Por que até hoje a humanidade não 'solucionou' as pragashttps zbet casinogafanhotos:https zbet casino
O fenômenohttps zbet casinoexplosão populacionalhttps zbet casinogafanhotos tem milênios, mas até hoje o homem enfrenta sérias dificuldades para contê-lo.
Mas não há muito a curto prazo o que fazer no momento contra nuvens dessa magnitude, com milhõeshttps zbet casinogafanhotos que devoram "tudo o que veem pela frente" e são capazeshttps zbet casinovoar até 150 km por dia, explica Kátia Matiotti, pesquisadora do Museuhttps zbet casinoCiências e Tecnologia da PUC-RS. "Muitos agrônomos falamhttps zbet casinoaplicar o agrotóxico mais forte possível para eliminação total da praga, mas o importante é fazer um manejo constante e sustentável a longo prazo das espécies antes que a situação chegue a esse ponto."
Há quase 7 mil espécies desse grupohttps zbet casinogafanhotos, mas cercahttps zbet casino20 podem formar nuvens e devorar lavouras nessa magnitude. Em 1 km², pode haver 40 milhõeshttps zbet casinogafanhotos adultos, com capacidadehttps zbet casinoconsumo diário equivalente aohttps zbet casino35 mil pessoas, afirma a FAO (braço da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura). Uma nuvem do tamanho da cidadehttps zbet casinoRoma (quase 1.300 km²), por exemplo, tem consumo diário equivalente ao da população do Quênia (51 milhõeshttps zbet casinohabitantes).
Essa explosão populacional é atribuída por especialistas principalmente a fatores climáticos, como chuva, umidade e temperatura, que têm se acentuado por causa da ação do homem. Quando a conjunção favorece, essas 20 espécieshttps zbet casinogafanhotos com características gregárias deixam a vida solitária para trás.
Esse processo leva à mudançahttps zbet casinocor, ao aumento da resistência a inimigos naturais e à liberaçãohttps zbet casinoserotonina no sistema nervoso do gafanhoto, o que afetahttps zbet casinosociabilidade e seu apetite. Normalmente, o inseto consome o equivalente a algo entre 30% e 70%https zbet casinoseu peso, mas essa taxa pode subir para 100%https zbet casinocertas condições.
Gafanhotos habitam o planeta há pelo menos 300 milhõeshttps zbet casinoanos, segundo dados coletadoshttps zbet casinofósseis, e com bastante êxito, adaptados a diversos ecossistemas. Esses insetos, quehttps zbet casinogeral medemhttps zbet casino3 cm a 8 cm, desempenham papel ecológico importante na trocahttps zbet casinonutrientes do ambiente, ao controlar o crescimentohttps zbet casinoplantas e transformar tecidohttps zbet casinoplantahttps zbet casinotecido animal, se tornando uma rica fontehttps zbet casinoproteína para predadores (incluindo o homem), por exemplo.
https zbet casino Quão difícil é https zbet casino combate https zbet casino r https zbet casino nuvenshttps zbet casinogafanhoto https zbet casino s https zbet casino ?
Uma espéciehttps zbet casinogafanhoto é considerada praga quando passa a disputar espaços e recursos com o homem, causar prejuízos financeiros e ameaçar a segurança alimentarhttps zbet casinopopulações humanas, alémhttps zbet casinoatender outros critérios (tamanho, duração do surto etc.).
Uma conjunçãohttps zbet casinofatores climáticos, como níveishttps zbet casinotemperatura, umidade do ar, chuvas e ventos favoráveis àhttps zbet casinoreprodução, pode estar por trás do fenômeno. Há também influência do uso excessivohttps zbet casinoagrotóxicos e da práticahttps zbet casinomonocultura, que podem eliminar predadores naturais como aves e sapos e ampliar a quantidadehttps zbet casinoalimento disponível.
