Movimento que atira tomates para protestar quer virar partido na Colômbia:27 bet online

Foto: Partido do Tomate
Legenda da foto, Partido já quer concorrer nas eleições27 bet online2014 na Colômbia
  • Author, Arturo Wallace
  • Role, Da BBC Mundo na Colômbia

27 bet online Um movimento27 bet onlineindignados com a política tradicional na Colômbia que se fortaleceu usando o Twitter e o Facebook pretende se transformar27 bet onlinepartido político e disputar as eleições27 bet onlinemarço27 bet online2014.

O nome da agremiação já foi escolhido: "Partido del Tomate", ou Partido do Tomate, por causa da forma particular como o movimento ganhou projeção.

Em abril, outdoors foram colocados27 bet onlineMedellín mostrando o político Francisco Santos, pré-candidato à Presidência no pleito do ano que vem, criticando o processo27 bet onlinepaz entre o governo colombiano e o principal grupo guerrilheiro27 bet onlineesquerda do país, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Os cartazes foram atacados com tomates.

"Nós os chamamos27 bet online'outdoors do ódio', porque o que queriam era acabar com o processo27 bet onlinepaz fazendo uma chamado ao ódio, usando o ódio das pessoas", disse à BBC Mundo Daniel Quintero, 33 anos, um dos fundadores do movimento.

"Então, tomamos a decisão muito espontânea27 bet onlineatirar tomates", afirmou, lembrando que os cartazes traziam a imagem negociador-chefe das Farc, Iván Márquez, junto com a do traficante Pablo Escobar e a frase "Adivinhe quem matou mais policiais".

Na semana seguinte, um monte27 bet onlinetomates podres foram lançados contra um outdoor no qual eram mostrados outros dois nomes importantes da política colombiana, o procurador-geral da República, Alejandro Ordoñez, e o então presidente do Congresso, senador Roy Barreras, acusados27 bet onlineter acabado com o projeto27 bet onlinelei que tinha legalizado o casamento gay no país.

A resposta positiva das pessoas a este e outros ataques com tomates convenceu o grupo27 bet onlinejovens responsáveis pelas ações que eles não eram os únicos a não se sentirem representados pelos políticos tradicionais.

Atualmente o movimento está coletando as 50 mil assinaturas necessárias para se converter27 bet onlineum partido político.

'Tomates para todo o lado'

Foto: Partido do Tomate
Legenda da foto, O arremesso27 bet onlinetomates contra cartazes virou protesto na Colômbia

"Começaram a falar27 bet onlinetomates por todos os lados. Então, pensamos: 'bem, este poderia se transformar27 bet onlineum movimento (político) real", afirmou Quintero.

"O passo seguinte foi criar a conta do Twitter e a conta do Facebook, que cresceram com uma velocidade impressionante, o que nos convenceu que não éramos os únicos que nos sentíamos sem opções (políticas), mas que havia milhares27 bet onlinepessoas pensando igual."

Seis meses depois,27 bet onlinegrande parte graças à forma como o grupo usou as "tomatinas" (os protestos com ataques27 bet onlinetomates) e as redes sociais, o Partido do Tomate continua crescendo, e a imprensa colombiana fala cada vez mais do grupo, que se autodenomina também "Partido dos Indignados Colombianos".

A fase27 bet onlinecoleta27 bet onlineassinaturas está quase terminada, a conta no Twitter @TomatePartido já tem mais27 bet online10 mil seguidores e mais27 bet online30 mil pessoas já estão vinculadas à página do movimento no Facebook.

Além disso, os jovens membros do grupo afirmam que, durante as eleições27 bet onlinemarço27 bet online2014 vão saber demonstrar que são mais do que "realidade virtual", moda passageira ou uma curiosidade do panorama político local.

"Se ficarmos só na indignação, não vamos conseguir nada", afirmou Juan Carlos Upegui, um estudante27 bet onlinefilosofia que também ajudou a fundar o movimento que agora quer apresentar uma lista27 bet onlinecandidatos ao Senado.

"Queremos participar da política, mas queremos mudar a política", disse.

Redes sociais e democracia 2.0

Upegui afirma que uma das propostas do movimento é utilizar a fundo as possibilidades abertas pelas redes sociais e dar maior participação aos cidadãos e menos poder aos políticos.

