Coronavírus: o que dizem os estudos publicados sobre cloroquina, defendida por Bolsonaro e Trump:cassino online apostas

Nelson Teich

Crédito, AFP

Legenda da foto, Houve pressão por partecassino online apostasBolsonaro para que Brasil autorizasse uso da cloroquinacassino online apostaspacientes com coronavírus no Brasil, mas ex-ministro Nelson Teich afirmou que medicamento era uma incerteza

Atualmente, no Brasil, o uso é autorizado sócassino online apostaspacientescassino online apostasestado crítico e moderado já internadoscassino online apostashospitais, quando médico e paciente concordam com o uso. Mas o presidente Jair Bolsonaro vinha defendendo o uso do medicamento e pressionando Teich para autorizar o usocassino online apostascloroquinacassino online apostaspacientescassino online apostasestágio inicial da covid-19 no Brasil. Apoiadores do presidente também têm cobrado a liberação imediata do medicamento.

Teich afirmou que o medicamento era uma incerteza, e acabou se demitindo. Luiz Henrique Mandetta, ministro antes dele, disse ao jornal Folhacassino online apostasS.Paulo,cassino online apostasentrevista publicada na segunda-feira (18), que a ampliação do usocassino online apostascloroquina para pacientes com quadro leve do novo coronavírus pode elevar a pressão por vagascassino online apostascentroscassino online apostasterapia intensiva e provocar mortescassino online apostascasa por arritmia.

O presidente americano, Donald Trump, disse estar tomando o medicamento como prevenção contra o coronavírus, mesmo sem evidências científicas para tanto.

Quais são os riscos do uso?

A cloroquina é usada faz algum tempo para prevenir e tratar a malária, enquanto a hidroxicloroquina já foi usada para tratar a malária e hoje é usada para tratar artrite reumatoide e alguns sintomascassino online apostaslupus, alémcassino online apostasoutras doenças autoimunes.

"Em uma pandemia, admite-se o que chamamoscassino online apostasreposicionamentocassino online apostasmedicamentos. Um medicamento tradicionalmente usadocassino online apostasoutras doenças pode ser usadocassino online apostasoutro cenário", explica Ana Cristina Simões e Silva, professora titular do departamentocassino online apostaspediatria da Universidade Federalcassino online apostasMinas Gerais e pesquisadora da CNPQ que fez, com colegas, uma revisãocassino online apostasliteratura sobre os ensaios clínicos da cloroquina para a covid-19.

"O que não é correto é pessoas saírem comprando sem nenhum controle. O medicamento só deve ser usado no hospital, monitorado por médicos."

Por já serem usados para outras doenças, os efeitos adversos clássicos dos medicamentos, quando não associados a covid-19, já são conhecidos. Os mais relevantes são relacionados ao sistema cardiovascular — os medicamentos podem acelerar o ritmo do coração.

Segundo o documento da Sociedade Brasileiracassino online apostasInfectologia, outros efeitos adversos são retinopatias, hipoglicemia grave e toxidade cardíaca. Por isso, é "exigido contínuo monitoramento médico dos indivíduoscassino online apostasuso da cloroquina ou hidroxicloroquina". Outros efeitos colaterais possíveis são diarreia, náusea, mudançascassino online apostashumor e feridas na pele.

"Sem prescrição e acompanhamento médico, a pessoa que toma o medicamento pode correr riscos. Só um médico pode monitorar os efeitos colaterais e a quantidade receitada. Isso é muito importante", diz à BBC News Brasil o médico intensivista italiano Andrea Cortegiani. "Os remédios só podem ser tomados sob supervisão médica."

Além disso, diz ele, para decidir se um medicamento deve ser prescrito para determinada situação, o órgão regulatório do país segue evidências, e médicos devem seguir o órgão regulatório.

Por fim, apesar dos efeitos colaterais clássicos serem conhecidos, pouco se sabe ainda sobre os efeitos colateraiscassino online apostaspacientes com covid-19, e dos efeitos adversos dos medicamentos usadoscassino online apostasassociação com outros, como o antibiótico azitromicina, para pessoas doentes por causa do vírus.