O combate ao gafanhoto enquanto praga é bastante complexo, e a FAO aponta alguns motivos:
- o fatohttps zbet casinoos insetos ocuparem áreas enormes ehttps zbet casinodifícil acesso (a maioria dos satélites não consegue detectá-los)
- as mudanças climáticas imprevisíveis que influenciam explosão populacional dos insetos
- faltahttps zbet casinorecursos para monitorar e controlar populaçõeshttps zbet casinogafanhotohttps zbet casinopaíses vulneráveis, e assim "prever" surtos
- escassezhttps zbet casinoprofissionais treinadoshttps zbet casinomonitoramento e combate
- coordenação falha entre os países atingidos
- dificuldadehttps zbet casinoaplicar pesticidas diretamente nos gafanhotoshttps zbet casinorazão do tamanho das nuvens e da capacidadehttps zbet casinovoo (até 150 km por dia)
Fernando Rati, especialista da FAO na Argentina, afirmou que a melhor maneirahttps zbet casinocombater o Schistocerca cancellata é com fumigação aérea e monitoramento constante da área onde ele vive, que inclui Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.
No caso do gafanhoto-do-deserto (Schistocerca gregaria), que atinge África, Oriente Médio e Ásia, o serviçohttps zbet casinoinformações administrado pela FAO fornece previsões, alertas precoces e sobre o momento, a escala e a localização das invasões e criação.
Porém, uma vez que as populações atingem níveis críticos, como na África Oriental, é necessário tomar medidas urgentes para reduzir as populaçõeshttps zbet casinogafanhotos e impedir que mais nuvens se formem e se espalhem.
Embora haja pesquisashttps zbet casinoandamento sobre soluções mais ambientalmente sustentáveis, como pesticidas biológicos, manejo ou introduçãohttps zbet casinopredadores naturais no ambiente, o métodohttps zbet casinocontrole mais comumente usado é a pulverizaçãohttps zbet casinopesticidas.
Lançados às pragas por meiohttps zbet casinobombas manuais, veículos terrestres ou aeronaves, nuvens inteiras podem ser alvejadas e mortas com produtos químicoshttps zbet casinoum períodohttps zbet casinotempo relativamente curto.
Um séculohttps zbet casinocombates no Brasil ehttps zbet casinoseus vizinhos
Há registroshttps zbet casinoinfestaçõeshttps zbet casinogafanhotos na América do Sul pelo menos desde o século 16, a exemplo dos relatos do padre chileno Alonsohttps zbet casinoOvalle sobre o ar cheio gafanhotos na Argentina e a farinha que indígenas faziam dos insetos queimadoshttps zbet casinoarbustos, segundo pesquisa da historiadora Valéria Dorneles Fernandes.
Mas só três séculos depois esse problema passou a atingir significativamente a agricultura da região.
Emhttps zbet casinotesehttps zbet casinodoutorado na Universidade Federal do Riohttps zbet casinoJaneiro (UFRJ), Fernandes destrincha os desdobramentos das infestaçõeshttps zbet casinogafanhotos no Brasil, no Uruguai e na Argentinahttps zbet casino1896 a 1952.
Segundo ela, a história das infestaçõeshttps zbet casinogafanhotos na América do Sul é,https zbet casinoparte, a história da expansão agrícola nos países do subcontinente. Na Argentina, a agricultura e a extraçãohttps zbet casinomadeira se aproximaram da zonahttps zbet casinoorigem da Schistocerca cancellata, o Gran Chaco.
Fernandes afirma que a alteração da paisagemhttps zbet casinopastagem para agricultura no bioma Pampa teve um certo papel na ampliação do fluxo migratório do inseto, que passou a ser atraído por uma maior ofertahttps zbet casinoalimentos, mas este é um fator adicional, como o movimento dos ventos e "corredores" ecológicos. Para a historiadora, os principais fatores que desencadearam explosões populacionais foram eventos climáticos.
Ao longo das décadas, cada país lidou com a praga agrícolahttps zbet casinoacordo com suas prioridades. A questão era central na Argentina por afetar o mercado exportador e lateral no Brasil por atingir principalmente lavourashttps zbet casinosubsistência (e por extensão agricultores pobres) na região Sul.
Marcos Gerhardt, professorhttps zbet casinohistória da Universidadehttps zbet casinoPasso Fundo, analisou documentoshttps zbet casinoautoridades municipais e entrevistou agricultores atingidos pelas nuvenshttps zbet casinoinseto no início do século 20.
Segundo ele, havia pânico e medo do prejuízo econômico decorrente da perda do cultivo. Recorria-se então a uma sériehttps zbet casinotécnicas e equipamentos. "Às vezes dava certo, às vezes não. Diminuía, mas não eliminava o problema. Governos municipais estavam também empenhadoshttps zbet casinoajudar os agricultores, mas não havia muitos recursos para todos naquela época", diz à BBC News Brasil.
