Por que até hoje a humanidade não 'solucionou' as pragascódigo betano fluminensegafanhotos:código betano fluminense

Homem correcódigo betano fluminensemeio a nuvemcódigo betano fluminensegafanhotos na capital queniana, Nairobi

Crédito, EPA

Legenda da foto, Gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata passaram por um processo natural no qual deixamcódigo betano fluminenseser solitários e passam a viver juntos. Em maio e junho, consumiram plantações no Paraguai e na Argentina. Agora, há expectativacódigo betano fluminenseque eles possam voar para o Brasil ou o Uruguai.

O fenômenocódigo betano fluminenseexplosão populacionalcódigo betano fluminensegafanhotos tem milênios, mas até hoje o homem enfrenta sérias dificuldades para contê-lo.

Mas não há muito a curto prazo o que fazer no momento contra nuvens dessa magnitude, com milhõescódigo betano fluminensegafanhotos que devoram "tudo o que veem pela frente" e são capazescódigo betano fluminensevoar até 150 km por dia, explica Kátia Matiotti, pesquisadora do Museucódigo betano fluminenseCiências e Tecnologia da PUC-RS. "Muitos agrônomos falamcódigo betano fluminenseaplicar o agrotóxico mais forte possível para eliminação total da praga, mas o importante é fazer um manejo constante e sustentável a longo prazo das espécies antes que a situação chegue a esse ponto."

Há quase 7 mil espécies desse grupocódigo betano fluminensegafanhotos, mas cercacódigo betano fluminense20 podem formar nuvens e devorar lavouras nessa magnitude. Em 1 km², pode haver 40 milhõescódigo betano fluminensegafanhotos adultos, com capacidadecódigo betano fluminenseconsumo diário equivalente aocódigo betano fluminense35 mil pessoas, afirma a FAO (braço da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura). Uma nuvem do tamanho da cidadecódigo betano fluminenseRoma (quase 1.300 km²), por exemplo, tem consumo diário equivalente ao da população do Quênia (51 milhõescódigo betano fluminensehabitantes).

Essa explosão populacional é atribuída por especialistas principalmente a fatores climáticos, como chuva, umidade e temperatura, que têm se acentuado por causa da ação do homem. Quando a conjunção favorece, essas 20 espéciescódigo betano fluminensegafanhotos com características gregárias deixam a vida solitária para trás.

Esse processo leva à mudançacódigo betano fluminensecor, ao aumento da resistência a inimigos naturais e à liberaçãocódigo betano fluminenseserotonina no sistema nervoso do gafanhoto, o que afetacódigo betano fluminensesociabilidade e seu apetite. Normalmente, o inseto consome o equivalente a algo entre 30% e 70%código betano fluminenseseu peso, mas essa taxa pode subir para 100%código betano fluminensecertas condições.

Registro mais recente feito por autoridades argentinas dos gafanhotos que assolam o país,código betano fluminense30código betano fluminensejunho

Crédito, Divulgação/Senasa Argentina

Legenda da foto, Registro mais recente feito por autoridades argentinas dos gafanhotos que assolam o país,código betano fluminense30código betano fluminensejunho

Gafanhotos habitam o planeta há pelo menos 300 milhõescódigo betano fluminenseanos, segundo dados coletadoscódigo betano fluminensefósseis, e com bastante êxito, adaptados a diversos ecossistemas. Esses insetos, quecódigo betano fluminensegeral medemcódigo betano fluminense3 cm a 8 cm, desempenham papel ecológico importante na trocacódigo betano fluminensenutrientes do ambiente, ao controlar o crescimentocódigo betano fluminenseplantas e transformar tecidocódigo betano fluminenseplantacódigo betano fluminensetecido animal, se tornando uma rica fontecódigo betano fluminenseproteína para predadores (incluindo o homem), por exemplo.

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Uma espéciecódigo betano fluminensegafanhoto é considerada praga quando passa a disputar espaços e recursos com o homem, causar prejuízos financeiros e ameaçar a segurança alimentarcódigo betano fluminensepopulações humanas, alémcódigo betano fluminenseatender outros critérios (tamanho, duração do surto etc.).

