Covid-19 expõe dependênciazebet telegram channelitenszebet telegram channelsaúde fabricados na China:zebet telegram channel

Esteirazebet telegram channelfabricação com máscaras e mãos com luvas ao fundo

Crédito, REUTERS/Tyrone Siu

Legenda da foto, Linhazebet telegram channelproduçãozebet telegram channelmáscaraszebet telegram channelHong Kong, China; mais da metade da fabricação mundial deste item acontece no país asiático

Alguns países, como a França ou a República Tcheca, confiscaram máscaras destinadas a Itália e outros mercados. Os Estados Unidos, atual epicentro do novo coronavírus, sofreram várias acusaçõeszebet telegram channeldesviar equipamentos no enfrentamento da pandemia - uma delas feita pelo governo da Bahia, que havia comprado centenaszebet telegram channelrespiradores chineses. O governo americano negou ter adquirido ou bloqueado o material médico brasileiro.

Antes do surgimento da covid-19, a China produzia 20 milhõeszebet telegram channelmáscaras cirúrgicas por dia. Esse número diário passou para maiszebet telegram channel120 milhõeszebet telegram channelmarço. Apenas a França comprou dois bilhõeszebet telegram channelmáscaras da China, que vêm sendo entregues progressivamente.

A produção chinesa do disputado modelozebet telegram channelmáscaras com filtro, as FFP-2 (ou N95 nos Estados Unidos), utilizadaszebet telegram channelhospitais, é mais escassa ainda,zebet telegram channelapenas cercazebet telegram channel1,6 milhão por dia atualmente.

Antoine Bondaz posa para foto

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Crise sanitária levará a reflexões sobre o aspecto estratégico da saúde e a necessidadezebet telegram channelproduzir localmente para reduzir o riscozebet telegram channelfaltazebet telegram channelprodutos, diz Bondaz

"A forte dependência do Ocidentezebet telegram channelrelação à China nos setores ligados à saúde deve levar governos a redefinirem o que é estratégico", afirma Bondaz.

Diante da disputa internacional por equipamentoszebet telegram channelproteção, aparelhos, agentes reativos para testes e remédios (nesse caso também produzidoszebet telegram channellarga na Índia), países veem a necessidadezebet telegram channelreduzirzebet telegram channelexposição ao risco da faltazebet telegram channelprodutos, se tornando menos dependentes da Ásia.

É a linha adotada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que vem reiterando a importânciazebet telegram channelproduzir máscaras e outros equipamentos internamente.

Em vários países, a escassezzebet telegram channelequipamentoszebet telegram channelproteção e outros insumos levou muitas empresaszebet telegram channelsetores variados a se voltarem para a produção desses itens. O grupo automotivo francês PSA, por exemplo, está fabricando respiradoreszebet telegram channelparceria com a Air Liquide,zebet telegram channelgases industriais.

"Um consenso está surgindo com essa crise: o reforço da autonomia estratégica da Europa, a nossa capacidadezebet telegram channelreduzir nossa dependência do resto do mundo e reforçar nossa capacidadezebet telegram channelproduzir, no plano sanitário, materiaiszebet telegram channelproteção e o que precisamos", afirmou Macron, sem mencionar especificamente a China.

A declaração foi feita logo após uma reunião recente do Conselho Europeu, o encontrozebet telegram channelchefeszebet telegram channelEstado ezebet telegram channelgoverno do continente. Para Macron, a Europa precisa ir além das iniciativas atuaiszebet telegram channelprodução no setor da saúde. A reorganização das cadeias produtivas do continente "para reduzir a dependência do resto do mundo" vai ser analisada pela Comissão Europeia, segundo o líder francês.

'Países ricos falharam'

Avião estacionado ao ladozebet telegram channelcaixas empilhadas e agente do aeroporto francês

Crédito, AFP PHOTO / ECPAD / THOMAS PAUDELEUX

Legenda da foto, Carregamentozebet telegram channelmáscaras produzidas na China e encomendadas pelo governo francês chega ao aeroporto Paris-Vatry

Segundo Bondaz, os países ricos "falharam, e feio",zebet telegram channelnão antecipar corretamente as consequênciaszebet telegram channeluma eventual pandemia com propagação extremamente rápida, como a do novo coronavírus, e não se se prepararam para isso.

