Eleição nos EUA: 3raidalot poker4 brasileiros que vivem no país votamraidalot pokerBiden, diz pesquisa que apontou vitóriaraidalot pokerTrumpraidalot poker2016:raidalot poker
Questionados sobre quais devem ser as prioridades do próximo presidente, os brasileiros colocamraidalot pokerprimeiro lugar,raidalot pokerempate técnico, a busca por uma vacina anticovid (23%), a recuperação da economia (22%) e a melhoria do sistemaraidalot pokersaúde (19%). Na sequência, estão itens diretamente ligados à questão da imigração. Para 15%, a reforma do sistema migratório americano é o ato mais urgente do próximo mandatário e, para 13%, o presidente deveria se dedicar a criar um caminho para regularizar os indocumentados.
Foi exatamente o teor da propostaraidalot pokerBiden no último debate presidencial entre os candidatos, há uma semana. O democrata afirmou que levará adiante uma reforma do sistema e que enviará ao Congresso uma proposta para dar cidadania americana a 11 milhõesraidalot pokerimigrantes que vivemraidalot pokermodo ilegal nos EUA hoje.
"Embora esses brasileiros que podem votar já sejam cidadãos e não estejamraidalot pokerriscoraidalot pokerdeportação, muitos deles nasceram aqui, filhosraidalot pokerimigrantes sem documentos. Ou são os chamados Dreamers, adultos jovens trazidos para os EUA ainda na infânciaraidalot pokercondição irregular. Para eles, a ameaça que as políticasraidalot pokerdeportação representaram ou ainda representam para as suas famílias é muito real", explica Maurício Moura, fundador do Instituto Ideia e professor visitante da Universidade George Washington,raidalot pokerD.C..
De acordo com Moura, a comunidade brasileira, composta por cercaraidalot poker1,2 milhãoraidalot pokerpessoas, associa Trump a uma ideiaraidalot pokertolerância zero com os imigrantes. O republicano se elegeuraidalot poker2016 prometendo construir um muro na fronteira com o México e colocar pra fora do país o que chamouraidalot poker"bad hombres",raidalot pokeruma referência a latinos indocumentados nos EUA.
Duranteraidalot pokergestão, Trump aumentou o númeroraidalot pokerdetenções e prisõesraidalot pokerpessoas indocumentadas. Em 2018, ele instituiu uma políticaraidalot pokerseparaçãoraidalot pokermilharesraidalot pokerfamílias, inclusive brasileiras, que atravessaram sem autorização do governo americano a fronteira com o México. Por conta da medida, até hoje, 545 crianças jamais puderam ser reunidas a seus pais.
Além disso,raidalot poker2019, os americanos passaram a submeter brasileiros a deportação sumária, isto é, sem direito a audiência na Justiça. E também passaram a forçar imigrantes do paísraidalot pokerbuscaraidalot pokerasilo a aguardar o desfecho do processoraidalot pokerterritório mexicano. Trump entrou ainda na Suprema Corte com um pedidoraidalot pokerrevogação da permanência dos Dreamers no país.
Embora o governo anterior, do democrata Barack Obama e no qual Biden era o vice-presidente, também tenha registrado recorderaidalot pokerdeportações, para os brasileiros, o programa defendido por Trump é ainda mais agressivo e ameaçador.
"De alguma forma, é como se o Trump nem mesmo permitisse mais a vinda dessas pessoas, para depois expulsá-las. Ele tornou esse movimento inviável, e isso é grave para a comunidade", afirma Moura.
Brasileiros podem prever quem vai vencer?
Os imigrantes brasileiros costumam residir nos subúrbios, áreas no entornoraidalot pokergrandes cidades, como Miami, na Flórida, e Boston,raidalot pokerMassachusetts.
E enquanto as cidades americanas são majoritariamente democratas e as zonas rurais, republicanas, os subúrbios funcionam como uma espécieraidalot pokerregião pendular, que a cada eleição tende para um lado do espectro político. É exatamente por essa característica que os eleitores dessas áreas têm enorme peso: eles são normalmente o fiel da balança eleitoral.
Em 2016, os subúrbios foram cruciais para a vitóriaraidalot pokerTrump sobre Hillary. Masraidalot poker2020, parte desse eleitorado, especialmente as mulheres brancas, parece ter desembarcado da candidatura republicana. Há duas semanas,raidalot pokerum comício na Pensilvânia, o próprio Trump reconheceu o problema: ""As mulheres suburbanas, elas deveriam gostarraidalot pokermim mais do que qualquer um aqui esta noite, porque eu acabei com a regulamentação que trouxe o crime para os subúrbios. Eu permiti a elas viverem o sonho americano. Mulheres suburbanas, vocês poderiam, por favor, gostarraidalot pokermim? Eu salvei o bairroraidalot pokervocês, certo?"
Como vivem nessas áreas, os brasileiros tendem a ter,raidalot pokeracordo com Moura, "um senso maior da realidade eleitoral nos EUA" e, por isso, seriam capazesraidalot pokertomar o pulso do avanço da disputa política eraidalot pokerantever o resultado da eleição.
Em 2016, o Ideia também esteveraidalot pokercampo para aferir a preferência eleitoral da comunidade e descobriu que 78% dela votava por Hillary Clinton. Apesar disso, 52% dos brasileiros ouvidos garantiam que era Donald Trump quem venceria aquele pleito (42% diziam que seria a democrata). Contrariavam assim — e com acerto — o que era dito pelos institutosraidalot pokerpesquisa, que davam a Hillary uma vantagemraidalot pokercercaraidalot pokercinco pontos percentuais sobre Trump, e pela imprensa, cuja leitura eraraidalot pokerque a democrata era a favorita.
