Guerra na Ucrânia vem 'após décadasfnf minijogosalertasfnf minijogosque expansão da Otan poderia provocar Rússia':fnf minijogos
Putin deixou claro por muitos anos que, se continuada, a expansão provavelmente enfrentaria uma séria resistência por parte dos russos, inclusive uma ação militar.
Esta perspectiva não é apenas dos russos; alguns especialistas influentesfnf minijogospolítica externa americana também compartilham dela.
Entre outros, o diretor da CIA do governo Biden, William J. Burns, vem alertando sobre o efeito provocador da expansão da Otan na Rússia desde 1995.
Foi quando Burns, então comissário político da embaixada dos EUAfnf minijogosMoscou, informou a Washington que "a hostilidade à expansão inicial da Otan é quase universalmente sentidafnf minijogostodo o espectro político interno aqui".
Otan avançafnf minijogosdireção à Rússia
A Otan é uma aliança militar que foi formada pelos EUA, Canadá e várias nações europeiasfnf minijogos1949 para conter a URSS e a expansão do comunismo.
Agora, a visão no Ocidente é que não é mais uma aliança antirrussa, mas sim uma espéciefnf minijogosacordofnf minijogossegurança coletiva destinado a proteger seus membrosfnf minijogosagressões externas e promover a mediação pacíficafnf minijogosconflitos dentro da aliança.
Reconhecendo a soberaniafnf minijogostodos os estados e seu direitofnf minijogosse aliar com o estado que desejarem, a Otan aceitou ao longo do tempo solicitações das democracias europeias para aderir à aliança.
Ex-membros do Pactofnf minijogosVarsóvia estabelecido pelos soviéticos, que era uma versão soviética da Otan, também ingressaram na Otan na décadafnf minijogos1990, juntamente com três ex-repúblicas soviéticas — Estônia, Letônia e Lituânia —fnf minijogos2004.
A visão ocidental é que o Kremlin deve entender e aceitar que as atividades da aliança, entre elas simulaçõesfnf minijogosguerra repletasfnf minijogostanques americanos encenadasfnf minijogosestados bálticos próximos e foguetes posicionados na Polônia e na Romênia — que os EUA dizem serem direcionados ao Irã — não representamfnf minijogosnenhuma forma uma ameaça à segurança russa.
Várias advertências sobre a reação da Rússia
A elite russa e a opinião públicafnf minijogosgeral há muito tempo se opõem a tal expansão, ao posicionamentofnf minijogosfoguetes americanos na Polônia e na Romênia e ao armamento da Ucrânia com arsenal ocidental.
Quando o governo do presidente americano Bill Clinton tomou medidas para incluir a Polônia, a Hungria e a República Tcheca na Otan, Burns escreveu que a decisão era "prematura, na melhor das hipóteses, e desnecessariamente provocativa, na pior".
"Enquanto os russos se consumiamfnf minijogosressentimento e se sentiamfnf minijogosdesvantagem, uma crescente tempestadefnf minijogosteoriasfnf minijogos'punhaladas pelas costas' rodopiava lentamente, deixando uma marca nas relações da Rússia com o Ocidente que perduraria por décadas", completou.
Em junhofnf minijogos1997, 50 especialistas renomadosfnf minijogospolítica externa assinaram uma carta aberta a Clinton, dizendo: "Acreditamos que o atual esforço liderado pelos EUA para expandir a Otan… é um erro políticofnf minijogosproporções históricas" que "perturbaria a estabilidade europeia".
Em 2008, Burns, então embaixador americanofnf minijogosMoscou, escreveu à secretáriafnf minijogosEstado, Condoleezza Rice: "A entrada da Ucrânia na Otan é a mais brilhantefnf minijogostodas as linhas vermelhas estabelecidas pela elite russa (não apenas Putin). Em maisfnf minijogosdois anos e meiofnf minijogosconversas com os principais atores russos, desde aqueles que se escondem nos recantos sombrios do Kremlin aos críticos liberais mais ferrenhosfnf minijogosPutin, ainda não encontrei ninguém que veja a Ucrânia na Otan como algo alémfnf minijogosum desafio direto aos interesses russos".
Respondendo à insegurança da Rússia
Há diferentes desfechos para a crise atual, dependendo se você considera quefnf minijogoscausa é o imperialismo russo ou o expansionismo da Otan.
