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Como Carnaval ajudou a propagar coronavírusbetfair no cruzeiroNova Orleans, que pode se tornar um dos epicentros nos EUA:betfair no cruzeiro
Um dos motivos apontados para a explosão no númerobetfair no cruzeirocasos é a realização do carnavalbetfair no cruzeiroNova Orleans, chamadobetfair no cruzeiroMardi Gras (termo francês que significa Terça-Feira Gorda,betfair no cruzeiroreferência à véspera da Quarta-Feirabetfair no cruzeiroCinzas), que neste ano atraiu cercabetfair no cruzeiro1,4 milhãobetfair no cruzeiropessoas vindas do mundo todo e se estendeu por três semanas, até 25betfair no cruzeirofevereiro.
"Acredito que é provável que o Mardi Gras tenha contribuído para o fatobetfair no cruzeirotermos uma aumento tão rápido no númerobetfair no cruzeirocasos", diz à BBC News Brasil o médico especialistabetfair no cruzeirodoenças infecciosas Richard Oberhelman, professor da Escolabetfair no cruzeiroSaúde Pública e Medicina Tropical da Universidade Tulane,betfair no cruzeiroNova Orleans.
"O momentobetfair no cruzeiroque os primeiros casos foram identificados coincide muito bem com o período habitualbetfair no cruzeiroincubação do coronavírus", observa Oberhelman, que é diretor do Escritóriobetfair no cruzeiroSaúde Global da universidade.
O coronavírus tem um períodobetfair no cruzeiroincubaçãobetfair no cruzeiroaté 14 dias. O primeiro caso na Louisiana foi diagnosticadobetfair no cruzeiro9betfair no cruzeiromarço, 13 dias depois do encerramento das festividades.
Aumento rápido
Um estudo do economista Gary Wagner, professor da Universidade da Louisianabetfair no cruzeiroLafayette, comparou a evolução da doençabetfair no cruzeirodiversos Estados e países no períodobetfair no cruzeiro15 dias após a confirmação do primeiro diagnóstico e concluiu que, nesse intervalobetfair no cruzeirotempo, o aumento no númerobetfair no cruzeironovos casos na Louisiana foi o mais rápido do mundo.
Nesta semana, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacionalbetfair no cruzeiroAlergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos e um dos principais nomes da força-tarefa da Casa Branca que está respondendo à pandemia, alertou que a "dinâmica da epidemia"betfair no cruzeiroNova Orleans indica que haverá uma aceleração no númerobetfair no cruzeirocasos.
O governador da Louisiana, John Bel Edwards, disse na semana passada que o avanço da doença no Estado segue uma trajetória similar às da Itália e da Espanha e que, a partir da próxima semana, haverá faltabetfair no cruzeirorespiradores ebetfair no cruzeiroleitos nos hospitais, sobrecarregados com o aumento no volumebetfair no cruzeiropacientes.
Há o temorbetfair no cruzeiroque o impacto do novo coronavírusbetfair no cruzeiroNova Orleans seja agravado pelo fatobetfair no cruzeiroa cidade ter grande númerobetfair no cruzeiromoradores pobres, sem acesso a planobetfair no cruzeirosaúde e com altas taxasbetfair no cruzeiroobesidade, diabetes e hipertensão, que são consideradas fatoresbetfair no cruzeirorisco para desenvolver formas gravesbetfair no cruzeirocovid-19.
Preocupação distante
Quando maisbetfair no cruzeiro1 milhãobetfair no cruzeirofoliões vindos do mundo todo para celebrar o Carnavalbetfair no cruzeiroNova Orleans começaram a tomar ruas e bares,betfair no cruzeiromeadosbetfair no cruzeirofevereiro, o coronavírus era uma preocupação distante.
