Decapitados no México: um drama quase cotidiano:bolão da sorte online

Cropo decapitado é exibidobolão da sorte onlineIML do México (foto: AFP)
Legenda da foto, Maisbolão da sorte online1.300 pessoas foram decapitadas no México entre os anosbolão da sorte online2007 e 2012

Na semana passada, outra decapitação no México ganhou as primeiras páginas dos jornais: abolão da sorte onlineuma mulher assassianda a mando do cartel dos Zetas. O crime foi filmado e publicado no Facebook.

Contudo, o que provoca indignação e reprovação internacional é uma situação quase corriqueira no país: a gravação e a difusãobolão da sorte onlinevídeos mostrando pessoas sendo decapitadas.

Os Kaibilis

Os cinco decapitados da cidadebolão da sorte onlineUruapan haviam desaparecido na terça-feira, 5bolão da sorte onlinesetembro. Um jornalista local afirmou à BBC que as vítimas eram vendedoresbolão da sorte onlinedrogas locais.

Na mesma semana, outras duas pessoas foram decapitadas no Estado. O número desde janeiro já chega a 13.

Segundo registros da imprensa, ao menos 1.300 pessoas foram decapitadas no país durante o governobolão da sorte onlineFelipe Calderón (2007-2012) – períodobolão da sorte onlineque os índicesbolão da sorte onlineviolência no país subiram devido às estratégia do presidentebolão da sorte onlinecombater os cartéis.

Mas essa modalidadebolão da sorte onlineassassinato começou antesbolão da sorte onlineCalderón chegar ao poder.

A maioria dos especialistas concorda que a prática foi introduzida por desertores das forças especiais Kaibiles da Guatemala – que começaram a engrossar as fileiras dos Zetas no início dos anos 2000, quando esse grupo anda atuava como um braço armado do Cartel do Golfo.

Essa explicação consta no livro "El hombre sin cabeza" do jornalista Sergio Gonzalez Rodríguez, publicadobolão da sorte online2008. Ele traz depoimentosbolão da sorte onlinefamiliaresbolão da sorte onlinevítimas, crônicas, reflexões antropológicas e históricas

Rodríguez registra na obra uma entrevista com um decapitador dos Zetas. Ele diz ter sido "treinado" por pessoas que haviam aprendido a técnica com ex-integrantes combatentesbolão da sorte onlineselva Kaibiles.

Escalada tática

Símbolo relacionado a cartel mexicano (foto: Reuters)
Legenda da foto, A introdução da prática da decapitaçãobolão da sorte onlinecriminosos rivais no México é atribuída aos Zetas

Porbolão da sorte onlinevez, o professor americano George Grayson, autor do livro sobre os Zetas “All the executioner’s men” (Todos os homens do carrasco), diz que até a incorporação dos Kaibiles, os Zetas "somente" torturavam e batiambolão da sorte onlineseus inimigos.

Segundo Grayson, as táticas dos ex-Kaibiles – usadasbolão da sorte onlineuma guerrabolão da sorte onlineseu país – encontram apoio nos dos principais comandantes Zeta: Heriberto Lazcano Lazcano e Miguel Ángel Treviño Morales

O que aconteceubolão da sorte onlineseguida é algo que países como a Colômbia conhecem muito bem: quando um grupo armado começa a utilizar métodos especialmente violentos, seus rivais começam a imitá-los para espalhar um terror ainda maior.

Assim todos os outros cartéis –bolão da sorte onlineJuárez,bolão da sorte onlineSinaloa e do Golfo – também começaram a realizar decapitações.

Símbolo histórico

Em seu livro, Gonzalez Rodriguez lembra que na história do México há três síbolos relacionados com a decapitação.

Os aztecas exibiam crâniosbolão da sorte onlineestacas; a cabeça do sacerdote e primeiro líder independentista Miguel Hidalgo exibida pelos espanhóis para os revolucionários e a cabeçabolão da sorte onlinePancho Villa – retirada do corpo anos depoisbolão da sorte onlinesua morte.

Os maias também realizavam rituaisbolão da sorte onlinedecapitação. Samuel Gonzáles Ruiz, que é ex-conselheiro da ONU para a luta contra as drogas e chefiou a Unidade Especializadabolão da sorte onlineDelinquência Organizada no México (entre 1996 e 1998), disse à BBC Mundo que não é possível estabelecer um elo histórico entre o que ocorre hoje e no passado.

Entretanto, ele acredita que as decapitações atuais têm uma dimensão política: "A mensagem é clara: não temos piedade e faremos o que for preciso para controlar nosso território".

Proliferaçãobolão da sorte onlineimagens

Desde a chacinabolão da sorte onlineMichoacán, as decapitações se tornaram mais frequentes. Segundo registros da Procuradoria Geral da República,bolão da sorte online2007 ano menos 32 pessoas foram vítimas desse crime. Em 2011, esse número chegava a 500.

Somente entre abril e maiobolão da sorte online2012, maisbolão da sorte online80 pesoas foram decapitadas,bolão da sorte onlinemeio a choques entre os Zetas e seus antigos chefes, o Cartel do Golfo.

E a medidabolão da sorte onlineque aumentavam as mortes, a familiaridade do público com elas também crescia – com imagens publicadas pela imprensa ou por sites especializados como o Historias del Narco.

Também é comum vê-los no You Tube, onde são publicadas inclusive imagensbolão da sorte onlinemulheres e crianças sendo degoladas.

A polêmica da semana passada aconteceu porque um dsses vídeos cruzou uma fronteira invisível e chegou ao Facebook – que o retirou do ar depoisbolão da sorte onlinealguns diasbolão da sorte onlinecontrovérsia.

O vídeo,bolão da sorte onlinemenosbolão da sorte onlineum minuto, mostra um homem mascarado com uma facabolão da sorte onlinefrente a uma mulher ajoelhada. Ele afirma “isso é o que acontece com todos do Cartel do Golfo”. Em seguida a mulher é morta.

Seu corpo não foi encontrado e o governo não solucionou o crime. Como tantos outros casosbolão da sorte onlinedecapitados, a vitima repousabolão da sorte onlineuma tumba sem nome e a imagembolão da sorte onlinesua morte talvez continue circulando por décadas no limbo da internet.