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Coronavírus: como foram controladas as epidemiasx betsSars e Mers (e no que elas se diferenciam da atual):x bets
O primeiro surtox betsMers foi registrado na Arábia Sauditax betsabrilx bets2012. Diferentemente do SARS-CoV, o MERS-CoV ainda não foi erradicado, passados maisx betsoito anos. Mas o númerox betscasos confirmados girax betstornox bets2,5 milx bets27 países.
Além disso,x betsacordo com os dados mais recentes da Organização Mundialx betsSaúde (OMS), as mortes por Mers somam apenas 858.
Esses números estão muito longe dos quase 5,5 milhõesx betscasos confirmadosx bets188 países e das 350 mil mortes da covid-19, a doença causada peo novo coronavírus, registradasx betsum períodox betspouco maisx betscinco meses.
Mas qual é a razão dessa diferença tão dramática? E como as epidemiasx betsSars e Mers foram controladas?
Mesmas armas, resultados diferentes
Os coronavírus foram identificados pela primeira vezx betsmeados dos anos 1960. Conhecemos sete tipos que infectam humanos, e entre eles há três que sabemos ser capazesx betscausar epidemias, osx betsSars, Mers e covid-19.
Wilder-Smith explicax betsum artigo recente na publicação científica The Lancet que o vírus da Sars foi derrotado com as mesmas medidas agora empregadas para tentar retardar o avanço da covid-19.
"A Sars foi finalmente contida por meiox betsvigilância, isolamento imediatox betspacientes, aplicação rígidax betsquarentena a todos os contatos e,x betsalgumas áreas, aplicação rígidax betsquarentenas comunitárias", diz ela no texto.
"E a Sars não foi apenas contida, foi erradicada", afirma a especialista à BBC News Mundo, serviçox betsespanhol da BBC.
Isso mesmo depoisx betsChina ter demorado a alertar sobre o surgimento do novo patógeno: o primeiro caso foi registradox betsnovembrox bets2002, e a OMS foi informada apenasx betsfevereiro do ano seguinte.
No início, as autoridades chinesas também não foram muito transparentes com o númerox betsinfecções, mortes e disseminação do novo vírus, quex bets1ºx betsmarçox bets2003 já estava presentex betsHong Kong, Vietnã, Canadá e Cingapura.
Wilder-Smith estava nesse último país quando o vírus chegou e teve que cuidarx betspacientes infectados pelo SARS-CoV. "Foram momentos terríveis: perdi amigos e colegas", recorda a especialista à BBC News Mundo. "Mas, depoisx betsum tempo, já sabíamos como tínhamos que agir."
Em Cingapura, assim como no resto dos paísesx betsonde o vírus chegou, a grande maioria das infecções estava ligada,x betsuma maneira oux betsoutra, aos hospitais onde os primeiros pacientes haviam procurado tratamento.
E o uso rigorosox betsequipamentosx betsproteção individual, juntamente com o monitoramento e o isolamento das pessoas infectadas ex betsseus contatos, permitiu que eles quebrassem a cadeiax betsinfecção.
Naquela época, Cingapura já havia se tornado "o país dos termômetros" e,x betsaeroportos e hospitaisx betstodo o mundo, as autoridades também estavam à procurax betssintomas para obter o mesmo resultado.
No entanto, "quando estávamos comemorando a quedax betscasosx betsCingapura e Toronto, a China subitamente reconheceu que havia milharesx betscasosx betstodo o país, incluindo Pequim", lembra Wilder-Smith.
"Naquele dia, eu temia o pior, pensei que, se já houvesse transmissão comunitária, o vírus se espalharia pelo mundo e mataria 10% da população mundial. Fiquei muito deprimida."
Até que, segundo a especialista, a China fez "algo realmente incrível: eles fecharam todas as estradas, paralisaram completamente várias cidades e conseguiram eliminar o vírus".
