O dramaslot 77777 freepais ucranianos para resgatar filhos adotivosslot 77777 freecidade destruída por Rússia:slot 77777 free

Olga reencontra os filhos depois que a família foi separada pela guerra
Legenda da foto, Olga reencontra os filhos depois que a família foi separada pela guerra

"Começamos a entrarslot 77777 freepânico e não sabíamos o que fazer", diz ela.

A destruição completaslot 77777 freeMariupol acabou virando um símbolo da crueldade dos bombardeios da Rússia.

A realidade brutal da guerra ficou evidente para Olga depoisslot 77777 freeapenas dois dias, quando ela encontrou refugiados do leste. Ela ficou chocada ao ver a rapidez com que a vida normal havia se deteriorado.

Como muitas pessoas na Ucrânia, Olga supôs que a guerra terminaria dentroslot 77777 freepoucos dias ou semanas e esperava que as crianças fossem evacuadas para uma área segura pelas autoridades ucranianas.

Mas logo ficou claro que o conflito estava se intensificando e que as crianças estavam correndo perigo extremo. Mesmo se sobrevivessem ao bombardeio, Olga se preocupava com o futuro dos filhos sob controle russo.

Começaram então a surgir relatosslot 77777 freecivis, adultos e crianças sendo transferidos para a Rússia. Moscou dizia que essas transferências eram "evacuações". Mas a Ucrânia as classificou como deportações forçadas, uma prática semelhante à da era Stalin, nos anos 1940.

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O casal começou a adotar filhosslot 77777 free2016. Em fevereiro deste ano, quando a guerra começou, eles tinham sete filhos adotivosslot 77777 freeseis a 17 anos, alémslot 77777 freedois filhos biológicos.

"Somos pessoas loucas, mas gostamos disso. As crianças nos dão emoções queslot 77777 freeoutra forma não teríamos — a vida era vazia antes delas", diz ela.

Olga
Legenda da foto, Olga era professoraslot 77777 freemúsica na Ucrânia, mas agora trabalha como costureira

Olga trabalhava como professoraslot 77777 freemúsica infantil e Denis, mineiro. A vida deles era feliz e completa. Mas no inícioslot 77777 freemarço, a família estava separada e com medo.

A eletricidade no refúgio das criançasslot 77777 freeMariupol foi cortada por causa dos bombardeios, e os filhosslot 77777 freeOlga não conseguiam mais carregar seus telefones, ficando incomunicáveis com a mãe.

Em casa, na cidade orientalslot 77777 freeVuhledar, os pais da família Lopatkin também se abrigaramslot 77777 freeseu porão, com o acirramento da guerra. "Fomos bombardeados por toda parte, é assustador", diz Olga.

Eles decidiram irslot 77777 freecarro até Zaporizhzhia, para onde algumas pessoasslot 77777 freeMariupol estavam sendo evacuadas, esperando que as autoridades ucranianas levassem as crianças para lá também.

Mas a cidade não era segura. Sem nenhum sinal das crianças, a família decidiu se mudar para Lviv, mais a oeste.

Lá, surgiu um novo problema: Denis poderia ser convocado para o Exército. Contraslot 77777 freevontade, eles decidiram fugir da Ucrânia.

Menosslot 77777 freeduas semanas após o início da guerra, Olga, Denis e seus três filhos restantes eram refugiados — mas Olga diz que nunca perdeu a esperançaslot 77777 freerecuperar seus filhos.

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A família estava na Alemanha, decidindo para onde se mudar, quando recebeu notícias das crianças.

Elas haviam sido levadas para uma parte da regiãoslot 77777 freeDonetsk controlada por separatistas pró-Rússia, onde foram colocadasslot 77777 freeum hospitalslot 77777 freetuberculose. Isso porque antes elas haviam se abrigadoslot 77777 freeum sanatório para pacientes com problemas respiratórios.

Os serviços sociais disseram às crianças que elas haviam sido abandonadas.

Timofey
Legenda da foto, Timofey e Olga recuperaram seu relacionamento

O filho mais velho, Timofey,slot 77777 free17 anos, conseguiu carregar seu telefone e mandar uma mensagem para Olga. Ele disse que recebeu a ofertaslot 77777 freeir embora sozinho, mas se recusou para ficar e cuidarslot 77777 freeseus irmãos e que estava com raiva por ela ter deixado a Ucrânia.

"Eu entendia que eles não poderiam vir nos buscarslot 77777 freeMariupol, mas o fatoslot 77777 freeterem ido para o exterior realmente me deixou furioso", conta ele.

Sentindo-se sem ação, Olga continuou a postar nas redes sociais pedindo ajuda e informações sobre seus filhos, mas recebeu insultos na maior parte das vezes. Muitos a acusaramslot 77777 freenão se esforçar o suficiente para resgatar as crianças e a criticaram por deixar a Ucrânia. Acusaçõesslot 77777 freeque ela abandonou seus filhos a magoaram profundamente.

Ela falou com a imprensa internacional para darslot 77777 freeversão.

"Tenteislot 77777 freetodas as formas divulgar nossa situação, esperando que alguém ouvisse algo e pudesse ajudar", diz ela.

