Coronavírus: o homempix bet86 anos com 13 doenças crônicas que se recuperou da covid-19:pix bet
O trabalho, já avalizado por pares, foi submetido à revista científica da Associação Internacional para Estudospix betCâncerpix betPulmão.
Poucas esperanças
Os autores contam que o homem,pix betidentidade não revelada, chegou ao hospitalpix bet22pix betjaneiro, após dois diaspix bettosse e febrepix bettornopix bet38,8ºC.
Mas as perspectivas não eram muito promissoras para o paciente no Hospital Universitáriopix betJianghan.
De acordo com o mais amplo estudo já feito sobre a doença, com dezenaspix betmilharespix betinfectados na China, o grupo com a mais alta taxapix betmortalidade era opix betpessoas com 80 anos ou mais: 15 a cada 100 infectados morrem.
E para agravar as perspectivas, o pacientepix bet86 anos apresentava outro fatorpix betrisco para o coronavírus: as chamadas comorbidades, que enfraquecem o sistema imunológico. Mais precisamente, 13 delas. A exemplopix bethipertensão, diabetes, aterosclerose cerebral, pancreatite e insuficiência renal.
No caso das pré-existentes diabetes e hipertensão, por exemplo, elas debilitam os neutrófilos, o tipopix betglóbulo branco mais numerosopix betnosso corpo e que atua como nossa primeira linhapix betdefesa diantepix betameaças, como bactérias e vírus.
Além disso, uma tomografia computadorizada apresentou sinais nos dois pulmões que podem ser associados a uma pneumonia.
O diagnósticopix betcovid-19 foi confirmado sete dias depois da entrada do paciente no hospital por meio do teste que identifica a presença do código genético do novo coronavírus.
Como reverter esse quadro?
Apesar da corrida globalpix betbuscapix betum remédio que seja eficaz contra a nova doença, ainda não há nenhum estudo clínicopix betlarga escala que tenha apontado alguma solução. Todos, até o momento, são usadospix betforma experimental a partirpix betestudos preliminares.
Mas isso significa que os médicos não utilizem remédiospix betpacientes graves para combater não apenas os sintomas mas também o vírus? Não.
As principais alternativaspix betestudo e aplicadas a depender da avaliaçãopix betcada médico incluem o remdesivir (criado contra o ebola), a cloroquina/hidroxicloroquina (antimaláricos que têm sido associados também ao antibiótico azitromicina) e uma combinaçãopix betritonavir e lopinavir (usados contra o HIV), entre outros.
No Brasil, o Ministério da Saúde liberou o uso da cloroquina/hidroxicloroquina, apenas com autorização médica, a partir dos dados preliminares disponíveis, o chamadopix betuso compassivo (por compaixão), por não haver ainda uma “alternativa terapêutica específica para esses pacientes”.
No caso do pacientepix bet86 anos que se curou na China, os cinco médicos relatam que o tratamento foi a associaçãopix betum remédio para combater a infecção, outro contra o víruspix betsi e um terceiro à basepix betcorticoide (metilprednisolona) para evitar o que se chamapix bet"tempestadepix betcitocinas", substâncias que modulam o tamanho da resposta imunológica do corpo contra um invasor.
Essa tal tempestade é, na verdade, uma reação exageradapix betdefesa do corpo para combater o patógeno que acaba levando,pix betalguns casospix betcovid-19, a uma quantidade desproporcionalpix betcélulas nos pulmões que acaba obstruindo as vias aéreas e impedindo a transferênciapix betoxigênio para a corrente sanguínea. É como se os pulmões acabassem inundados e sufocados.
Segundo especialistas, essa resposta imune exagerada tem sido uma das principais causaspix betmortepix betpacientes (principalmente os jovens) com coronavírus. Ainda não está claro porque algumas pessoas apresentam essa “tempestadepix betcitocinas” e outras não.
O tratamento para o pacientepix bet86 anos descrito pelos cinco médicos chineses também recebeu na veia uma injeçãopix betimunoglobulina humana, produzida a partir do plasma sanguíneopix betoutros doadores e usada para reforçar o sistema imunológico.
