O drama dos estrangeiros adotados por americanos que descobrem não ter cidadania:como funciona site de apostas esportivas

"Eu frequentei escolas públicas e privadas. Tenho númerocomo funciona site de apostas esportivasseguridade social. Tenho carteiracomo funciona site de apostas esportivasmotorista. Durante minha vida inteira, minha nacionalidade americana nunca foi colocadacomo funciona site de apostas esportivasquestão. Nunca ninguém disse que havia alguma discrepância (nos documentos) ou algo errado", afirma.

Isso mudou três anos atrás, quando ele precisou obter habilitaçãocomo funciona site de apostas esportivassegurança para poder acessar determinadas áreas restritascomo funciona site de apostas esportivasseu localcomo funciona site de apostas esportivastrabalho. Nesse processo, há uma detalhada verificaçãocomo funciona site de apostas esportivasantecedentes. "Eles disseram que precisavamcomo funciona site de apostas esportivasmais informações. Foi então que tudo começou", relembra.

Liam descobriu que, apesarcomo funciona site de apostas esportivasseus pais adotivos serem americanos ecomo funciona site de apostas esportivasele ter passado a vida inteira nos Estados Unidos, seu processocomo funciona site de apostas esportivasnaturalização nunca foi oficializado.

Alémcomo funciona site de apostas esportivasnão ter cidadania americana, como pensava, ele também descobriu quecomo funciona site de apostas esportivascondição pode, inclusive, deixá-lo vulnerável ao riscocomo funciona site de apostas esportivasdeportação no futuro, caso não consiga regularizarcomo funciona site de apostas esportivassituação no país.

Maiscomo funciona site de apostas esportivas25 mil adotados sem cidadania

Na jornadacomo funciona site de apostas esportivasbuscacomo funciona site de apostas esportivasdocumentos antigos que possam esclarecercomo funciona site de apostas esportivassituação, Liam ecomo funciona site de apostas esportivasmulher, a americana Dani Dubinsky, com quem é casado desde 2013 e com quem tem uma filhacomo funciona site de apostas esportivas5 anos, descobriram que ele não é o único a enfrentar esse tipocomo funciona site de apostas esportivasproblema.

A Campanha pelos Direitos dos Adotados (ARC, na siglacomo funciona site de apostas esportivasinglês), organização sem fins lucrativos que defende o direito à cidadaniacomo funciona site de apostas esportivastodos os que foram adotadoscomo funciona site de apostas esportivasoutros países por famílias americanas, calcula que entre 25 mil e 49 mil pessoas estejamcomo funciona site de apostas esportivassituação semelhante àcomo funciona site de apostas esportivasLiam. Até 2033, a ARC estima que esse número poderá chegar a 64 mil adultos.

São pessoas adotadas por americanos no exterior e levadas aos Estados Unidos quando crianças, mas que completaram a maioridade sem obter cidadania americana e,como funciona site de apostas esportivasgrande parte dos casos, sem nem ao mesmo desconfiarcomo funciona site de apostas esportivasque não são cidadãos do país onde sempre viveram.

Assim como Liam, eles cresceram sem ter ideiacomo funciona site de apostas esportivasque havia algum problema emcomo funciona site de apostas esportivasdocumentação. Frequentaram escolas, se formaram, conseguiram emprego, casaram, criaram famílias, pagaram impostos. Muitos ainda não sabem que não são cidadãos americanos.

A revelação geralmente ocorre quando procuram um emprego público ou passam por algum processocomo funciona site de apostas esportivashabilitaçãocomo funciona site de apostas esportivassegurança, como no casocomo funciona site de apostas esportivasLiam. Alguns são surpreendidos ao fazer seu primeiro passaporte para viajar ao exterior. Há casoscomo funciona site de apostas esportivasque só descobrem quando têm algum problema com a lei.

Seja como for,como funciona site de apostas esportivasuma hora para outra os direitos que pensavam ter como cidadãos americanos desaparecem. Tratados como imigrantes, e não como filhoscomo funciona site de apostas esportivasamericanos, mergulhamcomo funciona site de apostas esportivasum emaranhado burocrático para tentar regularizarcomo funciona site de apostas esportivassituação.

Segundo a ARC e outras organizações que defendem adotados nessa situação, alguns são deportados, separadoscomo funciona site de apostas esportivassuas famílias americanas e enviados a um país que nunca conheceram.

Outros, dependendo da documentaçãocomo funciona site de apostas esportivasque dispõem, conseguem permanecer nos Estados Unidos como residentes permanentes,como funciona site de apostas esportivassituação legal, mas sem os mesmos direitos garantidos a cidadãos do país. Há ainda os que vivem escondidos,como funciona site de apostas esportivasum limbo legal.

