'O que estávbet latjogo nas eleições presidenciais na Colômbia':vbet lat
Ele entende, porém, que, nos últimos quatro anos, Petro se fortaleceu como líder da oposição e conseguiu canalizar a frustraçãovbet latsetores do eleitorado colombiano com a política e a exclusão social.
"Essa é uma eleição muito importante para a Colômbia. Duque sai com uma popularidade baixa e reforça a necessidade social por mudanças", disse a cientista política Luciana Manfredi, da Universidade ICESI,vbet latCali.
Boric
Comovbet latoutros países da região - caso do Chile, por exemplo -, a Colômbia também registrou fortes protestos sociaisvbet lat2019 evbet lat2021, levando alguns analistas a associarem a eleição do chileno Gabriel Boric ao possível desembarque, desta vez,vbet latPetro na Presidência colombiana.
Mas, ao mesmo tempo, o presidenciável colombiano também encara altos índicesvbet latrejeição entre empresários e camadas das classes média e alta do país.
"Ele chamou empresários para conversar e muitos rejeitaram o convite", disse o analista colombiano.
Entre as propostas do candidato 'petrista', como dizem os colombianos, está a cobrançavbet latimpostos aos mais ricos, inspirada nas suas conversas com o economista francês Thomas Piketty, segundo aliados do presidenciável.
Petro gera "simpatias na esquerda e muita antipatia na direita", observou o professorvbet latciências políticas Víctor M. Mijares, da Universidadevbet latlos Andes.
Cinco pilares
Nesta eleição colombiana pelo menos cinco assuntos estão no centro do debate e do destino das políticas do país - além do pêndulo entre a esquerda, representada por Petro, e o restantevbet latcentro-direita e direita.
São eles: a relação da Colômbia com os Estados Unidos e com a vizinha Venezuela; o combate à pobreza; o tráficovbet latdrogas; a violênciavbet latdissidentes guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que foram um grupo armado durante maisvbet lat50 anos até a assinatura do Acordovbet latPaz,vbet lat2016, e do grupovbet latvigor Exércitovbet latLibertação Nacional (ELN).
Militares e petróleo
Outros pilares do debate político atual são o petróleo - Petro criticou a dependência do país petroleiro nesta energia - e o suspense sobre a relação dos militares com o candidatovbet latesquerda, caso ele seja eleito.
"Aqui não se pensavbet latgolpe militar, mas como será a relaçãovbet latsetores militares e da polícia num possível governovbet latesquerda, liderado por Petro", observou Vargas Velásquez.
Estados Unidos e tráficovbet latdrogas
Em uma reportagem do jornal britânico Financial Times, publicada na semana passada, afirmou-se que "algumas das ideias (de Petro) ainda refletem o radicalismo davbet latjuventude".
O jornal cita, entre outros,vbet latintençãovbet latrever o acordo da Colômbia com os Estados Unidos "na guerra contra as drogas".
De acordo com o analista Mijares, da Universidadevbet latlos Andes, a esquerda colombiana é contraria a aliança e a formavbet latcombate dos dois países, realizada há anos, contra o narcotráfico colombiano.
Os outros candidatos são mais favoráveis à continuidade do sistema atual, disse. Para ele, a relação da Colômbia com a Venezuela, hoje diplomaticamente interrompidas, seriam retomadas num eventual governo Petro, o que não gera críticas unânimes internamente, já que os dois países têm laços tradicionais que envolvem comércio e imigração - estima-se que maisvbet latdois milhõesvbet latvenezuelanos vivem no território colombiano.
Colete à provavbet latbalas
Ameaçadovbet latmorte, durante a campanha, Petro usou colete à provavbet latbalas nos comícios e prometeu um giro nas políticas interna e externa do país.
Sua candidata a vice-presidente, a líder social e ativistavbet latdireitos humanos Francia Márquez, que é afrodescendente, também denunciou ter recebido ameaças por ser mulher e negra.