Uma conjunçãocódigo betano fluminensefatores climáticos, como níveiscódigo betano fluminensetemperatura, umidade do ar, chuvas e ventos favoráveis àcódigo betano fluminensereprodução, pode estar por trás do fenômeno. Há também influência do uso excessivocódigo betano fluminenseagrotóxicos e da práticacódigo betano fluminensemonocultura, que podem eliminar predadores naturais como aves e sapos e ampliar a quantidadecódigo betano fluminensealimento disponível.

O combate ao gafanhoto enquanto praga é bastante complexo, e a FAO aponta alguns motivos:

  • o fatocódigo betano fluminenseos insetos ocuparem áreas enormes ecódigo betano fluminensedifícil acesso (a maioria dos satélites não consegue detectá-los)
  • as mudanças climáticas imprevisíveis que influenciam explosão populacional dos insetos
  • faltacódigo betano fluminenserecursos para monitorar e controlar populaçõescódigo betano fluminensegafanhotocódigo betano fluminensepaíses vulneráveis, e assim "prever" surtos
  • escassezcódigo betano fluminenseprofissionais treinadoscódigo betano fluminensemonitoramento e combate
  • coordenação falha entre os países atingidos
  • dificuldadecódigo betano fluminenseaplicar pesticidas diretamente nos gafanhotoscódigo betano fluminenserazão do tamanho das nuvens e da capacidadecódigo betano fluminensevoo (até 150 km por dia)

Fernando Rati, especialista da FAO na Argentina, afirmou que a melhor maneiracódigo betano fluminensecombater o Schistocerca cancellata é com fumigação aérea e monitoramento constante da área onde ele vive, que inclui Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.

No caso do gafanhoto-do-deserto (Schistocerca gregaria), que atinge África, Oriente Médio e Ásia, o serviçocódigo betano fluminenseinformações administrado pela FAO fornece previsões, alertas precoces e sobre o momento, a escala e a localização das invasões e criação.

Porém, uma vez que as populações atingem níveis críticos, como na África Oriental, é necessário tomar medidas urgentes para reduzir as populaçõescódigo betano fluminensegafanhotos e impedir que mais nuvens se formem e se espalhem.

Embora haja pesquisascódigo betano fluminenseandamento sobre soluções mais ambientalmente sustentáveis, como pesticidas biológicos, manejo ou introduçãocódigo betano fluminensepredadores naturais no ambiente, o métodocódigo betano fluminensecontrole mais comumente usado é a pulverizaçãocódigo betano fluminensepesticidas.

Soldados preparam equipamentos par aplicar pesticidascódigo betano fluminenseUganda

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Soldados preparam equipamentos para aplicar pesticidascódigo betano fluminenseUganda

Lançados às pragas por meiocódigo betano fluminensebombas manuais, veículos terrestres ou aeronaves, nuvens inteiras podem ser alvejadas e mortas com produtos químicoscódigo betano fluminenseum períodocódigo betano fluminensetempo relativamente curto.

Um séculocódigo betano fluminensecombates no Brasil ecódigo betano fluminenseseus vizinhos

Há registroscódigo betano fluminenseinfestaçõescódigo betano fluminensegafanhotos na América do Sul pelo menos desde o século 16, a exemplo dos relatos do padre chileno Alonsocódigo betano fluminenseOvalle sobre o ar cheio gafanhotos na Argentina e a farinha que indígenas faziam dos insetos queimadoscódigo betano fluminensearbustos, segundo pesquisa da historiadora Valéria Dorneles Fernandes.

Mas só três séculos depois esse problema passou a atingir significativamente a agricultura da região.

Emcódigo betano fluminensetesecódigo betano fluminensedoutorado na Universidade Federal do Riocódigo betano fluminenseJaneiro (UFRJ), Fernandes destrincha os desdobramentos das infestaçõescódigo betano fluminensegafanhotos no Brasil, no Uruguai e na Argentinacódigo betano fluminense1896 a 1952.