Se você acha que a guerra na Ucrânia é obrafnf minijogosum imperialista determinado, qualquer ação que não seja derrotar os russos vai parecer uma políticafnf minijogosapaziguamento, ao estilo do Acordofnf minijogosMuniquefnf minijogos1938, e Joe Biden se tornará o execrado Neville Chamberlain, o primeiro-ministro britânico que cedeu às demandasfnf minijogosHitler por território na Tchecoslováquia apenas para se ver enganado, enquanto os nazistas marchavam para a guerra.
Mas, se você acredita que a Rússia tem preocupações legítimasfnf minijogosrelação à expansão da Otan, então a porta está aberta para discussão, negociação, compromisso e concessões.
Tendo passado décadas estudando a história e a política russa, acredito que, na política externa, Putin geralmente agiu como um realista, avaliandofnf minijogosforma não sentimental e amoral a dinâmicafnf minijogospoder entre os Estados.
Ele busca possíveis aliados dispostos a considerar os interesses da Rússia — recentemente, encontrou um aliado deste tipo na China — e está disposto a recorrer à força armada quando acredita que a Rússia está ameaçada.
Mas, às vezes, ele também agiu com basefnf minijogossuas predileções ideológicas, o que inclui suas histórias inventadas sobre a Rússia.
E, ocasionalmente, agiu impulsivamente, como ao anexar a Crimeiafnf minijogos2014, e precipitadamente, como emfnf minijogosdesastrosa decisãofnf minijogosinvadir a Ucrânia.
A anexação da Crimeia após a revolução pró-democraciafnf minijogosMaidan na Ucrâniafnf minijogos2014 combinou tanto um imperativo estratégico para manter a base naval do Mar Negrofnf minijogosSebastopol, quanto uma justificativa nacionalista, após o fato, para trazer o berço imaginário do cristianismo russo e uma conquista histórica dos czaresfnf minijogosvolta ao redil da "terra natal".
A sensaçãofnf minijogosinsegurançafnf minijogosPutin diantefnf minijogosuma Otan muito mais poderosa é genuína, mas durante o atual impasse sobre a Ucrânia, suas declarações recentes se tornaram mais febris e até paranoicas.
Normalmente um racionalista, Putin agora parece ter perdido a paciência e se deixa levar por suas emoções.
Putin conhece história o suficiente para reconhecer que a Rússia não se expandiu no século 20 — perdendo partes da Polônia, Ucrânia, Finlândia e leste da Turquia após a revoluçãofnf minijogos1917 —, exceto por um breve período antes e depois da Segunda Guerra Mundial, quando Stalin anexou as repúblicas bálticas e pedaços da Finlândia e territórios unidosfnf minijogosentre guerras da Polônia com a Ucrânia soviética.
O próprio Putin ficou traumatizado com a desintegração da União Soviéticafnf minijogos1991, a perdafnf minijogosum terçofnf minijogosseu antigo território e metadefnf minijogossua população. Em um instante, a URSS desapareceu, e a Rússia se viu muito mais frágil e vulnerável às grandes potências rivais.
Muitos russos concordam com Putin e sentem ressentimento e humilhação, alémfnf minijogosansiedadefnf minijogosrelação ao futuro. Mas, emfnf minijogosmaioria, eles não querem a guerra, dizem pesquisadores e analistas políticos russos.
Líderes como Putin, que se sentem encurralados e ignorados, podem atacar. Ele já ameaçou com "consequências militares e políticas" se a Finlândia e a Suécia, atualmente neutras, tentarem se juntar à Otan.
Paradoxalmente, a Otan colocoufnf minijogosrisco pequenos países na fronteira da Rússia, como aconteceu com a Geórgiafnf minijogos2008, que desejam se juntar à aliança.
Éfnf minijogosse perguntar — como fez o diplomata americano George F. Kennan, o pai da doutrinafnf minijogoscontenção da Guerra Fria que alertou contra a expansão da Otanfnf minijogos1998 —, se o avanço da Otan para o leste aumentou a segurança dos estados europeus ou os tornou mais vulneráveis.
* Ronald Suny é professorfnf minijogoshistória e ciência política na Universidadefnf minijogosMichigan, nos EUA.
Este artigo foi publicado originalmente no sitefnf minijogosnotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
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