Por que autoridades dos EUA retiraram autorização para uso da cloroquina contra covid-19:free cassino

Cloroquina

Crédito, Getty Images

free cassino A autorização para usofree cassinocloroquina e hidroxicloroquinafree cassinocaráter emergencial para pacientes com covid-19 foi revogada pela FDA, a agência americana equivalente à Anvisa (Agência Nacionalfree cassinoVigilância Sanitária), nesta segunda-feira.

A decisão da agência técnica governamental — que tem independência para seu funcionamento — vem apesarfree cassinoo presidente americano Donald Trump ter promovido o uso do remédio contra o coronavírus.

Normalmente, o processofree cassinoaprovação do usofree cassinoum remédio pela FDA para uma nova doença é longo e contém muitas etapas. No entanto, diante da gravidade da pandemia, a agência havia autorizado o uso da cloroquina e derivados para tratar covid-19free cassinocaráter emergencial, sem passar por todos os testes necessários, com basefree cassinoestudos preliminares.

No entanto, desde a aprovação emergencial até hoje, o avanço das pesquisas trouxe evidências mais sólidasfree cassinoque o remédio não gera melhora nos quadrosfree cassinopessoas contaminadas pela doença.

A FDA diz que, com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, não é mais razoável acreditar que o produto possa ser efetivofree cassinotratar ou prevenir covid-19.

A agência diz também que não é mais possível considerar que os potenciais benefícios do remédio superam os riscos conhecidos e potenciais do seu uso. "É improvável o uso das duas substâncias tenha um efeito antiviral contra covid-19", diz.

Uma sériefree cassinomotivos foram listados pela agência como razões para a revogação da autorização:

  • É improvável o uso das duas substâncias tenha um efeito antiviral contra covid-19
  • Dados recentesfree cassinoum estudo randomizado mostraram que não há diferença entre tratamento padrão e o usofree cassinohidroxicloroquina e cloroquina
  • As atuais recomendaçõesfree cassinotratamento nos EUA já não incluem o uso dos remédiosfree cassinopessoas hospitalizadas, tirandofree cassinocasosfree cassinopesquisas clínicas
  • Dados recentesfree cassinoum grande estudo controlado e randomizado mostram que não há nenhum indíciofree cassinoque os remédios sejam capazesfree cassinoprevenir a contaminação
  • Cientistas não conseguiram reproduzir as primeiras observações feitas com os remédios que apontavam potenciais benefíciosfree cassinoambientes controlados, com estudos clínicos randomizados.

A importância dos estudos clínicos

O que aponta se um remédio é realmente eficaz e seguro contra uma doença específica são pesquisas clínicas que seguem uma sériefree cassinocritérios, explica a bióloga Natália Pasternak, pesquisadora da USP e presidente do Instituto Questãofree cassinoCiência.

Estudos podem apontar que uma substância mata o vírusfree cassinolaboratório, por exemplo, mas isso não significa que ela terá o mesmo efeito no corpo.

"O caminho normal da aprovaçãofree cassinoum medicamento passa por um teste clínico controlado, randomizado, com duplo cego e com grupo placebo", diz Pasternak.

Laboratório

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Estudos podem apontar que uma substância mata o vírusfree cassinolaboratório, por exemplo, mas isso não significa que ela terá o mesmo efeito no corpo

Isso tudo quer dizer que nesses estudos, um número grandefree cassinopessoas são divididasfree cassinogrupos aleatoriamente, que recebem ou o remédio ou o placebo, e nem as pessoas nem os médicos que avaliamfree cassinomelhora sabemfree cassinoqual grupo elas estão — essa informação é disponível apenas para a equipe que analisando os resultados.

Os estudos preliminares considerados pela FDA para aprovação emergencial dos medicamentos não seguiram esses critérios, que são essenciais para determinar a eficácia e segurança real dos remédios, explica Pasternak.

"Foi escancarado, com uma sériefree cassinotrabalhos muito bem conduzidos, que os remédios não tem eficácia nenhuma. Diante nessas novas evidências, a FDA não poderia manter uma autorizaçãofree cassinoemergencial", afirma a bióloga.

O uso no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece nenhum medicamento ou vacina para a covid-19, mas alguns países vinham autorizando o uso da cloroquinafree cassinocaráter emergencial.

No Brasil, o Ministério da Saúde mudou o protocolo para o usofree cassinocloroquina e hidroxicloroquinafree cassino20free cassinomaio, após o presidente Jair Bolsonaro ter promovido o uso diversas vezes — a posição do presidente gerou até a saída do ex-ministro da saúde Nelson Teich, que discordava do uso amplo no Sistema Únicofree cassinoSaúde (SUS).

Até então, a pasta recomendava esses medicamentos apenas para casos graves, quando médico e paciente concordam com o tratamento. As novas regras ampliaram seu uso também para os casos leves no SUS, mantendo a necessidadefree cassinoautorização.

O Comitê Científico e a Diretoria da Sociedade Brasileirafree cassinoImunologia divulgou um documentofree cassinoque afirma que "que diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que utilizaram hidroxicloroquina". Já o Conselho Federalfree cassinoMedicina condiciona seu uso ao critério médico e consentimento do paciente.

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