Crise na Venezuela: uso da cozinha a lenha por faltafutebol mexicanogás faz interior 'voltar à Idade da Pedra':futebol mexicano
Isso fez com que muitas pessoas tivessem que cozinhar com lenha, um produto que voltou a ser comercializado.
É um efeito da deterioração do setor energéticofutebol mexicanoum país que foi uma potência petrolífera, que é o oitavofutebol mexicanoreservasfutebol mexicanogás natural e primeirofutebol mexicanoreservas conhecidasfutebol mexicanopetróleo e onde há meses também há faltafutebol mexicanogasolina.
"É um atraso, você tem que ficar suportando o calor do fogo, fumaça nos olhos. Isso chega ao nariz e dói. A gente fazia comida rápido na nossa cozinha (com gás). Agora não, isso mudou ", disse Pimentel à BBC Mundo, ansiosa por voltar à velha normalidade que não está à vista.
"No passado, fazíamos sancochos (cozidos com legumes e carne) na lenha porque gostávamos do sabor."
Isso era apenas por prazer, não por falhas no fornecimentofutebol mexicanogás como acontece agora.
Maracay enfrenta problemas não apenas com gás doméstico. A gasolina também não está disponível e os cortesfutebol mexicanoenergia duram horas e são quase diários, e o acesso à internet é limitado.
Aragua faz parte do reduzido cinturão industrial da Venezuela central, alémfutebol mexicanoser uma áreafutebol mexicanoprodução agrícola.
Há cercafutebol mexicanodez anos, eram 1.500 empresas, mas ao fimfutebol mexicano2019 eram menosfutebol mexicano300futebol mexicanofuncionamento, segundo a câmara industrial estatal.
Para sobreviver,futebol mexicanonovembro, Pimentel efutebol mexicanoirmã Rosalba se dedicaram a vender hallacas, típico prato natalino venezuelano: cada uma vendida por US$ 2 (R$ 10,50), o que equivale praticamente ao salário mensal que cada uma recebe como técnicafutebol mexicanoradiologiafutebol mexicanoum hospital da cidade
A casa das irmãs é uma das várias que foram construídasfutebol mexicanoum terreno gigante para onde seus avós se mudaram há muitos anos.
Entre árvores frutíferas e uma mesafutebol mexicanoferro, Pimentel acende o fogo. Para evitar fumaça, desta vez comprou lenha "da boa", que complementa com ramos e caixasfutebol mexicanoovos que vai acrescentando ao fogo.
A ideia é colocar a panela sobre o fogo para cozinhar a hallaca, essa espéciefutebol mexicanopamonha enroladafutebol mexicanofolhafutebol mexicanobananeira. Mas o céu começa a escurecer.
"Meu Deus, não, não deixe chover!", implora Pimentel com uma risada nervosa, cientefutebol mexicanoque o dilúvio é uma realidade.
Ela não quer ficar atrasada na produção, e comprar um botijãofutebol mexicanogás parafutebol mexicanocozinha no mercado clandestino é um luxo (não muito lucrativo) que não pode ser realizado: o que lucram ajuda a sustentar a numerosa família Pimentel.
E com a chegada das primeiras gotas começa outra missão: proteger o fogo com o desejofutebol mexicanoque a garoa seja temporária. Se não for, é horafutebol mexicanodesligar a lenha para que ela não seja consumida e possa ser usada depois, como finalmente acontece.
É uma urgência que esconde qualquer enfermidade que aos 61 e 58 anos, as irmãs Pimentel possam apresentar.
Algumas crianças as observam com os olhos arregalados, registrando cada detalhefutebol mexicanouma crise que existe desde que nasceram.
Felizmente neste dia há eletricidade e você pode preparar um caféfutebol mexicanouma panela elétricafutebol mexicanoarroz que agora elas usam como cafeteira devido à faltafutebol mexicanogás. Na cozinha, um moderno fogão a gás permanece desligado.
Quando anoitece, as vozes altas da família se misturam com risos que aliviam as tristezas da crise.
"Que exaustão!"
A Venezuela foi uma das grandes potências petrolíferas do mundo; no entanto, há meses ela é abalada também pela faltafutebol mexicanogasolina e gás doméstico.