Lacunas na lei

Diferentementecomo funciona site de apostas esportivasoutros países, os Estados Unidos não concediam até o ano 2000 cidadania automática a crianças adotadas no exterior por famílias americanas. Apesar de, pela lei americana, filhos adotivos terem os mesmos direitoscomo funciona site de apostas esportivasfilhos biológicos, isso não se aplicava àqueles nascidoscomo funciona site de apostas esportivasoutros países.

Cabia aos pais, após ingressar com a criançacomo funciona site de apostas esportivasterritório americano, entrar com um processocomo funciona site de apostas esportivasnaturalização para o filho adotivo nascido no exterior antes que este completasse 18 anos. Mas muitos pais adotivos não completavam esse processo, por negligência ou desconhecimento das regras.

Em 2000, o Congresso americano aprovou uma lei chamada Childhood Citizenship Act (CCA), que passou a garantir cidadania automática para crianças adotadascomo funciona site de apostas esportivasoutros países. Mas o benefício só se aplicava aos que tinham menoscomo funciona site de apostas esportivas18 anoscomo funciona site de apostas esportivas27como funciona site de apostas esportivasfevereirocomo funciona site de apostas esportivas2001, quando a lei entroucomo funciona site de apostas esportivasvigor.

Assim, os que haviam nascido antescomo funciona site de apostas esportivas27como funciona site de apostas esportivasfevereirocomo funciona site de apostas esportivas1983 foram excluídos. Também foram excluídas crianças nascidas após essa data, mas cujo processocomo funciona site de apostas esportivasadoção não havia sido completado no paíscomo funciona site de apostas esportivasnascimento ou que ingressaram nos Estados Unidos com um tipocomo funciona site de apostas esportivasvisto errado,como funciona site de apostas esportivasnão imigrante. Isso excluiu dezenascomo funciona site de apostas esportivasmilharescomo funciona site de apostas esportivasadotados dos benefícios concedidos pela lei.

"O Departamentocomo funciona site de apostas esportivasEstado sabe que, historicamente, alguns adotados não adquiriram cidadania americana apóscomo funciona site de apostas esportivasadoção no exterior por pais que são cidadãos dos Estados Unidos", diz à BBC News Brasil um porta-voz do departamento.

"Muitos desses indivíduos agora são adultos e não podem se beneficiar da CCAcomo funciona site de apostas esportivas2000", afirma o porta-voz, ressaltando que o Departamentocomo funciona site de apostas esportivasEstado não sabe o número exatocomo funciona site de apostas esportivaspessoas nessa situação.

Liam não sabe muitos detalhes sobre seu processocomo funciona site de apostas esportivasadoção. Quando descobriu que não era cidadão americano, seus pais já haviam morrido. "Nunca penseicomo funciona site de apostas esportivasperguntar sobre esses detalhes enquanto eles estavam vivos", afirma.

"Ouvi falar que tinham um amigo que conhecia meus pais biológicos ou entroucomo funciona site de apostas esportivascontato com alguém que conhecia meus pais biológicos e ficou sabendo que eles iriam me ter e me colocar para adoção."

Ele diz saber que nasceucomo funciona site de apostas esportivasSanta Catarina e que seus pais viajaram ao Brasil para esperar que ele nascesse e levá-locomo funciona site de apostas esportivasvolta aos Estados Unidos. No iníciocomo funciona site de apostas esportivas1984, quase um ano após seu nascimento ecomo funciona site de apostas esportivaschegada a San Francisco, advogados contratados por seus pais adotivos entraram com pedidocomo funciona site de apostas esportivasadoçãocomo funciona site de apostas esportivasum tribunal americano.

O juiz que analisou o processo chamou a atenção para o fatocomo funciona site de apostas esportivasque os pais biológicos não haviam assinado os documentoscomo funciona site de apostas esportivasadoção. Os advogados informaram o juiz sobre dificuldades para localizar os pais biológicos. Em 1985, a adoção foi aprovada pelo tribunal americano e oficializada.

"O que sei é que tenho uma certidãocomo funciona site de apostas esportivasadoção, emitida pelo governocomo funciona site de apostas esportivasSan Francisco, que declara que sou filho (legal)como funciona site de apostas esportivasmeus pais americanos e que tenho todos os direitos e responsabilidadescomo funciona site de apostas esportivasum filho biológico", ressalta.

Mas Liam e Dani dizem que não conseguiram encontrar os documentos comprovando que ele foi admitido legalmente ao ingressarcomo funciona site de apostas esportivasterritório americano. Um dos requisitos para que adotados nascidos após 27como funciona site de apostas esportivasfevereirocomo funciona site de apostas esportivas1983 possam se beneficiar da CCA é terem entrado no país com um vistocomo funciona site de apostas esportivasimigrante.

