O que explica explosãobet365 6 horse challenge predictioncovid na Rússia, que pode ter levado país a ultrapassar Brasilbet365 6 horse challenge predictionnúmerobet365 6 horse challenge predictionmortes:bet365 6 horse challenge prediction

Com isso, o país ultrapassaria a marcabet365 6 horse challenge prediction620 mil mortes oficialmente registradas até o momento no Brasil, que só é superadabet365 6 horse challenge predictionnúmeros oficiaisbet365 6 horse challenge predictionmortes pelos Estados Unidos. É bom lembrar, porém, que diversos especialistas apontam que a soma realbet365 6 horse challenge predictionmortos por covid-19 no Brasil também provavelmente supera bastante a dos dados oficiais, devido a subnotificações ocorridas principalmente nos picos da pandemia.

Além disso, o Brasil vive atualmente um apagãobet365 6 horse challenge predictiondados e uma escassezbet365 6 horse challenge predictiontestesbet365 6 horse challenge predictioncovid-19, que também mascaram o atual estágio da pandemia no país.

A Reuters usou como base as 835 mil mortes excedentes registradas na Rússia desde o início do surtobet365 6 horse challenge predictioncovid-19,bet365 6 horse challenge predictionabrilbet365 6 horse challenge prediction2020.

Esse excessobet365 6 horse challenge predictionmortes - ou seja, o quanto mais se morreubet365 6 horse challenge predictionum país,bet365 6 horse challenge predictioncomparação com os anos "típicos",bet365 6 horse challenge predictionantes da pandemia do coronavírus - tem sido usado por estatísticosbet365 6 horse challenge predictiondiferentes países (também no Brasil) para estimar a subnotificação dos óbitosbet365 6 horse challenge predictionmeio à covid-19.

O picobet365 6 horse challenge predictioncasos na Rússia ocorreu no último trimestre do ano passado e é atribuído ainda à variante delta, e agora as preocupações são com o avanço da ômicron.

Mas o que explica números tão altos e díspares no país que foi o primeiro do mundo a aprovar uma vacina contra a covid-19, aindabet365 6 horse challenge predictionagostobet365 6 horse challenge prediction2020?

Resistência à vacina com características russas

A vacina Sputnik V foi anunciada com grande entusiasmo ainda no primeiro semestre da pandemia.

Em 11bet365 6 horse challenge predictionagostobet365 6 horse challenge prediction2020, o presidente Vladimir Putin afirmou que seu país seria o primeiro a dar aval regulatório a um imunizante contra o coronavírus, depoisbet365 6 horse challenge predictiondois mesesbet365 6 horse challenge predictiontestesbet365 6 horse challenge predictionhumanos, o que foi exaltado como símbolo da proeza científicabet365 6 horse challenge predictionMoscou.

"Sei que (a vacina) funciona com muita eficiência, forma imunidade forte e, repito, passoubet365 6 horse challenge predictiontodos os testes necessários", afirmou Putin à época.

Alguns meses depois, o centrobet365 6 horse challenge predictionpesquisas Gamaleya, responsável pela Sputnik V, informou que a vacina teria eficáciabet365 6 horse challenge prediction92%, sem efeitos colaterais inesperados - abrindo o caminho para uma "vacinaçãobet365 6 horse challenge predictionmassa". Mas muitos observadores externos, embora ressaltem que a vacina parecebet365 6 horse challenge predictionfato ter boa qualidade, se queixaram da ausênciabet365 6 horse challenge predictiontransparência na divulgação dos dados do imunizante.

Passado maisbet365 6 horse challenge predictionum ano, a Sputnik V já é exportada para maisbet365 6 horse challenge prediction70 países (no Brasil, ela não recebeu o aval da Anvisa).

E, no entanto, apesar da disponibilidadebet365 6 horse challenge predictionvacinas nacionais, menosbet365 6 horse challenge prediction50% dos russos estão plenamente vacinados, aponta a plataforma Our World in Data.

Em comparação, o Brasil, que começoubet365 6 horse challenge predictioncampanhabet365 6 horse challenge predictionvacinação com atraso, já vacinou com duas doses maisbet365 6 horse challenge prediction67% da população.

A lentidão russa se deve a uma resistência à imunização com características bem peculiares, não necessariamente igual aos focos "antivacina" vistos no Ocidente, segundo especialistas.

A tecnologia por trás da Sputnik V é sólida e seu preço internacional é competitivo, mas a forma pouco transparente como ela foi apresentada pelo governo russo acabou, inadvertidamente, desencorajando a população russa a tomar a vacina, avalia a pesquisadora americana Judy Twigg, professora na Universidadebet365 6 horse challenge predictionVirgínia Commonwealth, especializadabet365 6 horse challenge predictionsaúde global e Rússia e Eurásia.

