Variante Mu: o que se sabe sobre linhagem do coronavírus e os casos no Brasil:esportbeta
esportbeta Há pouco maisesportbetauma semana, uma variante do coronavírus inicialmente identificadaesportbetajaneiro na Colômbia entrou para a listaesportbetalinhagens do Sars-CoV-2 sob monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A variante Mu (ou B.1.621) passou a ser considerada "varianteesportbetainteresse" pela OMS, por ter "uma constelaçãoesportbetamutações que indicam propriedades potenciaisesportbetaescape da imunidade", ou seja, da proteção das vacinas - o que ainda precisa ser confirmado por mais estudos, segundo o boletim da organização divulgadoesportbeta31esportbetaagosto.
A Mu é, por enquanto, apenas uma "varianteesportbetainteresse" sendo monitorada pela OMS - já as variantes Alpha, Beta, Gamma (a identificada no Brasil) e Delta são consideradas "variantesesportbetapreocupação".
"Desde que foi identificada na Colômbia,esportbetajaneiroesportbeta2021, houve alguns registros esporádicosesportbetacasos da variante Mu e alguns surtos maiores foram relatadosesportbetaoutros países da América do Sul e na Europa", diz o boletim da OMS.
Por enquanto, prossegue a agência intergovernamental, a prevalência da Mu éesportbetamenosesportbeta0,1% entre os casos sequenciadosesportbetacoronavírusesportbetatodo o mundo.
Mas, localmente,esportbetaprevalência tem "aumentado constantemente" na Colômbia e no Equador, onde responde por - respectivamente - 39% e 13% dos casos sequenciados. Esses dados, porém, devem ser lidos com cautela, diz a OMS: como a maioria dos países do mundo tem baixa capacidadeesportbetamonitorar o sequenciamento genético das variantes da covid-19, o resultado das testagens existentes pode não ser tão estatisticamente representativo da populaçãoesportbetageral.
Estima-se no momento que a Mu circuleesportbetamaisesportbeta40 países, no Brasil inclusive - já há relatosesportbetacasos confirmados por aqui.
SMas, segundo a plataforma aberta Gisaid, que compila dados genômicos virais, até o momento, dez casos da Mu foram identificados no país -esportbetaum totalesportbetaquase 35 mil sequenciados, ou seja, casosesportbetaque o vírus teveesportbetaanálise genômica realizada.
No México, a Mu representa 1% dos casos sequenciados. Nos EUA, foram detectados maisesportbeta1,7 mil casos sequenciados da Mu, o que é insuficiente para que essa linhagem tenha maisesportbeta0%esportbetaprevalência no país.
Já na Colômbia, autoridadesesportbetasaúde têm afirmado à imprensa local que a Mu já é a variante predominanteesportbetacirculação no país, que por enquanto tem menosesportbetaum terçoesportbetasua população vacinada contra o vírus.
A terceira onda da covid-19 no país sul-americano, entre abril e junho, tem sido atribuída a essa variante.
Nesse período, quando a Colômbia registrou cercaesportbeta700 mortes por dia, quase dois terços dos testes genéticos realizados nas vítimas fatais indicaram a presença da variante Mu, declarou a uma rádio local,esportbeta2esportbetasetembro, Marcela Mercado, diretoraesportbetapesquisas do Instituto NacionalesportbetaSaúde.
Delta ainda concentra as preocupações
O instituto colombiano apontou que a variante Mu tem demonstrado ter uma grande capacidadeesportbetatransmissão.
É importante destacar que o surgimentoesportbetavariantes é esperado dentro do cicloesportbetaavançoesportbetaum vírus durante uma pandemia como a atual, principalmenteesportbetalocais onde a circulação desse vírus ainda é alta. A maioria das mutações tem pouco ou nenhum efeito nas propriedades do vírus.
Mas, nesse processo, algumas variantes mais perigosas emergem - e por enquanto a Delta é a que mais desperta preocupação no mundo, por ter demonstrado uma grande capacidadeesportbetatransmissão e já ter sido identificadaesportbetacercaesportbeta170 países.
No Estado do RioesportbetaJaneiro, por exemplo, a Delta é considerada a variante predominante desde meadosesportbetaagosto.
