, 43 anos, comanda a Rio Favela Tours. 'Sem a pacificação isso nunca teria acontecido'.

Turismo e transformação

Salete Martins,jogo roleta bet43 anos, 35 deles vividos no morro, viujogo roleta betperto essas transformações. Casada e mãejogo roleta betdois filhos, ela veio muito pequena do Nordeste e, após seus pais fixarem residência na comunidade, também fez alijogo roleta betprópria família.

Donajogo roleta betum trailer onde vende lanches, ela se interessou por um programa trazido pelo governo pouco depois da ocupação da comunidade.

"Eu já tinha um comércio, mas acabei estudando por dois anos e hoje sou formada como guia e técnicajogo roleta betturismo. Acabei criando um novo negócio com mais três colegas, a Rio Favela Tours", conta.

"Quem diria. Sem a pacificação isso nunca teria acontecido. Eu estaria até agora fritando hambúrguer. Hoje sou quase uma guia internacional. Me comunicojogo roleta betinglês, espanhol e francês e continuo estudando, e já fui guia aqui do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ejogo roleta betmuitos artistasjogo roleta betHollywood, entre eles o Bradley Cooper, que foi um sucesso com as meninas."

Habituada a falar com a imprensa, Salete já deu entrevistas para jornais como o francês Le Figaro e a revista britânica The Economist, entre outros meiosjogo roleta betcomunicação internacionais.

Para ela as clínicas da família ajudam, e a chegada do bondinho, conhecido como plano inclinado, poucos meses antes da ocupação, também trouxe benefícios. "A Praça Cantão, na entrada da comunidade, era quase uma cracolândia, e agora é completamente diferente", dizjogo roleta betreferência ao local que foi repaginado pelo projeto Tudojogo roleta betCor para Você, que também fornece tintas para que moradores pintem suas casas.

Mas, diz ela, "ainda há muito o que melhorar".

"Precisamosjogo roleta betmais cidadania, e não só segurança. A gente não sabe como vai ficar isso aqui depoisjogo roleta bet2016", dizjogo roleta betreferência a uma percepçãojogo roleta betmuitos moradoresjogo roleta betque o processo pode perder força após a Copa e a Olimpíada.

As eleições para governador, no próximo ano, também são vistas com preocupação.

Baleada na perna

Para a artesã e guiajogo roleta betturismo Andreia Miranda,jogo roleta bet31 anos, não há dúvidasjogo roleta betque as coisas melhoraram. Ela mostra a cicatriz na perna.

Andreia Miranda e o filho | Jefferson Puff
Legenda da foto, Vítimajogo roleta betbala perdida, Andreia diz que hoje nem saberia reconhecer barulhojogo roleta betum tiro. 'Faz tanto tempo', diz.

"Eu tinha dez anos, e estava dormindojogo roleta betcasa. Escutei um barulho alto e minha perna começou a doer muito. Passei a mão e vi que era uma coisa melada, logo me dei conta que era sangue e chamei meus pais, que me levaram para o hospital, correndo morro abaixo." Era uma bala perdida.

"A gente, que nasceu e cresceu na favela, tem muito amigo, colega, parente, que morreu ao longo do tempo". Mas, ao fazer um balanço dos últimos cinco anos, ela diz que "hoje nem saberia reconhecer o barulhojogo roleta betum tiro. Faz tanto tempo".

Andreia faz suas críticas com a mesma intensidade dos elogios. "Não consigo entender esses policiais da UPP com fuzil, armamento pesado, dentro do bondinho, andando pela favela, na frente das crianças. Não é bom não, traz memórias para quem viveu a outra época", diz.

"Sei muito bem como uma arma dessa pode disparar, e o estrago que pode causar. Não vou deixar meu filho pequeno andar sozinho no bondinho que tem um policial com um fuzil. Eu não posso confiar. Também não acho bom trocarem tantojogo roleta betcapitão (da UPP). Quando a gente está se acostumando, eles mudam. Nem todos interagem com a comunidade, circulam, criam relações. Um é diferente do outro."

Quanto ao tráfico, Andreia celebra a ausênciajogo roleta bettraficantes ostentando fuzis dentro da favela. "Mas ainda tem usuários, e tem gente vendendo. Ainda tem o tráfico, claro - só não é mais armado", explica.

Andreia menciona outra dificuldade. Com a pacificação, os preços dos imóveis dispararam, tanto para aluguel quanto para venda.

"Tem barraco por R$ 700, tem apartamentinho mais na entrada da favela por até R$ 1.500 por mês. Eu comprei minha casa por R$ 5 mil, cinco anos atrás, e hoje qualquer laje no meio do morro não sai por menosjogo roleta betR$ 20 mil. Também tem muito turista que vem morar na favela, e tem gente daqui que não consegue mais pagar o aluguel."