Brasil e China fazem acordoR$ 60 bi para garantir comérciocrises:
O ministro das Finanças, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciaram nesta terça-feira um acordoswap cambial (trocamoedas) no valorUS$ 30 bilhões (cercaR$ 60 bilhões) com o Banco Central chinês que vai garantir a continuidade do comércio bilateralcasocrises.
Os dois países se comprometeram a reservar o dinheiro para eventualmente usá-looperaçõestrocamoeda caso seja necessário.
Trata-seum acordo que visa proteger os dois países das flutuações na cotação do dólar, moeda na qual é feito atualmente o comércio bilateral. Os US$ 30 bilhões seriam usadossituaçõesinstabilidade da cotação da moeda americana.
O acordo foi anunciadoentrevista coletiva realizadameio à reuniãocúpula do bloco na cidade sul-africanaDurban, e será válido inicialmente por três anos com a possibilidaderenovação caso Brasília e Pequim manifestem essa intenção.
"Esse é um passo importante no estreitamento das relações Brasil-China", disse Tombini. "O objetivo é facilitar o comércio entre os dois países independentemente da situação econômica internacional".
Negociação
Os termos do acordo começaram a ser negociados aindajulho2012, mas Mantega negou que o processo tenha sido apressado pelo acirramento da crise econômica global.
"Se fosse por causa da crise teríamoster fechado isso antes", afirmou o ministro.
O montante que os países prometeram reservar para o swap cambial é o equivalente a oito mesesexportações do Brasil para a China.
Durante a entrevista coletiva, Mantega também falou sobre o acordo que está sendo negociado entre os cinco membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para a criaçãoum fundoreserva que seria utilizado para ajudar paísesapuros financeiros.
Segundo informaçõesintegrantes da delegação brasileira, esse "fundo emergencial" (acordo para reservascontingência), seriaUS$ 100 bilhões (cercaR$ 201 bilhões).
O ministro, no entanto, não falouvalores e indicou que o projeto será levado aos chefesEstado e governo que se reúnem nesta quarta-feiraDurban.
No mesmo dia, líderes dos Brics devem anunciar como será feita a implementaçãoum banco para o desenvolvimento do bloco. A propostacriação do banco foi feita no último encontro do grupo, mas ainda não foi definido como ele deve atuar, onde serásede e os valorescapital inicial.