Coronavírus: enfermeiros e médicos italianos reclamamsite greenbets.ioesquecimento após auge da pandemiasite greenbets.iocovid-19:site greenbets.io
Há alguns meses, Paolo decidiu documentar a situação sombria dentro da unidadesite greenbets.ioterapia intensiva, tirando fotografias. "Eu nunca quero esquecer o que aconteceu conosco. Logo isso se tornará história", ele diz.
Agora, com suas fotos, ele quer mostrar como seus colegas estão lidando com a chamada Fase 2 do confinamento na Itália, quando a vida começa a voltar ao normal no país.
"Embora a emergência esteja diminuindo, nos sentimos cercados pela escuridão", diz ele. "É como se estivéssemos cheiossite greenbets.ioferidas. Carregamos tudo o que vimos dentrosite greenbets.ionós."
Pesadelos
É um sentimento ecoado por Monica Mariotti, também uma enfermeira intensivista. "As coisas estão muito mais difíceis agora do que durante a crise", diz ela.
Tínhamos um inimigo para lutar. Agora que tenho tempo para refletir, me sinto tão perdida, sem rumo."
Durante a crise, eles ficaram sobrecarregados, sem temposite greenbets.iopensar. Mas a adrenalina diminui à medida que a tensão da pandemia também cai.
Todo o estresse acumulado nas últimas semanas está se revelando agora.
"Eu tenho insônia e pesadelos", diz Monica. "Acordo 10 vezes por noite com o coração disparado e sem fôlego."
Sua colega Elisa Pizzera diz que, durante o períodosite greenbets.iomais emergência, sentiu-se forte, mas agora está exausta.
Ela não tem energia para cozinhar ou cuidar da casa e, quando tem um diasite greenbets.iofolga, passa a maior parte do tempo sentada no sofá.
Nenhum 'novo normal'
Martina Benedetti é uma enfermeirasite greenbets.ioterapia intensiva na Toscana, e ela ainda se recusa a ver a família e os amigos, pois tem medosite greenbets.ioinfectá-los.
"Eu até me distancio socialmente do meu marido", diz ela. "Dormimossite greenbets.ioquartos separados."
Até as coisas simples se tornaram esmagadoras. "Toda vez que tento dar um passeio, fico ansiosa e tenho que voltar para casa imediatamente", admite Martina.
Agora que ela finalmente tem tempo para refletir, está cheiasite greenbets.iodúvidas.
"Não tenho mais certezasite greenbets.ioque quero ser enfermeira", ela me diz. "Vi mais pessoas morrerem nos últimos dois meses do quesite greenbets.ioseis anos inteiros."
Cercasite greenbets.io70% dos profissionaissite greenbets.iosaúde que lidam com a covid-19 nas áreas mais atingidas da Itália sofrem com o desgaste, segundo um estudo recente. "Este é realmente o momento mais difícil para médicos e enfermeiros", diz Serena Barello, autora do estudo.
Quando lidamos com uma crise, nosso corpo produz hormônios que nos ajudam a lidar com o estresse.
"Mas quando você finalmente tem tempo para refletir sobre o que aconteceu, e a sociedade está seguindosite greenbets.iofrente, tudo pode desmoronar e você se sente mais exausto e emocionalmente angustiado", diz Barello.
Ela se preocupa com o fatosite greenbets.iomuitos médicos e enfermeiros apresentarem sintomassite greenbets.iotranstornosite greenbets.ioestresse pós-traumático (TEPT) muito depois da pandemia. É quando o impactosite greenbets.iouma experiência traumática afeta a vidasite greenbets.iouma pessoa, às vezes meses ou até anos depois.
Para os profissionaissite greenbets.iosaúde, isso pode impedi-lossite greenbets.iocontinuar trabalhando com a intensidade e o foco exigidos pelo emprego.
Heróis esquecidos
Em todo o mundo, médicos e enfermeiros da linhasite greenbets.iofrente estão sendo considerados heróis por arriscarem suas vidas para tratar pacientes. Mas na Itália esse amor já está diminuindo.
"Quando eles estavam com medosite greenbets.iomorrer,site greenbets.iorepente todos nós nos tornamos heróis, mas eles já nos esqueceram", diz Monica.
"Voltaremos a ser vistos como pessoas que limpam bundas, preguiçosas e inúteis."
Em Turim, enfermeiros recentemente se acorrentaram uns aos outros usando sacossite greenbets.iolixo, uma referência a como tiveram que improvisar nas enfermarias devido à faltasite greenbets.ioequipamentosite greenbets.ioproteção individual.
Eles fizeram um protesto para exigir reconhecimento por seu trabalho.
"Em março, éramos heróis. Agora já fomos esquecidos!", uma enfermeira gritou por meiosite greenbets.ioum megafone.
Um bônus por seu trabalho foi lhes prometido. Mas os profissionais ainda não viram a cor desse dinheiro.
Nenhuma escapatória
Pelo menos 163 médicos e 40 enfermeiros morreramsite greenbets.iocovid-19 na Itália. Quatro deles tiraram suas próprias vidas.
E, no entanto, muitos profissionaissite greenbets.iosaúde agora sentem que é quase como se essa pandemia nunca tivesse acontecido. "Sinto-me sobrecarregadasite greenbets.ioraiva", diz Elisa Nanino, médica que lidou com covid-19site greenbets.iocasassite greenbets.iorepouso.
Desde que o bloqueio foi suspenso, ela constantemente vê pessoas bebendo e comendo juntas, sem máscaras e sem distanciamento social.
"Quero ir até eles e gritar na cara deles, dizer que estão colocando todossite greenbets.ioperigo", diz ela. "É tão desrespeitoso comigo e todos os meus colegas."
Uma pontosite greenbets.ioque todos os profissionaissite greenbets.iosaúde concordaram é que o apoio público os ajudou a superar a crise.
"Não sou herói, mas isso me fez sentir importante", diz Paolo.
O reconhecimento público é a maneira mais poderosa que temos para ajudar os profissionaissite greenbets.iosaúde que lutam contra o TEPT,site greenbets.ioacordo com o estudosite greenbets.ioBarello.
"Todos nós temos um papel crucial a desempenhar agora", diz ela. "Temos que garantir que não esqueçamos o que médicos e enfermeiros fizeram por nós."
Os soldados podem deixar o camposite greenbets.iobatalha e lidar com seus traumassite greenbets.iocasa. Mas para esses médicos e enfermeiras, o próximo turnosite greenbets.io12 horas está sempre chegando.
Eles têm que lidar com tudo isso no mesmo lugarsite greenbets.ioque sofreram tanto.
"Sinto-me como um soldado que acabousite greenbets.iovoltar da guerra", diz Paolo. "Obviamente, não vi armas ou cadáveres na rua, mas, sob muitos aspectos, sinto que estava nas trincheiras."
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