Segundo ela, a história das infestaçõescódigo betano fluminensegafanhotos na América do Sul é,código betano fluminenseparte, a história da expansão agrícola nos países do subcontinente. Na Argentina, a agricultura e a extraçãocódigo betano fluminensemadeira se aproximaram da zonacódigo betano fluminenseorigem da Schistocerca cancellata, o Gran Chaco.

Fernandes afirma que a alteração da paisagemcódigo betano fluminensepastagem para agricultura no bioma Pampa teve um certo papel na ampliação do fluxo migratório do inseto, que passou a ser atraído por uma maior ofertacódigo betano fluminensealimentos, mas este é um fator adicional, como o movimento dos ventos e "corredores" ecológicos. Para a historiadora, os principais fatores que desencadearam explosões populacionais foram eventos climáticos.

Agricultor combate infestaçãocódigo betano fluminensegafanhotos no RS nos anos 1940 com varacódigo betano fluminensemadeira

Crédito, Coleção Eduardo Jaunsem, MADP/JUí

Legenda da foto, Agricultor combate infestaçãocódigo betano fluminensegafanhotos no RS nos anos 1940 com varacódigo betano fluminensemadeira

Ao longo das décadas, cada país lidou com a praga agrícolacódigo betano fluminenseacordo com suas prioridades. A questão era central na Argentina por afetar o mercado exportador e lateral no Brasil por atingir principalmente lavourascódigo betano fluminensesubsistência (e por extensão agricultores pobres) na região Sul.

Marcos Gerhardt, professorcódigo betano fluminensehistória da Universidadecódigo betano fluminensePasso Fundo, analisou documentoscódigo betano fluminenseautoridades municipais e entrevistou agricultores atingidos pelas nuvenscódigo betano fluminenseinseto no início do século 20.

Segundo ele, havia pânico e medo do prejuízo econômico decorrente da perda do cultivo. Recorria-se então a uma sériecódigo betano fluminensetécnicas e equipamentos. "Às vezes dava certo, às vezes não. Diminuía, mas não eliminava o problema. Governos municipais estavam também empenhadoscódigo betano fluminenseajudar os agricultores, mas não havia muitos recursos para todos naquela época", diz à BBC News Brasil.

De acordo com Fernandes e Gerhardt, o combate à praga era principalmente manual até os anos 1930. Os métodos então passavam por barulho com latas ou varascódigo betano fluminensemadeira, lança-chamas, usocódigo betano fluminensefungos, queimadacódigo betano fluminensearbustos, arado para expor os ovos, valas comuns para incinerar ou enterrar vivos gafanhotos que ainda não voam, barreiras metálicas, caixas ou sacoscódigo betano fluminensecaptura, entre outros.

"O trabalho tem sido insano e fatigante, mas felizmente parece-me que a maioria dos agricultores salvarão as suas plantações", escreveu o intendente municipalcódigo betano fluminenseIjuí (RS),código betano fluminense1917.

Ainda segundo Fernandes, o usocódigo betano fluminenseprodutos químicos começa a ser difundido na América do Sul a partir dos anos 1930 e ocódigo betano fluminenseaviões, na década seguinte. A historiadora afirma emcódigo betano fluminensetesecódigo betano fluminensedoutorado que depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) houve uma grande difusãocódigo betano fluminenseusocódigo betano fluminensequímicos na agricultura, e contra o gafanhotocódigo betano fluminenseespecial o hexaclorobenzeno (BHC), pesticida organoclorado conhecido como pó-de-gafanhoto. Por causacódigo betano fluminensesua toxicidade, a venda e o usocódigo betano fluminenseBHC acabariam sendo proibidos no Brasilcódigo betano fluminense1985.

Crise na África, no Oriente Médio e na Ásia

As regiões agrícolascódigo betano fluminensesubsistência são as mais vulneráveis à devastação causada por nuvenscódigo betano fluminensegafanhotos. E a situação pode se agravar ainda mais.