De acordo com Fernandes e Gerhardt, o combate à praga era principalmente manual até os anos 1930. Os métodos então passavam por barulho com latas ou varashttps zbet casinomadeira, lança-chamas, usohttps zbet casinofungos, queimadahttps zbet casinoarbustos, arado para expor os ovos, valas comuns para incinerar ou enterrar vivos gafanhotos que ainda não voam, barreiras metálicas, caixas ou sacoshttps zbet casinocaptura, entre outros.
"O trabalho tem sido insano e fatigante, mas felizmente parece-me que a maioria dos agricultores salvarão as suas plantações", escreveu o intendente municipalhttps zbet casinoIjuí (RS),https zbet casino1917.
Ainda segundo Fernandes, o usohttps zbet casinoprodutos químicos começa a ser difundido na América do Sul a partir dos anos 1930 e ohttps zbet casinoaviões, na década seguinte. A historiadora afirma emhttps zbet casinotesehttps zbet casinodoutorado que depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) houve uma grande difusãohttps zbet casinousohttps zbet casinoquímicos na agricultura, e contra o gafanhotohttps zbet casinoespecial o hexaclorobenzeno (BHC), pesticida organoclorado conhecido como pó-de-gafanhoto. Por causahttps zbet casinosua toxicidade, a venda e o usohttps zbet casinoBHC acabariam sendo proibidos no Brasilhttps zbet casino1985.
Crise na África, no Oriente Médio e na Ásia
As regiões agrícolashttps zbet casinosubsistência são as mais vulneráveis à devastação causada por nuvenshttps zbet casinogafanhotos. E a situação pode se agravar ainda mais.
"Condições mais secas no futuro no norte e no sul da áreahttps zbet casinodistribuiçãohttps zbet casinogafanhotos-do-deserto podem produzir habitats mais favoráveis para esta espécie e podem ter impactos negativos significativos", diz à BBC o entomologista Michel Lecoq, um dos maiores especialistashttps zbet casinogafanhotos do mundo.
"Os riscoshttps zbet casinotermoshttps zbet casinodanos às culturas, pastagens e,https zbet casinoúltima instância, à segurança alimentar e socialhttps zbet casinomuitas pessoas pobres nos paíseshttps zbet casinodesenvolvimento podem ser enormes", adverte Lecoq.
Mas não apenas as safras produtorashttps zbet casinoalimentos estãohttps zbet casinorisco: no Paquistão, as autoridades têm lidado com uma infestação que ameaça as plantaçõeshttps zbet casinoalgodão, um produto responsável por quase metade das exportações do país.
A maior crise recente na África Ocidentalhttps zbet casino2003 a 2005 causou perdashttps zbet casinoUS$ 2,5 bilhões (quase R$ 14 bilhõeshttps zbet casinoconversãohttps zbet casinovalores atuais), segundo a ONU.
O continente enfrentou nuvens devastadoras nas décadashttps zbet casino1930, 40 e 50, e algumas delas se espalharam por diversas regiões, atingido o patamar necessário para serem classificadashttps zbet casinopraga.
Em linhas gerais, a FAO estima que o gafanhoto-do-deserto afete a subsistênciahttps zbet casinouma a cada 10 pessoas do planeta, tornando essa espécie do inseto a mais perigosa peste migratória do mundo atualmente.
Hoje, nuvenshttps zbet casinogafanhotos-do-deserto atingem áreas do Leste da África, do Oriente Médio e da Ásia, incluindo a Índia. No auge da crisehttps zbet casino2019, consumiam 1,8 toneladahttps zbet casinovegetação por diahttps zbet casinouma áreahttps zbet casino350 km², segundo a FAO.
Durante os períodoshttps zbet casinocalmaria, conhecidos como recessões, o gafanhoto-do-deserto geralmente vivehttps zbet casinoáreas mais secas, onde a quantidadehttps zbet casinochuvas não passahttps zbet casino200mm por ano. A região afetada consistehttps zbet casino16 milhõeshttps zbet casinokm² ao longohttps zbet casino30 países.
No períodohttps zbet casinoque se tornam pragas, os gafanhotos-do-deserto se espalham para uma áreahttps zbet casino29 milhõeshttps zbet casinokm²https zbet casino60 países, ocupando uma área equivalente a quase 20% da extensãohttps zbet casinoterra do planeta.
