América Latina perdeu o medo da desvalorização cambial, diz Banco Mundial:betfair libertadores
De la Torre citou como exemplo a resposta dos países da região após a crise russa,betfair libertadoreselevar acentuadamente as taxasbetfair libertadoresjuros. Após a crise,betfair libertadores1998, o BC brasileiro subiu a taxa básica para 45%betfair libertadoresmarço do ano seguinte.
"Hoje confortavelmente depreciamos as nossas moedas e ninguém se assustou", disse o economista.
Em defesa do câmbio flutuante
A análise do Banco Mundial para a América Latina reforça a receita que o Fundo Monetário Internacional (FMI) enfatizabetfair libertadoresseus relatórios divulgados nesta semana.
Mais cedo, o FMI disse que os países emergentes devem deixar as suas moedas flutuarem como resposta à saídabetfair libertadorescapitais que já vem sendo registrada nessas economias, à medida que os EUA se aproximam do fimbetfair libertadoresseu períodobetfair libertadoresexpansão monetária.
O Fundo elogiou especificamente a atuação do Brasil,betfair libertadoresintervir no mercado apenas para evitar uma flutuação desordenada do câmbio.
Economistasbetfair libertadoresmercado apontam os riscos inflacionários da desvalorização do real frente ao dólar, medida que tende a encarecer os produtos importados.
Porém, De la Torre relativizou essa possibilidade, afirmando que grande parte da inflação no Brasil se deve aos efeitos dos aumentos dos saláriosbetfair libertadoresuma situaçãobetfair libertadorespleno emprego. Em um cenáriobetfair libertadoresdesaceleração, essa pressão diminui, afirmou o economista.
Na América Latina, a redução das dívidas externas alivia a pressãobetfair libertadoresuma alta do dólar nas economias.
Empréstimosbetfair libertadoresdólar
Mas a desvalorização da moeda local é uma opção mais difícil para economias como a peruana, onde muitos indivíduos tomaram empréstimosbetfair libertadoresdólar para adquirir casas, e hoje sentem o efeito mesmobetfair libertadoresuma alta relativa da moeda americana.
Costa Rica e Uruguai também se encaixam nos países onde as dívidasbetfair libertadoresdólar atingem patamares elevados, disse o economista.
O relatório do Banco Mundial nota que esta nova realidade tem "implicações profundas" para as economias latino-americanas.
Primeiro, porque indica que os países latino-americanos devem ver ciclos econômicos mais moderados, mais semelhantes às economias avançadas.
Segundo, muda-se a lógicabetfair libertadoresatuação dos Bancos Centrais nas economias. Antes, as autoridades monetárias tentavam "defender moedas indefensáveis", até queimarem todo seu caixabetfair libertadoresreservas e serem obrigados a permitir a desvalorização, disse De la Torre.
Hoje, as atuações podem objetivar apenas "combater grandes desequilíbrios".
Gargalos e produtividade
Porém, o Banco Mundial reitera que a depreciação das moedas locais não resolve problemas estruturais que impedem os países da regiãobetfair libertadoresalcançar uma maior taxabetfair libertadorescrescimento no longo prazo.
Para o Brasil, as principais vulnerabilidades citadas nos relatórios deste ano do FMI e do Banco Mundial estão nos gargalosbetfair libertadoresoferta e na produtividade da economia.
De la Torre notou que o crescimento da região – que o FMI estimabetfair libertadores2,5% para este ano – está sendo reduzido, entre outras razões pelo esgotamento dos modelos baseadosbetfair libertadoresconsumo doméstico e pela desaceleração da economia chinesa.
Entretanto, ele ironizou o pessimismobetfair libertadoresanalistas que começaram a chamar as economias emergentesbetfair libertadores"submergentes".
O economista disse que, contrário ao que muitos pensam, o crescimento do crédito na América Latina não se deubetfair libertadoresmodo desordenado, e que os mecanismosbetfair libertadoressupervisão do sistema financeiro na região estão entre os mais avançados do mundo.
Ele acrescentou que o investimento direto externo, mais sólido que os capitais voláteis, é o grande financiador dos déficits da região.
E afirmou que, embora o investimento esteja abaixo do desejávelbetfair libertadorespaíses como o Brasil (o equivalente a menosbetfair libertadores20% do PIB), ainda é responsável por um bom quinhão do crescimento econômico das economias latino-americanas.
"Não é certo (dizer) que o crescimento econômico latino-americano foi tão débil na década passada, com pésbetfair libertadoresbarro, como se diz", afirmou De la Torre.