"Existe um sentimento antivacina na Rússia que, assim como no Ocidente, vembet365 6 horse challenge predictionmuitas fontes: dos rumores, da pseudociência, dos médicos que espalham desinformação, tudo isso muito antes da covid-19. (Mas), sob Putin, há um segmento da população que não confiabet365 6 horse challenge predictionnada que venha do governo - a ideia ébet365 6 horse challenge prediction'se o governo nos diz para fazer algo (como vacinar), é porque deve ser a coisa errada a fazer'", explica Twigg à BBC News Brasil.

"E há também a desconfiança quanto à Sputnik Vbet365 6 horse challenge predictionsi, da ideiabet365 6 horse challenge predictionque a Rússia não poderia ter criado algo eficiente nesse (curto) períodobet365 6 horse challenge predictiontempo. Muitos desconfiaram porque a vacina foi desenvolvida rapidamente, porque foram feitas alegações prematuras e exageradas a respeito da segurança e eficácia. Isso causou desconfiança", ela agrega.

Além disso, avalia a pesquisadora, o fatobet365 6 horse challenge predictiono governo russo ter repetidamente criticado as vacinas produzidas no Ocidente acabou sendo contraproducente, porque gerou uma resistência ainda maior da população russa contra a imunizaçãobet365 6 horse challenge predictionmodo geral.

O Serviço Russo da BBC explica que,bet365 6 horse challenge predictionum país onde as pessoas não são autorizadas a protestar livremente, resistir à vacina tem sido visto por alguns como uma formabet365 6 horse challenge predictionse rebelar contra as autoridades.

Falhas na condução da pandemia

A questão das vacinas é crucial para explicar a altabet365 6 horse challenge predictioncasos e mortes, mas não é a única.

Analistas e até mesmo locais afirmam que a comunicação e a estratégiabet365 6 horse challenge predictionenfrentamento à covid-19 na Rússia foi errática e mais orientada à política, do que à ciência - com semelhançasbet365 6 horse challenge predictionrelação aos governosbet365 6 horse challenge predictionDonald Trump nos EUA e Jair Bolsonaro no Brasil, avalia Judy Twigg.

Depoisbet365 6 horse challenge predictionum lockdown implementado no início da pandemia, a Rússia tem tido dificuldadesbet365 6 horse challenge predictionconvencer parte importantebet365 6 horse challenge predictionsua população a usar máscaras ou a aderir a medidasbet365 6 horse challenge predictionisolamento social ebet365 6 horse challenge predictionrestriçõesbet365 6 horse challenge predictionespaços e eventos a pessoas vacinadas.

O jornal Moscow Times explica que, durante o verão no Hemisfério Norte, a capital Moscou tentou colocarbet365 6 horse challenge predictionprática um "passaporte" que determinava que apenas vacinados pudessem frequentar restaurantes. Diante da resistência desses estabelecimentos, porém, o programa foi abandonado.

Um projetobet365 6 horse challenge predictionlei estabelecendo um passaporte vacinal nacional via QR code acabou sendo arquivadobet365 6 horse challenge predictiondezembro, depoisbet365 6 horse challenge predictionsofrer críticasbet365 6 horse challenge predictionparte da opinião pública.

Em novembro, a agência Reuters entrevistou um paramédico da cidadebet365 6 horse challenge predictionOryol que contou que pacientes com covid-19 vinham tendobet365 6 horse challenge predictionesperar diversas horas para conseguirem ser atendidos por uma ambulância.

Dmitry Seregin opinou que a baixa taxabet365 6 horse challenge predictionvacinaçãobet365 6 horse challenge predictionOryol se devia a problemas na comunicação oficial sobre a vacinação. "Os comunicados oficiais trazem informações diferentes vindas das mesmas pessoas, o que faz com que o povo desconfie do Estado", disse o paramédico.

Para a pesquisadora americana Judy Twigg, "o governo priorizou a política à saúde durante a pandemia".

Em 2020, Twigg escreveu um artigo traçando paralelos entre a resposta à pandemia do então presidente dos EUA, Donald Trump, e abet365 6 horse challenge predictionVladimir Putin.

"Ambos enfrentaram desafios claros a seu poder - o processobet365 6 horse challenge predictionimpeachment no Congresso americano e a oposição à tentativabet365 6 horse challenge predictionPutinbet365 6 horse challenge predictionmudar a Constituição e estenderbet365 6 horse challenge predictionPresidência. E ambos escolheram minimizar a ameaça da covid-19 e achar que a tinham sob controle com restrições nas fronteiras e a voos logo no início", escreveu ela.

"Essas medidas pareciam rígidas no papel, mas se mostraram porosas na prática, ignorando a realidadebet365 6 horse challenge predictionque a covid-19 já estava silenciosamente avançando sobre suas respectivas sociedades. Levou muito tempo para que ambos levassem a sério a testagem e outras respostas essenciais para estar à frente da pandemia."

