Como um ataque à Síria deve afetar os países vizinhos:aposta política brasil
"Os turcos temem menos as repercussões porque possuem grande poder militar, e o regimeaposta política brasilDamasco não pensariaaposta política brasilprovocar uma reação da Turquia", afirmou Jouni.
Para o jordaniano Mahjoob Zweiri, especializadoaposta política brasilpolítica do Oriente Médio e Irã na Universidade do Catar, um ataque dos Estados Unidos não provocará uma reação imediata do Irã contra países aliados dos americanos.
"O Irã deve usar seus aliados regionais, como o Hezbollah e outros grupos militantes menores, para causar distúrbios no Líbano, na Jordânia e Iraque, desafiando líderes locais aliados dos americanos."
Confira a situaçãoaposta política brasilcada país, segundo os analistas:
Turquia
De todos os vizinhos dos sírios, a Turquia é quem mais se posicionou contra o regimeaposta política brasilAssad desde o início do levante popular, há maisaposta política brasildois anos. Alémaposta política brasilaliado dos Estados Unidos e um importante membro da Otan, os turcos estão entre os países que mais apoiam uma intervenção militar na Síria.
Para o analista independente Semih Idiz, a Turquia já enfrentou os piores cenários com a crise na Síria, e pouco temeaposta política brasilrelação a uma eventual retaliação do governo sírio: "A Turquia dispõeaposta política brasilamplos recursos para se defender militarmente e conta com um amplo apoio da Otan".
De acordo com o analista, a crise humanitária já afetou o país e pouco mudará se um maior númeroaposta política brasilrefugiados cruzar suas fronteiras.
"O grande númeroaposta política brasilrefugiados sírios já levou à exaustão os recursos da região no sul da Turquia, e o governo já vem lidando com a crise humanitária há muito mais tempo", afirmou.
"O maior medo dos turcos seria que a derrotaaposta política brasilAssad inspirasse uma revoltaaposta política brasilseparatistas curdos dentroaposta política brasilseu território. A Turquia certamente estáaposta política brasilum jogo perigoso, e é por isso que nos últimos meses tenta um acordoaposta política brasilpaz com os partidos políticos curdos."
Jordânia
Embora tenha declarado que prefere uma solução política para o conflito na Síria, o governo jordaniano também não se opõe a uma intervenção militar americana.
Como a Turquia, o país sentiu o pesoaposta política brasilum grande fluxoaposta política brasilrefugiados síriosaposta política brasilseu território, como no campoaposta política brasilrefugiadosaposta política brasilZaatari, uma cidadeaposta política brasiltendas e que abriga maisaposta política brasil120 mil pessoas.
"A presençaaposta política brasilsírios no país já afeta a ofertaaposta política brasiltrabalho,aposta política brasilque sírios competem com imigrantes egípcios por um salário menor, afetando o próprio Egito, um país que já tem seus próprios problemas econômicos", disse o analista jordaniano Mahjoob Zweiri, da Universidade do Catar.
Zweiri explicou também que o sistemaaposta política brasilsaneamento e distribuiçãoaposta política brasilágua no norte da Jordânia tem sofrido interrupções com a maior demanda por conta da presençaaposta política brasilsírios.
"A Jordânia não tem os recursos para receber ainda mais refugiados,aposta política brasileconomia não tem condiçõesaposta política brasilabsorver um fluxo maior."
O analista também alertou para o riscoaposta política brasiluma retaliaçãoaposta política brasilAssad contra o país, incluindo, mesmo que isso seja improvável, armas químicas. "Tudo pode acontecer se o regimeaposta política brasilDamasco, impulsionado por pedidosaposta política brasilvingançaaposta política brasilseus apoiadores, resolver retaliar contra os países aliados dos EUA."
Líbano
O pequeno país do leste do Mediterrâneo seria o que mais teria a perder com os ataques americanos à Síria, na opinião do analista libanês Imad Salamey, da Universidade Americana Libanesa.
