Fome na Etiópia: o menino chamado 'Rico' que pesa metade do que deveria:freebet icon
Esta é a realidade diária da fome e da desnutrição após dois anosfreebet iconguerra civil na região do Tigray, no norte da Etiópia. Um acordofreebet iconpaz encerrou o combate, mas as consequências do conflito permanecem.
Em agosto, a Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que quase umafreebet iconcada três crianças menoresfreebet iconcinco anos no Tigray estava desnutrida.
Enquanto os soldados do governo federal e as forças do Tigray lutavam, as autoridades etíopes limitaram ou restringiram fortemente a entradafreebet iconajuda na região norte do país, levando a um bloqueio efetivo.
'De mãos abanando'
Makda, outra criança que vive no Tigray, que tem a mesma idade do conflitofreebet iconsi, repousa como um bebê nos braços da mãe, Hiwot.
Ela está apática efreebet iconbarriga está muito inchada.
"Ficou muito difícil conseguir comida", diz Hiwot.
"É muito difícil comer até mesmo uma vez por dia."
Mas desde que foi internada no hospital, Makda tem piorado.
"Minha filha está nessa situação porque nos disseram que não havia remédio. Não conseguimos nada", desabafa Hiwot.
"Mesmo quando estivemos aqui no ano passado com o mesmo problema, não consegui nada, e voltei para casafreebet iconmãos abanando."
As famíliasfreebet iconHaftom e Makda procuraram atendimentofreebet iconMekelle, capital da regiãofreebet iconTigray. A BBC os entrevistou no mês passado.
Depoisfreebet iconagosto, quando as forças do governo federal tomaram mais territórios, as autoridades do Tigray concordaram com um cessar-fogo.
Sob os termos do acordofreebet iconpaz assinado no início do mês passado, as autoridades da capital, Adis Abeba, disseram que enviariam mais ajuda.
'Acaboufreebet iconum dia'
O médico Kibrom Gebreselassie é cirurgião no Ayder Referral Hospital há 15 anos.
É o maior hospital público da região, que abriga sete milhõesfreebet iconpessoas.
"É traumatizante ver crianças pequenas e mães sofrendo e chorando todos os dias", diz Kibrom.
"Muitos pequenos morreramfreebet iconnosso hospital porque, uma vez que uma criança está desnutrida, não é só comida que você deve dar a ela. Elas precisamfreebet iconmedicamentos, antibióticos, minerais... e nós não temos isso."
Parte do que é necessário parece estar chegando, mas não o suficiente.
Kibrom conta que dois caminhões com suprimentos médicos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foram os primeiros a chegar a Mekelle.
"A quantidadefreebet iconremédio que recebemos foi suficiente para metade dos nossos pacientes e durou apenas um dia", ele suspira.
A cada dia que a ajuda não chega ao hospital, mais pacientes morrem.
"Veja o caso dos pacientes com câncer, a situação é muito cruel. Não tem havido quimioterapiafreebet icontodo o Tigray", diz o médico.
"A cada dia, a cada semana, a cada mês, o estágio do câncer piora."
"Se antes era tratável, agora está se tornando inoperável. Para aqueles indivíduos muito doentes, cada dia, cada hora conta."
Esforços humanitários
De meadosfreebet iconnovembro até a primeira semanafreebet icondezembro, o governo etíope e as organizaçõesfreebet iconajuda humanitária conseguiram enviar maisfreebet icon1,6 mil caminhões transportando comida, abrigo e suprimentos médicos, segundo o escritório humanitário da ONU.
O próprio CICV afirma ter enviado pelo menos 38 caminhões para Mekelle desde meadosfreebet iconnovembro, e outros estão a caminho.
"Esforços estão sendo feitos por todos os agentes humanitários, mas não são suficientesfreebet iconcomparação com a dimensão da necessidade", diz Jude Fuhnwi, porta-voz do CICV na Etiópia.
E essas necessidades são imensas.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU tem como meta levar ajuda alimentarfreebet iconemergência a 2,1 milhõesfreebet iconpessoas no Tigray a cada seis semanas — e diz que está cumprindo o cronograma.
"Muita coisa melhorou desde o acordofreebet iconpaz", diz Claude Jibidar, representante e diretor nacional do PAM na Etiópia.
"Após dois anosfreebet iconconflito, não esperamos voltar ao normal da noite para o dia."
Mekelle permanece sob o controle do governo do Tigray, embora as forças federais controlem áreas no norte ao redorfreebet iconShire.
Em uma ala diferente do hospital Ayder, Fikadu Jember, um professor aposentado, conta como não conseguiu remédio para tratar seu diabetes nos últimos três meses.
"Quando a gente vem aqui fazer tratamento, a maioria dos equipamentos não está funcionando. Estamos tentandofreebet icontodos os lugares, mas não dá nada por causa do bloqueio", diz ele.
"Muita gente está morrendo por causa disso. Depois que o acordofreebet iconpaz foi assinado, tínhamos esperançafreebet iconconseguir remédio, mas não chegou nada ainda."
Os médicos carecem dos suprimentos mais básicos.
"Não temos luvas suficientes para fazer cirurgias. Temos que lavá-las e reutilizá-las até três vezes", revela Kibrom.
"Não podemos fazer transfusão porque não temos bolsasfreebet iconsangue. Então, se sabemos que um paciente vai precisarfreebet icontransfusão, simplesmente não fazemos a cirurgia", acrescenta.
Eletricidade restabelecida
Um médico do mesmo hospital, que deseja permanecer anônimo, afirma que está recebendo suprimentos médicos mínimos.
"O hospital está cheiofreebet iconsoldados feridos e pacientes civis", diz ele.
"A maioria não está sendo atendida."
Eles dizem que a única coisa positiva que as autoridades federais fizeram foi restabelecer a energia elétricafreebet iconMekelle.
O hospital recentemente tuitou que medicamentos e kitsfreebet iconteste para HIV, vírus causador da Aids, começaram a chegar.
Mas os mais vulneráveis pagaram o preço mais alto.
"Quero um futuro melhor para ela", diz Hiwot, mãefreebet iconMakda.
"É tudofreebet iconque consigo pensar."
- Este texto foi publicadofreebet iconhttp://vesser.net/internacional-64049699