Segundo Twigg, segue havendo poucos líderes russos,bet365 6 horse challenge predictionâmbito local ou nacional, capazesbet365 6 horse challenge prediction"de fato liderar nesta pandemia - comunicar com a populaçãobet365 6 horse challenge predictionmodo eficiente, fazer o que precisa ser feito e convencer as pessoas a mudar seu comportamento e fazer os sacrifícios necessários. E usar máscaras não é um sacrifício tão grande assim", avalia.

Estatísticas sob suspeita

Por fim, existe a dificuldadebet365 6 horse challenge predictionmensurar qual ébet365 6 horse challenge predictionfato o tamanho do estrago causado pelo coronavírus na Rússia.

Os dados divulgados diariamente pelo centrobet365 6 horse challenge predictionenfrentamento da covid-19 não batem com o excessobet365 6 horse challenge predictionmortes tornado público pela agência oficial estatística Rosstat (número que serviubet365 6 horse challenge predictionbase para os cálculos da agência Reuters mencionados no início da reportagem).

E há suspeitasbet365 6 horse challenge predictionque o excessobet365 6 horse challenge predictionmortes seja ainda maior do que o estimado pela Rosstat - e passebet365 6 horse challenge prediction1 milhão.

Esse cálculo foi confirmado à BBC Rússia pelo demógrafo Alexey Raksha, que trabalhava na Rosstat e foi demitido da agência estatísticabet365 6 horse challenge predictionmeadosbet365 6 horse challenge prediction2020, poucos meses após tecer críticas à subnotificação nos dadosbet365 6 horse challenge predictioncovid-19 apresentados ao público. Outros veículos independentesbet365 6 horse challenge predictionmídia também confirmaram essas estatísticas.

"Há muita distorçãobet365 6 horse challenge predictionnúmeros, simplesmente porque ninguém quer ser responsabilizado por eles", pondera Judy Twigg, agregando que isso é comum aos países que foram da órbita soviética, "onde há uma culturabet365 6 horse challenge predictioncontrole vertical que persiste até hoje, na qual ninguém quer ser o portadorbet365 6 horse challenge predictionmás notícias".

Além disso, diz a acadêmica, "em países autoritários (como é o caso da Rússia sob Putin), todos ficambet365 6 horse challenge predictionantena ligada tentando entender qual é a mensagem que devem passar adiante, e daí tentam adequar os números a isso, para se encaixar nessa mensagem".

A ameaça da ômicron

Tudo isso cria um complexo cenário para ser administrado por Vladimir Putin, prossegue Twigg, num momentobet365 6 horse challenge predictionque o presidente russo tenta acumular capital político por estar sob pressão do Ocidente, participando ativamentebet365 6 horse challenge predictionconfrontos no Cazaquistão ebet365 6 horse challenge predictiontensão crescente com a Ucrânia.

Putin tem instado a população a se vacinar e disse, nos últimos dias, que a Rússia tem pouco tempo para se preparar contra uma nova onda provocada pela ômicron, que já avança - especialmente sobre os russos não vacinados.

O jornal Moscow Times informou nesta semana que as infecções com a ômicron já triplicaram no final do ano e podem passarbet365 6 horse challenge prediction100 mil por dia, segundo autoridadesbet365 6 horse challenge predictionsaúde.

O instituto Gamaleya, porbet365 6 horse challenge predictionvez, afirmou que a Sputnik V é eficaz contra a ômicron.

O Institutobet365 6 horse challenge predictionMétricas e Avaliaçãobet365 6 horse challenge predictionSaúde, da Universidadebet365 6 horse challenge predictionWashington (EUA), que faz modelagens para prever cenários da pandemia, acredita que a Rússia enfrentará uma curva levemente ascendentebet365 6 horse challenge predictioncasos até maio, com possíveis novos picosbet365 6 horse challenge predictionmortes entre fevereiro e março.

Um ponto importante, porém, é que "o sistemabet365 6 horse challenge predictionsaúde russo, depois da crise inicial, se mostrou muitíssimo eficiente. O país mostrou que é capazbet365 6 horse challenge predictiondeslocar recursos onde fosse necessário. Então ele é capazbet365 6 horse challenge predictionlidar com isso, mas estará sob grande estresse", avalia Judy Twigg.

"Considerando o padrão da ômicron, é possível que a maior parte das infecções seja leve ou moderada, mas vemos nos EUA que as taxasbet365 6 horse challenge predictioninternação entre pessoas não vacinadas são muito altas. Então tem muito espaço para a ômicron avançar e colocar enorme pressão sobre o sistemabet365 6 horse challenge predictionsaúde."

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