No último dia da festa, 25betfair no cruzeirofevereiro, o epicentro da covid-19 ainda era a China. Havia apenas 57 casos nos Estados Unidos, sendo 40 deles ligados ao navio Diamond Princess, e não havia indíciosbetfair no cruzeirotransmissão comunitária no país. Todos os pacientes até então haviam viajado ao Exterior, e a única orientação do governo federal era abetfair no cruzeiroque os americanos evitassem viajar a países com grande númerobetfair no cruzeirocasos.
O primeiro caso da doença na Louisiana só seria diagnosticado quase duas semanas depois,betfair no cruzeiro9betfair no cruzeiromarço,betfair no cruzeiroNova Orleans. Logo, outras pessoas que não haviam viajado ao Exterior e não tinham conexão entre si começaram a ficar doentes, indicando que já havia transmissão comunitária. Também começaram a ser registrados casosbetfair no cruzeirooutros Estados do Sul,betfair no cruzeiropessoas que haviam passado o Carnavalbetfair no cruzeiroNova Orleans.
Especialistasbetfair no cruzeirosaúde pública agora acreditam que o novo coronavírus já estivesse circulando silenciosamente na cidade durante o Mardi Gras, talvez trazido por alguns dos turistas. Muitas das pessoas infectadas não apresentam sintomas e podem propagar a doença sem saber.
Alguns chegaram a comparar o Mardi Gras a um desfile que reuniu 200 mil pessoas na Filadélfiabetfair no cruzeiro1918, durante a pandemiabetfair no cruzeirogripe espanhola. Naquele episódio, autoridades locais se recusaram a cancelar o evento mesmo diantebetfair no cruzeiroevidênciasbetfair no cruzeiroque poderia aumentar a disseminação da doença. Como resultado, a Filadélfia acabou sendo uma das cidades americanas mais devastadas pela gripe espanhola, com 47 mil doentes e 12 mil mortos somente nas seis semanas seguintes ao desfile.
Mas mesmos os especialistas que fazem a comparação apontam para uma diferença crucial.
Enquanto o desfile da Filadélfia foi realizado quando autoridades já sabiam que a gripe espanhola estava circulando pela cidade, na época do Carnavalbetfair no cruzeiroNova Orleans as autoridades locais não haviam sido alertadasbetfair no cruzeiroque poderia haver riscobetfair no cruzeirotransmissão do coronavírus.
Resposta das autoridades
Diantebetfair no cruzeiroalgumas críticasbetfair no cruzeiroque as autoridades não reagiram com a rapidez necessária, a prefeitabetfair no cruzeiroNova Orleans, LaToya Cantrell, afirma que, se tivesse sido alertada pelo governo federal ou por autoridades da áreabetfair no cruzeirosaúdebetfair no cruzeiroque havia riscos, teria cancelado o Mardi Gras.
Mas, no finalbetfair no cruzeirofevereiro, mesmo cidades americanas que já registravam casosbetfair no cruzeirocoronavírus ainda mantinham aglomerações públicas. Foi somente por voltabetfair no cruzeiro10betfair no cruzeiromarço que grandes eventos culturais e esportivos começaram a ser cancelados ao redor do país.
O governador da Louisiana declarou emergênciabetfair no cruzeirosaúde públicabetfair no cruzeiro11betfair no cruzeiromarço, dois dias após o primeiro diagnóstico. Nova Orleans cancelou as comemoraçõesbetfair no cruzeiroSt. Patrick's Day, previstas para 17betfair no cruzeiromarço, e que costumam levar multidões a bares e ruas das cidades americanas, assim como outros eventos culturais.
Mas o cancelamento do desfilebetfair no cruzeiroSt. Patrick's Day foi criticado na época, e muitos bares da cidade continuavam lotados no fimbetfair no cruzeirosemana anterior.
No dia 16, o Estado ordenou o fechamentobetfair no cruzeirobares e restaurantes. No dia 23, foi emitida a ordem para que os moradores da Louisiana não saiambetfair no cruzeirosuas casas, a não ser para atividades essenciais, como comprar comida ou ir ao médico.