"Quando um vírus se estabelece, começa a haver uma competição entre as várias linhagens, ou tiposesportbetavírus. Isso favorece os tipos mais transmissíveis e que geram mais casos, como tem sido com a Deltaesportbetatodos os lugares por onde ela passou no mundo", explica à BBC News Brasil o doutoresportbetamicrobiologia e divulgador científico Átila Iamarino.
O que torna a Delta mais problemática, diz ele, é que pessoas infectadas com essa variante podem apresentar grandes quantidadesesportbetavírus nas vias aéreas superiores (como nariz, boca e laringe) mais cedo do que teriam com a versão original do coronavírus, mesmo que assintomáticas. Com mais vírus no corpo, essa pessoa pode transmiti-lo mais facilmente e ter seu sistema imunológico testado mais duramente. Por isso, detalha Iamarino, "a Delta infecta pelo menos o dobro do que o coronavírus tradicional".
"Qualquer outra variante precisa competir com isso para poder predominar, e nenhuma delas fez isso até aqui. (...) Independentemente se a variante vem aqui do lado (como o caso da Mu na Colômbia) ou da Índia, é questãoesportbetatempo para (uma variante tão transmissível como a Delta) predominar, como a gente viu acontecer."
O que causa alarme é o fatoesportbetaa Delta ter avançado até mesmoesportbetapaíses que já têm alta cobertura vacinal. O que não significa, porém, que essa cobertura vacinal não tenha efeito, muito pelo contrário: quanto mais gente vacinada com duas doses (ou com vacinaesportbetadose única), menor a chanceesportbetaas variantes surjam e encontrem terreno para proliferar.
"Apesaresportbetapessoas com até duas doses poderem contrair e transmitir a Delta, as vacinas ainda a barram muito bem", prossegue Átila Iamarino. "Ela é claramente preocupante, mas conseguimos barrá-la."
O que chama a atenção na variante Mu
E quanto à variante Mu? Em artigo na plataforma acadêmica The Conversation, o professoresportbetabioquímica da universidade Trinity College, na Irlanda, Luke O'Neill, resumiu o que faz com que essa variante tenha entrado no radar da OMS.
O'Neill explicou que, segundo estudos aindaesportbetafase pré-print (e que portanto ainda precisam passar por escrutínio da comunidade científica), a Mu tem uma mutação chamada P681H, semelhante à observada na variante britânica Alpha e que potencialmente a torna mais transmissível. "(Mas) não podemos ter certeza dos efeitos da P681H sobre o comportamento do vírus até o momento", escreveu O'Neill.
Outras mutações da Mu também estão associadas a uma maior capacidadeesportbetaevadir os anticorpos criados contra o coronavírus, continuou o pesquisador. Nesse caso, a evidência parece ser mais robusta. "Essas mutações também ocorrem na variante Beta, e é possível que a Mu se comporte como a Beta, contra a qual algumas vacinas são menos eficientes", detalhou.
O'Neill reforçou a conclusão da OMSesportbetaque a variante Mu ainda careceesportbetamais estudos, para que possamos entender melhor seu comportamento e, portanto, seu perigo. "A epidemiologia da Mu na América do Sul, particularmente com a co-circulação da Delta, será monitorada", escreveu a OMSesportbetaseu boletim.
Até 29esportbetaagosto, afirmou a OMS, havia maisesportbeta4,5 mil análises genômicas confirmadas da variante Mu pelo mundo, identificadas nas quatro semanas anteriores e contabilizadas pela plataforma Gisaid.
Para Átila Iamarino, é importante continuar a monitorar variantes, como é o caso da Mu, mesmo que até o momento elas não pareçam tão ameaçadoras quanto a Delta. É só com esse tipoesportbetamonitoramento que saberemos, por exemplo, se alguma outra variante além da Delta conseguirá avançaresportbetalocais com altas taxasesportbetavacinação - algo que seria um "sinalesportbetaalerta muito grande", diz o microbiologista.
Uma vez que o avanço maior da vacinação no mundo consiga barrar melhor o avanço da Delta, "pode ser que, lá na frente, outras variantes que nem sejam tão transmissíveis, mas que escapam da vacinação, consigam predominar. Mas não é o caso até aqui,esportbetaque a Delta predomina tantoesportbetalugares que vacinaram muito comoesportbetalugares que vacinaram pouco", afirma Iamarino.
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