Bitcoin: o que explica sobe e desce da criptomoeda, com queda vertiginosa após valorização recorde?:bet756
bet756 Enquanto muitas bolsas no mundo vêm subindo neste ano, com as economiasbet756diversos países aguardando recuperação pós-pandemia nos próximos meses, um segmentobet756especial no mercado financeiro vem sofrendo um dos seus maiores revezes nas últimas semanas: as criptomoedas.
As criptomoedas estiveram entre os ativos mais valorizados ao longo da pandemia — com alta superior a 400%.
No ano passado, o valor do bitcoin (a criptomoeda mais popular do mundo) saltou 255% — indobet756US$ 9.350bet756janeiro para US$ 33.114 no fim do ano.
E no começobet7562021,bet756menosbet756três meses, esse valor praticamente dobrou para US$ 59 mil, antesbet756cairbet756maio para abaixobet756US$ 34 mil.
As flutuaçõesbet756valor do bitcoin costumam ser violentas — tanto para cima quanto para baixo — mas os motivos que determinam esta volatilidade são menos claros para especialistas e analistasbet756mercado.
O que aconteceubet756novo no mundo das criptomoedas?
Como acontece com diversos outros produtos financeiros, a cotação das criptomoedas costuma variarbet756acordo com o noticiário sobre o setor.
E os últimos meses foram particularmente agitados no noticiário sobre criptomoedas:
- Em fevereiro, a empresabet756carros elétricos Tesla anunciou que começaria a aceitar pagamentosbet756bitcoin na vendabet756seus veículos. Mais do que isso, o próprio balanço financeiro da empresa revelou que ela tinha US$ 1,5 bilhãobet756bitcoins. Os anúncios levaram a uma altabet75614% na criptomoeda, com a cotação atingindo US$ 44 mil.
- Em março, a cotação da moeda ultrapassou a marcabet756US$ 59 mil com a notíciabet756que a empresabet756pagamentos PayPal passaria a permitir que consumidores americanos usassem o bitcoin para pagarbet756diversas lojas no mundo que aceitam PayPal. O anúncio original do projeto, feitobet756outubro do ano passado, já havia provocado uma alta repentina na moeda na ocasião.
- No mêsbet756maio, no entanto, más notícias começaram a reverter a tendênciabet756alta do bitcoin. Primeiro, houve o recuo da Tesla nabet756intençãobet756aceitar criptomoedas para a comprabet756carros — provocando uma quedabet75610% no valor do bitcoin. O fundador da Tesla citou a preocupação ambiental como motivo pela decisão, já que o processobet756mineraçãobet756criptomoedas (que é a forma como elas são emitidas digitalmente) consome energia demais.
- Em seguida, a moeda voltou a cair cercabet75610% com autoridades chinesas proibindo bancos e firmasbet756pagamentobet756fornecer serviços relacionados a transaçõesbet756criptomoeda. A China também alertou os investidores contra a negociação especulativabet756criptomoedas.
- Na semana passada, o Banco Central americano disse que vai quer apertar o cerco contra empresas e milionários americanos que usam criptomoedas para evitarbet756pagar impostos. As autoridades estudam cobrar impostosbet756ativosbet756criptomoedasbet756carteiras avaliadasbet756maisbet75610 mil dólares — o que repercutiu negativamente entre investidoresbet756criptomoedas.
- Na mesma semana, o novo diretor da Comissãobet756Valores Mobiliários dos EUA, Gary Gensler, afirmou que é preciso haver maior regulaçãobet756mercadosbet756criptomoedas.
O que está acontecendo com as criptomoedas?
Mais do que só o noticiário, as criptomoedas vêm enfrentando também uma espéciebet756"crisebet756identidade" nos últimos anos que tem sido determinante na volatilidade recente desses ativos.
Existe uma grande controvérsia nas comunidades tecnológica e financeira sobre qual é o valor real das criptomoedas para a sociedade.
Elas seriam realmente uma inovação no sistema monetário internacional — capazesbet756um dia suplantar as moedas tradicionais? Ou seriam apenas um mecanismobet756especulação sem valor intrínseco algum — e fadadas a desaparecerem quando "a bolha estourar"?
