Pandemiadafabet bônuscovid-19: A polêmica estratégia do Japãodafabet bônus'conviver' com o coronavírus:dafabet bônus
O país não chega a ter o melhor resultado entre países asiáticos: Tailândia, Coreia do Sul ou Vietnã, que adotaram medidas mais drásticas, registraram menos casos.
Mas a nova estratégia do Japão tem se mostrado única por mesclar abordagem científica, flexibilidade e senso comum.
"No Japão, estamos usando uma abordagem diferente da que tem sido usada na maior parte do mundo", afirma Hitoshi Oshitani, professordafabet bônusvirologia da Tohoku University School of Medicine,dafabet bônusentrevista à BBC News Mundo (serviçodafabet bônusespanhol da BBC).
"Na maior parte do mundo, a estratégia tem sido tentar conter o coronavírus. Desde o início, não tínhamos esse objetivo. Optamos por algo diferente: decidimos aprender a conviver com esse vírus", completa.
Segundo Oshitani, para isso, "procuramos reduzir ao máximo a transmissão, mantendo as atividades sociais e econômicas".
"Aceitamos que esse vírus é algo que não pode ser eliminado. Na verdade, a grande maioria das doenças infecciosas não pode ser eliminada, então entendemos que a melhor formadafabet bônuscombatê-lo era convivendo com ele", afirma.
Agora que uma segunda onda ameaça a Europa e as previsõesdafabet bônusnovos casos são cada vez mais preocupantes para o inverno, o Japão espera quedafabet bônusexperiência possa ajudar outros países a pensardafabet bônusnovas maneirasdafabet bônuslidar com a pandemia e, ao mesmo tempo, tentar salvar a economia.
Abordagem japonesa
Segundo Oshitani, um dos elementos que levaram o Japão e outros países asiáticos a estar mais bem preparados para fazer frente ao coronavírus é que, ao longo da histórias, eles sofreram com outras epidemias e estão localizados bem próximos da China.
"Como estamos relativamente pertodafabet bônusWuhan, que foi onde a pandemia teve origem, nos preparamos muito rapidamente porque sabíamos que poderíamos ter muitos casos", lembra o especialista, que foi um dos principais assessores do governo na estratégia contra o coronavírus.
Poucas semanas depois que o vírus veio à público na China, o Japão também registrou seu primeiro caso.
Era apenas 16dafabet bônusjaneiro e não demorou muito para que a situação no país fosse agravada por um cruzeiro marítimo, o Diamond Princess, que se tornou fontedafabet bônusinfecções no portodafabet bônusYokohama.
"Então,dafabet bônusmeadosdafabet bônusmarço, tivemos outro surto, que foi desencadeado por viajantes que chegavam da Europa, do Oriente Médio, da América do Norte edafabet bônusmuitos outros países", lembra Oshitani, que também já atuou como ex-assessor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para doenças transmissíveis.
"Este surto estava sob controledafabet bônusmeadosdafabet bônusmaio. O governo decretou estadodafabet bônusemergência e suspendeu naquele mês, mas a essa altura outra ondadafabet bônusinfecções havia começadodafabet bônusTóquio, que agora está começando a diminuir", acrescentou.
Foi nesse contexto, lembra Oshitani, quando as autoridades no Japão entenderam que precisavamdafabet bônusuma forma diferentedafabet bônusabordar a covid-19
"Sabíamos pelo que aconteceudafabet bônusWuhan que é possível conter o vírus, mas é extremamente difícil fazê-lo. No Japão, porém, não tínhamos como implementar uma quarentena ou forçar as pessoas a ficardafabet bônuscasa", diz.
O país, apesardafabet bônusser um dos mais desenvolvidos da Ásia, também não tinha capacidade para produzir e fazer testesdafabet bônusmassa, como fazia a vizinha Coreia do Sul.
"Ficou claro que precisávamosdafabet bônusuma abordagem diferente", diz Oshitani.
Em maio, o então primeiro-ministro, Shinzo Abe, suspendeu o estadodafabet bônusemergência e, ao mesmo tempo, anunciou que a estratégia do Japão para enfrentar o vírus seria "um novo estilodafabet bônusvida" no qual o coronavírus começaria a ser visto como parte do cotidiano.
"Agora, vamos nos aventurardafabet bônusnovo território. Portanto, precisamos criar um novo estilodafabet bônusvida. Precisamos mudar nossa formadafabet bônuspensar."
As exigências, no entanto, eram parte do senso comum: usar máscara, manter distanciamento social, lavar as mãos, não gritar, não conversardafabet bônusvoz alta, não beijar ou dar as mãos.
As bases científicas
Segundo Oshitani, o raciocínio por trás da estratégia japonesadafabet bônusconviver com o vírus não foi motivado apenas por razões políticas oudafabet bônusinfraestrutura.
"Foi baseadodafabet bônusnosso conhecimento sobre o vírus e no que estávamos descobrindo sobre ele", diz.