Enquanto isso, o casal estava decidindo onde se estabelecer na Europa. Eles escolheram a pequena cidadeslot 77777 freeLoue, no noroeste da França, onde estabeleceram novas vidas, com empregos e uma casa subsidiada pela Cruz Vermelha grande o suficiente para todas as crianças.

O prefeito convidou dez famíliasslot 77777 freerefugiados ucranianos para se mudarem para a cidade, com vantagens para famílias com filhos adotados.

No inícioslot 77777 freeabril, Olga e Timofey estabeleceram uma rotinaslot 77777 freefalar ao telefone com seus filhos quase todas as noites, o que ajudou a restaurar o relacionamento.

Era preciso esperar e torcer para que os serviços sociaisslot 77777 freeDonetsk concordassemslot 77777 freeliberar as crianças, o que eventualmente aconteceu.

Mas não foi tão simples. Eles disseram que só os entregariam os filhos à responsável legal: Olga. E ela teria que voltar para o lugarslot 77777 freeonde tinha acabadoslot 77777 freefugir.

"Eu era uma refugiada fugindo da Federação Russa e agora teria que ir para a Federação Russa?"

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Por um tempo, parecia haver um impasse. Os serviços sociaisslot 77777 freeDonetsk estavam exigindo que Olga enviasse as certidõesslot 77777 freenascimento das crianças para provarslot 77777 freeidentidade, mas ela temia que isso os levasse a serem colocados para adoção.

Esse medo tinha fundamento. A TV russa frequentemente veicula reportagens otimistas sobre a "evacuação"slot 77777 freecivis das regiões "libertadas" da Ucrânia.

Tatyana
Legenda da foto, Tatyana é uma voluntária experiente que trabalhou com crianças órfãs por muitos anos

O governo da Ucrânia diz que se trataslot 77777 freedeportação forçada que, no casoslot 77777 freecrianças órfãs, equivale a sequestro.

Em maio, o presidente russo Vladimir Putin emitiu um decreto "simplificando" a emissãoslot 77777 freedocumentos russos para crianças da Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a medida viola a convençãoslot 77777 freedireitos humanosslot 77777 freeGenebra.

No início deste mês, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que até 2 milhõesslot 77777 freeucranianos foram deportados à força para a Rússia, incluindo centenasslot 77777 freemilharesslot 77777 freecrianças.

Mas logo houve um fioslot 77777 freeesperança no casoslot 77777 freeOlga. Em junho, ela recebeu um telefonema. Havia alguémslot 77777 freeDonetsk que poderia trazer seus filhos para a Europa Ocidental.

Tatyana, uma voluntária experienteslot 77777 freeDonetsk que trabalhou com crianças órfãs e mães vulneráveis ​​por muitos anos, tinha uma relação profissional com as autoridades e estava disposta a ajudar.

Olga e Denis entregaram os documentos das crianças a Tatyana junto com um formulárioslot 77777 freeliberação, tornando-aslot 77777 freeguardiã legal temporária. Eles tiveram que confiar cegamente na voluntária, mas Olga diz ter sentido que era a coisa certa a fazer.

Ainda assim, o processo não era simples. Eles só ficaram sabendo no último momento que a papelada tinha sido aprovada. Tatyana viajou com as crianças para a Rússia, depois para a Letônia e a Alemanha. Cada passagemslot 77777 freefronteira era estressante.

"Todas têm sobrenomes diferentes e o original do formulárioslot 77777 freeliberação estavaslot 77777 freefrancês. Eu tive que explicar nossa situação várias vezes a inúmeros guardasslot 77777 freefronteira", diz Tatyana.

Ela levou as crianças até Berlim, onde as entregou a Denis, que, porslot 77777 freevez, as levou paraslot 77777 freenova casaslot 77777 freeLoue.

A reunião da família após quatro mesesslot 77777 freeincerteza e ansiedade foi incrivelmente emocionante.

Lágrimas se misturaram com risos quando primeiro Denis e depois Olga esmagaram seus filhosslot 77777 freeabraços, ainda sem acreditar que os estavam vendoslot 77777 freeverdade.

Olga não paravaslot 77777 freeabraçar as crianças, dizendo: "Deixe-me ver vocês, deixe-me apenas olhar para vocês! Vocês cresceram tanto, faz tanto tempo que não as vejo!"

Encontro familiar

Timofey evitou demonstrar afeto: "Estou muito feliz por tudo ter dado certo, mas também sou mais velho, então não demonstro o quão feliz estou. Estou feliz por estarmos todos juntos novamente e mantive minha palavra e trouxe os filhos para os pais."

Olga é eternamente grata à mulher que nunca conheceu e descreve como "nossa heroína".

Agora a família está planejando merecidas férias. Olga quer viajar para Portugal.

"Eu nunca vi o mar", diz ela. "Claro, vamos todos juntos. Não vou deixá-los fora da minha vista novamente."

Colaboraram Anastasia Lotareva e Alexey Gusev. Fotosslot 77777 freeVladimir Pirozhkov.

- Este texto foi originalmente publicadoslot 77777 freehttp://vesser.net/internacional-62204717

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