Quando o bitcoin foi inventadobet7562009, por uma pessoa misteriosa (ou coletivobet756pessoas, talvez) conhecida apenas como Satoshi Nakamoto, acreditava-se que as criptomoedas poderiam ser uma espéciebet756futuro das moedas e dos sistemasbet756pagamento.
As criptomoedas são sequênciasbet756dados criptografados com tecnologia que possuem um valorbet756troca no mercado. Ao contráriobet756uma moeda tradicional, como o dólar ou o real, a criptomoeda não é emitida por uma autoridade centralizadora, como um Banco Central.
Isso faz com que a cotação da moeda não fique diretamente exposta à política monetáriabet756um país — que é geralmente determinada por fatores como o índicebet756inflação ou o ritmobet756crescimento econômico.
Sem uma entidade reguladora, o preçobet756uma moeda como o bitcoin é formado pela oferta e demanda — alémbet756outros fatores, como custobet756mineração (o processo para efetivaçãobet756transaçõesbet756criptomoeda), tentativas regulatórias por partebet756governos e a existênciabet756outras criptomoedas concorrentes.
Entusiastas das criptomoedas acreditam que com o aperfeiçoamento da tecnologia, elas vão bareatear o custo das transações financeiras futuras e eventualmente eliminar uma sériebet756intermediadores no processo — como bancos, empresasbet756cartãobet756crédito e corretoras.
Além disso, pelo fatobet756o sistema ser descentralizado, ele seriabet756tese imune à intervenção diretabet756governos, que podem cometer equívocos nas suas políticas monetárias.
Quais são os problemas das criptomoedas?
As criptomoedas também têm muitos críticos.
Alguns críticos dizem que a promessabet756inovação como tecnologiabet756pagamentos nunca foi cumprida.
"Já sabemos há uns anos que bitcoin não funciona como um meiobet756pagamento mainstream. Sua capacidade é muito baixa. Ele só consegue suportar cercabet756sete transações por segundo, o que é bastante imprestável para o sistema globalbet756transações. E quando as transações começam a aumentarbet756volume e o preço sobe, as tarifas começam a ficar altas demais", disse à BBC Frances Coppola, autora e especialistabet756criptomoedas.
Outro problema levantado é a altíssima pegada ambiental das criptomoedas. O processo conhecido como mineração — usado para validar transaçõesbet756criptomoedas — consome quantidades enormesbet756energia elétrica. Na mineração, diversos computadores do mundo concorrem para resolver um problema matemático necessário para efetuar a transação financeira. O dono do computador vencedor nessa disputa ganha uma pequena partebet756criptomoeda — que servebet756incentivo financeiro para a atividade.
No entanto, a grande maioria dos computadores envolvidos na tentativa fracassa — consumindo enormes quantidadesbet756energia elétrica que são desperdiçadas do pontobet756vista ambiental.
O Centrobet756Finanças Alternativas, um institutobet756pesquisas da Universidadebet756Cambridge (CCAF), calcula que o consumo totalbet756energia do bitcoin ébet756algo entre 40 e 445 terawatts-hora ao ano (TWh). A estimativa mais baixa equivale a mais que toda a energia consumida pela Argentinabet756um ano.
Outro problema é que as criptomoedas vêm atraindo mais pessoas devido ao seu alto poderbet756especulação financeira do que porbet756capacidade inovadora como meiobet756pagamento.
Em apenas cinco anos, o bitcoin valorizou-sebet75656 vezes. Uma estimativa afirma que quase 100 mil americanos se tornaram "criptomilionários" por adquirirem as moedas — mas esse número é difícilbet756ser confirmadobet756forma independente.
No começo, as criptomoedas eram restritas apenas a pessoas com algum conhecimentobet756tecnologia — já que todo processo para aquisiçãobet756uma moeda envolvia a criaçãobet756uma carteira especial para armazenar a chave da moeda (que é usada pelo dono da moeda para acessar seu dinheiro). Esse processo envolve certos riscos — como obet756a pessoa perder abet756chave ou ter seus dados roubados por um hacker.
Mas nos últimos anos as criptomoedas ficaram muito mais fáceisbet756serem adquiridas pelo público não especializadobet756informática, já que passaram a ser oferecidas indiretamente como partesbet756produtos financeirosbet756bancos e corretoras.