Para Keith Cressman, especialista da FAOhttps zbet casinomonitoramentohttps zbet casinogafanhotos, a situação poderia ter sido atenuada com maiores e melhores controleshttps zbet casinoalguns países-chave para a reprodução do inseto.
Mas controlar populações tão grandeshttps zbet casinoinsetoshttps zbet casinoáreas enormes e remotas continua sendo um desafio logístico. "Você nunca sabe realmente qual a porcentagem da populaçãohttps zbet casinogafanhotos que você conseguiu atingir", explica Cressman. Por esse motivo, diz, é crucial "dar as mãos e compartilhar conhecimentos e habilidades" para evitar uma maior deterioração da situação.
No entanto, para o agricultor queniano Ali Bila Waqo, essa ação chega tarde demais. A única coisa que ele ehttps zbet casinofamília puderam fazer para combater as pragas quando elas chegaram foi baterhttps zbet casinolatas e gritar. "É a vontadehttps zbet casinoDeus. Este é o seu Exército."
Pragas do Egito
O imaginário coletivo acercahttps zbet casinogafanhotos é bastante associado às dez pragas do Egito, descritas na Bíblia e no Alcorão.
Segundo o Velho Testamento, o profeta Moisés ouvehttps zbet casinoDeus que deve pedir ao faraó egípcio que liberte os hebreus escravizados, mas o monarca se recusa. Deus fica irritado e decide então lançar dez pragas contra o Egito e seu povohttps zbet casinotorno do século 13 a.C.
O faraó só mudariahttps zbet casinoideia,https zbet casinoacordo com o livro do Êxodo, depois da décima praga: a morte dos primogênitos. Moisés e seus seguidores então deixam o Egitohttps zbet casinodireção à Terra Prometida, mas o monarca revêhttps zbet casinodecisão e manda seu Exército atrás dos hebreus. Encurralados entre os algozes e o mar Vermelho, os fugitivos conseguem escapar quando Deus abre caminho entre as águas.
As nuvens giganteshttps zbet casinogafanhotos compõem um dos dez castigos divinos contra o povo, o faraó e os deuses egípcios, numa espéciehttps zbet casinoexaltaçãohttps zbet casinouma superioridade do Deus que guiava os hebreus. "E vieram os gafanhotos sobre toda a terra do Egito, e assentaram-se sobre todos os termos do Egito; tão numerosos foram que, antes destes nunca houve tantos, nem depois deles haverá. Porque cobriram a facehttps zbet casinotoda a terra,https zbet casinomodo que a terra se escureceu; e comeram toda a erva da terra, e todo o fruto das árvores, que deixara a saraiva; e não ficou verde algum nas árvores, nem na erva do campo,https zbet casinotoda a terra do Egito."
Segundo alguns estudiosos, essa praga pode simbolizar também uma contestação à crença egípciahttps zbet casinocolheita farta e um recadohttps zbet casinoimpotência dos deuses egípcios ante os castigoshttps zbet casinoDeus. Há ainda na Bíblia menções a gafanhotos ligadas ao inseto como alimento, parte do apocalipse, analogia e provérbio, por exemplo. "Os gafanhotos não têm rei; e contudo todos saem, ehttps zbet casinobandos se repartem."
No Alcorão, há também o relatohttps zbet casinopragas contra os egípcios (Moisés se chama Musa no livro sagrado do islã) e uma referência à chegada do fim do mundo, quando os humanos ressuscitariam como gafanhotos se espalhando, segundo a analogia do texto.
Para além dos elementos sagrados e simbólicos, pesquisadores tentam há séculos descobrir sehttps zbet casinofato ocorreram as sucessivas calamidades que atingiram que o Egito conforme relatam a Bíblia e o Alcorão, entre outros textos antigos.
Há divergências entre estudiosos sobre as possíveis causas das eventuais pragas, entre elas fenômenos naturais e a erupção do vulcão da ilha gregahttps zbet casinoSantorini.
Sobre os gafanhotos, a explicação passaria justamente pelo desequilíbrio ecológico que pode favorecer a explosão populacional que vemos até hoje. Além do mais, a nuvemhttps zbet casinoinsetoshttps zbet casinoproporções bíblicas poderia servir até para explicar outra praga, a da escuridão no céu do Egito.
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