Decapitados no México: um drama quase cotidiano:cabaretclub online casino
- Author, Juan Carlos Pérez Salazar
- Role, Da BBC Mundo, na Cidade do México
cabaretclub online casino Na madrugadacabaretclub online casinoquarta-feira, 6cabaretclub online casinosetembrocabaretclub online casino2006, vinte homens armados, vestidoscabaretclub online casinopreto e com os rostos cobertos com máscaras invadiu a discoteca Sol y Sombra, na cidadecabaretclub online casinoUruapan, no Estadocabaretclub online casinoMichoacán.
Eles fizeram disparos para o alto, obrigaram os clientes a se deitarem no chão e atiraram cinco pacotes na pistacabaretclub online casinodança.
Dentro das sacolascabaretclub online casinoplástico havia um conteúdo sombrio: cinco cabeças humanas.
O númerocabaretclub online casinovítimas e a maneira como o crime ocorreu fez com que a notícia tivesse repercussão internacional.
Na semana passada, outra decapitação no México ganhou as primeiras páginas dos jornais: acabaretclub online casinouma mulher assassianda a mando do cartel dos Zetas. O crime foi filmado e publicado no Facebook.
Contudo, o que provoca indignação e reprovação internacional é uma situação quase corriqueira no país: a gravação e a difusãocabaretclub online casinovídeos mostrando pessoas sendo decapitadas.
Os Kaibilis
Os cinco decapitados da cidadecabaretclub online casinoUruapan haviam desaparecido na terça-feira, 5cabaretclub online casinosetembro. Um jornalista local afirmou à BBC que as vítimas eram vendedorescabaretclub online casinodrogas locais.
Na mesma semana, outras duas pessoas foram decapitadas no Estado. O número desde janeiro já chega a 13.
Segundo registros da imprensa, ao menos 1.300 pessoas foram decapitadas no país durante o governocabaretclub online casinoFelipe Calderón (2007-2012) – períodocabaretclub online casinoque os índicescabaretclub online casinoviolência no país subiram devido às estratégia do presidentecabaretclub online casinocombater os cartéis.
Mas essa modalidadecabaretclub online casinoassassinato começou antescabaretclub online casinoCalderón chegar ao poder.
A maioria dos especialistas concorda que a prática foi introduzida por desertores das forças especiais Kaibiles da Guatemala – que começaram a engrossar as fileiras dos Zetas no início dos anos 2000, quando esse grupo anda atuava como um braço armado do Cartel do Golfo.
Essa explicação consta no livro "El hombre sin cabeza" do jornalista Sergio Gonzalez Rodríguez, publicadocabaretclub online casino2008. Ele traz depoimentoscabaretclub online casinofamiliarescabaretclub online casinovítimas, crônicas, reflexões antropológicas e históricas
Rodríguez registra na obra uma entrevista com um decapitador dos Zetas. Ele diz ter sido "treinado" por pessoas que haviam aprendido a técnica com ex-integrantes combatentescabaretclub online casinoselva Kaibiles.
Escalada tática
Porcabaretclub online casinovez, o professor americano George Grayson, autor do livro sobre os Zetas “All the executioner’s men” (Todos os homens do carrasco), diz que até a incorporação dos Kaibiles, os Zetas "somente" torturavam e batiamcabaretclub online casinoseus inimigos.
Segundo Grayson, as táticas dos ex-Kaibiles – usadascabaretclub online casinouma guerracabaretclub online casinoseu país – encontram apoio nos dos principais comandantes Zeta: Heriberto Lazcano Lazcano e Miguel Ángel Treviño Morales
O que aconteceucabaretclub online casinoseguida é algo que países como a Colômbia conhecem muito bem: quando um grupo armado começa a utilizar métodos especialmente violentos, seus rivais começam a imitá-los para espalhar um terror ainda maior.
Assim todos os outros cartéis –cabaretclub online casinoJuárez,cabaretclub online casinoSinaloa e do Golfo – também começaram a realizar decapitações.
Símbolo histórico
Em seu livro, Gonzalez Rodriguez lembra que na história do México há três síbolos relacionados com a decapitação.
Os aztecas exibiam crânioscabaretclub online casinoestacas; a cabeça do sacerdote e primeiro líder independentista Miguel Hidalgo exibida pelos espanhóis para os revolucionários e a cabeçacabaretclub online casinoPancho Villa – retirada do corpo anos depoiscabaretclub online casinosua morte.
Os maias também realizavam rituaiscabaretclub online casinodecapitação. Samuel Gonzáles Ruiz, que é ex-conselheiro da ONU para a luta contra as drogas e chefiou a Unidade Especializadacabaretclub online casinoDelinquência Organizada no México (entre 1996 e 1998), disse à BBC Mundo que não é possível estabelecer um elo histórico entre o que ocorre hoje e no passado.
Entretanto, ele acredita que as decapitações atuais têm uma dimensão política: "A mensagem é clara: não temos piedade e faremos o que for preciso para controlar nosso território".
Proliferaçãocabaretclub online casinoimagens
Desde a chacinacabaretclub online casinoMichoacán, as decapitações se tornaram mais frequentes. Segundo registros da Procuradoria Geral da República,cabaretclub online casino2007 ano menos 32 pessoas foram vítimas desse crime. Em 2011, esse número chegava a 500.
Somente entre abril e maiocabaretclub online casino2012, maiscabaretclub online casino80 pesoas foram decapitadas,cabaretclub online casinomeio a choques entre os Zetas e seus antigos chefes, o Cartel do Golfo.
E a medidacabaretclub online casinoque aumentavam as mortes, a familiaridade do público com elas também crescia – com imagens publicadas pela imprensa ou por sites especializados como o Historias del Narco.
Também é comum vê-los no You Tube, onde são publicadas inclusive imagenscabaretclub online casinomulheres e crianças sendo degoladas.
A polêmica da semana passada aconteceu porque um dsses vídeos cruzou uma fronteira invisível e chegou ao Facebook – que o retirou do ar depoiscabaretclub online casinoalguns diascabaretclub online casinocontrovérsia.
O vídeo,cabaretclub online casinomenoscabaretclub online casinoum minuto, mostra um homem mascarado com uma facacabaretclub online casinofrente a uma mulher ajoelhada. Ele afirma “isso é o que acontece com todos do Cartel do Golfo”. Em seguida a mulher é morta.
Seu corpo não foi encontrado e o governo não solucionou o crime. Como tantos outros casoscabaretclub online casinodecapitados, a vitima repousacabaretclub online casinouma tumba sem nome e a imagemcabaretclub online casinosua morte talvez continue circulando por décadas no limbo da internet.