Como eram as primeiras criaturas a habitar a Terra:

Marcas dos períodos identificadas pelos cientistas

Crédito, Simon Darroch

Legenda da foto, A Namíbia é um dos únicos lugares que registra a transição entre os períodos Ediacarano e Cambriano

Os fósseis foram preservados há cerca570 milhõesanos durante o período Ediacarano, quando uma sérieerupções vulcânicas cobriu o fundo do marcinzas, proporcionando um "instante"vida na época.

"A maneira como eu descreveria isso é como andar por Pompeia, você pode ver os fantasmas das criaturas que moravam ali enterrados sob cinzas vulcânicas; é realmente uma experiência incrível ", diz Dunn.

Ilustração feita por cientistas representa período há maismeio bilhãoanos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A vida tornou-se mais difundida e complexa após a 'Explosão Cambriana', há cerca540 milhõesanos

Os fósseis ediacaranos anunciam um momento divisoráguas na história da Terra — nos quatro bilhõesanos anteriores, os oceanos haviam sido preservados por micróbios unicelulares, masrepente estavam repletosuma nova vida complexa. E que vida estranha era essa. As criaturas não se parecem com as vistas hoje.

Algumas, como os rangeomorfos, se assemelhavam a samambaias gigantes. Outros tinham uma aparênciaarbusto ou repolho. Muitos pareciam sacos sem forma, ou travesseiros finos e acolchoados, enquanto outros tinham uma semelhança com enormes canetas marinhas.

"A maioria dos ediacaranos écorpo molenga, como ouma lula", diz Simon Darroch, paleontologista da Universidade Vanderbilt, no Tennessee. "A capacidadeformar conchas ou esqueletos não evoluiu até o final do período ediacarano."

As formas bizarras e os planos corporais confundem há muito tempo os cientistas, que lutam para colocar as criaturas na árvore da vida.

"Em vários pontos da história, dissemos que eles são tudo isso ou tudo aquilo", diz Darroch.

"Em um ponto, todos eles eram águas-vivas e,outro, todos foram um reino esquecido e perdido da vida animal que foi extinto. Nos últimos 20 anos, ficou claro que eles provavelmente representavam toda uma variedadeorganismos e fauna, alguns dos quais eram animais."

O que está claro é que os animais surgiram pelo menos 40 milhõesanos antes da "explosão Cambriana", período541 milhõesanos atrás, que viu o súbito aparecimento no registro fóssilanimais exibindo partes do corpo reconhecíveis, como barbatanas, pernas, conchas e esqueletos. A maioria dos ancestrais dos animais modernos pode ser rastreada até esse ponto.

No entanto, o maior mistériotorno dos ediacaranos foi o que aconteceu com eles. Em um ponto, eles devem ter prosperado: fósseisrangeomorfos e outros foram descobertostodo o mundo. Da Rússia à Austrália e da Namíbia à China. No entanto, eles desapareceram repentinamente do registro fóssil aproximadamente 30 milhõesanos após achegada.

Ascensão dos cambrianos

A chave para descobrir o que aconteceu pode estaruma coleçãofósseis conhecida como "Grupo Nama", no sul da Namíbia. Cerca560 milhõesanos atrás, a Terra estava descongelando na Era Glacial, e essa área foi inundada com água glacial, formando um mar raso. Você pode caminhar centenasquilômetrosqualquer direção e ver registros dos animais que ali viviam, dispostos na superfície das rochas.

A região é notável por ser um dos únicos lugares que registram a transição entre os períodos Ediacarano e Cambriano — um dos tempos mais biologicamente turbulentos da história da Terra.

Em 2013, Darroch encontrou vastos campos que pareciam tocas feitas no sedimentoNama — sinaisque esses animais mais jovens estavam se alimentando e agitando o fundo do mar.

"A maioria dos ediacaranos eram animais bastante simples — eles não se moviam ou faziam muito, e tendiam a viver pertosua fontealimento — como tapetes microbianos pegajosos encontrados no fundo do mar", diz Darroch.

