Londres 2012: Com controle hormonal, atletas do Brasil evitam TPM e menstruação nas Olimpíadas:bwin entrar

Treino da seleção femininabwin entrarbasquete (Foto: Confederação Brasileirabwin entrarBasquete)

Crédito, Divulgacao CBB

Legenda da foto, Projeto brasileiro teve início com a seleçãobwin entrarbasquete

"É legal ter controle sobre isso. Já tive anemia, então é bom não perder muito sangue", disse a jogadora à BBC Brasil. "Nosso jogo melhora e não nos sentimos tão debilitadas", afirmou.

A perda sanguínea excessiva pode atrapalhar as atletas durante atividades aeróbicas, explica o médico britânico Christopher Hughes, consultor e palestrantebwin entrarmedicina esportiva das universidades Newham e Queen Mary.

"(Esse tipobwin entrarcontrole hormonal) já é amplamente usadobwin entraratletasbwin entrarelite do esporte mundial", diz ele.

Diversas modalidades

No caso do Brasil, o trabalho com a seleçãobwin entrarbasquete, desde 2009, foi o que deu início ao projeto com foco na Olimpíada, explica a ginecologista Tathiana Parmigiano, que atenderá as atletas do Brasilbwin entrarLondres.

Depois do basquete, foi a vezbwin entraras meninas do judô, iniciativa a ser adotada pela delegação brasileira como um todo. Desde 2011, Parmigiano está atendendo esportistasbwin entrardiversas modalidades - como futebol, vela, pentatlo, judô, esportes aquáticos, atletismo -, com tratamentos individualizados.

A principal queixa das meninas, diz ela, são as cólicas e os outros sintomas da TPM.

Antes da Olímpíadabwin entrar2012, Parmigiano também fez trabalho semelhante com atletas que disputaram o Pan-Americanobwin entrarGuadalajara,bwin entrar2011, cujos resultados a médica pretende apresentarbwin entrarum congressobwin entrarmedicina esportivabwin entrarsetembro,bwin entrarRoma.

"A ideia é oferecer um acompanhamento para que a parte hormonal não seja um problema para a atleta", disse Parmigiano à BBC Brasil. "Podemos planejar o ciclo menstrualbwin entraracordo com o calendário esportivo."

No casobwin entrarPatricia ebwin entraroutras jogadoras da seleçãobwin entrarbasquete, a opção foi suspender a menstruação durante os mesesbwin entrarjulho e agosto, quando as atletas têm as temporadas pré-Olímpica e Olímpica.

Desempenho

Ala Patrícia Ferreira, a Chuca

Crédito, Divulgacao CBB

Legenda da foto, A ala Patricia Ferreira sofria com perda excessivabwin entrarsangue, irritação e dores

Para José Alfredo Padilha, chefe do departamento médico do COB, a ideia é "colocar o ciclo dentrobwin entrarum ritmo favorável à mulher e à competição", para evitar incômodos como retençãobwin entrarlíquido, irritação, e dificuldadesbwin entrarperder peso, prejudicando o desempenho das esportistas.

Padilha afirmou que iniciativas do tipo já são bastante descritas na literatura médica, mas diz que o projeto brasileiro não se inspiroubwin entraroutro país.

"O feedback é positivo. (Parmigiano) é uma das médicas mais procuradas da delegação brasileira. É algo que influencia muito a performance das atletas", afirmou ele.

Segundo Parmigiano, é difícil quantificar essa melhora na performance, mas a grande vantagem é que "(o ciclo menstrual) é uma coisa a menos com que a atleta tem que se preocupar".

O médico britânico Christopher Hughes também diz que a medição dos efeitos disso na performance não é fácil, mas, se a mulher sofre muito no período menstrual, pode sentir melhoras.

"Não dá para ignorar esse diferencial entre as atletas mulheres e os homens, e isso muitas vezes é subestimado", opina Parmigiano. "Defendo que as atletas saibam que existe (uma formabwin entrarevitar isso)."

Doping e efeitos colaterais

Os tratamentos são individualizados, para encontrar as doses ideais para cada atleta e para prevenir efeitos colaterais da medicação, como doresbwin entrarcabeça ou diarreia.

Hughes adverte também para efeitos do tratamentobwin entrarlesões e na densidade óssea das atletas. O problema, diz ele, é que há estudos contraditórios a respeito – alguns sugerem que o uso prolongadobwin entrarhormônios pode ter efeitos negativos na densidade óssea; outros apontam efeito positivo.

"A resposta ao tratamento mudabwin entrarindivíduo para indivíduo. Mas, no geral, as vantagens são maiores do que as desvantagens."

Outra preocupação é evitar que o tratamento gere problemas com a Wada, a agência mundial antidoping.

"Algumas progesteronas podem ser confundidas com anabolizantesbwin entrarexames antidoping, então não podem estar nos anticoncepcionais receitados", explicou Parmigiano.