Alguns estudos já publicados

Exames com cloroquina

Crédito, Reuters

Legenda da foto, 'A maior parte dos dados divulgados ou publicados até agoracassino online apostascloroquina ou hidroxicloroquina, e as pesquisas sobre covid-19cassino online apostasgeral, são imprecisas', diz levantamento sobre estudos publicados até agora

A hidroxicloroquina foi vista com esperança como um possível tratamento para o coronavíruscassino online apostasum primeiro momento por causacassino online apostasum estudo in vitro feito na China cujos resultados haviam sido positivos. Isso significa que o medicamento foi testado com sucessocassino online apostaslaboratório,cassino online apostasculturacassino online apostascélulas. A pesquisa concluiu que o medicamento inibiu a entrada do vírus nas células e bloqueou o transporte do vírus entre organelas das células (endossomos e endolisossomos) o que, segundo nota técnica da Anvisa (Agência Nacionalcassino online apostasVigilância Sanitária) sobre o estudo, parece ser a etapa determinante para a liberação do genoma viral nas células no caso do Sars-CoV-2.

Mas o resultado obtidocassino online apostasum estudocassino online apostaslaboratório não se traduz necessariamente quando aplicadocassino online apostashumanos. E, para concluircassino online apostasfato se é eficaz e seguro nas pessoas, é preciso fazer um estudo clínico.

Depois disso, outro estudo publicado na França, feito por cientistas da Universidadecassino online apostasMedicinacassino online apostasMarselha, anunciou resultados positivos. A pesquisa analisou o uso da hidroxicloroquina associada ao uso do antibiótico azitromicina, e concluiu que o tratamento com a hidroxicloroquina era associado à diminuição ou desaparição da carga viralcassino online apostaspacientes com covid-19, e que seu efeito era reforçado pela azitromicina.

No entanto, a pesquisa foi desacreditada pela comunidade científica. Houve críticas ao número reduzidocassino online apostaspacientes (apenas 36), à comparação pouco rigorosa entre gruposcassino online apostaspacientes e à maneira como os resultados foram medidos. O estudo não analisou se o paciente melhorou, piorou ou morreu, mas, sim, por quanto tempo o vírus era detectadocassino online apostasseu corpo. Além disso, a pesquisa foi aceita para a publicaçãocassino online apostasapenas 24 horas.

Outros estudos menores também foram publicados, como um na China, randomizado e com gruposcassino online apostascontrole, feito com 62 pacientes. Pacientes que recebiam hidroxicloroquina, segundo a pesquisa, tiveram períodos menorescassino online apostasfebre e tosse. A quantidadecassino online apostaspessoas no estudo é considerada pequena (estudos mais sólidoscassino online apostasgeral têm centenas ou milharescassino online apostaspacientes), e nenhum deles estavacassino online apostasestágio grave. O estudo tampouco foi revisado por pares.

No Brasil, um estudo preliminar sobre o usocassino online apostascloroquina para tratar pacientes com sintomascassino online apostascovid-19 foi interrompido depois que 11 pessoas morreram. Segundo os pesquisadores, altas doses do medicamento poderiam levar a quadros severoscassino online apostasarritmia ou batimentos cardíacos irregulares. A pesquisa preliminar foi divulgada no medRxiv, um servidor virtualcassino online apostasinformações da área da saúde. Mais tarde, no fimcassino online apostasabril, uma versão revisada por pares foi publicada na revista Jama (Journal of American Medical Association), um importante periódico do meio científico. Os cientistas recomendaram que altas dosescassino online apostascloroquina não deveriam ser adotadas para pacientescassino online apostasestágio gravecassino online apostascovid-19.

A FDA, a Anvisa americana, alertou contra o usocassino online apostashidroxicloroquina ou cloroquina fora do hospital oucassino online apostasensaios clínicos por causacassino online apostas"problemascassino online apostasarritmia". "Não há provascassino online apostasque hidroxicloroquina e cloroquina sejam seguras ou eficazes para tratar e prevenir a covil-19", diz comunicado do órgão.

