'Aceitamos usar niqab se Talebã nos deixar estudar', diz afegã que promovia educação feminina até retirada dos EUA:estrela bet é de que
Especialistaestrela bet é de quepolíticasestrela bet é de queeducação por uma renomada universidade americana, ela passou os últimos anos tentando levar para a salaestrela bet é de queaula ao menos parte dos cercaestrela bet é de que4 milhõesestrela bet é de quecrianças e adolescentes afegãos que estavam fora da escola no período pré-pandemia.
Como funcionáriaestrela bet é de quediferentes organizações internacionais, entre elas o Unicef, Amina trabalhavaestrela bet é de quediferentes províncias e com frequência nas áreas mais pobres e dominadas por lideranças Talebã.
"São lugaresestrela bet é de queque, nesses últimos 20 anos, as pessoas nunca viram um playground, nunca provaram um sorvete, nunca viram uma rua movimentada, nunca tiveram eletricidade. Seguem vivendo como há 100 anos. E são essas pessoas que agora controlam o país", diz Amina.
Ali,estrela bet é de quefunção era conseguir interlocução com os líderes do grupo para levar educação para as crianças. E inspirar os menoresestrela bet é de queidade a não desistiremestrela bet é de queestudar.
"Eu dizia para essas meninas e meninos que eles tinham que dedicar suas vidas ao estudo, a ser alguém. E agora? Nossos sonhos foram destruídos e me sinto culpada por tê-los feito acreditar que era possível", contou,estrela bet é de quelágrimas, à BBC News Brasil.
O temorestrela bet é de queAmina é que,estrela bet é de quevolta ao poder, o Talebã proíbaestrela bet é de quenovo a educaçãoestrela bet é de quemeninas, retire as mulheres do mercadoestrela bet é de quetrabalho e as obrigue a uma vida quase exclusivamente doméstica, dedicadas apenas ao marido e aos filhos.
Era assim até 2001, quando os EUA entraram no país para desalojar os fundamentalistas islâmicos do poder, acusando-osestrela bet é de quedar guarida ao grupo Al Qaeda,estrela bet é de queOsama Bin Laden, mentor dos ataques do 11estrela bet é de quesetembro.
'Americanos feitosestrela bet é de quebobos'
Os EUA se retirariam do país apenasestrela bet é de quejulhoestrela bet é de que2021, 20 anos e US$ 2 trilhões depois, acreditando que levaria ao menos seis meses para que o Talebã desafiasse o controle políticoestrela bet é de queCabul. Na semana passada, a inteligência americana revisara o prazo para algo entre 30 e 90 diasestrela bet é de quesobrevida do governo afegão.
Cinco dias depois, no último fimestrela bet é de quesemana, o Talebã chegou à capital do país depoisestrela bet é de quedominar todas as demais grandes cidades afegãs. No domingo, o presidente afegão Ashraf Ghani fugiu do país e o grupo fundamentalista islâmico assumiu o controle do palácio presidencial.
Militantes do Talebã desfilam agora o recém obtido poderio militar - antesestrela bet é de quepartir, os EUA gastaram maisestrela bet é de queUS$ 80 bilhões para treinar e equipar o exército afegão com armas que os insurgentes tomaram e agora expõem.
"Os americanos foram feitosestrela bet é de quebobos. Nós sabemos que não existe uma solução militar na região, mas sair do Afeganistão dessa maneira,estrela bet é de quetrocoestrela bet é de quenada e sem qualquer controle sobre o Talebã, isso é loucura, é um erro e é um fiasco", afirma Amina.
Para ela, "mesmo pessoas com conhecimentos rudimentares sobre o Afeganistão poderiam ter saído com uma solução mais positiva do que fez o governo americano".
A decisãoestrela bet é de queBidenestrela bet é de queretirar as tropas americanas era popular com seu público doméstico. Quase 60% dos americanos queriam o fim da ocupação americana no Afeganistão - entre os eleitores democratas, a cifra chegavaestrela bet é de que72% - segundo uma pesquisa do instituto YouGov divulgadaestrela bet é de quejulho.