Segundo ele, a relação entre Líbano e Síria é muito forte, com laços políticos e econômicos. E, por isso, são justamente esses dois setores que vêm sofrendo com a guerra civil síria.
A economia libanesa sofre com poucos turistas, receosos pelos confrontos sectários quase que constantes, sequestros e ataques com foguetes por grupos militantes desconhecidos. Atentados a bomba já ocorreramaposta política brasiláreas sunitas e xiitas, elevando a rivalidade sectária.
"A profunda divisão entre partidos políticos levou a uma estagnação do governo, com um primeiro-ministro nomeado que não consegue formar um gabinete há meses. Além disso, a guerra vizinha chegou ao território libanês, onde a maioria dos sunitas apoia os rebeldes sírios e a maioria dos xiitas está ao ladoaposta política brasilAssad", explicou.
Em Trípoli, segunda maior cidade do país, há constantes confrontos armados entre as comunidades sunita e alauíta, o grupo ao qual pertence o presidente sírio.
Mas a maior consequência para o Líbanoaposta política brasilpossíveis ataques dos EUA contra a Síria seria uma retaliação militar do grupo militante Hezbollah contra Israel. O grupo libanês é um forte aliado da Síria e do Irã e, por meses, vem enviando soldados ao território sírio para combater ao lado das tropasaposta política brasilAssad.
"O maior medo da população libanesa seria o Hezbollah lançar foguetes como represália dos ataques americanos, e o governo israelense responder com uma ofensiva militar devastadora para o Líbano", afirmou Salamey.
Outro analista, Hassan Jouni, da Universidade Libanesa, lembrou que Israel por várias vezes alertou o governo libanêsaposta política brasilque seria responsabilizado por um ataque do Hezbollah contra seu território.
"Uma respostaaposta política brasilIsrael não seria contra o Hezbollah, mas contra todo o Líbano, e teria consequências mais catastróficas para os libaneses do que a guerraaposta política brasil2006."
Para ele, um confronto entre o Hezbollah e Israel levaria a um conflito interno,aposta política brasilque sunitas e outros grupos poderiam entraraposta política brasilconfronto armado contra o Hezbollah, caso enxerguem um enfraquecimento do grupo.
Iraque
O governo iraquiano tem tentado manter uma neutralidadeaposta política brasilrelação à guerra na Síria. No entanto, o primeiro-ministro Nouri al-Malaki declarou que o conflito era responsável pelo aumento da violênciaaposta política brasilseu país. Ele também se opôs a uma intervenção americana.
O Iraque, assim como o Líbano, possui uma população heterogênea e frágil, com sunitas, pró-rebeldes sírios, e xiitas, fortemente influenciados pelo Irã.
"Nos últimos anos, o Iraque se aproximou muito do Irã, garantindo aos iranianos o acessoaposta política brasilseu espaço aéreo para entregasaposta política brasilarmamentos e soldados a Assad", explicou Mahjoob Zweiri.
Segundo ele, o governo iraquiano não consegue controlaraposta política brasilfronteira oeste coma Síria, regiãoaposta política brasilmaioria sunita e que seria também o pontoaposta política brasilentradaaposta política brasilmilitantes islâmicos e simpatizantes da Al Qaeda, que se juntaram aos rebeldes sírios emaposta política brasilluta contra o governo.
"É fácil adivinhar que um ataque americano poderá levar a um aumentoaposta política brasilmilitantes extremistas cruzando a fronteira do Iraqueaposta política brasildireção à Síria. Uma intervenção maior do governo iraquiano pode ser vista como uma ação contra os sunitas do país, elevando a tensão sectária."
O analista também aponta uma ação do Irã, que não retaliariaaposta política brasilforma direta, mas poderia incentivar miltiantes xiitas no Iraque a atacarem seus rivais sunitas no país.
"O Irã se sentiria ameaçado. Um enfraquecimentoaposta política brasilAssad, e pior do que isso, uma queda do governante sírio, seria um golpe fatal para o Irã. Para os iranianos, há muitoaposta política brasiljogo", completou Zweiri.