Atrasos e obras canceladas reduzem legado da Copabetspeed comtransporte:betspeed com

Obrasbetspeed comFortaleza | Foto: AFP
Legenda da foto, Obrasbetspeed comtorno da Arena Castelão,betspeed comFortaleza,betspeed comimagembetspeed comabril deste ano

As cidades brasileiras afirmam que, apesar da exclusão dos projetos da matriz, estão executando outras obras que melhorarão o transporte público durante e após o evento esportivo.

O Ministério do Esporte dissebetspeed comnota à BBC Brasil que a Copa está possibilitando ao país antecipar obras que já estavam previstas no Programabetspeed comAceleração do Crescimento (PAC) e que os investimentos essenciais para o evento serão realizados.

Afirmou, ainda, que as obras retiradas da matriz representam parte minoritária dos projetos. "Algumas obras saíram da Matrizbetspeed comResponsabilidade porque os responsáveis pela execução concluíram que não ficariam prontas a tempo da realização do Mundial. Mas elas ainda serão executadas dentro do PAC e serão concluídas após a Copa."

Obras canceladas ou adiadas

Em Manaus, as duas obras da Copabetspeed comtransporte público saíram da matriz: um corredorbetspeed comônibus e um monotrilho, orçadosbetspeed comR$ 1,5 bilhão.

Em Brasília, após a Justiça apontar fraudebetspeed comlicitação, o governo local também tirou da matriz a única obrabetspeed comtransporte público para a Copa, o trembetspeed comsuperfície (VLT) que ligaria o aeroporto à Asa Sul. A obra estava orçadabetspeed comR$ 364 milhões.

Em São Paulo, o único investimentobetspeed comtransporte público da matriz também deixou a lista – a linha 17 Ouro do Metrô, que ligaria o aeroportobetspeed comCongonhas ao bairro do Morumbi ao custobetspeed comR$ 2,8 bilhões. A obra buscava facilitar o transportebetspeed comvisitantes até o estádio do Morumbi, inicialmente escolhido para sediar os jogos na cidade e posteriormente substituído pela Arena Itaquera,betspeed comconstrução.

Salvador tampouco concluirábetspeed comúnica obrabetspeed comtransporte público prevista na matriz, um corredorbetspeed comônibus até o aeroporto da cidade, ao custobetspeed comR$ 567 milhões.

Nessas cidades, as obrasbetspeed commobilidade urbana da Copa que permanecem na matriz preveem intervenções no entorno dos estádios e, no casobetspeed comBrasília, também a ampliaçãobetspeed comuma rodovia – que, segundo o governo local, terá corredoresbetspeed comônibus.

Em outros municípios, alguns dos principais investimentosbetspeed comtransporte público para a Copa estão atrasados e só devem ficar prontos na véspera do evento, segundo o Ministério do Esporte.

É o caso do trembetspeed comsuperfície (VLT)betspeed comCuiabá, orçadobetspeed comR$ 1,4 bilhão e que ligará a capital mato-grossense ao município vizinhobetspeed comVárzea Grande. A obra tem previsãobetspeed comentregabetspeed commaiobetspeed com2014, a um mês da Copa.

Em Curitiba, quatro obrasbetspeed comcorredoresbetspeed comônibus, entre as quais uma linha entre o aeroporto e a rodoferroviária, também só deverão terminarbetspeed commaiobetspeed com2014,betspeed comacordo com o Ministério do Esporte.

O mesmo deverá ocorrer, segundo o órgão, com os três corredoresbetspeed comônibusbetspeed comconstruçãobetspeed comPorto Alegre.

Em Fortaleza, as obras do trembetspeed comsuperfície (VLT) entre Parangaba e Mucuripe, com custo estimadobetspeed comR$ 274 milhões, estão atrasadas e só devem ficar prontasbetspeed commarçobetspeed com2014.

No Rio, Recife ebetspeed comBelo Horizonte, apesarbetspeed comatrasos, todas as obrasbetspeed comtransporte público da matriz têm previsãobetspeed comconclusão ainda neste ano. Nos três municípios, bem como na maioria das outras cidades-sede, os investimentosbetspeed comtransporte público para a Copa se concentrambetspeed comcorredoresbetspeed comônibus (BRT).

Para o professorbetspeed comengenhariabetspeed comtráfego Paulo Cezar Martins Ribeiro, da Universidade Federal do Riobetspeed comJaneiro, o sistema foi escolhido por ser mais simplesbetspeed comexecutar e barato do que linhas sobre trilhos.

Ele defende, porém, que as linhas a serem inauguradas para o Mundial sejam continuamente avaliadas após o torneio e, se necessário, reformuladas.

Ribeiro diz que o corredor Transcarioca, que ligará o aeroporto do Galeão à Penha e à Barra da Tijuca, no Rio, talvez tenhabetspeed comevoluir para um sistema sobre trilhos.

Maria Rosa Ravelli Abreu, especialistabetspeed comtransporte da Universidadebetspeed comBrasília, diz que os corredoresbetspeed comônibus são adequados para deslocamentos mais curtos e com menos passageiros (para dar capilaridade ao transporte público), enquanto sistemasbetspeed comtrilhos como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) são preferíveis para viagens longas e com maior demandabetspeed compassageiros.

Dentre as cidades-sede, porém, só Cuiabá e Fortaleza construirão linhasbetspeed comVLT para a Copa.

Abreu critica, ainda, os vultosos investimentosbetspeed comalgumas cidades-sede, entre as quais Brasília, na ampliaçãobetspeed comrodovias. "O dinheiro está sendo gasto não para a construçãobetspeed comum legado sustentável, mas para alargar grandes eixos rodoviários e dar mais acesso ao automóvel individual."

"Foi escolhido um prolongamento do modelo vigente, que vem destruindo a qualidadebetspeed comnossas cidades".

Para José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco-SP (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia), o Brasil sente os efeitos da demora para se preparar para a Copa. No fimbetspeed com2007 já se sabia que o país sediaria o evento e, no entanto, a Matrizbetspeed comResponsabilidades só foi definidabetspeed comjaneirobetspeed com2010. Após a definição, houve novos atrasos e mudanças.

"A Copa vai nos deixar um legado menor do que se tivéssemos tomado providências a tempo", afirma. Apesar disso, diz ele, a preparação para o Mundial gerou um movimento que acabará por melhorar o sistemabetspeed comtransportebetspeed comalgumas cidades-sede após o evento.

"Infelizmente não será para 2014, mas, provocados pela Copa, tivemos algumas respostas (dos governos) que se transformarãobetspeed comequipamentos para a população brasileira até 2018, 2020. Mas poderíamos ter feito mais”.