Embora hoje o papeldafabet bônuspacientes assintomáticos na transmissãodafabet bônusCovid-19 seja um fato conhecidodafabet bônustodo o mundo, ele foi a base da estratégia do Japão antesdafabet bônusela ser aceitadafabet bônusoutros lugares.
Desde meadosdafabet bônusfevereiro, a equipe do Oshitani recomendava levardafabet bônusconsideração que o vírus poderia ser transmitido por pessoas aparentemente saudáveis.
"Sabíamos da existênciadafabet bônusmuitos casos assintomáticos ou com sintomas muito leves. Isso torna muito difícil localizar todos os casos positivos. E por isso, nosso propósito não era contê-los desde o início, mas tentar suprimir as transmissões o máximo que pudéssemos."
Oshitani lembra que a experiência do Japão com o navio Diamond Princess os levou a entender melhor como o vírus funcionava.
"Sabíamos que a maioria dos infectados com o vírus, quase 80%, não o transmite para ninguém. Em vez disso, uma pequena proporção infecta muitos outros", afirma.
O efeito, atualmente conhecido como "eventosdafabet bônussupercontágio" e que posteriormente foram documentadosdafabet bônusoutros países, levou a equipedafabet bônusOshitani a entender que "a transmissão deste vírus não pode ser contida se os clustersdafabet bônusinfecções não forem controlados (grupodafabet bônuseventosdafabet bônussaúde semelhantes que ocorreram na mesma área ao mesmo tempo)".
"O controle desses grupos também tem sido a basedafabet bônusnossa estratégiadafabet bônusconviver com o vírus", afirma.
Especialistas do Japão logo também chegaram a outra conclusão que alguns países ainda não aceitam e que a OMS, embora não tenha descartado, também não reconheceu categoricamente: que o coronavírus pode ser transmitido por via aérea.
Foi assim que surgiu a estratégia conhecida como "san mitsu", uma recomendaçãodafabet bônussaúde pública que se tornou regradafabet bônusouro para conviver com o vírus:
- evitar lugares com pouca ventilação
- evitar lugares com muita gente
- evitar lugar fechados onde as pessoas falamdafabet bônusvoz alta
Como parte desse princípio, os eventos esportivos, por exemplo, são permitidos, mas as pessoas não podem gritar. Em muitos bares e restaurantes se pede aos clientes que falemdafabet bônusvoz baixa ou ouçam músicadafabet bônusvezdafabet bônusconversar.
Questão cultural
Para Oshitani, diversos aspectos culturais e idiossincráticos do Japão também têm contribuído com a resposta local para aprender a viver uma vida "normal" durante a pandemia.
"É sabido que nós japoneses somos mais propensos a manter mais distância física do que no Ocidente, e outro elemento que tem tido bastante impacto é a pressão social, e ninguém no Japão gostariadafabet bônusser apontado como responsável pela transmissão do vírus."
Segundo um estudo da Faculdadedafabet bônusPsicologia da Universidadedafabet bônusDoshisha, o uso generalizadodafabet bônusmáscara no país não está ligado ao desejodafabet bônusprevenir a propagação do vírus, mas sim a uma pressão social: a maioria dos japoneses prefere não ser questionado por não usá-la.
"A pressão social sem dúvidas tem ajudado a conter o vírus no Japão, mas também tem criado situaçõesdafabet bônusdiscriminação contra pessoas doentes ou trabalhadores do setordafabet bônussaúde", afirma Oshitani.
O lado obscuro
A estratégia japonesa, no entanto, tem sido bastante impopular: pesquisasdafabet bônusopinião mostram uma insatisfação generalizada da população com o governo central, sob acusaçãodafabet bônusque há uma resposta lenta e confusa.
O patamar baixodafabet bônustestes para detectar o vírus precocemente e os obstáculos que ainda existem para seu acesso também levaram muitos meiosdafabet bônuscomunicação e especialistas locais a afirmarem que têm sido um entrave para o rastreamento eficaz da doença.
E com as Olimpíadas adiadas até, idealmente, 2021, os olhos do mundo acompanharão por meses a fio como o país continua lutando contra a pandemia.
No entanto, Oshitani duvida que, apesar dos resultados e da estratégiadafabet bônusconviver com o vírus, o Japão possa realizar um evento esportivo dessa magnitude no próximo ano.
"Não estamos lutando contra esse vírus pelas Olimpíadas, porque sabemos que para algo assim, devemos considerar também o que os outros países fazem. Ou seja, sabemos que sem o controle desse vírus na maior parte do mundo não é possível ter as Olimpíadas" ele aponta.
"Se formos sediar os Jogos Olímpicos, temos que o fazerdafabet bônusforma segura e encontrar o melhor mododafabet bônusfazer. E, neste momento, não tenho a certeza se temos capacidade para fazer isso", acrescenta.
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