Pesca ilegalbet365sepeixe 'cocaína do mar' ameaça espécie rara e causa conflitos no México:bet365se
"Então os chineses vieram com suas malas cheiasbet365sedólares e compraram nossas consciências", afirma.
Os asiáticos foram ao localbet365sebusca da bexiga natatória da totoaba, um órgão que ajuda os peixes a se manterem flutuantes. Na China, ela é muito valiosa por causabet365sepropriedades medicinais nunca comprovadas cientificamente.
De acordo com a ONG Earth League International, um quilobet365sebexigas natatórias secas,bet365se10 anosbet365seidade, podem ser vendidas por U$ 85 mil (cercabet365seR$ 448 mil) na China. Os pescadoresbet365seSan Felipe ganham apenas uma pequena fração desse montante, mas, como a comunidade é pobre, o negócio floresceu.
Na região, o caráter lucrativo e ilegal da pescabet365setotoabas fez com que o animal ficasse conhecido pejorativamente como "cocaína do mar".
"Os pescadores ilegais podem ser vistosbet365seplena luz do dia com suas redes ilegais e também totoabas", diz Franco Díaz.
'Parede subaquática'
Todas as tardes durante a temporada, vans rebocando barcosbet365sepesca descem uma rampa na praia pública da cidade.
A maioria dessas embarcações não é licenciada. Para retirar a totoaba, os pescadores utilizam redes que podem matar também a vaquita.
"As redesbet365seemalhar podem ter centenasbet365semetrosbet365secomprimento e 10 metrosbet365sealtura", diz Valeria Towns, que trabalha na ONG mexicana Museobet365sela Ballena. "As redes se tornam uma parede debaixo d'água", diz ele.
Para proteger a vaquita, este tipobet365seredebet365seemalhar é proibido na parte alta do Golfo. No entanto, continuam amplamente utilizados, mesmo por pescadores com permissão para pescar pregado ou camarão.
O maior risco para a vaquita marinha são justamente as grandes redes utilizadas para pescar a totoaba. "Não é fácil para os mamíferos marinhos se livrar das redes, a vaquita fica presa", diz Towns.
Ao largo da costabet365seSan Felipe, todo tipobet365sepesca comercial é proibida no Refúgiobet365seProteção da Vaquita Marinha, uma áreabet365semaisbet365se1.800 quilômetros quadrados.
A ONG apoia um grupobet365sepescadores interessados em acabar com a dependência das redesbet365seemalhar e patrocina alternativas à pesca, como a criaçãobet365seostras.
A Museobet365sela Ballena também é uma das entidades que retiram redesbet365seemalhar da área protegida. A atividade, porém, fez aumentar as tensões entre moradores e conservacionistas.
Em 31bet365sedezembrobet365se2020, um pescador morreu e outro ficou gravemente ferido depois que seu barcobet365sepesca colidiu com uma embarcação maior pertencente à ONG internacional Sea Shepherd, que estava removendo redesbet365seemalhar do local.
Os fatos são polêmicos, mas o resultado foi um tumultobet365seSan Felipe, onde o navio da ONG Museobet365sela Ballena atraca.
"Eles iam queimar nosso navio", diz Towns, que estava no mar na época, testando redes próprias para vaquitas.
"Quando voltei, outros pescadores que trabalhavam com as redes alternativas estavam defendendo nosso barco. Eles gritavam: 'Eles não são seus inimigos! Não queimem o barco.'", conta.
O navio foi salvo, embora tenha ficado com algumas janelas quebradas. A Marinha mexicana não teve tanta sorte, pois umbet365seseus barcos-patrulha foi incendiado no porto.
Por ora, a situação é mais tranquila.
A Marinha diz que continua patrulhando e removendo as redes do santuário. E são poucas as ONGs envolvidas: o Museobet365sela Ballena aguarda autorização para retomar as atividades, e o navio da Sea Shepherd nunca mais voltou a San Felipe após o incidente.
'Pessoas malucas com armas'
A impunidade e a ausênciabet365seforçasbet365sesegurança podem explicar porque dezenasbet365sebarcos saem da praiabet365seSan Felipebet365sebusca da totoaba no santuário.
"Nem uma única autoridade os detém", diz Ramón Franco Díaz. "Se você se atrever a chegar perto deles, eles podem atirarbet365sevocê. O crime organizado roubou o marbet365seCortez."
Um homem que pescava totoaba afirmou à reportagem: "Agora você vê muitos malucos com armas."
Os violentos acontecimentosbet365se31bet365sedezembro ganharam noticiário internacional e colocaram San Felipebet365sedestaque.
Agora, o governo mexicano está considerando propostas que podem agradar aos pescadores, mas vão enfurecer conservacionistas preocupados com o destino precário da vaquita.
Uma das propostas do governo é elevar o statusbet365seespécie ameaçadabet365seextinção da totoaba. Outra é legalizar as outras pescarias que já são feitas no santuário.
"Queremos estabelecer diferentes zonasbet365sepesca, por exemplo, para corvina e camarão", diz Iván Rico López, do grupobet365setrabalho do governo que explora a sustentabilidade na parte alta do Golfo.
"O santuário é enorme. Se a proibição da pesca for mantida lá, os pescadores simplesmente não vão ter o que comer. Portanto, temos que avançar no sentidobet365selegalizar a pesca."
O governo mexicano também distribuiu 3.000 "suriperas", redes seguras para vaquitas. Mas os pescadores reclamam que elas reduzem as capturasbet365se80%.
"Temos que encontrar maneirasbet365seaumentar isso", diz Rico López. "Procuramos alternativas, mas temos que convencer as comunidades: se não estiverem envolvidas na tomadabet365sedecisões, não teremos sucesso".
É possível proteger este precioso mamífero e garantir que os pescadores locais tenham recursos para viver?
Em San Felipe, o comércio ilícitobet365setotoaba, o envolvimento ameaçador do crime organizado e a baixa diversidade econômica viraram uma mistura tóxica.
Existe também uma cultura arraigadabet365sepesca tradicional.
Valeria Towns tem um alerta para as famíliasbet365sepescadoresbet365seSan Felipe que ignoram o apelo por mudanças com o objetivobet365sesalvar a vaquita: "Acho que ninguém vai comprar produtosbet365seuma área onde as pessoas causaram a extinçãobet365seuma espécie".
Mas ele acredita que o cenário pode mudar: "Claro! Sempre há esperança. Do contrário, eu não estaria aqui."
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