Dilma diz defender 'segurança' e não 'controle' da internet:xbet

Dilma RousseffxbetNova York
Legenda da foto, Presidente tentou esclarecer declaração feita durante a Assembleia Geral da ONU
  • Author, Pablo Uchôa
  • Role, Enviado especial da BBC Brasil a Nova York

xbet Esclarecendo um ponto polêmico na discussão internacional sobre o futuro da internet, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o Brasil não está pedindo "interferência" da ONU na rede, e sim ações para "preservar a (sua) segurança", protegendo o mundoxbetuma "nova guerra" no plano virtual.

Bandeira central no discurso que a presidente fez na terça-feira na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, Dilma disse que seu governo não concorda com "esse tipoxbetcontrole", mas quer propor legislação internacional evitar que "a nova guerra se dê dentro do mundo cibernético".

Desde que o Planalto reagiu às denúnciasxbetespionagem atribuídas à Agência NacionalxbetSegurança americana (NSA), analistas e jornalistas têm criticado o que dizem ser um desejo do Brasilxbetse separar da internet americana ou promover o controle da rede por meioxbetuma entidade como a ONU.

O governo alega que os projetosxbetdiscussão dizem respeito à instalaçãoxbetcabos submarinos entre o Brasil e outros países, o que evitaria o roteamento dos dados brasileiros pelos EUA, e legislação que obrigaria empresas estrangeiras a manter os dadosxbetcidadãos brasileiros no Brasil, e não no exterior.

"Nós não estamos pedindo interferência da ONU, não estamos dizendo 'ONU, controle a internet'", disse Dilma. "Nós não concordamos com esse tipoxbetcontrole. Nós estamos dizendo 'ONU, preserve a segurança, não deixe que a nova guerra se dê dentro do mundo cibernético, com hackers e tudo'".

No discurso na Assembleia Geral, Dilma havia afirmado que o Brasil apresentará propostas para criar um "marco civil" multilateral para garantir a liberdadexbetexpressão na internet, estabelecer uma governança democrática e multilateral da rede e preservar o seu caráterxbetuniversidade, diversidade e neutralidade.

A presidente acredita que as discussões sobre o marco civilxbetgerenciamento no Brasil, das quais participam governo, empresas e entidades da sociedade civil e outras partes interessadas, será uma boa "base para apresentarmos propostas internacionais".

Relação com os EUA

Agência NacionalxbetSegurança
Legenda da foto, A revelaçãoxbetque a NSA espionava o governo e empresas brasileiras foi o estopim do imbróglio

Dilma Rousseff encerrouxbetvisita a Nova York menosxbetdez dias após anunciar o adiamentoxbetuma visitaxbetEstado a Washington marcada para outubro. Em seu discurso na ONU, fez duras críticas aos EUA.

Mas a presidente disse que "nada do que foi dito era desconhecido pelas autoridades americanas" e afirmou que o Brasil não tem "a menor responsabilidade (no) processo que desencadeou (a tensão)".

Questionada sobre as relações do Brasil com os EUA após o incidente, Dilma afirmou que "essa resposta temxbetser construída a partirxbetmedidas que devem ser tomadas".

"A relação do Brasil com os EUA é uma relação estratégica para os dois países e não é possível deixar isso que está acontecendo sem controle", disse Dilma.

"Ademais, esse senhor que tem os dados (Snowden) éxbetuma empresa privada onde ficou quatro meses. Como é que ele tem dados sobre o Brasil, sobre a minha pessoa, as empresas brasileiras e os cidadãos? Essa é uma pergunta que vai terxbetser esclarecida, não apenas par ao Brasil, mas também para outros países. E nós aguardaremos."

Entretanto, a presidente expressou que espera que venham esclarecimentos, pois a relação EUA-Brasil "ultrapassa (o indicente) e temxbetdinâmica".

"Era possível elevar esse patamar, e é isso que eu acho que tanto o presidente Obama quanto eu queremos. Agora, há que se construir as condições."

O presidente Barack Obama disse que o processoxbetrevisão dos procedimentos da NSA levaria "meses" – sem precisar exatamente que procedimentos serão feitos e quantos meses serão necessários.

Tranquilizando investidores

Dilma e Obama
Legenda da foto, O caso da NSA impactou a relação do Brasil com os Estados Unidos, que não se desculparam

O último compromissoxbetDilmaxbetNova York foi o encerramentoxbetum seminário promovido pelo bancoxbetinvestimentos Goldman Sachs para tratar das oportunidades existentes no setorxbetinfraestrutura brasileiro.

Emxbetparticipação, a presidente procurou tranquilizar investidores ao afirmar que o Brasil respeita contratos e que honrar compromissos é uma política "de Estado", nãoxbetgoverno.

Ela enfatizou que o crescimento brasileiro, ancorado no incremento e na distribuição da renda, elevou a demanda por serviços e infraestrutura.

"Vocês aqui nos EUA têm 400 mil ônibus escolares. No Brasil, não é assim. Nós estamos criando o ônibus escolar padronizado no início do século 21", exemplificou Dilma. "Vocês fizeram as ferrovias. Meu país, que tem dimensões continentais e é um dos principais exportadoresxbetminérios, não tem uma malha ferroviária."

A presidente reforçou que o Brasil tem bases fiscais e macroeconômicas boas para se aproveitar a retomada econômica mundial, e arrancou aplausos da plateia quando disse que está investindo na formaçãoxbetmão-de-obra necessária para suprir a demanda.