"Condições mais secas no futuro no norte e no sul da áreacódigo betano fluminensedistribuiçãocódigo betano fluminensegafanhotos-do-deserto podem produzir habitats mais favoráveis para esta espécie e podem ter impactos negativos significativos", diz à BBC o entomologista Michel Lecoq, um dos maiores especialistascódigo betano fluminensegafanhotos do mundo.

"Os riscoscódigo betano fluminensetermoscódigo betano fluminensedanos às culturas, pastagens e,código betano fluminenseúltima instância, à segurança alimentar e socialcódigo betano fluminensemuitas pessoas pobres nos paísescódigo betano fluminensedesenvolvimento podem ser enormes", adverte Lecoq.

gráfico sobre capacidadecódigo betano fluminenseconsumocódigo betano fluminenseuma nuvemcódigo betano fluminensegafanhotos

Mas não apenas as safras produtorascódigo betano fluminensealimentos estãocódigo betano fluminenserisco: no Paquistão, as autoridades têm lidado com uma infestação que ameaça as plantaçõescódigo betano fluminensealgodão, um produto responsável por quase metade das exportações do país.

A maior crise recente na África Ocidentalcódigo betano fluminense2003 a 2005 causou perdascódigo betano fluminenseUS$ 2,5 bilhões (quase R$ 14 bilhõescódigo betano fluminenseconversãocódigo betano fluminensevalores atuais), segundo a ONU.

O continente enfrentou nuvens devastadoras nas décadascódigo betano fluminense1930, 40 e 50, e algumas delas se espalharam por diversas regiões, atingido o patamar necessário para serem classificadascódigo betano fluminensepraga.

Em linhas gerais, a FAO estima que o gafanhoto-do-deserto afete a subsistênciacódigo betano fluminenseuma a cada 10 pessoas do planeta, tornando essa espécie do inseto a mais perigosa peste migratória do mundo atualmente.

Hoje, nuvenscódigo betano fluminensegafanhotos-do-deserto atingem áreas do Leste da África, do Oriente Médio e da Ásia, incluindo a Índia. No auge da crisecódigo betano fluminense2019, consumiam 1,8 toneladacódigo betano fluminensevegetação por diacódigo betano fluminenseuma áreacódigo betano fluminense350 km², segundo a FAO.

Durante os períodoscódigo betano fluminensecalmaria, conhecidos como recessões, o gafanhoto-do-deserto geralmente vivecódigo betano fluminenseáreas mais secas, onde a quantidadecódigo betano fluminensechuvas não passacódigo betano fluminense200mm por ano. A região afetada consistecódigo betano fluminense16 milhõescódigo betano fluminensekm² ao longocódigo betano fluminense30 países.

No períodocódigo betano fluminenseque se tornam pragas, os gafanhotos-do-deserto se espalham para uma áreacódigo betano fluminense29 milhõescódigo betano fluminensekm²código betano fluminense60 países, ocupando uma área equivalente a quase 20% da extensãocódigo betano fluminenseterra do planeta.

Para Keith Cressman, especialista da FAOcódigo betano fluminensemonitoramentocódigo betano fluminensegafanhotos, a situação poderia ter sido atenuada com maiores e melhores controlescódigo betano fluminensealguns países-chave para a reprodução do inseto.

Gafanhoto-do-deserto mudacódigo betano fluminensecor quando se torna gregário, possivelmente para afastar predadores

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Gafanhoto-do-deserto mudacódigo betano fluminensecor quando se torna gregário, possivelmente para afastar predadores

Mas controlar populações tão grandescódigo betano fluminenseinsetoscódigo betano fluminenseáreas enormes e remotas continua sendo um desafio logístico. "Você nunca sabe realmente qual a porcentagem da populaçãocódigo betano fluminensegafanhotos que você conseguiu atingir", explica Cressman. Por esse motivo, diz, é crucial "dar as mãos e compartilhar conhecimentos e habilidades" para evitar uma maior deterioração da situação.

