ONU elogia novo passo do Brasil no tratamento da Aids:suporte vbet

Medicamento antirretroviral. Foto: Getty images
Legenda da foto, Brasil vai oferecer medicamentos antirretrovirais para pacientessuporte vbetqualquer estágio da doença
  • Author, Daniela Fernandes
  • Role, De Paris para a BBC Brasil

suporte vbet O Brasil mantém o pioneirismo na luta contra a Aids ao anunciar que oferecerá tratamento a todos os portadores do vírus HIV, independentemente do estágio da doença, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids).

Soropositivos passarão a receber medicamentos antirretrovirais assim que a doença tiver sido diagnosticada.

Até agora, o país vinha oferecendo tratamento antirretroviral pelasuporte vbetrede pública apenas quando a contagem das célulassuporte vbetdefesa (CD4) do paciente caía para abaixo do patamarsuporte vbet500 células por milímetro cúbicosuporte vbetsangue.

Em junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os países oferecessem tratamento a pacientes com Aids a partir do momentosuporte vbetque o sistema imunológico apresentasse este patamar.

O Brasil já vinha oferecendo tratamento neste nível desde agosto do ano passado.

'Liderança'

Mas agora, com o anúncio do Ministério da Saúde, o Brasil passa a ser o primeiro paíssuporte vbetdesenvolvimento a oferecer terapia com retrovirais a todos os pacientes assim que a doença for diagnosticada.

Na prática, o Brasil será o terceiro país do mundo a deixarsuporte vbetcondicionar o tratamento gratuito ao númerosuporte vbetcélulassuporte vbetdefesa do paciente.

Programas semelhantessuporte vbettratamento independentemente do estágio da doença existem também na França e nos Estados Unidos, segundo o Unaids.

"O Brasil vai além da recomendação atual da Organização Mundial da Saúde", disse à BBC Brasil Georgiana Braga-Orillard, coordenadora do Unaids, no Brasil. "Novamente o Brasil provasuporte vbetliderança na luta contra a Aids", diz ela.

"Muitas pessoas fazem o teste, são diagnosticadas soropositivas e não voltam para fazer o tratamento. Quando retornam à redesuporte vbetsaúde, já estão com o númerosuporte vbetCD4 muito baixo e começam o tratamento muito tarde. Isso deixa sequelas", diz Braga-Orillard.

"O tratamento antirretroviralsuporte vbetum estágio mais precoce da doença permite que as pessoas vivam por mais tempo esuporte vbetmelhor saúde, e reduz substancialmente os riscossuporte vbettransmissão do vírus", afirma a OMS.

"Estudos demonstraram que o tratamento antirretroviral precoce pode reduzir o riscosuporte vbettransmissão do vírussuporte vbet96%" afirma o Unaids.

Protocolo

De acordo com o Ministério da Saúde, maissuporte vbet100 mil pessoas deverão ser beneficiadas com a expansão da ofertasuporte vbettratamento. Atualmente, 313 mil recebem remédios.

Em outubro, o governo brasileiro submeteu a consulta pública o protocolo clínico que prevê o tratamento Aids logo após o diagnóstico da doença, qualquer que seja o nívelsuporte vbetcélulassuporte vbetdefesa do organismo.

Os detalhes do protocolo clínico serão concluídos até o final do ano, mas o Ministério da Saúde já anunciou que o tratamento precoce será oferecidosuporte vbetqualquer nível da doença.

Segundo a coordenadora do Unaids, ainda não é possível estimar o custo da ampliação do programasuporte vbettratamento da Aids no Brasil. Atualmente, R$ 770 milhões são destinados aos medicamentos contra a Aids, do totalsuporte vbetR$ 1,2 bilhão do orçamento para lutar contra a doença.

Existem no Brasil, segundo estimativas do Unaids e do ministério da Saúde, entre 490 mil e 530 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV, sendo que cercasuporte vbet135 mil delas não sabem que têm a doença ou nunca fizeram o teste.

Por ano, é registrada uma médiasuporte vbet36 mil novos casos, sendo que praticamente a metade deles se refere a homens jovens homossexuais.

De acordo com o ministério da Saúde, a taxasuporte vbetprevalênciasuporte vbetportadoressuporte vbetHIV no Brasil ésuporte vbet0,4% da população geral. Entre os homens homossexuais, esse número sobe para 10,5%.

A taxasuporte vbetprevalência chega a 15% da população geral no casosuporte vbetjovens homossexuais com idade entre 15 e 27 anos no Estadosuporte vbetSão Paulo.

O novo protocolo clínico anunciado pelo Brasil também prevê simplificar o coquetelsuporte vbettriterapia com um "medicamento trêssuporte vbetum". O tratamentosuporte vbetum único comprimido, que já existe na França, deverá estar disponível no Brasilsuporte vbet2014.