De animais para humanos
Para Wilder-Smith, a erradicação foi possível porque o SARS-CoV também "puloux betsmorcegos para humanos atravésx betsum amplificador, possivelmente um furão, mas tudo indica que isso aconteceu apenas uma vez".
"Então, todas as infecções foramx betspessoa para pessoa", acrescenta.
A experiência com a Sars também levou ao fatox betsque,x betsabrilx bets2012, quando um novo coronavírus foi identificado no Oriente Médio, o mundo já sabia o que precisava fazer para contê-lo. E essas coisas foram feitas.
Sua completa erradicação, no entanto, é muito mais difícil, porque esse patógeno ainda pode ser transmitido às pessoas por dromedários.
"Mas o vírus da Mers, embora muito mais letal, tem uma taxax betsreprodução muito mais baixa, é muito menos transmissível", explica Wilder-Smith, que destaca que a maioria das infecçõesx betspessoa a pessoa por esse coronavírus ocorrex betshospitais.
O MERS-CoV é um "vírus zoonótico que entrou repetidamente na população humana por meiox betscontato direto ou indireto com dromedários na península Arábica", diz o site da OMS, estimandox betstaxax betsmortalidade globalx bets34,4%.
Uma "transmissão limitadax betshumano para humano, especialmentex betsambientesx betssaúde", continua ocorrendo, especialmente na Arábia Saudita, acrescenta a agência.
"Alguns vírus são simplesmente menos transmissíveis, e o da Mers é um deles. Não sabemos o motivo, mas é uma das características deles. E isso facilita muito a contenção", explica Wilder-Smith.
A diferença
Por outro lado, dos três coronavírus, o SARS-CoV-2 (responsável pela covid-19) tem a menor taxax betsmortalidade e éx betslonge o mais facilmente transmissível — e essa é a principal diferença.
"Se você me perguntar qual vírus é o mais aterrorizante, é definitivamente o SARS-CoV-2. É o pior vírus que vimos nos últimos cem anos", diz Wilder-Smith. "É mais furtivo, se esconde muito melhor e é por isso que tem uma taxax betsreprodução muito maior."
"Com os outros dois coronavírus, os infectados quase sempre apresentavam sintomas antesx betsse tornarem contagiosos, portanto, se você fosse rápido, poderia isolá-los antes que infectassem outros, explica a especialista. Mas agora é possível transmitir a doença antesx betster sintomas, então, quando você quer isolar, já é tarde demais.
Para a professora da Escolax betsHigiene e Medicina Tropicalx betsLondres, o isolamento continua a ser a medida principal, "mas muitas pessoas infectadas não ficam isoladas e continuam a espalhar a doença sem saber".
"Essa é a razão pela qual são tão importantes as medidasx betsisolamento social e quarentenas", diz ela.
Contenção possível
Wilder-Smith também acredita que a lentidão dos governos e sociedades ocidentaisx betsaplicar — e aceitar — medidas rígidas significa que conter a pandemia é impossível.
"A razão pela qual a China conseguiu conter a covid-19 é por causa do que aconteceux bets2003, eles sabiam exatamente o que tinham que fazer e quão rigorosos e draconianos deveriam ser", avalia ela.
"E o mesmo aconteceux betsTaiwan, Vietnã, Coreia do Sul... Todos tinham a memória da Sars e, no caso da Coreia do Sul, também da Mers. E, depois que você passa por isso, fica tão traumatizado que toda a comunidade faz o que tem que fazer."
Por outro lado, a especialista acredita que a situação não foi bem administrada na Europa nem nos Estados Unidos.
"E agora não é mais possível conter a epidemia: já é global e muitos países não podem parar completamente, porque isso mataria mais pessoas. A nova realidade é que teremos que conviver com esse vírus até termos uma vacina ou tratamento eficaz", opina.
"Mas, até lá, lamento dizer, teremos que conviver com o distanciamento social", conclui.
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