Protestos no Irã: como uso do celular pode levar à prisão no país:vai bet apostas grátis

"Então, dois policiais colocaram os pésvai bet apostas grátiscima das minhas costas e no meu rosto, me imobilizando no chão, e um terceiro me bateu por vários minutos."

Eles fizeram uma pausa e pediram seu celular — ele entregou. Quando também obtiveramvai bet apostas grátissenha, ele foi colocadovai bet apostas grátisuma van.

Por segurança, vamos manter ele e outros personagens desta reportagemvai bet apostas grátisanonimato.

"Eles continuaram a me bater enquanto outro policial desbloqueava meu telefone e começava a vasculhar", diz ele à BBC.

"Depoisvai bet apostas grátisalguns minutos, ele anunciou: 'Não tem nada'. Finalmente, me deixaram ir."

Segundo ele, os policiais só checaramvai bet apostas grátisgaleriavai bet apostas grátisfotos para ver se ele havia filmado os protestos.

Se ele tivesse essas imagens no telefone, poderia ter sido acusadovai bet apostas grátis"propaganda contra o Estado", como tantos outros manifestantes.

O regime iraniano está tentando endurecer a repressão.

O Parlamento está analisando atualmente um projetovai bet apostas grátislei que puniria a filmagem e o compartilhamentovai bet apostas grátisimagensvai bet apostas grátis"crimes".

O ato renderia até cinco anosvai bet apostas grátisprisão — e a expectativa évai bet apostas grátisque inclua qualquer filmagemvai bet apostas grátisprotestos "ilegais".

O Parlamento também está analisando uma emenda ao código penal para amordaçar celebridades — que foram alguns dos mais proeminentes apoiadores dos manifestantes.

Se uma celebridade fizer uma "declaração falsa" — que pode ser qualquer coisa que cause distúrbios —, ela pode ser condenada a até 15 anosvai bet apostas grátisprisão.

Penavai bet apostas grátismorte no Instagram

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, identificou o "ciberespaço" como um campovai bet apostas grátisbatalha e pediu repetidamente às autoridades que "lutem contra a guerra híbrida dos inimigos".

Ele diz que qualquer formavai bet apostas grátisdissidência é obra dos EUA evai bet apostas grátisseus aliados.

Outro jovem me contou que ele e outros manifestantes foram ameaçadosvai bet apostas grátis"estupro, execução e prisãovai bet apostas grátisfamiliares" para forçá-los a desbloquear seus celulares para buscas.

Ele foi detidovai bet apostas grátisum depósito junto a outras 300 pessoasvai bet apostas grátissetembro.

Eles foram então coagidos a assinar falsas "confissões".

A Justiça do Irã também publicou supostas capturasvai bet apostas grátistelavai bet apostas grátisstories do Instagram e bate-papos online para "provar" a culpavai bet apostas grátisum jovem condenado à morte.

Mohammad Boroughani,vai bet apostas grátis19 anos, foi condenado por "hostilidade contra Deus" e acusadovai bet apostas grátisesfaquear um oficialvai bet apostas grátissegurança, alémvai bet apostas grátis"encorajar" as pessoas a participar dos protestos.

Depois que pessoas se mobilizaram nas redes sociais e protestaram na porta da cadeia onde ele está preso, seu caso foi enviadovai bet apostas grátisvolta à Suprema Corte para ser revisado.

Afsaneh Rigot, pesquisadoravai bet apostas grátistecnologia, legislação e direitos humanos da Universidade Harvard, nos EUA, diz que os dispositivos móveis estão sendo convertidosvai bet apostas grátis"cenasvai bet apostas grátiscrimes".

Ela estuda o usovai bet apostas grátis"provas digitais" na perseguiçãovai bet apostas grátispessoas LGBTQ no Oriente Médio e Norte da África há uma década.

"Estamos vendo essa tática ser usada principalmentevai bet apostas grátiscontextos repressivos,vai bet apostas grátisque os sistemasvai bet apostas grátisEstado e policiamento buscam processar (as pessoas) por crimesvai bet apostas grátispensamento, expressão e até identidade."