Artigo publicadocassino online apostas3cassino online apostasjunho no periódico especializado The New England Journal of Medicine aponta que a hidroxicloroquina não previne a covid-19. O estudo foi feito com 821 pessoas - parte delas tomou hidroxicloroquina e outra parte tomou placebo. A covid-19 se desenvolveucassino online apostas107 participantes, mas não houve diferença significativa, segundo os autores, nas taxas entre os que receberam o medicamento (49cassino online apostas414, ou 11,8%) e os que receberam placebo (58cassino online apostas407, ou 14,3%).

E, por fim, duas grandes pesquisas recentes foram publicadascassino online apostasperiódicos científicos, e as duas jogaram um baldecassino online apostaságua fria na hipótesecassino online apostasque a hidroxicloroquina poderia ser uma boa solução para a covid-19. Ambas foram observacionais —cassino online apostasoutras palavras, feitas com um olhar posterior aos dadoscassino online apostaspacientes tratados e, portanto, com poder científico menor que ensaios clínicos.

"Nos estudos observacionais, você volta no passado e verifica o que aconteceu, ou então vai acompanhando casos sem fazer intervenções", explica Simões e Silva. " Esses estudos têm poder científico um pouco menor. Não permitem concluir se um remédio é benéfico ou não. Os estudos sugerem, e daí tem que fazer depois um ensaio clínico para ter o graucassino online apostasevidência necessário."

De qualquer forma, os dois estudos foram com um número elevadocassino online apostaspacientes e feito com revisão por pares (submeter o trabalho científico ao escrutíniocassino online apostasum ou mais especialistas do mesmo escalão que os autores)cassino online apostasrespeitados periódicos científicos, e, portanto, são mais robustos do que os estudos menores publicados até então.

Uma das pesquisas foi publicada na segunda (11) na revista Jama (Journal of the American Medical Association). O estudo com 1.438 pacientes não encontrou reduçãocassino online apostasmortalidade por covid-19 nas pessoas medicadas com hidroxicloroquina. A pesquisa analisou dadoscassino online apostaspacientes internados entre 15cassino online apostasmarço e 24cassino online apostasabrilcassino online apostashospitais da região metropolitanacassino online apostasNova York.

O outro estudo foi publicado no The New England Journal of Medicine, e examinou 1.376 pacientes que ficaram internados por maiscassino online apostas24 horascassino online apostasestados moderados ou graves da doença. Do total, 58,9% foram medicados com a hidroxicloroquina, e o restante não. A pesquisa apontou que não havia evidênciascassino online apostasque o uso da hidroxicloroquina influenciou na reduçãocassino online apostasmortes ou intubações.

"Ensaios randomizados e controladoscassino online apostashidroxicloroquina com pacientes com covid-19 são necessários", concluiu a pesquisa.

Há tantos estudos e confusão sobre eles, que um levantamento feito por pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá analisou justamente os estudos que já existem sobre a eficácia e segurança dos medicamentos contra a covid-19. Publicado no Journal of Clinical Epidemiology, o trabalho analisou 12 pesquisas já publicadas. Concluiu que a metodologia usada até agora tem sido "muito pobre".

"A maior parte dos dados divulgados ou publicados até agoracassino online apostascloroquina ou hidroxicloroquina, e as pesquisas sobre covid-19cassino online apostasgeral, são imprecisas e correm um risco altocassino online apostasviéscassino online apostassuas estimativascassino online apostasefeito. Essa é nossa preocupação", diz o estudo.

Segundo o levantamento, a demanda massiva por evidênciascassino online apostastratamento para uma doença nova como a covid-19 pode estar afetando,cassino online apostasmodo não intencional, a conduta dos estudos científicos. Também pode estar afetando os processoscassino online apostaspublicação ecassino online apostasrevisão por pares.

"Entendemos as barreiras para executar pesquisas rigorosas quando os sistemascassino online apostassaúde estão saturados com uma nova doença. No entanto, uma situaçãocassino online apostasemergênciacassino online apostaspandemia não transforma métodos e dados com problemascassino online apostasresultados confiáveis. A pesquisa clínica robusta e comparativa que é necessária para tomar decisões informadas e baseadascassino online apostasevidências segue ausente."