A Colômbia tem um passadovbet latviolência política que inclui o assassinatovbet latcandidatos à Presidência.
"Os únicos que não cabem no nosso projetovbet latgoverno são os corruptos e os genocidas. O que defendemos é uma democracia sólida e a inclusão social", disse Petro.
'Machistas'
A eleiçãovbet latPetro ouvbet latum dos candidatos da centro-direita e direita poderá depender do tradicional alto índicevbet latabstenção e do chamado voto envergonhado, principalmente, no presidenciável Rodolfo Hernández, da Ligavbet latGovernantes Anticorrupção, que com declarações classificadasvbet lat'machistas' subiu nas pesquisasvbet latintençãovbet latvotos.
"Era esperado que Hernández fizesse barulho na campanha. Ele é o candidato politicamente incorreto e que provoca o voto envergonhado e subiu nas últimas pesquisas", disse Manfredi, da Universidade ICESI,vbet latCali.
O crescimentovbet latHernández teria reduzido as chances do candidato Sergio Fajardo, do Centro Esperança, que era a esperança do centro, incluindo setores acadêmicos.
Além disso, para alguns analistas, causou surpresa que Ingrid Betancourt, que foi vítimavbet latsequestro das FARC, tenha desistido da candidatura e declarado apoio a Hernández. Ela era a única mulher na disputa à Presidência.
Abstençãovbet lat40%
Na Colômbia, o voto não é obrigatório e, como observou Manfredi, da 'Redvbet latPolitólogas' da América Latina, a abstenção registra cercavbet lat40% nas eleições dos últimos quarenta anos.
As últimas pesquisas divulgadas indicaram que Petro está à frente, com 35% ou até 48% das intençõesvbet latvoto evbet latsegundo lugar, praticamente empatados, com cercavbet lat20%, estão o engenheiro e ex-prefeitovbet latMedellín Federico 'Fico' Gutiérrez, do 'Equipo Por Colombia', e o engenheiro, ex-prefeitovbet latBucaramanga, Rodolfo Hernández, da Ligavbet latGovernantes Anticorrupção, como mostraram os levantamentos da Centro Nacionalvbet latConsultoria e do Centro Estratégico Latino-Americanovbet latGeopolítica.
'Fico' Gutiérrez conta com o apoio dos partidos tradicionais, o Partido Conservador e o Partido Liberal.
"Ou nos unimos ou estamos ferrados", costuma repetir para mostrarvbet lataversão a Petro.
Se as pesquisas forem confirmadas nas urnas, neste domingo (29), a eleição seria definida no segundo turno, no dia 19vbet latjunho, já que são necessários 50% mais um voto para o candidato ser eleito.
Preocupação
Algo une quase todos os candidatos, além da defesa, com diferentes matizes, da retomada das relações diplomáticas com a Venezuela, a preocupação com a apuração dos votos.
Segundo a revista Semana,vbet latBogotá, Petro, Fico Gutiérrez e Sergio Fajardo concordaram que "há preocupação"vbet latrelação à 'Registraduría Nacional', órgão que organiza as eleições e é ligado ao Conselho Nacional Eleitoral.
América do Sul
País com pouco maisvbet lat50 milhõesvbet lathabitantes, a Colômbia, que é andina e também banhada pelo Caribe e pelo Oceano Pacífico, tem desafios similares aosvbet latoutros países da região, incluindo o Brasil, como a desigualdade social e os altos índicesvbet latpobreza.
Alguns analistas dizem que esta eleição faz parte do xadrez político regional.
"No início dos anos 2000, houve uma ondavbet latgovernos progressistas, com Lula, Tabaré, Evo e outros. Hoje, temos Bolsonaro no Brasil e (Guillermo) Lasso no Equador e Boric no Chile e Alberto Fernández na Argentina, alémvbet latCastillo no Peru. Como o Brasil também elege presidente neste ano, poderíamos estar, ou não, diantevbet latnovo pêndulo regional, dependendo do que as urnas digam", disse o professor colombiano Vargas Velásquez.
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