Como um quimono revelou passadocasino online slotcamposcasino online slotconcentração para japoneses nos EUA:casino online slot

Entrando na casa, tirou o tecido da mala na frentecasino online slottodos: era um quimono, uma tradicional vestimenta formal japonesa.

Todos ficaram impressionados com o tecido brilhante e como ele refletia a luz, com florescasino online slotpessegueiro bordadas à mãocasino online slotfioscasino online slotprata.

"Eu nunca tinha visto um quimono na vida real, muito menos tocadocasino online slotum", diz Konno à BBC.

No total, havia sete quimonoscasino online slotseda na mala. Ninguém na família os reconheceu, o que significava que o tesouro havia sido guardadocasino online slotsegredo por todo aquele tempo.

Quando Konno examinou a mala maiscasino online slotperto, percebeu que sob o decalque da Universidadecasino online slotMichigan havia um nome desconhecido, "Sadame Tomita", escrito grosseiramentecasino online slottinta branca, junto com cinco dígitos: 07314. Alguém havia coberto os números deliberadamente com o adesivo.

"Esse era o nome japonêscasino online slotsua avó", Konno foi informado pelo tio. "E este era o númerocasino online slotregistro da família dela nos campos."

'Nissei'

Konno nunca conheceucasino online slotavó japonesa, pois ela morreu antescasino online slotele nascer. Ela era nissei, uma nipo-americanacasino online slotsegunda geração, que passoucasino online slotadolescência nos camposcasino online slotencarceramento.

Após a guerra, ela passou a usar o nome ocidental Helen.

Foi a única mala que ela pôde levar para os campos, Konno soube mais tarde. E ela guardou-a por todacasino online slotvida.

Seu futuro marido, o avôcasino online slotKonno, também era adolescente quando foi confinado no Centrocasino online slotRelocação Campo Amache, no Colorado. Eles se conheceram depois da guerra.

Konno queria saber mais, mascasino online slotfamília não queria reviver o passado.

"Minha avó guardava segredos atécasino online slotseus próprios filhos. Por que ela escondeu seu nome? Por que manteve secretos aqueles quimonos?"

'Shikata ga nai'

Outros estão fazendo as mesmas perguntas que Konno.

Em uma vigília à luzcasino online slotvelas organizada pela campanha Stop Asian Hate (Não ao Preconceito Contra Asiáticos,casino online slottradução livre), após um aumento recente dos ataques contra essa parcela da população nos Estados Unidos, Konno notou que outros nipo-americanos estavam presentes e que havia algo que eles queriam desentalarcasino online slotsuas gargantas.

"A primeira pergunta que nos fizemos foi: 'Em que campocasino online slotfamília foi internada?'", diz Konno.

"A segunda pergunta foi: 'Quantocasino online slotfamília te contou?'"

"Nunca tive a chancecasino online slotfalar com meu avô sobrecasino online slotexperiência enquanto ele estava vivo", diz Konno.

"Se eu faço perguntas [à minha tia], ela é especialistacasino online slotmudarcasino online slotassunto. Meu pai e meu tio acham que desenterrar o passado não vai mudar nada. Por respeito à minha família, não pressiono por respostas."

Alguns dos issei — imigrantes japonesescasino online slotprimeira geração — e nissei mantiveram suas experiências nos camposcasino online slotsegredo, não querendo passar memórias dolorosas para as gerações futuras.

O termo japonês shikata ga nai se traduzcasino online slot"não pode ser desfeito".

'Sansei' e 'yonsei'

O pai e os tioscasino online slotKonno são sansei, ou terceira geração.

"Para a geração do meu pai, é fácil não fazer muitas perguntas. O trauma aconteceu com os pais deles. Para eles, isso não faz parte da história que você pode ler", diz.

É por isso que Konno acredita que cabe aos yonsei, a quarta geração, manter vivo esse legado.

"Sou da geração que está longe o suficiente para ver o passadocasino online slotforma diferente e também para gritar contra essa injustiça."

Evacuação

Em 19casino online slotfevereirocasino online slot1942, dois meses após o ataque japonês à base naval americanacasino online slotPearl Harbor, no Havaí, o presidente americano Franklin Roosevelt emitiu a Ordem Executiva 9066.

O documento autorizava a "evacuação"casino online slotnipo-americanoscasino online slotcomunidades ao longo da costa Oeste dos Estados Unidos, argumentando que a medida visava proteger o país contra espionagem.