Cloroquina

Crédito, MARCELO CASAL/AGENCIA BRASIL

Legenda da foto, Há maiscassino online apostas150 ensaios científicos envolvendo cloroquina e hidroxicloroquina contra a covid-19 registradoscassino online apostasdiversos bancoscassino online apostasdados internacionais

Idas e vindas - Lancet e OMS

Nos últimos três meses, a Organização Mundial da Saúde vem coordenando o estudo internacional Solidaritycassino online apostas18 países para avaliar a segurança e a eficáciacassino online apostasdiferentes drogas para combater o coronavírus.

No fimcassino online apostasmaio, a OMS decidiu suspender os estudos com a hidroxicloroquina com o objetivocassino online apostasreavaliarcassino online apostassegurança antescassino online apostasretomar as pesquisas. Atualmente, a organização diz que, por enquanto, cloroquina e hidroxicloroquina só devem ser usadascassino online apostasexperimentos,cassino online apostashospitais e sob supervisão médica.

A decisão se deu depois que a revista científica Lancet publicou no dia 22/5 uma pesquisa com 96 mil pessoas internadas com coronavíruscassino online apostas671 hospitaiscassino online apostasseis continentes mostrando que o usocassino online apostashidroxicloroquina e cloroquina estava ligado a um risco maiorcassino online apostasarritmia ecassino online apostasmorte.

De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a suspensão dos estudos sobre a hidroxicloroquina foi feito por precaução, devido ao fatocassino online apostaso estudo da Lancet ter sido feito com um número expressivocassino online apostaspacientes e após questionamentos feitos por agênciascassino online apostassaúdecassino online apostasvários países.

No dia 4/6, no entanto, a Lancet anunciou que esse artigo publicadocassino online apostas22cassino online apostasmaio refutando os benefícios da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento para a covid-19 foi retratado, medida adotada quando algum tipocassino online apostasmá conduta, fraude ou erro é detectado.

A revisão se deu depoiscassino online apostascríticascassino online apostasoutros pesquisadores. Três dos autores do artigo afirmaram que solicitaram uma auditoria independente do trabalho da empresa Surgisphere Corporation ecassino online apostasseu fundador e coautor da publicação, Sapan Desai. Os dados coletados pela empresacassino online apostasseu sistema foram base para o artigo.

Como uma revisão independente não pode ter acesso aos dados usados na estudos, os três pesquisadores disseram que não poderiam mais garantir a veracidade das fontescassino online apostasdados primárias e o artigo foi retirado.

Em reação, o conselho do programa Solidariedade, coordenado pela OMS, decidiu retomar os estudos com a droga.

Por que não há estudos com conclusão definitiva ainda?

O motivo pela faltacassino online apostasevidências sobre a eficácia e segurança dos medicamentos para a covid-19 é a metodologia das pesquisas publicadas até agora.

"Os estudos que temos até agora são pequenos. Alguns sugerem a eficácia do medicamento, e outros, o contrário, mostram até efeitos colaterais graves", diz Ana Cristina Simões e Silva, a professora da UFMG.

"Ainda não temos um estudocassino online apostasgrande porte, confiável, que dê respaldo ou conclusão sobre o medicamento para essa doença. O desenho do estudo é extremamente importante paracassino online apostasconclusão. Os mais confiáveis e bem desenhados ainda estãocassino online apostasandamento, sem resultados publicados."

Por enquanto, diz Cortegiani, o médico intensivista e pesquisador italiano, o que podemos dizer é que os dados que temos agora são melhores do que tínhamos antes, mas ainda não são conclusivos. Em março, ele publicou uma pesquisa resumindo as evidências que se tinha até o momento para a cloroquina como tratamento para a covid-19.

Hoje, "sabemos que talvez o tratamento com hidroxicloroquina não seja capazcassino online apostasinfluenciar a mortalidadecassino online apostaspacientes por covid-19, e que possivelmente ministrar o medicamento com [o antibiótico] azitromicina pode causar maiores danos".