Em vezbet756uma carteira para criptomoedas, é preciso apenas ter uma conta comumbet756banco ou corretora que ofereça esse produto.
Neste ano,bet756corretoras brasileiras, foram lançados fundosbet756investimentos cujos recursos estão aplicadosbet756criptomoedas (parte do recurso investido nesses fundos ainda é atreladobet756papéis do Tesouro brasileiro, como formabet756expor investidores apenas parcialmente à flutuação das criptomoedas).
Em abril, a bolsa brasileira começou a negociar o primeiro ETF (Exchange-traded fund)bet756criptomoedas, que é uma espéciebet756fundobet756investimento que funciona como se fosse uma ação.
O lançamento foi considerado um sucesso — ebet756poucos dias o ETF captou R$ 1 bilhão, se tornando o terceiro maior ETF da bolsa brasileira.
Ou seja — é possível comprar e vender ativos cuja cotação acompanha a das criptomoedas com uma simples operaçãobet756compra e venda na bolsa que dura segundos. A volatilidade do ETF brasileirobet756criptomoedas é semelhante ao da cotação das criptomoedas — o preço do ETF já variou 56%bet756apenas um mêsbet756existência, permitindo ganhos (e perdas) relativamente grande a investidores.
Outro problema que surge recentemente para os entusiastas das criptomoedas é regulação — que praticamente inexiste hoje. Mas autoridades reguladoras dos EUA e da China já sinalizaram que pretendem criar leis e melhorar a tributação desta classebet756ativos, o que pode torná-los menos atraentes no futuro.
O que os especialistas pensam sobre o futuro das criptomoedas?
Maisbet756uma década desde abet756criação, o bitcoin continua dividindo opiniões na comunidade financeira internacional.
Não existe um consenso sobre se a moeda vai realmente se estabelecer no futuro, ou se um dia a "bolha vai estourar".
Mas alguns bancos tradicionais como Goldman Sachs e Morgan Stanley, que no passado duvidaram das criptomoedas, recentemente abraçaram a nova tecnologia e lançaram operações nesses ativos para seus clientes.
Mas as criptomoedas seguem sofrendo resistênciasbet756diversas outras vozes.
Na semana passada, novas vozes se levantaram contra o uso do bitcoin — entre eles a do vice-presidente do Banco Central Europeu, Luisbet756Guindos.
"Quando você tem dificuldades para descobrir quais são os verdadeiros fundamentosbet756um investimento, então o que você está fazendo não é um investimento real", disse Guindos sobre criptomoedas,bet756entrevista. "Este é um ativo com fundamentos muito fracos e que estará sujeito a muita volatilidade."
No mesmo dia, o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel e críticobet756longa data das criptomoedas, escreveu: "Hojebet756dia usamos o bitcoin para comprar casas e carros, pagar nossas contas, fazer investimentos comerciais e muito mais... Oh, espere. Nós não fazemos nenhuma dessas coisas. Doze anos depois, as criptomoedas quase não desempenham nenhum papel na atividade econômica normal".
"Já participeibet756várias reuniões com entusiastas da criptomoeda e/ou blockchain (a tecnologia das criptomoedas). Nessas reuniões, eu e outras pessoas sempre perguntamos, da maneira mais educada possível: 'Que problema essa tecnologia resolve? O que ela faz que outras tecnologias, muito mais baratas e fáceisbet756usar, não podem fazer tão bem ou melhor?' Ainda não ouvi uma resposta clara. Mesmo assim, os investidores continuam pagando grandes quantias por esses tokens digitais".
Também na semana passada, o diretor do Banco Central americano (Federal Reserve), Jerome Powell, surpreendeu ao anunciar que o próprio órgão acompanhabet756perto as criptomoedas e pode vir a adotar algum tipobet756tecnologia para lançar uma moeda digital própria.
Em março, ele havia criticado fortemente o bitcoin por não cumprir uma das funções primordiais das moedas, que é abet756servir como reservabet756valor. Powell disse então que o bitcoin se comporta hoje mais como um substituto do ouro do que do dólar — servindo mais como mecanismobet756especulação do que para reservabet756valor.
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