O que se sabe sobre as principais acusações contra a China na pandemia:renda extra com apostas
A Embaixada da Chinarenda extra com apostasBrasília rebateu as críticasrenda extra com apostasWeintraub e Eduardo, e coube ao presidente Jair Bolsonaro telefonar para o colega chinês, Xi Jinping, para tentar botar panos quentes.
Tempo para reportar casos
Parte das críticas à China se baseia no tempo que Pequim levou para compartilhar com o resto do mundo as informações iniciais sobre o surto.
Segundo a agência Associated Press,renda extra com apostas14renda extra com apostasjaneiro, o dirigenterenda extra com apostasum órgão sanitário chinês disse ao governo centralrenda extra com apostasPequim que o vírus Sars-CoV-2 poderia ser transmitido entre humanos e que todas as localidades precisavam se preparar para uma epidemia.
Seis dias depois, no entanto, o governo da China afirmou publicamente que o vírus apresentava baixo risco para humanos.
Na época, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chancelou a avaliaçãorenda extra com apostasPequim:renda extra com apostas23renda extra com apostasjaneiro, o órgão disse que era "muito cedo para falarrenda extra com apostasuma emergênciarenda extra com apostassaúde públicarenda extra com apostasalcance internacional".
Segundo um estudo da Universidaderenda extra com apostasSouthhampton, no Reino Unido, se a China tivesse adotado suas medidas restritivas uma semana antes, o novo coronavírus teria infectado 66% pessoas a menos no mundo até o fimrenda extra com apostasfevereiro.
E se as medidas tivessem sido adotadas três semanas antes, os casos teriam sido reduzidosrenda extra com apostas95%.
O mesmo estudo, porém, elogiou a abrangência das ações ordenadas por Pequim para conter o vírus, entre as quais a proibiçãorenda extra com apostasviagens, o isolamentorenda extra com apostasinfectados, o fechamentorenda extra com apostasescolas e o cancelamentorenda extra com apostaseventos públicos.
Segundo os autores, caso as medidas tivessem sido adotadas uma semana depois, a pandemia teria atingido uma escala três vezes maior até o fimrenda extra com apostasfevereiro.
Censura
Críticos da resposta chinesa à covid-19 também citam a censura sofrida por pessoas que se manifestaram na cidaderenda extra com apostasWuhan no início do surto.
Há forte controle estatal sobre as redes sociais na China, e o regime conduzido pelo Partido Comunista costuma reprimir críticas sobre temas políticos sensíveis, alémrenda extra com apostasperseguir dissidentes.
Em dezembro, o oftalmologista Li Wenliang enviou uma mensagem a colegas alertando sobre um vírus com sintomas semelhantes ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e sugerindo que usassem roupasrenda extra com apostasproteção ao lidar com infectados.
Li foi orientado pelo Departamentorenda extra com apostasSegurança Pública a assinar uma cartarenda extra com apostasque era acusadorenda extra com apostas"fazer comentários falsos" que "perturbaram severamente a ordem social".
Posteriormente, Li adoeceu com covid-19, e autoridades locais lhe pediram desculpas pela reprimenda. Em fevereiro, o médico morreu, gerando uma ondarenda extra com apostasrevolta entre internautas chineses.
Para o coletivo Chuang — grupo comunista crítico ao que considera o "capitalismorenda extra com apostasEstado chinês" —, a resposta inicialrenda extra com apostasPequim expôs suas incapacidades "a um número crescenterenda extra com apostaspessoas (chinesas) que anteriormente teriam aceitado a propaganda do governo sem questionamentos".
"As pessoas estão começando a ver que o Estado é formado por funcionários e burocratas desonestos que não têm ideia do que fazer ", disse o gruporenda extra com apostasum artigo publicadorenda extra com apostasseu site.
Semanas antes da morte do médico, o prefeitorenda extra com apostasWuhan, Zhou Xianwang, já havia renunciado ao admitir falhas na divulgaçãorenda extra com apostasinformações iniciais sobre o vírus.
Segundo Zhuou, 5 milhõesrenda extra com apostaspessoas deixaram Wuhan dias antes da imposição da quarentena, o que contribuiu para o espalhamento do vírus para outras partes da China e do mundo.
