Polícia lista suspeitos e defende linha dura contra black blocs:free all bet365

Black blocs desafim políciafree all bet365São Paulo (foto: AP)
Legenda da foto, Políciafree all bet365São Paulo deve passar a indiciar suspeitosfree all bet365violência por associação criminosa
  • Author, Luis Kawaguti
  • Role, Da BBC Brasilfree all bet365São Paulo

free all bet365 Em uma tentativafree all bet365enfraquecer os protestosfree all bet365grupos black blocs marcados para esta sexta-feira, a polícia paulista interrogou, listou e fotografou 65 dos 280 suspeitos detidos após participarfree all bet365ações violentas durante manifestações no Estado nos últimos meses.

A polícia sugeriu ainda que os black blocks passem a ser tratados da mesma forma que os torcedoresfree all bet365futebol brigões: eles seriam obrigados a comparecer a delegacias duas horas antesfree all bet365cada protesto e deixariam o local só duas horas após a manifestação.

Os advogadosfree all bet365parte dos suspeitos interrogados na quinta-feira negaram que seus clientes fizessem parte do grupo Black Block e disseram que suas detenções foram ilegais oufree all bet365caráter político.

A Polícia Civilfree all bet365São Paulo diz que trabalhava com relatóriosfree all bet365inteligência segundo os quais grupos black blocs preparavam grandes manifestaçõesfree all bet365todo o Brasil nesta sexta-feira. Elas ocorreriam a partir do meio da tarde.

A maioria das ações estaria sendo planejada pela internet e seria organizada por lideranças que atuariamfree all bet365diferentes Estados simultaneamente, segundo a polícia. Os adeptos do Black Bloc afirmamfree all bet365páginas da internet que o termo designa uma táticafree all bet365confronto e não um grupo específico.

Os interrogatóriosfree all bet365suspeitos ocorridos na quinta-feira já estavam previstos como partefree all bet365um inquérito do Deic (Departamentofree all bet365Investigações sobre o Crime Organizado), que unifica todas as investigações sobre o grupo no Estado aberto há cercafree all bet365um mês. Todos os ouvidos foram liberados após responderem às perguntas da polícia.

Porém, policiais que não se identificaram disseram à BBC Brasil que os interrogatórios podem dissuadir parte dos supostos black blocsfree all bet365atender a uma convocação para protestos na tarde desta sexta-feira pela por meio da internet.

Segundo o diretor do Deic (Departamentofree all bet365Investigações sobre o Crime Organizado), Wagner Giudice, o grupo interrogado é heterogêneo e tem tanto membros ativos do Black Bloc como simpatizantes do movimento detidos ocasionalmentefree all bet365protestos anteriores.

A maioria dos interrogados têm idades entre 16 e 25 anos (nove dos 65 são menoresfree all bet365idade), éfree all bet365classe média e parte estuda. Um grupo com cercafree all bet36515 suspeitos era formado majoritariamente por universitáriosfree all bet365faculdadesfree all bet365ciências humanas da USP, a Universidadefree all bet365São Paulo.

"Já identificamos as lideranças, mas há muitos que só atenderam uma convocação, são inocentes alienados via redes sociais", disse Giudice.

"Eu vi muita gente chorando (nos interrogatórios) com a mãe do lado e levando bronca dela", disse Giudice.

O delegado disse porém que muitos interrogados apontaram a participaçãofree all bet365partidos políticos na organização dos protestos. Ele não disse quais são as legendas, mas a BBC apurou que a suspeita da polícia éfree all bet365que membrosfree all bet365partidosfree all bet365extrema esquerda estejam ligados aos black blocsfree all bet365São Paulo.

Associação criminosa

Giudice afirmou que houve um entendimento na força-tarefa formada pela polícia e pelo Ministério Público para investigar os black blocsfree all bet365que eles devem ser indiciados pelo crimefree all bet365associação criminosa (a antiga formaçãofree all bet365quadrilha).

Até então não havia um consenso completo na polícia paulista, e cada delegado indiciava suspeitos por crimes diferentes. Ao adotar o novo procedimento, São Paulo segue uma fórmula que já vinha sendo aplicada no Riofree all bet365Janeiro.

A tese é afree all bet365que os suspeitos se reuniriamfree all bet365forma organizada e reiterada para cometer crimes, na maioria das vezes o dano ao patrimônio durante os protestos. Na prática, isso significa que uma vez detidos, esses suspeitos podem ser presosfree all bet365flagrante e receber penasfree all bet365até três anosfree all bet365prisão.

A opçãofree all bet365indiciamento por associação criminosa é considerada por analistas uma resposta dura aos manifestantes. Partidáriosfree all bet365tratamento mais leve aos suspeitos defendem que eles respondam por crimes como o dano, que tem penas mais leves e permite que a pessoa responda às acusaçõesfree all bet365liberdade.

Giudice afirmou que os interrogatórios vão continuar. Cercafree all bet36580 suspeitos haviam sido chamados a depor na quinta-feira. Os 15 que faltaram devem ser reconvocados para deporfree all bet365outro dia. Além disso, cercafree all bet365outras 200 pessoas ainda podem ser ouvidas nos próximos dias.

Giudice disse que apesarfree all bet365todos os integrantes da primeira levafree all bet365interrogatórios serem liberados após as oitivas, parte pode ser indiciada no decorrer da investigação.

Ele também sugeriu que uma vez identificados, os black blocs sejam tratados como torcedoresfree all bet365futebol que se envolvem frequentementefree all bet365brigasfree all bet365torcidas. Uma vez que a polícia identificasse protestos sendo convocados, esses suspeitos seriam convocados a comparecerfree all bet365delegacias. Lá permaneceriam durante todo o protesto.

Contudo, a implementaçãofree all bet365medida como essa dependeriafree all bet365aprovação do Judiciário.

Defesa

O advogado Geraldo Santamaria Neto, que defende dois dos suspeitos – presos durante um protesto na Marginal Pinheiros no mês passado – disse que as detenções deles na ocasião foram ilegais.

"Não são black blocs, eles estavam apenas se manifestando", disse. Um dos clientes dele foi detido após invadir a loja Tok&Stok.

Já o advogado Alberto Albiero, da central sindical CSP Conlutas, defende 15 suspeitos, todos estudantes da USP.

Eles foram detidos no mesmo protesto da Marginal Pinheiros. "Nenhum deles é black bloc. Isso não nos parece correto, era um ato pacífico. Foram presos ilegalmente, trata-sefree all bet365perseguição política", disse. Ele afirmou que partefree all bet365seus clientes seria vinculada aos partidos PSOL e PSTU.

"Eu vim depor e perguntaram se eu era black bloc, mas não sou", disse um rapaz logo após ser liberado por policiais do Deic.

Já outro interrogado, Alexandre Morgado,free all bet36530 anos, disse que pertence ao Grupofree all bet365Apoio ao Protesto Popular (Gapp), uma equipefree all bet36511 socorristas que atende tanto manifestantes quanto policiais feridos durante os protestos.

"Nós fazemos o atendimento (de primeiros socorros) no local e esperamos com a vítima até a chegada do Samu (o serviçofree all bet365ambulâncias da prefeitura)", disse.

Morgado afirmou que ele e seu grupo não são black blocs, até porque atuam sem máscaras. Ele diz ter sido detido enquanto dava atendimento a um ferido.

Já a polícia diz que o Gapp é um grupo black bloc investigado por fornecer uma estruturafree all bet365apoio médico aos manifestantes violentos para evitar que, uma vez feridos, eles deem entradafree all bet365hospitais e assim sejam identificados pela inteligência policial.