Com as restrições, as ruas da cidade, famosa pela música e pela vida noturna, estão quietas e vazias. As autoridades já preveem um impacto devastador na economia,betfair no cruzeirogrande parte dependente do turismo.
Pobreza e doenças crônicas
Oberhelman e outros especialistas ressaltam que, apesar do provável papel importante, o Mardi Gras não foi o único fator para o avanço do coronavírus na cidade, que é um destino turístico durante o ano inteiro e onde muitos vivem na pobreza ebetfair no cruzeiroproximidade uns com os outros - o que dificulta manter regrasbetfair no cruzeirodistanciamento social.
Calcula-se que a cidade tenha cercabetfair no cruzeiro1,2 mil sem-teto.
O Estado tem uma das taxasbetfair no cruzeiropobreza mais altas dos Estados Unidos (de 18,6%, segundo o Censo americano) e, mesmobetfair no cruzeiroperíodos normais, tanto a Louisiana quanto Nova Orleans já registram taxasbetfair no cruzeirohospitalização maiores do que a média do país.
Um estudo da organização sem fins lucrativos Kaiser Family Foundation indica que 43% da população adulta da Louisiana corre riscobetfair no cruzeirodesenvolver formas gravesbetfair no cruzeirocovid-19betfair no cruzeirocasobetfair no cruzeirocontágio - já que muitos tem doenças crônicas consideradas fatoresbetfair no cruzeirorisco.
Outro estudo, do institutobetfair no cruzeiropesquisas Data Center, com sedebetfair no cruzeiroNova Orleans, concluiu que,betfair no cruzeirocomparação com moradoresbetfair no cruzeirooutras partes do país gravemente afetadas pelo coronavírus, como Nova York ou Seattle, os residentesbetfair no cruzeiroNova Orleans são mais pobres e apresentam taxas mais altasbetfair no cruzeirodiabetes, hipertensão e obesidade.
História marcada por tragédias
Nova Orleans tem uma história atribulada e já enfrentou epidemias e destruição no passado. Em 1853, um surtobetfair no cruzeirofebre amarela matou 7.849 pessoas. Em 2005, a cidade foi arrasada pelo furacão Katrina, que deixou maisbetfair no cruzeiro1,5 mil mortos. Agora, há o temorbetfair no cruzeiroque o coronavírus tenha um efeito tão devastador quanto obetfair no cruzeirotragédias anteriores.
"Nova Orleans está se preparando para uma mobilização que esperamos nunca mais verbetfair no cruzeironossas vidas", disse o diretorbetfair no cruzeiroSegurança Interna da cidade, Collin Arnold. "Esse desastre irá nos definir por gerações."
Diante da previsãobetfair no cruzeiroque haverá faltabetfair no cruzeiroleitos hospitalares nos próximos dias, estão sendo tomadas medidas para abrigar os doentes. Um dos planos é transferir até 3 mil pacientesbetfair no cruzeiroestado menos grave - que necessitembetfair no cruzeirohospitalização, mas nãobetfair no cruzeirorespiradores artificiais - para o centrobetfair no cruzeiroconvenções Ernest N. Morial.
Em 2005, logo após a passagem do Katrina, esse mesmo centrobetfair no cruzeiroconvenções se tornou um símbolo das falhas na resposta das autoridades àquela tragédia. Na época, milharesbetfair no cruzeiropessoas que haviam perdido suas casas foram direcionadas para o local para aguardar resgate e serem levadas a um abrigo mais permanente. Mas a desorganização levou os desabrigados a permanecerem dias no centro, sem água, comida, medicamentos ou segurança.
"Nova Orleans tem muita experiênciabetfair no cruzeiroenfrentar eventos catastróficos e desafios difíceis", salienta Oberhelman. "Depois do Katrina, aprendemos a nos unir como comunidade e a tomar decisões difíceis. E voltamos mais fortes e,betfair no cruzeiroalgumas maneiras, melhor. Espero que o mesmo aconteça agora."
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