"Infelizmente, essa documentação está faltando", diz Dani à BBC News Brasil. "É isso que têm dificultado tanto a obtençãocomo funciona site de apostas esportivascidadania quantocomo funciona site de apostas esportivasum green card (o documentocomo funciona site de apostas esportivasresidente permanente) para Liam."

Situação vulnerável

Liam diz que conseguiu obter das autoridadescomo funciona site de apostas esportivasimigração um documento especial, permitindo que estrangeiros que ingressaramcomo funciona site de apostas esportivasterritório americano sem autorização oficial possam permanecer no país por um determinado períodocomo funciona site de apostas esportivastempo e buscar regularizarcomo funciona site de apostas esportivassituação.

Isso permitiu que ele entrasse com pedidocomo funciona site de apostas esportivasgreen card, com base no fatocomo funciona site de apostas esportivasser casado com uma americana. Mas seu processo está sendo analisado como ocomo funciona site de apostas esportivasqualquer imigrante comum, e o fatocomo funciona site de apostas esportivasLiam ter sido adotado quando bebê e passado a vida inteira no país não é levadocomo funciona site de apostas esportivasconta.

Com a pandemiacomo funciona site de apostas esportivascoronavírus, há atrasocomo funciona site de apostas esportivasvários processoscomo funciona site de apostas esportivasimigração nos Estados Unidos, e ele não tem ideiacomo funciona site de apostas esportivasquando terá uma resposta. Apesarcomo funciona site de apostas esportivasnunca ter sido ameaçado oficialmentecomo funciona site de apostas esportivasdeportação, ele ainda estácomo funciona site de apostas esportivasuma situação vulnerável, porque não conta com as garantiascomo funciona site de apostas esportivasum cidadão americano.

Mas, para muitos outros adotados sem cidadania, o riscocomo funciona site de apostas esportivasdeportação é imediato. A diretora da ARC, Joy Alessi, diz à BBC News Brasil que é difícil saber o número precisocomo funciona site de apostas esportivasadotados que já foram deportados dos Estados Unidos, mas estima que sejam dezenas ao longo dos últimos anos, entre eles alguns nascidos no Brasil.

"Os Estados Unidos não anunciam quando deportam alguém", afirma Alessi, ressaltando quecomo funciona site de apostas esportivasorganização nem sempre fica sabendocomo funciona site de apostas esportivastodo os casos. "Quando uma deportação ocorre, é extremamente devastadora."

Alessi salienta que esses adotados não deveriam ser tratados como imigrantes nem ser penalizados por erros cometidos por seus pais adotivos, mas sim ter os mesmos direitos dos filhos biológicoscomo funciona site de apostas esportivascidadãos americanos nascidos no exterior.

Um novo projetocomo funciona site de apostas esportivaslei, que tenta corrigir as lacunas da leicomo funciona site de apostas esportivas2000, já foi apresentado várias vezes no Congresso americano. A proposta garante cidadania automática aos adotados no exterior que foram deixadoscomo funciona site de apostas esportivasfora da CCA. Mas, apesarcomo funciona site de apostas esportivaster apoiocomo funciona site de apostas esportivaspolíticoscomo funciona site de apostas esportivasambos os partidos, até hoje não avançou.

"Isso não é uma prioridade (para os congressistas). E, neste momento, com covid-19, etc, não há muito espaço (para a aprovação da proposta)", lamenta Alessi.

Enquanto aguarda uma definição sobre seu pedidocomo funciona site de apostas esportivasgreen card, Liam tenta se acostumar à vida sem os direitoscomo funciona site de apostas esportivascidadania que considerava garantidos. "Nos últimos tempos, tenho me sentido inseguro,como funciona site de apostas esportivasdúvida sobre quem sou", afirma.

"Sei que sou um bom pai e marido. Sei que sou um assistente médico. Mas, acho que pela primeira vez, tenho uma sensaçãocomo funciona site de apostas esportivasdesespero,como funciona site de apostas esportivasperda."

Dani também lamenta o impacto emocional emcomo funciona site de apostas esportivasfamília e nascomo funciona site de apostas esportivasoutros adotados na mesma situação. "Muitos só descobrem quando vão se aposentar, ao começarcomo funciona site de apostas esportivasum novo emprego ou ao pedir um dos benefícios que lhes foram prometidos como cidadãos", ressalta.

"E, então, sabem que não apenas não são cidadãos, mas que podem ser enviadoscomo funciona site de apostas esportivasvolta a um lugar que nem conhecem. Para as pessoas que estão passando por isso, é terrível."

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