Postura oficialrenda extra com apostasPequim
Apesar da admissãorenda extra com apostasfalhas pelo prefeitorenda extra com apostasWuhan, autoridadesrenda extra com apostasPequim têm negado que a China demorou a relatar o surto.
Nas entrevistas coletivas organizadas pelo Ministério das Relações Exteriores chinês, jornalistas estrangeiros que abordam o tema costumam receber uma resposta padrão.
"Nós reportamos os casos para a comunidade internacional, compartilhamos a sequência genômica do vírus e promovemos cooperação internacional para conter o vírus no prazo mais rápido possível", disse Geng Shuang, porta-voz do ministério,renda extra com apostasresposta a um dos últimos questionamentos sobre o tema.
Outra crítica comum à China diz respeito à confiabilidade dos dados sobre mortos e infectados pela doença no país.
Até a segunda-feira (27/4), a China reportou cercarenda extra com apostas84 mil casos e 4,6 mil mortes pela doença, uma fração dos índices divulgados por outros países com população bem menor que a chinesa.
Na Itália, por exemplo, houve 200 mil casos e 27 mil mortes. Nos EUA, foram um milhãorenda extra com apostascasos e 60 mil óbitos.
A discrepância fez com que muitos questionassem se Pequim não estaria escondendo os dados reais para vender uma imagemrenda extra com apostassucesso no combate à pandemia.
Na semana passada, um estudo publicado por pesquisadoresrenda extra com apostasHong Kong na revista científica Lancet estimou que o númerorenda extra com apostascasosrenda extra com apostascovid-19 na China poderia ser quatro vezes maior que o divulgado.
Os autores analisaram as mudanças metodológicas na forma com que a China contabiliza as ocorrências e estipularam quantos casos teriam sido registrados se os critérios atuais tivessem sido adotados desde o início.
Em meio aos questionamentos, o governo chinês revisou seus dadosrenda extra com apostas17renda extra com apostasabril e elevourenda extra com apostas50% o númerorenda extra com apostasmortes por covid-19renda extra com apostasWuhan.
O governo atribuiu a mudança à demorarenda extra com apostasreportar casos ou a falhas para registrá-los, mas negou a intençãorenda extra com apostasesconder a dimensão do surto.
Especialistas apontam, porém, que há subnotificaçãorenda extra com apostascasosrenda extra com apostasvários outros países, ainda que ela não seja intencional.
No Brasil, por exemplo, um estudo feitorenda extra com apostasabril pela Universidaderenda extra com apostasSão Paulo (USP) e pela Universidaderenda extra com apostasBrasília (UnB) estimou que, por causa da faltarenda extra com apostastestes, o totalrenda extra com apostasbrasileiros infectados poderia ser até 15 vezes maior que o anunciado.
Origem do vírus
Outras críticas que têm sido feitas à China têm menos respaldo científico. É o caso, por exemplo, da afirmaçãorenda extra com apostasque o novo coronavírus teria sido propositalmente criado no Institutorenda extra com apostasVirologiarenda extra com apostasWuhan.
O instituto estuda alguns tiposrenda extra com apostascoronavírus presentesrenda extra com apostasmorcegos e fica a cercarenda extra com apostas14 km do mercadorenda extra com apostasWuhan inicialmente apontado por autoridades chinesas como a origem do surto.
A hipótese, porém, é considerada improvável pela maioria dos cientistas que a avaliaram.
Em artigo publicadorenda extra com apostasfevereiro na Lancet, cientistasrenda extra com apostasvários países afirmaram que há sólidas evidênciasrenda extra com apostasque o vírus surgiu entre animais selvagens.
Em outro artigo, na revista Nature Medicine, pesquisadores disseram que o patógeno é 96% semelhante a um tiporenda extra com apostascoronavírus presenterenda extra com apostasmorcegos e bem diferente dos coronavírus conhecidos por afetar humanos.
Segundo os autores, caso tivesse sido criadorenda extra com apostaslaboratório para infectar nossa espécie, o vírus teria sido construído com base nos coronavírus conhecidos por afetar humanos, e não morcegos.
Outras versões dizem que um pesquisador chinês teria se infectado no laboratório ao manusear um morcego, dando origem à propagação da doença entre humanos. Ou seja, o coronavírus teria ultrapassado os limites do laboratório como resultadorenda extra com apostasum acidente.
