Por que Trump quer retirar quase 10 mil soldados da Alemanha - e como isso ajuda a Rússia:freebet 75
Muitos analistas estimam que essa medida poderia debilitar a aliança militar transatlântica Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A proposta consistefreebet 75retirar até setembro 9,5 mil soldados do território alemão, reduzindo assim o númerofreebet 75tropas americanasfreebet 7534,5 mil para 25 mil.
Esse novo patamar seria estabelecido como permanente. Hojefreebet 75dia,freebet 75funçãofreebet 75uma rotatividadefreebet 75efetivos e necessidadesfreebet 75treinamento, as forças americanas na Alemanha podem somar até 52 milfreebet 75determinados momentos, segundo dados do jornal americano The Wall Street Journal.
freebet 75 Por que as tropas estão freebet 75 na Alemanha freebet 75 ?
A presença militar americana no país começou com a ocupação aliada durante a Segunda Guerra Mundial.
Em seguida ela cresceu devido à Guerra Fria, quando os Estados Unidos chegaram a ter ali centenasfreebet 75milharesfreebet 75soldados como parte do esforçofreebet 75contenção da União Soviética.
Atualmente, a Alemanha sedia os quartéis-generais para Europa da Força Aérea e do Exército, os comandos para a África (conhecidos como Africom) e alguns dos centrosfreebet 75treinamento mais importantes dos Estados Unidosfreebet 75solo europeu.
Além das consequências estratégicas da retirada, a proposta causou um mal-estar na Europa pois está sendo desenhadafreebet 75forma unilateral pelos Estados Unidos.
"Isso é completamente inaceitável, especialmente dado que ninguémfreebet 75Washington pensoufreebet 75informar isso antecipadamente à Alemanha, que é um aliado da Otan", disse Peter Beyer, coordenadorfreebet 75Merkel para as relações transatlânticas, ao jornal alemão Rheinische Post.
Mas o que motivou esta medida?
Campanha eleitoral
Os motivos que levaram o governo Trump a tomar esta decisão não estão claros.
Muitos analistas acreditam que há tanto razões estratégicas quanto antipatias pessoais.
Charles Kupchan, professorfreebet 75relações internacionais da Universidade Georgetown e pesquisador do centrofreebet 75estudos Council on Foreign Relations, diz que a medida pode ser avaliada sob três aspectos principais.
"Pode ser que os responsáveis pela retiradafreebet 75tropas tenham decidido que dada a situação na Europa, as forças americanas podem ser reduzidas. Especialmente com o objetivofreebet 75aumentar a presença na Ásia distante", disse Kupchan à BBC News Mundo, serviçofreebet 75espanhol da BBC.
A segunda consideração dele éfreebet 75relação às eleições presidenciais americanas que acontecerãofreebet 75novembro.
"Trump está no meiofreebet 75sua campanhafreebet 75reeleição e,freebet 75geral, ele tem sido bomfreebet 75cumprir suas promessasfreebet 75campanha. Uma delas é afreebet 75adotar uma política exterior mais isolacionista. Uma redução na Alemanha estáfreebet 75linha com seu desejo geralfreebet 75fazer as tropas voltarem para casa", diz.
O especialista diz que esse motivo também está por trás da retiradafreebet 75tropas americanas da Síria e do Afeganistão.
O terceiro fator citado por Kupchan é "a antipatia visceralfreebet 75Trump contra a Europa e,freebet 75particular, contra a Alemanha".
"Ele rebaixou desde o início a União Europeia e a enxerga como um concorrente econômico dos Estados Unidos. Ele considera que a Alemanha, mais concretamente, tirou vantagem do generoso envolvimento dos Estados Unidosfreebet 75assuntos internacionais, ao contribuir com fundos insuficientes para a áreafreebet 75defesa e exportando carros para os Estados Unidos", diz ele.
O correspondente da BBC para assuntos diplomáticos, Jonathan Marcus, considera que a proposta parece refletir "a grande frustração do governofreebet 75Trump com o nívelfreebet 75gastofreebet 75defesa na Alemanha".
Assim, ao retirar tropas do território alemão, Trump estaria pressionando o país a incrementar suas próprias forças militares.
Desdefreebet 75chegada à Casa Branca, Trump fez uma forte campanha para que os países da Otan cumprissem com o deverfreebet 75investir 2% do PIBfreebet 75defesa, uma meta que havia sido proposta por Barack Obamafreebet 752014.