Pesquisadoracampoestudos na Namíbia

Crédito, Rachel Wood

Legenda da foto, A paisagem da Namíbia oferece pistascomo era o meio ambiente há mais560 milhõesanos

"No entanto, na Namíbia, a partir540 milhõesanos atrás, há um aumento constante na intensidade e diversidadediferentes comportamentosescavação, sugerindo que os animais eram mais móveis e se tornavam mais espertos na maneira como procuravam comida."

Darroch argumenta que a chegada desses animais mais modernos, do estilo cambriano, pode ter mudado o ambienteuma maneira que os ediacaranos simplesmente não gostaram, por exemplo, agitando sedimentos e perturbando tapetes microbianos, dificultando a alimentação dos ediacaranos.

Algumas das tocas do sedimento também se pareciam exatamente com as criadas pelas anêmonas do mar — um animal predador. Se predadores estivessem presentes, aquele certamente seria o pontomorte para os ediacaranos, que seriam incapazesescapar.

No entanto, outros cientistas são céticos sobre essa teoria.

"Essas formas coexistiram pacificamente por milhõesanos, e há evidências que sugerem que elas estavam vivendodiferentes partes do mar, então eles podem não ter necessariamente interagido ecologicamente entre si", diz Rachel Wood, professoraGeociência Carbonática na UniversidadeEdimburgo.

Evento catastrófico

Uma ideia alternativa que ganha maior adesão entre os cientistas é que uma queda nos níveisoxigênio do oceano poderia ter causado a primeira extinçãomassa da vida na Terra, comparável ao impactoasteroides que arrasou os dinossauros.

Os geólogos são capazesdescobrir como eram os níveisoxigênio no oceano milhõesanos atrás, medindo as quantidades relativasdiferentes tiposurânio encontrados nas rochas sedimentares formadas na época. As rochas absorvem uma forma mais pesadaurânio quando cercadas por águas com pouco oxigênio, e uma forma mais leve quando os níveisoxigênio estão altos.

Usando esse método, cientistas mostraram que os níveisoxigênio no oceano flutuavam muito durante o período Ediacarano, com os níveis subindo pouco antes do aparecimento dos primeiros animais e diminuindo pouco antes do seu desaparecimento.

Pesquisadoresáreapesquisa na Sibéria

Crédito, Rachel Wood

Legenda da foto, A Sibéria é outra região onde pesquisas meticulosas podem revelar cápsulas do tempoum passado distante

Um estudo calculou que a porcentagem do fundo do oceano coberta por água com baixo oxigênio (anóxica) poderia ter subido para mais60% ou 70%. Em comparação, o valor dos oceanos modernos écerca0,1%.

"Temos evidências quantitativasuma expansão global da anoxia no oceano, que está intimamente relacionadatermostempo ao desaparecimento dos animais ediacaranos", diz Xiao Shuhai, paleobiólogo e geobiólogo da Virginia Tech University, que participou desse estudo.

Como as águas pobresoxigênio corriam sobre os mares rasos onde a primeira vida animal estava prosperando, algumas espécies teriam mais condiçõeslidar com as novas condições do que outras.

"Muitos animais ediacaranos eram sésseis, o que significa que não se mexiam", diz Shuhai. "Assim, se houvesse uma rápida mudança ambiental, eles não teriam sido capazesse adaptar e, portanto, seriam mais suscetíveis à extinção."

"Se você é móvel, como muitos animais do estilo cambriano, tem uma chance maiorsobreviver, se mudar para um oásisoxigênio, como pequenos bolsõesoxigênio ou refúgiosoxigênioáguas rasas."

O que quer que estivesse por trássua queda, o fim dos ediacaranos poderia realmente ter aberto o caminho para a explosão Cambriana da vida animal que se seguiu.

"Se você observar qualquer períodotempo geológico, verá frequentemente esses eventosreviravolta, nos quais taxas elevadasextinção são seguidas por taxas elevadasespeciação — parece que é assim que a vida progride", diz Rachel Wood.

"Uma vez que as coisas evoluam para um nicho, você precisa usar muita energia para se livrar delas; portanto, se algo aparecer e remover essas formas, significa que outras coisas poderão evoluir para ocupar esses nichos novamente."

línea
  • Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!
Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoterceiros pode conter publicidade

FinalYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoterceiros pode conter publicidade

FinalYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoterceiros pode conter publicidade

FinalYouTube post, 3