No entanto, para o agricultor queniano Ali Bila Waqo, essa ação chega tarde demais. A única coisa que ele ecódigo betano fluminensefamília puderam fazer para combater as pragas quando elas chegaram foi batercódigo betano fluminenselatas e gritar. "É a vontadecódigo betano fluminenseDeus. Este é o seu Exército."

Pragas do Egito

O imaginário coletivo acercacódigo betano fluminensegafanhotos é bastante associado às dez pragas do Egito, descritas na Bíblia e no Alcorão.

Segundo o Velho Testamento, o profeta Moisés ouvecódigo betano fluminenseDeus que deve pedir ao faraó egípcio que liberte os hebreus escravizados, mas o monarca se recusa. Deus fica irritado e decide então lançar dez pragas contra o Egito e seu povocódigo betano fluminensetorno do século 13 a.C.

Ilustraçãocódigo betano fluminenselivrocódigo betano fluminenseoraçãocódigo betano fluminensefamília judaica, que data do século 14, retrata pragacódigo betano fluminensegafanhotos

Crédito, British Library

Legenda da foto, Ilustraçãocódigo betano fluminenselivrocódigo betano fluminenseoraçãocódigo betano fluminensefamília judaica, que data do século 14, retrata pragacódigo betano fluminensegafanhotos

O faraó só mudariacódigo betano fluminenseideia,código betano fluminenseacordo com o livro do Êxodo, depois da décima praga: a morte dos primogênitos. Moisés e seus seguidores então deixam o Egitocódigo betano fluminensedireção à Terra Prometida, mas o monarca revêcódigo betano fluminensedecisão e manda seu Exército atrás dos hebreus. Encurralados entre os algozes e o mar Vermelho, os fugitivos conseguem escapar quando Deus abre caminho entre as águas.

As nuvens gigantescódigo betano fluminensegafanhotos compõem um dos dez castigos divinos contra o povo, o faraó e os deuses egípcios, numa espéciecódigo betano fluminenseexaltaçãocódigo betano fluminenseuma superioridade do Deus que guiava os hebreus. "E vieram os gafanhotos sobre toda a terra do Egito, e assentaram-se sobre todos os termos do Egito; tão numerosos foram que, antes destes nunca houve tantos, nem depois deles haverá. Porque cobriram a facecódigo betano fluminensetoda a terra,código betano fluminensemodo que a terra se escureceu; e comeram toda a erva da terra, e todo o fruto das árvores, que deixara a saraiva; e não ficou verde algum nas árvores, nem na erva do campo,código betano fluminensetoda a terra do Egito."

Segundo alguns estudiosos, essa praga pode simbolizar também uma contestação à crença egípciacódigo betano fluminensecolheita farta e um recadocódigo betano fluminenseimpotência dos deuses egípcios ante os castigoscódigo betano fluminenseDeus. Há ainda na Bíblia menções a gafanhotos ligadas ao inseto como alimento, parte do apocalipse, analogia e provérbio, por exemplo. "Os gafanhotos não têm rei; e contudo todos saem, ecódigo betano fluminensebandos se repartem."

No Alcorão, há também o relatocódigo betano fluminensepragas contra os egípcios (Moisés se chama Musa no livro sagrado do islã) e uma referência à chegada do fim do mundo, quando os humanos ressuscitariam como gafanhotos se espalhando, segundo a analogia do texto.

Para além dos elementos sagrados e simbólicos, pesquisadores tentam há séculos descobrir secódigo betano fluminensefato ocorreram as sucessivas calamidades que atingiram que o Egito conforme relatam a Bíblia e o Alcorão, entre outros textos antigos.

Há divergências entre estudiosos sobre as possíveis causas das eventuais pragas, entre elas fenômenos naturais e a erupção do vulcão da ilha gregacódigo betano fluminenseSantorini.

Sobre os gafanhotos, a explicação passaria justamente pelo desequilíbrio ecológico que pode favorecer a explosão populacional que vemos até hoje. Além do mais, a nuvemcódigo betano fluminenseinsetoscódigo betano fluminenseproporções bíblicas poderia servir até para explicar outra praga, a da escuridão no céu do Egito.

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