A Alemanha, que é o mais rico dos aliados europeus, gastoufreebet 752019 apenas 1,38%, gerando mal-estarfreebet 75Washington.
"A Alemanha é um país rico e tende a ter superávit fiscal. Eles investem menosfreebet 75suas Forças Armadas,freebet 75parte, porque se aproveitam dos Estados Unidos e também porque desde a Segunda Guerra Mundial a população sente aversão à geopolítica tradicional."
"Consequentemente, gastar dinheirofreebet 75defesa é algo que os políticos alemães fazem assumindo os riscos. Isso torna mais difícil para a Alemanha alcançar a meta da Otan."
Trump x Merkel
Outro problema é a relação entre Trump e Merkel.
Para alguns analistas, a retiradafreebet 75tropas pode ter sido motivada pela negativa da chanceler alemãfreebet 75apoiar uma cúpula do G7 convocada para o fimfreebet 75junhofreebet 75Washington, gerando um mal-estar com Trump.
Uma autoridade americana negou essa versão ao The Wall Street Journal, dizendo que a retiradafreebet 75tropas já vinha sendo estudada desde setembrofreebet 752019.
Kupchan, no entanto, acredita que a negativafreebet 75Merkel pode, sim, ter pesado na decisão.
'Um presente para Putin'
Seja qual for o motivo, a iniciativafreebet 75reduzir a presençafreebet 75tropas americanas na Alemanha tem despertado preocupações, inclusive no Partido Republicano, ao pontofreebet 75alguns congressistas terem enviado na terça-feira uma carta para a Casa Branca pedindo que a medida seja descartada.
Por quê?
"Este é um golpe no coração do sistemafreebet 75alianças dos Estados Unidos e é visto por muitos especialistas como um terrível tiro no pé. Uma das principais vantagens dos Estados Unidos sobre a Rússia e a China é seu sistemafreebet 75alianças", diz Jonathan Marcus.
"Trump parece acreditar que as tropas americanas estão na Europa somente para o benefício dos europeus, mas a Otan é importante também para a segurança dos Estados Unidos, e as bases na Alemanha servem como plataformas para projetar o poder americano no Oriente Médio."
Desde a Guerra Fria a presençafreebet 75tropas americanas no território europeu tem sido considerada um elementofreebet 75dissuasão diantefreebet 75Moscou.
Nos últimos anos, esse papel tem ganhado relevância diante do conflito na Ucrânia e da anexação russa da península da Crimeia.
"Na Europa, as ameaças apresentadas pela Rússia não se reduziram e nós acreditamos que estas sinalizaçõesfreebet 75um compromisso fragilizado dos Estados Unidos com a Otan vão estimular uma agressividade maior e um oportunismo russo", escreveram os legisladores republicanos a Trump.
Charles Kupchan explica que durante os últimos quatro anos grande parte da respostafreebet 75Washington diante das ações da Rússia na Ucrânia foi aumentar o númerofreebet 75tropas e a capacidadefreebet 75resposta da Otan no leste.
Isso levou a uma presença maior dos americanos na Polônia e nos países do Báltico: Estônia, Letônia e Lituânia.
"Esta presença não estáfreebet 75risco imediatamente com essa retirada mas o sinalfreebet 75que haverá reduçãofreebet 75tropas americanas na Alemanha é algo que inquieta os europeus e que reforça a sensação existentefreebet 75que os Estados Unidos estão se distanciando da Europa", diz o analista. Para ele o impacto da decisão será mais político do que estratégico.
E como isso favorece os russos?
"Vladimir Putin adora quando existem tensões entre os Estados Unidos e a Europa, porque um dos seus objetivos geopolíticos é promover a fragilidade interna do Ocidente,freebet 75alguns casos interferindofreebet 75eleições mas também buscando colocar uma cunha para separar os Estados Unidos da Europa, assim como dentro da própria Europa", diz Kupchan.
"Esse anúncio é um presente muito bem recebido por Putin."
Ele considera que se os europeus duvidarem da integridade da aliança atlântica, acabarão inevitavelmente fazendo uma inflexãofreebet 75direção ao oriente - para Rússia e até China.
"Em alguns aspectos, o governo Trump está empurrando todos nesta direção."
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