Ela diz que evidências digitais obtidas "muitas vezes ilegalmente", como fotos, vídeos ou até mesmo a instalaçãovai bet apostas grátisalguns aplicativos, são tratadas como provas concretas.

Elas são então usadas ​​para respaldar os processos durante "julgamentosvai bet apostas grátisfachada", quando o históricovai bet apostas grátisnavegaçãovai bet apostas grátisalguém é, na melhor das hipóteses, um indício.

"Em países como o Irã, que criminalizam pessoas LGBTQ e crimesvai bet apostas grátispensamento e resistência, a presunçãovai bet apostas grátisinocência não existe", diz ela.

"Você é presumidamente culpado, e as provas só precisam ser encontradas ou forjadas."

Buscas direcionadas

Dispositivos eletrônicos são rotineiramente apreendidos sem mandados ou o devido processo legal.

A casa da famíliavai bet apostas grátisum jornalistavai bet apostas grátisTeerã foi invadidavai bet apostas grátisoutubro por uma dúziavai bet apostas grátisagentes do Ministério da Inteligência.

Ele ficou detido por semanas. Mas não foi a única pessoa afetada pela operação.

Policiais à paisana apreenderam os celularesvai bet apostas grátistodo mundo e, na sequência, revistaram os aparelhos das pessoas com menosvai bet apostas grátis40 anosvai bet apostas grátisbuscavai bet apostas grátis"evidências" digitais.

Um jovem presente disse à BBC que os agentes vasculharam as conversas do WhatsApp, Telegram e Instagram. Eles também checaram postagensvai bet apostas grátisrede social, mas estavam focados principalmente nas galeriasvai bet apostas grátisfotos.

"Um dos policiais começou a me questionar sobre o que ele descreveu como roupa 'não convencional'vai bet apostas grátisuma mulhervai bet apostas grátisuma das minhas fotosvai bet apostas grátisfamília", ele relembra.

"Quando comecei a discutir com o policial dizendo que aquelas fotos eram particulares,vai bet apostas grátisfamília, o líder da equipevai bet apostas grátispoliciais interveio e disse: 'Só procure fotos e vídeosvai bet apostas grátisprotesto! Ignore fotos pessoais'."

Ele acredita que os agentes focaram neles por causa da idade e origem — como os mais propensos a se mobilizar nas ruas.

"Eles só querem garantir que o mundo não veja imagens dos protestos."

Desde que as autoridades iranianas começaram a executar manifestantes, as mobilizaçõesvai bet apostas grátisrua se tornaram mais esporádicas e o epicentro do movimentovai bet apostas grátisprotesto mudou para os funerais.

O regime também mantém um controle rígido sobre a mídia.

Todas as emissoras são controladas pelo Estado, e os jornais repetem a narrativa oficial.

O Estado também recorre a proibições, ameaças e prisões para silenciar as publicações que criticam as políticas do governo.

Com a mídia convencional amordaçada, a maioria dos iranianos dependevai bet apostas grátiscanaisvai bet apostas grátisTV transmitidos via satélite para o país e da internet para obter notícias.

De acordo com estatísticas divulgadas pelo governo iraniano, 70% dos 84 milhõesvai bet apostas grátishabitantes do país usam internet, embora o Irã tenha um dos espaços online mais censurados do mundo.

Todas as plataformas popularesvai bet apostas grátisrede social e ferramentasvai bet apostas grátistrocavai bet apostas grátismensagem são proibidas no Irã.

Para driblar essas restrições, as pessoas usam redes privadas virtuais e servidores proxy, que também estão na mira do Estado.

Para Afsaneh Rigot, que também é pesquisadora do grupovai bet apostas grátisdireitos humanos Article 19, nada disso é novo, mas os riscos são muito altos.

"Nas mãosvai bet apostas grátisEstados autoritários, a evidência digital é uma arma muito perigosa."

- Este texto foi publicadovai bet apostas grátishttp://vesser.net/internacional-64450667