Na realidade, as leis foram motivadas por racismo, histeriacasino online slotguerra e medo. Nenhum nipo-americano foi condenado por traição ou por qualquer ato sériocasino online slotespionagem durante a Segunda Guerra Mundial.

Canadá, México e vários países sul-americanos também tiveram programas semelhantes.

Entre 1942 e 1946, cercacasino online slot120 mil nipo-americanos foram retirados à forçacasino online slotsuas casas e transferidos para campos administrados pelo governo. Milhares eram crianças e idosos. Vários prisioneiros foram mortos a tiros por guardas.

Mais da metade eram cidadãos americanos: qualquer pessoa com maiscasino online slot1/16casino online slotascendência japonesa era elegível para internação compulsória, o que significava que qualquer pessoa com um tataravô japonês poderia ser detidacasino online slotcasa e enviada para viver a quilômetroscasino online slotdistância.

Camposcasino online slotconcentração

Em questãocasino online slotmeses, dez campos foram construídos na Califórnia, Arizona, Wyoming, Colorado, Utah e Arkansas.

Enquanto estavamcasino online slotconstrução, as famílias eram frequentemente enviadas para "centroscasino online slotreunião" improvisados: alojamentos temporárioscasino online slotáreas com estábulos ao redorcasino online slotpistascasino online slotcorridacasino online slotcavalos. Cada família recebia um estábulo para dormir.

A avócasino online slotKonno foi enviada para o hipódromocasino online slotSan Mateo.

"Os cavalos tinham sido removidos no dia anterior, e o cheiro era horrível", Konno soube mais tarde. "Quando eles foram realocados, os campos devem ter parecido agradáveiscasino online slotcomparação."

Pedidocasino online slotdesculpas

Apenascasino online slot1988, quase 50 anos depois, o presidente americano Ronald Reagan emitiu um pedidocasino online slotdesculpas e uma compensaçãocasino online slotUS$ 20 mil (cercacasino online slotUS$ 40 mil ou R$ 200 milcasino online slotvalores atuais) foi paga a maiscasino online slot80 mil nipo-americanos que foram internados compulsoriamente ou,casino online slotalguns casos, a seus herdeiros.

Brian Niiya, que leciona sobre a história dos campos na Universidade da Califórniacasino online slotLos Angeles, diz que, na época, a comunidade nipo-americana ficou feliz com o pedidocasino online slotdesculpas e o acordo.

"Tinha sido uma possibilidade tão remota... as pessoas nunca pensaram que veriam algo assimcasino online slotsuas vidas", diz ele à BBC.

Mas o legado complicado dos campos significa que ainda há muito trabalho a ser feito. "Muitas pessoas ainda não conhecem a história dos campos, mas progressos estão sendo feitos", diz Niiya.

Contar a história

A Califórnia aprovou recentemente uma legislação que implementa programascasino online slotestudos étnicoscasino online slotescolascasino online slotensino médio, onde essa história será ensinada.

Livros didáticos específicos sobre essa época estão sendo publicados, o Serviço Nacionalcasino online slotParques dos Estados Unidos está erguendo memoriais e exibiçõescasino online slotfilmes sobre os campos também têm ajudado a resgatar a memória.

"Esperamos que até o 100º aniversário [do ataque à Pearl Harbor e aprovação da políticacasino online slotevacuação forçada e aprisionamento], todos os americanos saibam sobre os campos", diz Niiya.

Passadocasino online slotchamas

Konno assumiu a responsabilidadecasino online slotaprender sobre esse legado. Ao encontrar seu sobrenomecasino online slotum livro sobre os campos, inicialmente sentiu um certo orgulho por seu ancestral ter feito algo dignocasino online slotregistro.

Mas lendo a passagem inteira, tudo mudou. Temendo ser vistas como estrangeiras, algumas comunidades queimaram seus pertences japoneses.

Konno descobriu que seu bisavô havia visitado uma comunidade japonesa próxima para convencer as pessoas a destruir fotoscasino online slotfamília, cartas e documentos escritoscasino online slotjaponês.

Um dicionário japonês grosso levou uma semana para queimar. Facascasino online slotsashimi e equipamentoscasino online slotkendô, a tradicional arte marcial japonesa, também foram jogados ao fogo, pois as pessoas temiam que as autoridades considerassem os objetos como armas.

