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Copa do Mundo 2022: Asian Town, o bairro pobre dos operários que construíram estádios no Catar:zebet promotional code
"Vivemos e trabalhamos como escravos. Banco meus irmãos menoreszebet promotional codeUganda, para que comam e estudem", diz o jovem Moses. "Trabalhamoszebet promotional codecondições que nenhum ser humano deveria trabalhar. As temperaturas são altas e trabalhamoszebet promotional codehorários que não combinamos, até 14 ou 15 por dia", acrescenta.
No entanto, nem todos aqui pensam como ele.
Muitos agradecem ao Catar por lhes dar empregos e livrá-loszebet promotional codesituações mais precáriaszebet promotional codeseus paíseszebet promotional codeorigem, como Índia, Bangladesh, Paquistão, Nepal e outras nações da África Oriental.
"No Nepal ou no Paquistão há muita gente, menos trabalho e menos dinheiro. O Catar tem sido bom para nós", dizem dois dos entrevistados.
Organizações e instituições humanitárias denunciaram abusos e violações dos direitos dos trabalhadores durante os projetos para o Catar 2022 e a Organização Geral do Trabalho apontou que houve dezenaszebet promotional codemortes.
Moses,zebet promotional codeUganda, garantiu à BBC News Mundo, o serviçozebet promotional codenotíciaszebet promotional codeespanhol da BBC, que doiszebet promotional codeseus colegas morreram trabalhando, uma afirmação que não podemos verificarzebet promotional codeforma independente.
"Um desmaiou com o calor. Simplesmente morreu", diz ele.
O governo do Catar, porzebet promotional codevez, afirma que 37 trabalhadores da construção civil morreram entre 2014 e 2020, embora apenas três deles por causas "relacionadas ao trabalho".
Um porta-voz do governo disse recentemente à BBC que as reformas implementadas, que fizeram do Catar o país do Golfo com a legislação trabalhista mais avançada, estão melhorando as condiçõeszebet promotional codetrabalho da maioria dos trabalhadores estrangeiros e que, ao passo que as medidas sejam implementadas, mais empresas devem cumprir as novas regras.
"Bem-vindo à áreazebet promotional codetorcedores industrial"
É noitezebet promotional codesexta-feira e para muitos o único diazebet promotional codefolga.
Enquanto os imigrantes lotam o estádiozebet promotional codecríquete, um grupo improvisa uma dança perto da entrada, onde uma faixa reconhece seus esforçoszebet promotional codeárabe, inglês e hindi: "Obrigado por suas contribuições para fazer a melhor Copa do Mundo da FIFAzebet promotional codetodos os tempos".
Dentro e fora do estádio, há telões gigantes e barracaszebet promotional codecomida e bebida.
Dezenaszebet promotional codemilhares se reúnem nas arquibancadas e no campo para assistir aos jogoszebet promotional codeum ambiente divertido, mas muito diferentezebet promotional codeoutras áreaszebet promotional codetorcedoreszebet promotional codeDoha, principalmente pela ausência marcantezebet promotional codemulheres.
Nesta zona industrial onde vivem migrantes menos qualificados, as mulheres são apenas 0,5% entre pouco maiszebet promotional code310 mil moradores.
A maioria dos homens está envolvida na construção e outras indústrias pesadas.
Entrevistados falam que trabalhamzebet promotional codeseis turnos diferentes,zebet promotional codemaiszebet promotional code12 horas cada um,zebet promotional codetrocazebet promotional codeum salário mínimo (1.000 rials ou R$ 1.500).
É difícil perguntar sobre pagamentos e condições trabalhistas. Eles geralmente respondem primeiro com uma risada irônica. E alertam que suas empresas pedem que não falem com jornalistas.
"Não podemos falar. Não queremos problemas, mas não estamos muito à vontade", diz um grupozebet promotional codemigrantes africanos.
De todos os depoimentos ouvidos pela reportagem, o maior salário era o equivalente a US$ 686 (R$ 3.600) por mês. O restante ganhavazebet promotional codetorno ou um pouco mais do que o salário mínimo que o Catar aprovouzebet promotional code2021, tornando-se apenas o segundo país árabe a fazer isso, depois do Kuwait.
