Livrosaposta esportiva promoçãoAmado abriram 'novo mundo' para leitores no Leste comunista:aposta esportiva promoção

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Mensagem

Em um primeiro momento, como sugere Beliakova no ensaio "Percepçõesaposta esportiva promoçãoJorge Amado na Rússia", a preocupação dos burocratas que decidiam,aposta esportiva promoçãonome do Estado, o que poderia ou não ser distribuído ao ávido público leitor soviéticoaposta esportiva promoçãopleno auge do stalinismo, era com a "mensagem".

São Jorgeaposta esportiva promoçãoIlhéus, saga que tem o ciclo do cacau, o coronelismo e a exploração extrativista promovida por empresas internacionais como panoaposta esportiva promoçãofundo, se encaixava no espíritoaposta esportiva promoçãodenúncia das mazelas do imperialismo americano, tão difundido pela máquinaaposta esportiva promoçãopropaganda soviética na época.

O fatoaposta esportiva promoçãoo autor baiano ter sido um dos mais proeminentes membros do Partido Comunista Brasileiro certamente ajudou na decisãoaposta esportiva promoçãopermitiraposta esportiva promoçãopublicação – e a tornar Amado, ao ladoaposta esportiva promoçãoPablo Neruda e Gabriel García Márquez,aposta esportiva promoçãoum dos mais populares escritores latino-americanosaposta esportiva promoçãotodos os tempos na Rússia.

Mas se o humanismo e o sensoaposta esportiva promoçãojustiçaaposta esportiva promoçãolivros como Seara Vermelha e, notadamente, Os Subterrâneos da Liberdade – a maior empreitadaaposta esportiva promoçãoAmado no estilo do realismo socialista e que teria, segundo Beliakova, sido quase que "encomendado" pelos soviéticos, que ansiavam pela primeira obraaposta esportiva promoçãoum autor latino-americano neste estilo – encantavam as autoridades, Amado acabou conquistando um lugar cativo nos coraçõesaposta esportiva promoçãoleitores russos por outra razão, justamente por introduzi-los ao tal "Novo Mundo" a que Kuteishchikova se refere acima.

Este veio com dois livros, Gabriela, Cravo e Canela e Dona Flor e Seus Dois Maridos, publicados na URSS, respectivamente,aposta esportiva promoção1961 e 1970.

Pablo Neruda, Luis Carlos Prestes e Jorge Amado (Foto: Acervo Zélia Gattai / Fundação Casaaposta esportiva promoçãoJorge Amado)

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Três comunistas: Pablo Neruda, Luis Carlos Prestes e Jorge Amado (Foto: Acervo Zélia Gattai / Fundação Casaaposta esportiva promoçãoJorge Amado)

"Os leitores não queriam apenas ler sobre o amor trágico, não correspondido, não realizado, (temas) que dominavam as obrasaposta esportiva promoçãoautores soviéticos e russos", diz Beliakova. "Mas também sobre o amor que vence, supera tudo e, o que não é menos importante, sensual."

"Podemos ouvir os sinos radiantesaposta esportiva promoçãoamor ardente e puro, que traz inesgotáveis alegrias e regozijo da alma" diz Oleg Volkov, no prefácioaposta esportiva promoçãoDona Flor..., que veio a ser o livro mais vendidoaposta esportiva promoçãoAmado na URSS.

A "alegriaaposta esportiva promoçãoviver" na obraaposta esportiva promoçãoAmado era um a coisa "estranha à literatura russa", escreve Beliakovaaposta esportiva promoçãoseu ensaio. "Nós russos encaramos a vida muito tragicamente e nos cansamosaposta esportiva promoçãonós mesmos nessa tragédia cotidiana. É difícil ser otimista quando se tem diante dos olhos, ao longoaposta esportiva promoçãosete meses do ano, uma planície infinita cobertaaposta esportiva promoçãogelo sob um céu cinzento e sem um único diaaposta esportiva promoçãosol."

"Em situações como essas, os romancesaposta esportiva promoçãoAmado, como uma dose reforçadaaposta esportiva promoçãovitamina C, regeneram a vida. Nos dão a leveza e harmonia com o mundoaposta esportiva promoçãoque tanto precisamos."

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Alemanha Oriental

Capaaposta esportiva promoçãoedição alemãaposta esportiva promoçãoMar Morto

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Capaaposta esportiva promoçãoedição alemãaposta esportiva promoção'Mar Morto'

As mesmas razões podem explicar o sucessoaposta esportiva promoçãoAmado na antiga Alemanha Oriental (DDR, na sigla alemã), onde havia um "anseio por lugares distantes e exóticos, aventuras e liberdade" que era projetado na literatura latino-americana, segundo Jens Kirsten, acadêmico e autor do livro Lateinamerikanische Literatur in der DDR (Literatura latino-americana na DDR).

Para Kirsten, Amado e Pablo Neruda eram os principais e mais conhecidos representantes dessa literatura no país.

Em entrevista à BBC Brasil, ele contou que entre 1950 e 1990 – ano da queda do Muroaposta esportiva promoçãoBerlim – foram lançados 20 livrosaposta esportiva promoçãoAmado.

A exemplo do que ocorreu na URSS, seus livros eram lançados por uma editora estatal dedicada a literatura estrangeira, Volk und Welt (Povo e Mundo), e Amado foi cortejado pelas autoridades.

Se na URSS ele foi agraciado com o prestigioso Prêmio Stalin,aposta esportiva promoção1951,aposta esportiva promoçãoBerlim Oriental ele recebeu, no mesmo ano, o não menos ressonante Prêmio Lenin.

Os livros mais popularesaposta esportiva promoçãoAmado na Alemanha Oriental, entretanto, foram obras mais do inícioaposta esportiva promoçãocarreira do autor, como Jubiabá e Capitães da Areia.

Segundo Kirsten, o interesse pelos livrosaposta esportiva promoçãoAmado pode ter sofrido um duro baque no país, pois "o interesse por literatura latino-americana praticamente se evaporou da noite para o dia" com o colapso dos sistemas comunistas no Leste Europeuaposta esportiva promoção1990.

Com a abertura das fronteiras, o sonhoaposta esportiva promoçãovisitar os tão ansiados "lugares distantes e exóticos" deixouaposta esportiva promoçãoser impossível, diz Kirsten.

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