A ação, no entanto, está se transformandoestrela bet é de queumestrela bet é de queseus piores reveses desde o início do governo,estrela bet é de quejaneiro. As cenas da retirada às pressasestrela bet é de quediplomatas americanos da embaixadaestrela bet é de queCabul relembraram os americanosestrela bet é de quesua derrotaestrela bet é de queSaigon, no Vietnã.
E as imagensestrela bet é de queafegãos agarrados à fuselagemestrela bet é de queum avião militar dos EUA que partia do Cabul os relembrou das dezenasestrela bet é de quemilharesestrela bet é de quealiados - afegãos que trabalham pelos americanos e cuja vida estáestrela bet é de querisco agora - que deixaram pra trás emestrela bet é de quesaída.
A Casa Branca tem adotado uma postura defensiva diante do problema e argumenta que as bases da retirada foram determinadas pelo ex-presidente Donald Trump, que abriu negociação direta com o Talebãestrela bet é de que2018.
"O governo afegão tinha muitos problemas, mas os americanos não deveriam ter aceitado negociar com o Talebã. Isso deu poder ao grupo e esvaziou ainda mais o governo afegão, que já era frágil", diz Amina. Trump havia determinado o mêsestrela bet é de quemaioestrela bet é de que2021 como a dataestrela bet é de quesaída das tropas dos EUA.
Para o conselheiroestrela bet é de quesegurança nacionalestrela bet é de queBiden, Jake Sullivan, a negociação do republicano deixou a Biden apenas duas opções: seguir com a partida do país ou ficar e arriscar confronto aberto com o Talibã.
Nesta segunda,estrela bet é de queseu primeiro discurso após a tomadaestrela bet é de queCabul pelo Talebã, Biden não reconheceu nenhum erro estratégico americano e culpou os próprios afegãos pelos desdobramentos vistos no país.
"Líderes políticos afegãos desistiram e fugiram. Os militares afegãos desistiram, algumas vezes sem tentar lutar. Isso comprovou que não devemos estar lá. Não devemos lutar e morrerestrela bet é de queuma guerra que os próprios afegãos não querem lutar", disse Biden, que interrompeu as férias para fazer o pronunciamento e tentar estancar a crise política.
Para Amina, a respostaestrela bet é de queBiden é um "insulto". "Somente no Exército afegão, perdemos 65 mil soldados durante a guerra, sem contar os civis. O presidente americano age como se suas únicas opções fossem sair como saiu ou aplicar ainda mais força contra o país. Na verdade haveria muitas outras opções, como chamar à mesa potências regionais como China e Índia para tentar negociar essa saída. Nós, afegãos, não questionamos a retirada, mas o modo como ela foi feita", diz Amina, apontando para um aspecto delicado da atual geopolítica global.
No último fimestrela bet é de quesemana, a prefeituraestrela bet é de queWashington D.C. autorizou que afegãos na capital americana se manifestassemestrela bet é de quefrente à Casa Branca. Cercaestrela bet é de que500 pessoas se reuniram ali com cartazes que acusavam os americanosestrela bet é de que"traição" e pediam sanções ao Paquistão, considerado o principal defensor e financiador das forças do Talebã.
"A verdade é que aliestrela bet é de quefrente à Casa Branca eu já não sabia o que reivindicar. Há duas semanas, queria mostrar que apoiava o Exército afegão e pedir apoio aos EUA. Há uma semana, queria as Nações Unidas mandassem suas tropasestrela bet é de quepaz. Agora não sei o que nos resta, alémestrela bet é de queesperar que o Talebã tenha piedadeestrela bet é de quenós", afirmou Amina.
Uma versão menos radical do Talebã
Pelo celular, as notícias que chegam são confusas, às vezes conflitantes. Mas o quadro que se desenha até agora éestrela bet é de queum Talebãestrela bet é de queversão menos radical do que aquele que comandou o país entre 1996 e 2001.
"Eles querem ser respeitados internacionalmente, então é aí que pode estar nossa chanceestrela bet é de quenegociar", diz Amina. Em entrevistas à rede CNNestrela bet é de quetelevisão, combatentes do Talebã dão entrevistas com sorriso no rosto e armamento pesadoestrela bet é de quepunho. Dizem que "mulheres e meninas serão respeitadas" ao mesmo tempoestrela bet é de queque bradam "morte ao EUA" diante da repórter americana.