Embora as evidências mais confiáveis até agora apontem para essa conclusão, isso ainda pode mudar com novas pesquisas, ele ressalta.

Estudos com metodologia mais completa ainda devem ser publicados. Há maiscassino online apostas150 ensaios científicos registradoscassino online apostasdiversos bancoscassino online apostasdados internacionais envolvendo cloroquina e hidroxicloroquina, sozinhos ou com outros medicamentos como tratamento contra a covid-19.

Nenhuma das pesquisas publicadas até agora atingiu o gold standard (o "padrão ouro", no jargão científico) para demonstrar a segurança e eficáciacassino online apostasum medicamento.

Esse padrão exige um ensaio clínico randomizado, ou seja, com integrantes escolhidoscassino online apostasforma aleatória, com variáveis controladas, e feitocassino online apostasgrande escala. Também há outras metodologias que conferem mais legitimidade a um estudo: o duplo-cego, quando nem o paciente nem o examinador sabem o que está sendo usado como variável, e os gruposcassino online apostascontrole,cassino online apostasque se examina uma variável por vez — usando, por exemplo, um tratamento padrão, um placebo ou nenhum tratamento,cassino online apostasdiferentes grupos. "Isso torna o estudo mais robusto e a conclusão fica mais confiável", diz Simões e Silva.

Ter gruposcassino online apostascontrole é importante para poder comparar resultadoscassino online apostasquem recebeu tratamento com os medicamentos, e assim aferircassino online apostaseficácia e segurança. "Se você tiver efeitos adversos maiores no grupo que recebeu o medicamentocassino online apostasrelação ao grupo que não recebeu, você consegue medir a segurança das drogas testadas", explica Cortegiani.

Um ensaio clínico randomizado é importante porque, do contrário, você não terá certeza que qualquer efeito é derivado do tratamento, diz a microbiologista americana-holandesa Elisabeth Bik, consultoracassino online apostasintegridade científica que se especializoucassino online apostasanalisar publicações científicas.

E Simões e Silva explica por que é necessário ter um tamanho amostral grande,cassino online apostascentenas ou milharescassino online apostaspessoas. "Um tamanho amostral pequeno significa que pode ter tido um viéscassino online apostasseleção, pegando só pacientes com casos leves, por exemplo, que iam melhorarcassino online apostasqualquer jeito."

"Quanto mais pacientes, maior a chance da conclusão ser correta e poder ser generalizada para a população. Tem um poder estatístico maior."

Também é importante que um estudo científico passe por um processocassino online apostasrevisão por pares. Isso consistecassino online apostassubmeter o trabalho científico ao escrutíniocassino online apostasum ou mais especialistas do mesmo escalão que o autor, que fazem comentários ou sugerem a edição do trabalho analisado, com arbitragem do editor da publicação científica. Publicações sem esse processo são vistos com desconfiança por acadêmicos.

"É preciso entender que, sem a revisão por pares, aquela publicação consiste apenas na visão do autor sobre as coisas, sem que outros cientistas tenham lido aquilo", diz Bik.

Além disso, diz ela, "a revisão por pares, que normalmente leva meses, está sendo acelerada". "Todos estão sedentos por conhecimento sobre o coronavírus, mas pular esse processo pode causar mais danos do que o contrário", afirma.

E o fatocassino online apostasque os medicamentos estão no meiocassino online apostasuma disputa política — envolvendo pressão por seu uso feita por presidentes, com no caso do Brasil e dos EUA — não ajuda as pesquisas, segundo um artigo da revista Nature: "Algumas pessoas não querem participarcassino online apostasensaios clínicos que os obrigariam a abrir mãocassino online apostastratamentos com cloroquina".

O virologista Jeremy Rossman, professor da Universidadecassino online apostasKent, no Reino Unido, no entanto, diz que, apesar dos estudos feitos até agora serem pequenos, tiveram uma variedadecassino online apostasensaios clínicoscassino online apostasdiferentes formatos e diferentes países com dados suficientes para provar que a cloroquina não ajuda para a covid-19. "Não só não ajuda, como há um risco."