Agora, no entanto, 65% dos brasileiros cravam a vitóriaraidalot pokerBiden, contra 35% que dizem que é Trump quem vai ganhar. Esses números representam uma mudançaraidalot pokerrelação ao que a própria comunidade previaraidalot pokersetembroraidalot poker2020: naquele momento, Trump era visto por 55% dos brasileiros como o favorito.
Entre uma pesquisa e outra, dois acontecimentos parecem ter pesado sobre o destino da disputa e a percepção dos brasileiros.
O primeiro foi o debate presidencial entre Trump e Biden no fimraidalot pokersetembro. Na ocasião, Trump interrompeu o oponente dezenasraidalot pokervezes, criando um clima caótico no debate. A avaliação da própria campanha do republicano foi araidalot pokerque seu comportamento o atrapalhou. Tanto assim que, para o último debate, na semana passada, o presidente mudou completamenteraidalot pokerpostura diante do oponente e das câmeras.
O segundo acontecimento foi a contaminaçãoraidalot pokerTrump por coronavírus no inícioraidalot pokeroutubro. Os sintomasraidalot pokercovid-19 no presidente foram fortes — com quedaraidalot pokeroxigenação no sangue e febres altas — e obrigaram o republicano a passar quatro dias no hospital. Segundo Moura, "a doença pegou mal para Trump", já que jogouraidalot pokervolta para o centro do debate um temaraidalot pokerque ele não vai bem.
A condução do presidenteraidalot pokerrelação à pandemia é mal avaliada pelos americanos no geral, masraidalot pokerimagem é ainda mais negativa na comunidade brasileira:raidalot pokeroutubro, 82% dos brasileiros dizem que Trump teve desempenho ruim na crise sanitária e apenas 9% o aprovam. Em setembro, antesraidalot pokersua infecção, os números eram ligeiramente melhores para Trump.
Com quase 230 mil mortes por covid-19, os EUA são o líder mundialraidalot pokerperdas humanas na pandemia,raidalot pokernúmeros absolutos. E enfrentam agora a terceira ondaraidalot pokercoronavírusraidalot pokerseu território. Os latinos são um dos grupos mais duramente atingidos pela doença: 22% dos adultos latinos já pegaram o novo coronavírus, contra 14% da população americanaraidalot pokergeral, segundo o Pew Research.
E apesar disso, Trump tem repetido recentemente que a situação "não é tão grave" e que o vírus "está indo embora". No início do surto, o presidente americano subestimou publicamente a pandemia — enquanto dizia ao jornalista Bob Woodward estar ciente da gravidade da situação. Ameaçou cortar verbasraidalot pokergovernadores que não suspendessem as quarentenas e reabrissem a economia. Adotou uma medida para expulsar estudantes internacionais casos suas escolas e universidade não retomassem aulas presenciais — mais tarde, o governo recuou. Defendeu terapias sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina e chegou a sugerir injeçãoraidalot pokerdesinfetante, ao mesmo temporaidalot pokerque se recusava a usar máscara e a determinar seu uso obrigatório no país.
Em 4 anos, Trump melhorou entre os brasileiros
E embora seja mal avaliadoraidalot pokerrelação à covid-19 e rejeitado por boa parte da comunidade porraidalot pokerpolítica imigratória, nos últimos quatro anos, Trump conseguiu ganhar terreno entre os brasileiros que vivem nos EUA.
Em outubroraidalot poker2016, a intençãoraidalot pokervotos para o republicano eraraidalot pokerapenas 10%. Agora, 27% dos brasileiros nos EUA afirmam votar por ele. Os números, aliás, se aproximam dos cercaraidalot poker30% da comunidade latina que tem apoiado Trump no país.
A preferência tem muito a ver com a gestão da economia por Trump no pré-pandemia, quando o país registrava crescimento constante e pleno emprego. "Uma anedota comum entre os brasileiros é que conforme eles prosperamraidalot pokervida deixamraidalot pokerser democratas e se tornam republicanos", afirma Moura.
Segundo ele, especialmente entre os brasileiros por volta dos 40 ou 50 anos, empreendedores, que tem um negócio próprio e funcionários sob seu comando, os republicanos aparecem com força. Por um lado, esse grupo elogia o corteraidalot pokerimpostos para o empresariado que Trump adotou. Por outro, teme que governos democratas deem força a sindicatos que podem trazer prejuízos aos seus negócios.
Fatores como o conservadorismo religioso também podem motivar alguns — especialmenteraidalot pokeruma comunidade fortemente evangélica —, mas são um aspecto minoritário, analisa Moura.
Do mesmo modo, a associação entre Bolsonaro e Trump não parece ter resultadoraidalot pokergrandes ganhos eleitorais para o americano. "Embora a comunidade brasileira tenha votadoraidalot pokerpesoraidalot pokerBolsonaroraidalot poker2018,raidalot pokerrejeição à política migratóriaraidalot pokerTrump explica esse fenômeno do bolsonarista anti-Trump. Estamos falandoraidalot pokersobrevivência pessoal e da família do eleitor, são impactos diretos sobre a vida dele, isso costuma falar mais alto do que simpatias políticas e ideológicas", diz Moura.
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