E embora possa parecer uma quantia considerável considerando a situaçãozebet promotional codeoutros países, os migrantes descrevem que mal lhes dá o suficiente para economizar e enviar remessas para ajudar suas famílias.
Eles também têm dificuldade para ir a outras áreaszebet promotional codetorcedores da cidade, pois precisam levar um "hayya card", uma espéciezebet promotional codeautorizaçãozebet promotional coderesidência emitida para quem comprou ingressos, um luxozebet promotional codeUS$ 60 ou mais que eles não podem pagar.
Por isso, muitos dizem que quase não saem do bairro.
"Não penseizebet promotional codeir a um jogo porque minha empresa me trouxe para cá e agora me sintozebet promotional codeuma jaula. Talvezzebet promotional codealgum momento, esteja mais livre. Esta áreazebet promotional codetorcedores é para nós pobres e agradeço ao Catar por isso. Adoro isso aqui", diz John, um imigrante ganense.
Asian Town
A área industrial fica a cercazebet promotional code15 quilômetros a sudoeste do Souq Waqif, o coração social e culturalzebet promotional codeDoha. Ao contráriozebet promotional codemuitas atrações da capital, que podem ser alcançadaszebet promotional code30 a 40 minutoszebet promotional codetransporte público, chegar aqui leva cercazebet promotional codeuma hora.
O gigantesco metrô que ficou prontozebet promotional codetempo recorde para a Copa do Mundo ainda não alcançou este bairro.
A principal atração é o chamado Asian Town ("bairro asiático"), um complexo formado por um shopping center mais acessível para o bolso da classe trabalhadora com restaurantes, lojas, cinemas, anfiteatro, campozebet promotional codecríquete e Labor City ("Cidade do Trabalho"), onde pernoitam cercazebet promotional code70 mil migrantes.
"Asian Town, melhor acomodação com instalaçõeszebet promotional codeserviço completo", diz uma placazebet promotional codeuma das entradas vigiadas da Labor City.
Esta é zona residencial que o Catar inaugurouzebet promotional code2015 sob intensa pressão internacional devido a denúncias sobre as condições precárias dos trabalhadores da construção civil.
A entrada é proibida: um murozebet promotional codecercazebet promotional codequatro metroszebet promotional codealtura cerca as instalações com dezenaszebet promotional codecâmeraszebet promotional codesegurança instaladas.
O complexo é cercado por grandes rodovias que dificultam a caminhada e por extensas áreas abertas onde lataszebet promotional coderefrigerante, garrafas plásticas e sacoszebet promotional codebatata se acumulam na areia.
É difícil dizer que Labor City parece degradada ou pobre por quem a vêzebet promotional codefora, mas está longezebet promotional codeparecer como os maiores complexos residenciais da capital.
Dentro há mesquitas, lavanderias, academias e lanchonetes.
Muitos dormemzebet promotional codequartos para quatro, embora Moisés assegure quezebet promotional codealguns vivem até 16.
Diazebet promotional codedescanso jogando críquete
Num dos espaços abertos que circundam esta espéciezebet promotional codecidade intramuros, alguns dos seus moradores organizam uma festazebet promotional codecríquete.
Trata-se uma forma divertida e baratazebet promotional coderelaxar à luz do dia e durante os jogos da Copa do Mundo.
"Às vezes, jogamos por até 10 horas. Adoramos críquete", diz um trabalhador paquistanês à BBC News Mundo.
Aqui, vários entrevistados dizem estar satisfeitos com suas vidas quando comparadas com o que deixaram para trászebet promotional codeseus países.
"As empresas para as quais trabalhamos nos pagam pelo alojamento e nos dão vales para comer. Dentro da Labor City, há supermercados e um hospital. Estamos muito gratos", diz um nepalês.
Mas eles admitem que o que ganham nem sempre é suficiente.
"Nos diaszebet promotional codefolga não saímos daqui. O Catar é muito caro e não queremos desperdiçar porque temos que ajudar nossas famílias", ressaltam, pedindo que não revelemos seus nomes por medozebet promotional coderepresáliaszebet promotional codesuas empresas.