Essas teorias citam acidentes que teriam ocorrido no mesmo laboratório no passado. Em uma dessas ocorrências, citada pelo jornal Wuhan Evening News, um pesquisador teria se infectado ao manusear a urinarenda extra com apostasum morcegorenda extra com apostas2012, tendo depois passado 14 diasrenda extra com apostasquarentena.
As teorias também citam relatórios diplomáticos obtidos pelo jornal The Washington Post. Segundo os relatórios, diplomatas americanos que visitaram o laboratóriorenda extra com apostasWuhanrenda extra com apostas2018 se disseram preocupados com a segurança das instalações.
Virologistas consideram, no entanto, que é muito mais provável que a transmissão do vírus para humanos tenha ocorrido fora do laboratório.
Isso porque a população rural da região convive intensamente com animais selvagens por meio da caça e do comércio ilegal — e, diferentementerenda extra com apostaspesquisadoresrenda extra com apostaslaboratório, não os manuseiam com equipamentorenda extra com apostasproteção.
Críticasrenda extra com apostasTrump
O discurso que culpa a China pela pandemia foi impulsionado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que chamou várias vezes o novo coronavírusrenda extra com apostas"vírus chinês".
Trump disse que seu governo investigaria a origem do surto e suspendeu os repasses financeiros dos EUA à OMS, acusando-arenda extra com apostasfalhar na resposta à pandemia erenda extra com apostasser favorável à China.
Em 1ºrenda extra com apostasabril, a agência Bloomberg publicou que agentesrenda extra com apostasinteligência dos EUA entregaram à Casa Branca um relatório no qual afirmam que as estatísticasrenda extra com apostascovid-19 apresentadas por Pequim são falsas. O relatório não foi divulgado.
Já o governo chinês diz que, ao criticar Pequim, os EUA tentam desviar o focorenda extra com apostassuas próprias falhas na resposta à pandemia.
A posição é compartilhada por vários analistas políticos americanos, para quem Trump tem acirrado seu discurso anti-China para viabilizarrenda extra com apostasreeleição no fim do ano.
As críticas a Pequim, porém, têm extrapolado o campo político do presidente.
"Não sabemos a extensão da cumplicidade do governo chinês na difusão do vírus, e talvez nunca saibamos por causarenda extra com apostasseus ocultamentos e controle da informação", disse Ed Markey, senador do Partido Democrata — que faz oposição a Trump — ao site Vox.
Provável rivalrenda extra com apostasTrump na eleiçãorenda extra com apostasdezembro, o ex-vice-presidente Joe Biden, também do Partido Democrata, divulgou um comercialrenda extra com apostasque acusa o presidenterenda extra com apostaster sido frouxo ao lidar com a China sobre a pandemia.
"Eu ligaria para a China e seria claro: 'Nós precisaremos estar no seu país. Vocês têmrenda extra com apostasser abertos. Vocês precisam ser transparentes. Nós precisamos saber o que está acontecendo'", diz Biden no vídeo.
Outros políticos do partido, porém, têm adotado outra postura, dando menos ênfase a eventuais falhas da China e priorizando as críticas a Trump, lembrando que o presidente inicialmente minimizou a gravidade da doença.
Em entrevista recente à CNN, Bill Gates, um dos mais influentes empresários americanos, disse que não é horarenda extra com apostasapontar eventuais erros dos chineses.
"A China fez muitas coisas certas no começo, assim como qualquer país onde um vírus surgisse primeiro. Eles poderão olhar para trás e dizer que algumas coisas faltaram", afirmou.
Segundo Gates, enfocar a responsabilidade da China agora dificultaria a buscarenda extra com apostassoluções para a crise, como o desenvolvimentorenda extra com apostasvacinas e tratamentos para a covid-19.
O discurso se assemelha aorenda extra com apostasJim O'Neil, presidente da Chatham House, influente centrorenda extra com apostasdebates e pesquisasrenda extra com apostasLondres.
Em artigo recente, O'Neil escreveu que, para muitos governos, "culpar a China parece uma estratégia para tirar as atençõesrenda extra com apostassua própria faltarenda extra com apostaspreparo".
"Em um momentorenda extra com apostasque a prioridade global deve ser organizar uma resposta coordenada abrangente às crises sanitária e econômica desencadeadas pelo coronavírus, esse jogorenda extra com apostasculpa não é só improdutivo como perigoso", concluiu.
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