Ele acha que nem vale a pena fazer ensaios clínicos maiores, e que seria "absolutamente essencial focar nos medicamentos com maior chancecassino online apostassucesso". "Quanto mais cedo tivermos esses dados, melhor. Precisamos priorizar, e já foi provado que a cloroquina não deve ser prioridade."

Estudoscassino online apostasandamento

Testescassino online apostaslaboratório

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, No Brasil, segundo o último relatório da Conep (Comissão Nacionalcassino online apostasÉticacassino online apostasPesquisa), há 15 ensaios com cloroquina ou hidroxicloroquinacassino online apostasandamento

De qualquer forma, há, sim, grandes estudoscassino online apostasandamento — e devemos ter uma resposta mais definitivacassino online apostasbreve. Há um grande esforço internacional para verificar se o medicamento écassino online apostasfato eficiente e seguro contra o coronavírus.

A cloroquina ecassino online apostasvariante estão entre os quatro fármacos que estão sendo estudadoscassino online apostasuma iniciativa lançada pela OMS batizadacassino online apostasSolidariedade — e o Brasil faz parte dela, por meio da Fiocruz.

No Brasil, segundo o último relatório da Comissão Nacionalcassino online apostasÉticacassino online apostasPesquisa (Conep), há 15 ensaios com cloroquina ou hidroxicloroquinacassino online apostasandamento. Alguns resultados devem sair no fimcassino online apostasmaio.

Um dos estudos é do Projeto Coalizão Covid Brasil, liderado pelos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e HCor, além da Rede Brasileiracassino online apostasPesquisacassino online apostasTerapia Intensiva. Entre outros objetivos, o grupo realiza testes clínicos com a cloroquina e a hidroxicloroquina.

A ideia é realizar testescassino online apostas70 hospitais pelo paíscassino online apostasmais ou menos mil pessoas com diferentes quadros: dos leves aos mais graves, inclusive aqueles que estão na UTI,cassino online apostasuma pesquisa que deve durar entre dois e três meses.

Hospital no Piauí

Apoiadorescassino online apostasBolsonaro também têm incensado uma iniciativacassino online apostasFloriano, uma cidadecassino online apostas60 mil habitantes no Piauí, onde um hospital tem administrado hidroxicloroquina, azitromicina e corticoidescassino online apostasacordo com o estágio da covid-19. A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, visitou o município na quinta-feira (14) e reuniu-se com o prefeito da cidade, o secretário municipalcassino online apostasSaúde e médicos.

Segundo o Comprova, projeto jornalístico que verifica desinformação nas redes, o tratamento aplicado no Hospital Regional Tibério Nunes foi aplicadocassino online apostas15 pessoas, sem grupocassino online apostascontrole (pacientes que não fizeram uso do medicamento para fins científicoscassino online apostascomparação). Não há comparativo ou estudo que indique que a melhora clínica se deu exclusivamente por conta das medicações usadas.

À revista Veja, o secretáriocassino online apostasSaúdecassino online apostasFloriano (PI), James Rodrigues, disse ter receiocassino online apostasque os resultados anunciados pelo município no uso da cloroquina se tornem uma "exploração política".

"Nos preocupa muito essa exploração política. Não pode. No Brasil há uma divisão: esquerda é contra a cloroquina e a direita é a favor. Não é assim. As evidências que temos aqui são pequenas. Em vezcassino online apostasficar com braços cruzados, estamos buscando alternativas", disse à revista.

Para o virologista Rossman, a politização da cloroquina dá às pessoas "falsa esperança", e a sensaçãocassino online apostasque há um bom tratamento ou um bom medicamento pode fazer com que não tomem as mesmas precauções que tomariam. Também pode fazer com que elas se automediquem, o que é extremamente perigoso, alémcassino online apostaszerar o estoquecassino online apostasremédioscassino online apostasquem realmente precisa.

"Há um perigo realcassino online apostaspolitizar o assunto antes das evidências científicas. Tem havido uma desconexão grande entre as mensagens políticas e o que os dados científicos dizem."

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