"Minha própria família ajudou a tomar a horrível decisãocasino online slotdestruir esses itens sentimentais, e foi tudocasino online slotvão, porque eles foram forçados a viver nesses camposcasino online slotqualquer maneira", diz Konno.

Peregrinação

A destruição da cultura japonesa afetaria as gerações futuras. Os avóscasino online slotKonno falavam japonês, mas depois da experiência nos campos decidiram não ensinar o idioma aos filhos.

"A vó achava que falar japonês não contribuiria para o sucesso dos filhos na América."

Agora, Konno tenta recuperar geraçõescasino online slotconhecimento perdido. "Posso entender as decisões que meus avós tomaram, eles fizeram o que achavam que nos protegeria", diz.

Em 2019, Konno pediu a um amigo que dirigia para fazer uma peregrinação especial. "Eu queria finalmente ir para [o campocasino online slotrealocação de] Manzanar."

Agora um museu administrado pelo Serviço Nacionalcasino online slotParques, Manzanar foi o primeiro campocasino online slotconcentração nipo-americano construído nos EUA. Localizado aos pés das montanhascasino online slotSierra Nevada, na Califórnia, a maioria dos que ali viveram veiocasino online slotLos Angeles, a cercacasino online slot370 km.

Embora Konno tivesse visto fotografias dos campos, foi chocante ver pessoalmente as condiçõescasino online slotvida, recriadas para educação histórica.

As famílias moravamcasino online slotlongos barracõescasino online slotmadeira, dividindo os espaços com lençóis, enquanto o vento chacoalhava as paredes e a poeira entrava pelas frestas.

"Eles tinham que varrer o espaço duas vezes por dia para tirar a poeira", disseram a Konno.

Os campos eram cercados por cercascasino online slotarame farpadocasino online slot2,5 mcasino online slotaltura, curvados para dentro no topo. Não havia saída.

'Gaman'

A avócasino online slotKonno e suas duas irmãs eram adolescentes no campocasino online slotconcentração. Ela ficou presa dos 15 aos 18 anos, três irmãs dividindo espaço com os pais no quarto improvisado.

Os banheiros comuns eram espaços abertos, com chuveiros e vasos sanitários, sem paredes ou privacidade.

As mulheres pacientemente faziam fila do ladocasino online slotfora para permitir que a pessoa que estivesse dentro tivesse um momentocasino online slotdiscrição, o que significava que as pessoas tomavam banhocasino online slothorários estranhos durante toda a noite.

Olhando para fora dos abrigos, Konno viu restoscasino online slotjardins zen japoneses. "Eles tentaram deixar esta prisão hostil um pouco mais bonita."

Konno traduz o termo japonês gaman que significa "enfrentar dificuldades com dignidade".

"Nesses campos, as famílias nipo-americanas eram tratadas como menos que humanas. Mas eles ainda tentavam respeitar uns aos outros e ajudar uns aos outros neste lugar horrível", diz Konno, com amargor.

O que não sabia era que, anos atrás, seu pai também havia visitado Manzanar. "Ele absorveu tudo e guardou para si mesmo", diz.

Konno entendeu então que as gerações anteriores prestam seu respeito aos antepassados àcasino online slotprópria maneira.

'Recordar é honrar'

Mais recentemente, depois que Konno começoucasino online slotprópria busca por respostas, seu pai e o tio foram para onde seus parentes paternos ficaram temporariamente encarcerados, no Centrocasino online slotReuniões Merced.

Os campos foram destruídos há muito tempo, mas uma estátuacasino online slotuma menina sentadacasino online slotuma pilhacasino online slotmalas serve como memorial para as famílias que foram presas lá.

Em uma parede atrás dela, os nomes dos 1.600 nipo-americanos, incluindo bebês nascidos no campo, estão gravadoscasino online slotpedra.

O pai e o tio pararam para procurar seu sobrenome e tiraram fotos para enviar a Konno.

Olhando para trás, Konno se pergunta se parte da razão pela qual levou tanto tempo para começar a investigar foi porque supunha que suas perguntas não seriam bem recebidas.

Mas o que descobriu é que a geraçãocasino online slotseus pais tinha o mesmo desejocasino online slotsaber.

"As oportunidades para conversar com aqueles que viveram isso estão desaparecendo passados 80 anos. Agora é ainda mais urgente descobrir as coisas por mim mesmo, não apenas ouvir históriascasino online slotsegunda mão", afirma. "Essa é para mim uma missãocasino online slotvida."

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