Juan Carlos Upegui (esq.) e Daniel Quintero, dois dos três fundadores do partido. Foto: Arturo Wallace
Legenda da foto, Juan Carlos Upegui (esq.) e Daniel Quintero dizem estar aplicando 'Democracia 2.0'

"A ideia é que os representantes eleitos as utilizem para consultar diretamente os cidadãos a respeito27 bet onlinecomo devem votar", acrescentou Quintero.

"E os estatutos do partido têm uma regra que dizem que, se através27 bet onlineuma plataforma27 bet onlineinternet os militantes devidamente inscritos decidem revogar o mandato27 bet onlineum representante, podem fazer isto a qualquer momento. Isto vai obrigar o eleito a representar melhor os cidadãos", afirmou.

Os dois afirmam que o Partido do Tomate já está aplicando internamente os mecanismos do que chamam27 bet online"Democracia 2.0".

Através27 bet onlineuma convocação feita no Facebook, o grupo original27 bet onlinetrês amigos que fundou o movimento (do qual também faz parte o estudante27 bet onlinedireito Eli Shnaider) conseguiu formar27 bet onlinepoucos dias um núcleo27 bet online700 "fundadores" que imediatamente começou a criar mais conteúdo para a proposta do grupo.

A definição do programa e os estatutos do Partido do Tomate, além da identificação27 bet onlinepossíveis candidatos ao Senado, são processos muito participativos para os que usam plataformas como Skype, Twitter, Facebook, email entre outros. Mas o objetivo é contar com uma plataforma virtual própria para facilitar as discussões internas.

"Não somos um partido virtual. Mas seria ilógico não nos apoiarmos nas redes sociais", disse Upegui.

Os "tomateiros" reconhecem que seu movimento não poderia ter surgido sem a ajuda do Facebook e do Twitter, mas rejeitam a ideia27 bet onlineque esta dependência da internet os transforma27 bet onlineum movimento urbano e27 bet onlineelite.

"Segundo os últimos estudos, 80% dos colombianos já têm acesso à internet", disse Quintero, acrescentando que o partido já tem presença27 bet onlinecerca27 bet online400 municípios da Colômbia.

Realismo

Foto: Partido do Tomate
Legenda da foto, Acredita-se que o partido precise27 bet onlinepelo menos 450 mil votos para eleger representante no Senado

Mas, a realidade é que, para conseguir assentos na próxima legislatura, o Partido do Tomate precisa multiplicar por pelo menos 45 o número27 bet onlineseguidores no Twitter ou por 15 o número27 bet onlinesimpatizantes no Facebook.

"Segundo cálculos da Registradoria (órgão do governo responsável pelo registro e identificação dos colombianos e pela administração dos processos eleitorais) são necessários 450 mil votos (para eleger um representante para o Senado)", afirmou à BBC Mundo a cientista política Beatriz Gil, do Congresso Visível, um grupo27 bet onlinemonitoramento e análise das ações do Congresso colombiano ligado à Universidade dos Andes,27 bet onlineBogotá.

"E o cenário eleitoral na Colômbia é bastante complicado (para os novos partidos)", lembra o também cientista político Nicolás Santamaria, do mesmo projeto.

"Formar um partido político no país é relativamente simples, o que não é simples é conseguir votos", acrescentou.

Santamaria lembra que o discurso27 bet onlinerenovação política também não é novo.

"Há oito anos também se dizia na Colômbia que as pessoas não se identificavam com os partidos, tanto que chegamos a eleger um presidente (Álvaro Uribe Vélez) que disse que iria fechar uma das câmaras. E, na primeira eleição27 bet onlineÁlvaro Uribe Vélez (em 2002), seu discurso central também foi 'não à politicagem'", afirmou.

Apesar do ceticismo27 bet onlinemuitos analistas, Quintero está convencido27 bet onlineque as ideias centrais do Partido do Tomate poderão ter ressonância junto aos colombianos descontentes.

Quintero e Upegui citam alguns exemplos27 bet onlineideias defendidas pelo movimento: a defesa do casamento igualitário, o respeito à autonomia dos indivíduos, a crítica aos acordos27 bet onlinelivre comércio. Algo que parece situar o Partido do Tomate mais à esquerda do espectro político, algo que eles rejeitam.

"Muitos nos pedem propostas específicas, mas,27 bet onlinenosso modelo27 bet onlinepolítica, não são os dirigentes que devem levar propostas acabadas. É preciso entender que este é um partido27 bet onlineconstrução, um processo que está apenas começando", disse Upegui.