O presidente, Nicolás Maduro, culpa as sanções impostas pelos Estados Unidos. A oposição culpa a corrupção e ineficiência dos últimos 20 anosfutebol mexicanogoverno e a deterioração da estatal petrolífera PDVSA.
Embora Maracay seja uma cidade pertofutebol mexicanoCaracas, ficoufutebol mexicanofora da bolha que protege a capital. A gasolina não chega às bombas dos postosfutebol mexicanogasolina há semanas.
No fimfutebol mexicanosemanafutebol mexicanoque fui a Maracay, encontrei longas filasfutebol mexicanocarrosfutebol mexicanocada esquina esperando para abastecer. Muitos desses motoristas estavam lá desde o início da manhã ou mesmo há diasfutebol mexicanoum períodofutebol mexicanomuito calor.
Naquela noite, na casa da família Pimentel, estava Cristina, uma senhorafutebol mexicano64 anos que mora ao lado e que acabavafutebol mexicanoperder 14 horas na fila para conseguir combustível. Sem sucesso.
"Que cansaço gigante! (…) Desde a madrugada fiquei na fila e nada, não aguentava, é um desgastefutebol mexicanodois dias", reclama.
"Faz 15 dias que não há uma gotafutebol mexicanogasolina aqui", diz um mecânico que nos ouve conversar e que recentemente também começou a usar um fogão a diesel porque "isso pode ser conseguido".
Cristina, que vive do aluguelfutebol mexicanoquartos, ficou sabendofutebol mexicanoum contato que lhe ofereceu um litrofutebol mexicanogasolina por US$ 1, o dobro do valorfutebol mexicanopostosfutebol mexicanogasolina com preços internacionais (há outros com preços subsidiados que também não estão disponíveis).
Desesperada, ela considera o negócio, mas "o contato" está longefutebol mexicanocasa, e a mulher não quer arriscar a última gota que lhe resta por medofutebol mexicanoque algo dê errado e fique no meio do caminho.
Missão lenha
Kira Pimentel fez um grande sacrifício e conseguiu comprar um cilindrofutebol mexicanogás no mercado clandestino por US$ 10.
"Só para casosfutebol mexicanoextrema urgência", esclarece. As hallacas, portanto, continuaram a ser feitas na lenha.
As torasfutebol mexicanomadeira são vendidas por um homem que as buscafutebol mexicanorios e riachos e as leva para casa.
Os últimos foram comprados por US$ 5 e duraram cercafutebol mexicanoseis dias. O pagamento foi com o equivalentefutebol mexicanocomida, pois a família não tinha dinheirofutebol mexicanobolívares nemfutebol mexicanomoeda estrangeira.
No fimfutebol mexicanooutubro do ano passado, o general Oviedo Delgado, a mais alta autoridade militar do Estadofutebol mexicanoTáchira (nos Andes, oeste do país), propôs o "plano lenha", um projeto social para fornecer madeira à população e prevenir a extraçãofutebol mexicanomadeirafutebol mexicanoárvoresfutebol mexicanoparques nacionais.
"Isso não significa voltar à pré-história", dissefutebol mexicanouma entrevista coletiva. "Vamos cortar as árvores que estão nas barragens e com os colegas políticos vamos distribuir lenha para as pessoas, temos que encontrar soluções".
Engenharia popular
A casa das Pimentel também é um exemplofutebol mexicanoengenharia popular. Alguns tijolos e instrumentosfutebol mexicanoaquecimento antigos funcionam como um fogão elétrico.
Uma antiga sanduicheira também foi adaptada como fogão elétrico e há também a panela elétricafutebol mexicanoarroz que hoje é usada para fazer café.
"Isso tirou nossas pernas da lama", diz Rosalba, usando um ditado popular. "Mas quando falta energia, não há o que fazer", acrescenta.
"Ontem faltou luz das seis e meia da tarde às dez da noite. Às vezes, eles cortam pela manhã."
No dia seguinte, é horafutebol mexicanoarmar o fogão adaptado novamente, mas mais cedo. Nessa época, a chuva da tarde pode sempre surpreender. Desta vez, porém, estão preparadas.
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