Por questões financeiras, diz ele, os países ricos consideraram que a produção chinesazebet telegram channelequipamentos médico-hospitalares, mais barata, seria suficiente para atender a demandazebet telegram channelcasozebet telegram channelcrise.

O pesquisador afirma que os países desenvolvidos subestimaram os riscos.

"Uma pandemia mundial respiratória necessitazebet telegram channelequipamentoszebet telegram channelproteçãozebet telegram channelquantidades consideráveis. Eles não souberam prever esse cenário e agora pagam as consequências", afirma.

Para Bondaz, os países ricos "não têm desculpas" para não ter estoques, já que dispõem mais recursos para se preparar a eventuais crises sanitárias. Na França, como faltavam máscaras para os profissionaiszebet telegram channelsaúde, o governo até recentemente recomendava que a população não as utilizasse, apenas as pessoas infectadas. Agora, passou a incentivar o uso geral. A mudançazebet telegram channeldiscurso causou polêmica no país.

Em 2009, o Estado francês dispunha, para enfrentar uma eventual pandemia,zebet telegram channeluma "reserva estratégica"zebet telegram channelum bilhãozebet telegram channelmáscaras cirúrgicas e maiszebet telegram channel700 milhões da FFP-2. Para cortar gastos, essa reserva foi amplamente reduzida. Em março deste ano, quando a situação começou a se agravar, o estoque francês era, respectivamente,zebet telegram channel150 milhõeszebet telegram channelmáscaras cirúrgicas e zerozebet telegram channelFFP-2, segundo o Ministério da Saúde.

Dois trabalhadores conversam ao ladozebet telegram channelesteirazebet telegram channelprodução com tecidos

Crédito, China Daily via REUTERS

Legenda da foto, Fábricazebet telegram channeltecidos usadoszebet telegram channelmáscaras e roupaszebet telegram channelproteção para profissionaiszebet telegram channelsaúdezebet telegram channelHohhot, China

"O maior problema é que as economias ricas, que enfrentam uma grave crise sanitária, dispõemzebet telegram channelmeios limitados e não têm capacidade para ajudar os demais países", diz Bondaz. O governo norte-americano, por exemplo, afirmou que só ajudará o Brasil com insumos médicos quando a situação melhorar nos Estados Unidos.

"Em vezzebet telegram channelajudar, os países ricos estão acirrando a competição pelos equipamentos, tornando a situação mais difícil para os demais", afirma o pesquisador. Além disso, a forte demanda provocou a explosão dos preços.

Países da América Latina e África, diz ele, onde a pandemia chegou posteriormente, têmzebet telegram channelconcorrer com economias ricas que podem pagar mais pelos produtos, rapidamente e fazem encomendas gigantes - como os dois bilhõeszebet telegram channelmáscaras comprados pela França.

Isolamento do Brasil

Uma saída apontada pelo pesquisador seria que o Brasil fizesse compraszebet telegram channelmáscaras e outros equipamentoszebet telegram channelconjunto com países da América Latina para ter mais peso na disputa com economias ricas pelos produtos.

Quando a situação sanitária melhorar nas economias ricas, elas devem começar a ajudar os paíseszebet telegram channeldesenvolvimento. A União Europeia tende a se voltar para a África, como já faz tradicionalmente, diz Bondaz.

No caso do Brasil, o isolamento diplomático do país na atual gestão deve complicar a possibilidadezebet telegram channelajuda internacional (exceto, possivelmente, a americana) para combater a pandemia, afirma o pesquisador.

Na semana passada, a OMS apresentou uma aliança globalzebet telegram channelcolaboração científica para acelerar a pesquisazebet telegram channeltratamentos, testes e vacinas para a covid-19. A iniciativa foi impulsionada por Macron e conta com a adesãozebet telegram channellídereszebet telegram channelvários países.

O Brasil, apesarzebet telegram channelter tido papelzebet telegram channeldestaquezebet telegram channelações para facilitar o acesso global a medicamentos, não foi convidado para o evento que lançou a aliança. Foi o caso também dos Estados Unidos.

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