Contraste entre estádio e rua marca vitória do Brasilroleta virtual googleFortaleza:roleta virtual google
- Author, Rogerio Wasserman
- Role, Enviado especial da BBC Brasil a Fortaleza
roleta virtual google A tranquilidade do ladoroleta virtual googledentro da Arena Castelão,roleta virtual googleFortaleza, durante o jogo entre Brasil e México na tarde desta quarta-feira, não poderia contrastar mais com o cenárioroleta virtual googleguerra vivido a poucos quilômetros dali - onde cercaroleta virtual google30 mil pessoas participaramroleta virtual googleum protesto contra os gastos públicos para a Copa do Mundoroleta virtual google2014.
O protesto começou às 10h e somente foi dispersado quando o jogo já estavaroleta virtual googleandamento, por volta das 16h30.
Nos momentosroleta virtual googlemaior tensão, entre 12h30 e 13h30, carros foram queimados e pedras atiradas por manifestantes na direção da polícia, que respondeu com bombasroleta virtual googlegás lacrimogênio eroleta virtual googleefeito moral, alémroleta virtual googlesprayroleta virtual googlepimenta e balasroleta virtual googleborracha. Houve feridos dos dois lados.
A vitória sobre o México, por 2 a 0, foi o segundo jogo do Brasil na Copa das Confederações - competição que serve como espécieroleta virtual googleensaio para a Copa do Mundo do ano que vem, com o teste dos estádios e da infraestrutura preparados para o torneio.
Entre os 60 mil torcedores dentro do estádio, havia um marroleta virtual googlecamisas amarelas do Brasil, algumas poucas centenasroleta virtual googlecamisas verdes do México e apenas um punhadoroleta virtual googlecartazes com apoio às manifestações.
Os organizadores do protesto haviam pedido para que os torcedores levassem para dentro das arenas da Copa das Confederações as manifestações que vêm marcando a competição do ladoroleta virtual googlefora.
Medo
O protesto popular, concentrado numa das barreiras policiais ao redor do Castelão, a três quilômetrosroleta virtual googledistância do estádio, chegou a assustar alguns torcedores. Eles tiveram que atravessar a manifestação e o cordãoroleta virtual googleisolamento da polícia para chegar à arena, depoisroleta virtual googlecaminhar por maisroleta virtual googlemeia hora sob o sol escaldanteroleta virtual googleFortaleza a uma temperaturaroleta virtual google30 graus.
"Deu um poucoroleta virtual googlemedoroleta virtual googlepassar pelos manifestantes, mas eles foram respeitosos e estavam deixando os torcedores passar", disse à BBC Brasil o vendedor mexicano Juan José Ghibesi,roleta virtual google30 anos, que está acompanhando os três jogos da seleçãoroleta virtual googleseu país na Copa das Confederações.
Ghibesi já havia assistido ao jogo entre México e Itália no domingo, no Rioroleta virtual googleJaneiro, mas disse que não chegou a ver as manifestações que também ocorreram nas proximidades do Maracanã antes daquela partida. "Não esperava encontrar um protesto desses pela frente", disse.
Vestido com roupas típicas mexicanas, incluindo um sombrero gigante, e carregando uma enorme bandeiraroleta virtual googleseu país, o comerciante Amancio Vilchis,roleta virtual google51 anos, lamentou a realização dos protestos. "Nós viemos aqui nos divertir, mas temos que enfrentar essas dificuldades", comentou.
Apesar disso, ele afirmou que os brasileiros têm sido amáveis com ele e que os problemas maiores têm sidoroleta virtual googleorganização e faltaroleta virtual googleinformações. "Estou vendo a mesma desorganização aqui que havia na Copa do Mundo da África do Sul", disse ele, que já havia acompanhado a seleção mexicana no último mundial,roleta virtual google2010.
Vilchis disse já ter desistidoroleta virtual googleseu planoroleta virtual googleacompanhar novamente uma Copa do Mundo, no ano que vem. "Tive muitos problemas, esperei quatro horas no aeroporto do Rio para retirar meus ingressos, perdi meu voo no Rio por faltaroleta virtual googleinformações e estou achando tudo muito caro. Acho que na Copa do Mundo vai ser ainda pior e tudo estará mais caro ainda", afirmou.
'Miséria'
Do lado dos manifestantes, muitos faziam questãoroleta virtual googleafirmar que os protestos não eram contra a realização da Copa no Brasil, mas contra o usoroleta virtual googleverbas públicas para as obras relacionadas ao torneio - enquanto muitos serviços públicos sofrem com faltaroleta virtual googleinvestimentos.
"A gente pode viver sem a Copa, mas não sem saúde e educação. Ninguém aqui é contra a Copa, mas sim contra os gastos públicos para a Copa, que são um desrespeito à população", disse o porteiro José Armando Gomes ,roleta virtual google37 anos.
Para o ambulante Gutnir Guimarães,roleta virtual google35 anos, a realização da Copa do Mundo no Brasil "só serve para roubarem dinheiro". "Enquanto isso, não temos investimentos no nosso país e o povo vive na miséria nas áreas da saúde e da educação", afirmou.
Entre os torcedores brasileiros, muitos se diziam solidários com os protestos, mas preferiram cumprir com a determinação da Fifa, responsável pela Copa das Confederações e pela Copa do Mundo,roleta virtual googlenão permitir manifestações políticas dentro dos estádios.
Outros se diziam céticos com as manifestações. "O Brasil não se tornou corrupto por causa da Copa. Já havia corrupção antes e vai haver depois", afirmou o médico Átila Campos,roleta virtual google39 anos, enquanto caminhava para o Castelão com a mulher, a também médica Vivian Cristine Campos,roleta virtual google36 anos.
Para Átila Campos, a preparação da Copa trouxe também alguns benefícios. "Em cinco meses, a prefeitura alargou e ampliou esta avenida ao lado do estádio. Isso não teria acontecido se não fosse a Copa", disse. Ainda assim, ele observa que é justo que as pessoas “briguem para que, assim como liberaram verbas rapidamente para a Copa, liberem para a saúde, para a educação, para todo o resto”.
Apoio à seleção
Dentro do Castelão, os torcedores novamente enfrentaram os problemas já verificados no jogo anterior do Brasil, como longas filas nas lanchonetes, faltaroleta virtual googlecomida e bebida e telefonia instável.
Durante o jogo, os torcedores brasileiros manifestaram um grande apoio à seleção brasileira, que correspondeu com uma vitória relativamente tranquila contra a maior pedra no sapato do Brasil na última década.
Desde 2001, as duas seleções haviam se enfrentado 11 vezes, com seis vitórias do México e apenas três do Brasil. Nenhuma outra seleção ganhou tanto do Brasil nesse período.
No sábado, a seleção brasileira volta a campo, desta vezroleta virtual googleSalvador, para enfrentar a Itália na última rodada da faseroleta virtual googleclassificação da Copa das Confederações.
Mais uma vez, as atenções devem estar divididas entre a atuação da equipe dentroroleta virtual googlecampo e os arredores do estádio Fonte Nova, onde são esperados novos protestos.