Grupo palestino convoca população a seguir exemplo do Egito:parazao bet

Protestoparazao betjunho no Egito, convocado pelo grupo oposicionista Tamarod (Getty)
Legenda da foto, Movimento palestino se inspira no Tamarod egípcio, que organizou protestos no Cairo
  • Author, Guila Flint
  • Role, De Tel Aviv para a BBC Brasil

parazao bet Um movimento inspirado nos protestos que antecederam a deposição do presidente egípcio Mohammed Morsi,parazao bet3parazao betjulho, tem convocado a população palestina a se rebelar contra seus próprios governos e contra Israel.

O grupo Tamarod Palestina, fundadoparazao betjunho por jovens da Cisjordânia, chama a população a se levantar contra as autoridades dos movimentos Fatah e Hamas e contra a ocupação israelenseparazao betterritórios reivindicados pelos palestinos.

Em entrevista à BBC Brasil, um dos membros do grupo, que se identificou apenas como M., afirmou que após o mês do Ramadã (que terminaparazao bet7parazao betagosto) o grupo pretende iniciar a coletaparazao betassinaturas para um grande abaixo-assinado tanto contra a Autoridade Palestina, liderada pelo Fatah na Cisjordânia, como contra o Hamas, que controla a Faixaparazao betGaza.

"Tamarod é um verbo e não um substantivo, significa 'rebelem-se'", diz M. "Temos o mesmo nome do movimento que iniciou a rebelião no Egito."

E, como o Tamarod egípcio, o grupo palestino pretende estimular a mobilização popular com abaixo-assinados.

No Egito, o Tamarod afirma ter coletado 22 milhõesparazao betassinaturas contra o governoparazao betMorsi e afirma que isso serviuparazao betcatalisador para as grandes manifestações nas ruas que acabaram levando à queda do ex-presidenteparazao betplataforma muçulmana por um golpe militar.

'Direitos do povo palestino'

M., um engenheiro,parazao bet26 anos, afirma que é um dos "muitos" membros do Tamarod Palestina, mas não mencionou o número exatoparazao betativistas do grupo.

De acordo com ele, os membros do grupo têmparazao bet18 a 30 anos e são estudantes universitários, professores e profissionais liberais.

"Nosso grupo integra membrosparazao bettodos os setores do povo palestino, inclusive na Cisjordânia,parazao betGaza, nos territóriosparazao bet1948 (onde foi estabelecido o Estadoparazao betIsrael) e na diáspora", afirmou M. "Queremos a saída tanto do Hamas como do Fatah; eles não representam os verdadeiros direitos do povo palestino."

"Nosso movimento é secular e democrático e somos contra a chamada 'soluçãoparazao betdois Estados' (um israelense e um palestino). Defendemos um Estado só, do mar (Mediterrâneo) ao rio (Jordão)."

Divisões profundas

No entanto, cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil não acreditam que o Tamarod da Palestina possa conseguir criar a grande mobilizaçãoparazao betmassas que o Tamarod do Egito conseguiu.

"A situação aqui na Palestina é completamente diferente", disse Samir Awad, professorparazao betCiências Políticas da Universidadeparazao betBir Zeit, na Cisjordânia.

"Não penso que o que ocorreu no Egito possa acontecer aqui, pois temos profundas divisões internas, tanto políticas como geográficas", agrega o cientista político palestinoparazao betreferência ao controle da Autoridade Palestina na Cisjordânia pelo Fatah, e o domínio da Faixaparazao betGaza pelo Hamas.

"Além disso, nos encontramos sob a ocupação israelense", acrescentou.

Para Awad, "as divisões entre os palestinos são muito profundas. Para produzir uma rebelião será necessário bem mais do que mobilizações pelas redes sociais".

Na opiniãoparazao betLev Grinberg, cientista politico da Universidade Ben Gurion, no sulparazao betIsrael, "atualmente o desânimo entre os palestinos é muito grande, portanto é pouco provável que tal rebelião ocorra".

"Os palestinosparazao betfato foram a vanguarda das rebeliões populares, vale lembrar a primeira Intifada" disse Grinberg,parazao betreferência ao levante popular palestino contra a ocupação israelense,parazao bet1987, que levou às ruas da Cisjordânia e da Faixaparazao betGaza dezenasparazao betmilharesparazao betmanifestantes.

"Existe uma nova geraçãoparazao betpalestinos que não se identifica nem com o Fatah e nem com o Hamas, mas não acho que haja condições para a erupçãoparazao betuma rebelião popular palestina como a que estamos presenciando no Egito", concluiu Grinberg.