A diplomacia perdeu espaço no governo Dilma?:casa de apostas da deolane
Patriota sucedeu Celso Amorim, atual ministro da Defesa e único chanceler no governo Lula (2003- 2010), quando o Itamaraty alcançou projeção internacional inédita. Naqueles anos, o Brasil expandiu agressivamentecasa de apostas da deolaneredecasa de apostas da deolaneembaixadas – com foco especial na África –, integrou discussões sobre conflitos no Oriente Médio e ampliou exponencialmente seus programascasa de apostas da deolanecooperação com países subdesenvolvidos.
Segundo analistas, embora Dilma tenha mantido as linhas gerais da política externacasa de apostas da deolaneLula, seu governo tem praticado uma diplomacia muito mais discreta e reservada. Ela tem viajado menos que o antecessor, paralisou a aberturacasa de apostas da deolaneembaixadas e se afastoucasa de apostas da deolanetemas internacionais espinhosos.
Perfil e perdacasa de apostas da deolaneatribuições
Diplomatas creditam parte da mudançacasa de apostas da deolaneatitude ao perfil da presidente, tida como menos entusiasmada por política externa que Lula. A demissão do ministro, porém, reavivou nos corredores do ministério queixas contra a posturacasa de apostas da deolaneDilmacasa de apostas da deolanerelação à pasta.
Segundo diplomatas ouvidos pela BBC Brasil, a demissãocasa de apostas da deolanePatriota se deu num momentocasa de apostas da deolaneque o órgão perde funções e enfrenta duras restrições orçamentárias, o que teria acelerado o desgaste entre o ministro e a presidente.
"Antes (o Itamaraty) jogava sozinho num picadeiro com poucos atores, hoje tem que se coordenar com uma sériecasa de apostas da deolaneoutros órgãos na parte financeira,casa de apostas da deolanecomércio internacional, navegação aérea... Então naturalmente há uma diminuiçãocasa de apostas da deolaneseu papel", diz o embaixador Marcos Azambuja, secretário-geral da pasta entre 1990 e 1992.
Nas palavrascasa de apostas da deolaneum diplomata que não quis ser identificado, Dilma quer que os demais ministérios desempenhem suas relações exteriores por conta própria, sem a participação do Itamaraty. "Antes trabalhávamos junto com os outros órgãos."
E, a se confirmar o plano da presidentecasa de apostas da deolanereformar a Agência Brasileiracasa de apostas da deolaneCooperação (ABC), anunciadocasa de apostas da deolanediscurso recente na Etiópia, o espaço deverá se reduzir ainda mais. Hoje controlada pelo Itamaraty e voltada à cooperação técnica, a agência pode deixar o órgão e passar a ter como missão principal o comércio exterior, segundo assessores da Presidência.
Para Azambuja, a perdacasa de apostas da deolaneatribuições do ministério é um processo normal para um país que ganha projeção e aperfeiçoa seu governo. "O Itamaraty perdeu espaço, mas não influência", disse.
Ele cita duas vitórias da diplomacia nacional nos anos Dilma (ainda que as considere "dividendos" da gestão anterior): as eleições dos brasileiros José Graziano à diretoria-geral da FAO (agência da ONU para agricultura)casa de apostas da deolane2011 ecasa de apostas da deolaneRoberto Azevêdo à chefia da OMC (Organização Mundial do Comércio) neste ano.
Limitações financeiras
Mas diplomatas afirmam que, além da reduçãocasa de apostas da deolanefunções, o órgão tem enfrentado duras limitações financeiras, que afetam programascasa de apostas da deolanecooperaçãocasa de apostas da deolanecurso. As queixas incluem ainda a diminuição do númerocasa de apostas da deolaneviagenscasa de apostas da deolanediplomatas lotados no Brasil.
"Não há só um cortecasa de apostas da deolaneorçamento, mascasa de apostas da deolaneintensidade", diz um diplomata. "Há um sentimento geralcasa de apostas da deolaneque estamos desprestigiados."
Para o diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, a diferença na postura da diplomacia brasileira nos anos Dilma reflete ainda o menor engajamento da presidente na atividade.
"Ela não tem aquele gosto que o Lula tinha", analisa.
Ricupero diz que o prestígio internacional do país diminuiu no atual governo, o que atribui também ao fraco desempenho da economia. "Na época do Lula, havia uma percepçãocasa de apostas da deolaneque o país ia muito bem, hoje, a situação mudou muito."
Para Azambuja, a assertividade da diplomacia nos anos Lula também se amparava nas boas relações do ex-presidente com seu chanceler, Celso Amorim.
"Ele (Amorim) tinha muito mais prestígio junto ao Lula do que o embaixador Patriota tinha junto à Dilma."
"O Patriota sempre foi um profissional correto e sério, mas nunca teve estatura para encontrar na Dilma uma aliada e amiga. Pelo contrário, a impressão é que ele tinha um desprestígio que chegou ao paroxismo."
Sucessor
Tanto Ricupero quanto Azambuja elogiam o novo chanceler, Luiz Figueiredo, com quem já trabalharam.
Para Azambuja, trata-secasa de apostas da deolane"pessoa rigorosa, trabalhadora e competente".
Segundo Ricupero, alémcasa de apostas da deolanequalificado, Figueiredo é muito respeitado na área da diplomacia do meio ambiente e conhece o assunto profundamente.
Segundo asssessorescasa de apostas da deolaneDilma, pesou na escolhacasa de apostas da deolaneFigueiredo seu desempenho na Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável,casa de apostas da deolane2012.
Ambos, porém, se dizem céticos quanto à possibilidadecasa de apostas da deolaneque a mudança no ministério altere a química entre o órgão e a presidente.
"Qual é o ministro que tem prestígio nesse governo?", questiona Ricupero.
"O problema que surge é que, no caso dos presidentes anteriores (FHC e Lula), havia grande suavidadecasa de apostas da deolanecomportamento. Os dois eramcasa de apostas da deolaneencantador convívio, enquanto Dilma écasa de apostas da deolaneconvívio muito mais áspero", diz Azambuja. "É muito mais difícil ser ministro dela".