"Recentemente um falou mal da Copa do Mundozebet promotional codeuma entrevista ao vivo e isso não caiu muito bem", dizem.
"Estamos no Catar para ganhar dinheiro e voltar para casa"
John, o trabalhador ganense que descreve o estádiozebet promotional codecríquete como "a áreazebet promotional codetorcedores para pobres", mora do outro lado da zona industrial.
Para chegar aquizebet promotional codeAsian Town é preciso atravessar um túnel subterrâneo que passa por uma rodovia. A estrutura está repletazebet promotional codecâmeraszebet promotional codesegurança.
O bairro é composto principalmente por armazéns, prédios semi-construídos, guindastes, edifícioszebet promotional codeapartamentos humildes, lojas, restaurantes e lanchonetes populares
Várias áreas não estão pavimentadas e a poeira é frequentemente levantada pelo vento.
Não há favelas ou outras construções típicas das comunidades mais carentes da América Latina, mas o contraste é marcantezebet promotional codeuma cidade empenhadazebet promotional codemostrar seu lado moderno e vibrante.
"Divido um quarto com outras seis pessoas, mas não estamos tão mal e, portanto, é mais provável que lutemos por direitos no futuro", diz ele.
"Estamos no Catar para ganhar dinheiro e voltar para casa. Quero ficar 10 anos, mesmo que meu contrato seja por dois, economizando e mandando dinheiro para minha família. Gosto do Catar, embora às vezes, quando vemos a polícia, não sei se devo chegar mais perto ou fugir. Eles são assustadores", diz John com uma risada.
Uma realidade além do Catar
Alguns desses trabalhadores conhecem experiênciaszebet promotional codeoutros países da região, onde as condições são piores.
"Tenho conhecidos na Arábia Saudita cujos empregadores nem os deixam sairzebet promotional codecasa", diz Moses.
O Catar é o primeiro país árabe a abolir o polêmico sistema kafala (patrocíniozebet promotional codeárabe) e o segundo a estabelecer um salário mínimo depois do Kuwait.
Sob a kafala, se um funcionário mudassezebet promotional codeemprego, poderia ser processado, preso e deportado. Seus passaportes eram muitas vezes retidos, impedindo-os efetivamentezebet promotional codedeixar o país.
A ONG Human Rights Watch (HRW) reconhece as melhorias do Catar, mas insiste que "os trabalhadores migrantes ainda dependemzebet promotional codeseus empregadores para facilitar a entrada, residência e emprego no país, o que significa que os empregadores são responsáveis por solicitar, renovar e cancelar suas autorizaçõeszebet promotional coderesidência e trabalho".
"Os trabalhadores podem ficar sem documentos sem culpa própria quando os empregadores não cumprem esses processos, e são eles, e não seus empregadores, que sofrem as consequências", diz a ONGzebet promotional codeum relatóriozebet promotional code2020.
No ano passado, a organização observou que os trabalhadores estrangeiros ainda sofrem "deduções salariais ilegais e punitivas" e enfrentam "meseszebet promotional codesalários não pagos por longas horaszebet promotional codetrabalho extenuante".
O Catar considera que a imprensa internacional é injusta por colocar muito foco nessas questões e dar menos peso ao seu progresso nos últimos anos.
"Espero que esta Copa do Mundo nos traga melhores condições e mais direitos", diz um imigrante indiano.
O sentimento é compartilhado por outros trabalhadores, exceto Moisés, o mais crítico, que sente que esta Copa do Mundo não é para eles.
"Damos muito para nossas empresas, mas recebemos pouco. Estou torcendo para mudarzebet promotional codeemprego", confessa.
"Nada vai mudar depois da Copa. Acho que as condições vão ser ainda mais duras", resigna-se.
*Os nomes usados nesta reportagem foram trocados proteger a identidade dos entrevistados.
* Esta reportagem foi produzidazebet promotional codecolaboração com Sam Sheringham, repórter da BBC Sport no Catar. Você pode ouvir alguns dos depoimentoszebet promotional codeinglês no podcast 'World Football in Qatar - Inside the Asian Town fan park' clicando aqui.
- Este texto foi publicadozebet promotional codehttp://vesser.net/internacional-63929329
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