Parentes e amigosestrela bet é de queAmina contam que o Talebã tem oferecido uma espécieestrela bet é de que"anistia" a quem tenha lutado contra eles ou trabalhado para o governo afegão. Bastaria que as pessoas se apresentassem à autoridade Talebã local para pegar um salvo-conduto que impediria prisões futuras.
Há, no entanto, certa descrença já que o grupo fundamentalista islâmico não é conhecido por cumprir acordos que firma. E há também muito boato. Amina afirma que o caos visto no aeroportoestrela bet é de queCabul se deve a isso: as pessoas receberam informações falsasestrela bet é de queque conseguiriam embarcar mesmo sem visto ou passaporte.
Em termos educacionais, as primeiras informações sãoestrela bet é de queque as lideranças estariam dispostas a ceder e permitir a educaçãoestrela bet é de quemeninas e mulheres, desde que as escolas e universidades fossem segregadas por gênero, apenas mulheres dessem aulas a meninas e homens para meninos (a partirestrela bet é de queuma certa idade) e que a vestimenta adequada fosse observada.
Os Talebã disseram que vão exigir que as mulheres vistam niqab, um traje que cobre o corpo e o rosto, deixando apenas a faixa dos olhos à mostra.
"Tenho conversado com muitas mulheres e eu diria que sim, que estamos dispostas a usar niqab se nos deixarem ir à escola, à universidade e trabalhar. Dada a situação, agora começamos a negociar com coisas que há dois ou três dias tomaríamos como inaceitáveis. Então aceitamos o fim da televisão, podemos vestir o que querem, podem limitar nossa liberdadeestrela bet é de queexpressão, desde que não nos tirem escola e trabalho", afirma Amina.
É na expectativaestrela bet é de queque um acordo seja possível que reside a esperançaestrela bet é de queAmina. Embora tenha visto pra viver nos EUA, esse nunca foi seu desejo. Ela sempre viu a estadiaestrela bet é de queterritório americano como algo temporário, após uma saída quase que forçada do Afeganistão. Em 2019, depoisestrela bet é de quedenunciar malfeitos da gestão afegão, ela começou a receber ameaças.
Com a difícil missãoestrela bet é de quenegociar com líderes talebã, que controlavam certos distritos afegãos, a idaestrela bet é de quemeninas e meninos à escola, passou a ouvirestrela bet é de quefuncionários do governo que circulavam rumoresestrela bet é de queque ela não seria "muçulmana o suficiente".
"Esse tipoestrela bet é de queboato leva as mulheres à morte no Afeganistão", afirmou Amina, citando casos como oestrela bet é de queFarkhunda Malikzada que,estrela bet é de que2015, foi morta a pauladas depoisestrela bet é de queboatosestrela bet é de queque ela queimara um exemplar do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. Malikzada jamais cometeu tal ato.
Ao mesmo tempoestrela bet é de queque Amina, que é muçulmana da minoria xiita, tinhaestrela bet é de quereligiosidade questionada, o marido dela foi sequestrado.
"Eles passaram quase um dia com ele, o espancaram, quebraram doisestrela bet é de queseus dentes", relata Amina. As circunstâncias do ataque nunca foram completamente esclarecidas e a famíliaestrela bet é de queAmina acredita que pode ter sido um crime comum, já que a violência passou a ser um problema frequente no país pobre eestrela bet é de quepoucas oportunidades.
Há dez meses nos EUA, e apesarestrela bet é de queter diplomaestrela bet é de queuma das mais respeitadas universidades do país, Amina não conseguiu ainda um emprego. Ela tem buscado postos como educadora ou professora. As negativas a tem forçado a consumir as economias que fez para a aposentadoria. Agora divide seu tempo entre acompanhar a ruína do próprio país e cogitar a inscriçãoestrela bet é de quevagasestrela bet é de queemprego na varejista Amazon ouestrela bet é de queredesestrela bet é de quefast-food americanas para sobreviver.
*O nome da entrevistada foi alterado para protegerestrela bet é de queidentidade
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