O tratamento com basepix betanticorpospix betpessoas que se curaram, utilizadopix betforma experimental na China durante a pandemia, é uma das alternativas mais promissoraspix betestudo contra a covid-19.
O fato é que não dá para ter certeza se a melhora foi resultado dos remédios, mas alguns dias após a administração desse tratamento quádruplo, a febre cedeu e a inflamação nos pulmões recuou, segundo os pesquisadores.
pix bet O que pix bet esse caso pix bet diz sobre a eficácia do tratamento?
Há dezenaspix betsubstâncias sob estudos clínicospix betandamento ao redor do mundopix betbuscapix betum tratamento que funcione contra o novo coronavírus, mas nenhum deles chegou a alguma conclusão sobrepix beteficácia.
O que veio a público até agora pela mídia e por redes sociais se tratapix bettestes preliminares, que ainda não passaram por todas as etapas necessárias para uma eventual aprovação. A exemplopix bettestes in vitro,pix betcamundongos,pix betanimais não roedores epix bethumanos.
Uma dessas fases é a realizaçãopix betum teste clínico randomizado controlado, considerado o padrão-ouro da pesquisa científica.
Nele, os pacientes são escolhidos aleatoriamente para evitar que haja um viéspix betconfirmação (uma tendênciapix betinterpretar ou orientar os resultadospix betmodo que confirme a hipótese inicial ou as certezas do pesquisador).
Por isso, esse caso isoladopix betcura do pacientepix bet86 anos com 13 comorbidades não pode ser tomado como uma provapix betque essa abordagem funciona. O mesmo vale para os casospix betpacientes que venceram a doença após receberem outros medicamentos experimentais.
Não é possível determinar atualmente que esses remédios foram responsáveis pela melhora do paciente, ou se o corpo venceu a batalha contra o vírus por si próprio, mas todas essas informações servempix betpistas dos caminhos que podem ser seguidos pelos pesquisadores.
Há duas principais pistas dadas pela recuperação do pacientepix bet86 anos. Uma é a eventual eficácia da chamada imunização passiva com transfusãopix betplasma sanguíneo, que utiliza anticorpospix betoutras pessoas. Centrospix betpesquisa do Brasil foram autorizados a estudar essa possibilidade.
A segunda é um possível caminho para a batalha contra a "tempestadepix betcitocinas", que ganhou fama durante a Gripe Espanhola entre 1918 e 1920, ao matar muitos jovens.
Randy Cron, especialistapix bettempestadespix betcitocinas da Universidade do Alabamapix betBirmingham, afirmou ao jornal americano The New York Times que essa resposta imunológica exagerada aparecepix bet15% das pessoas que estão lutando com infecções graves.
Ainda não há dados específicos sobre a incidência dela na pandemia atualpix betcoronavírus.
Essa tempestade também é uma das hipóteses (ainda sem confirmação) para explicar por que crianças parecem não estar ficando gravemente doentes.
Em adultospix betestado grave, uma resposta imune exagerada parece causar mais danos do que benefícios, provocando uma falência múltiplapix betórgãos.
Mas crianças, com sistema imunológico mais imaturo, parecem ser menos capazespix betcriar tempestadespix betcitocina no combate a infecções virais.
Esse quadropix betreação desenfreada pode explicar também porque a obesidade é um dos fatorespix betrisco para a covid-19.
“Existem estudospix betanimais epix bethumanos que apontam,pix betquadrospix betobesidade, uma maior secreçãopix betcitocinas, que são substâncias inflamatórias produzidas por diferentes células do organismo e que modulam as células que defendem o corpopix betinfecções”, afirmou Oscar Cingolani, professor da Faculdadepix betMedicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos,pix betentrevista recente à BBC News Brasil.
“Estamos começando a ver se isto contribui (para agravamentopix betquadrospix betcovid-19). O que já sabemos é que,pix betalguns Estados americanos, como Nova Orleans, onde existem muitos obesos, estes estão entre os mais afetados pelo novo coronavírus.”
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