Crescimentoludijogos trancanovas florestasludijogos trancaáreas desmatadas na Amazônia demora muito mais do que se imaginava, mostra estudo:ludijogos tranca
Ao fazer isso, descobriram algo inesperado: naquela região na Amazônia, as novas árvores não haviam crescido tanto quanto pesquisas anteriores sobre florestas secundárias haviam previsto. Isso significa que a capacidadeludijogos trancanovas florestasludijogos trancaajudar no combate às mudanças climáticas não é tão grande quanto se havia imaginado, ou que demora muito mais para elas chegarem aos pés da contribuição feita pelas florestas primárias.
Segundo o estudo, mesmo depoisludijogos tranca60 anosludijogos trancacrescimento, as florestas secundárias estudadas armazenavam apenas 41% do carbono que as florestas que não haviam tido interferência humana e 56%ludijogos trancasua diversidade arbórea. Se essa tendência continuar, levará 150 anos para as florestas secundárias estocarem a mesma quantidadeludijogos trancacarbono que florestas primárias ao lado estocam.
Essa conclusão se refere especificamente à área Bragantina, região leste do Pará. Ali, há um predomínioludijogos trancafloresta secundária associada a um desmatamento bastante antigo. Há maisludijogos trancadois séculos, florestas ali foram desmatadas no processoludijogos trancacolonização e com aberturasludijogos trancaestradas. Outros cortes foram feitos por agricultores para fazer pastagens.
O municípioludijogos trancaBragança, por exemplo, perdeu 90,2%ludijogos trancasuas áreasludijogos trancamangue eludijogos trancafloresta nativa, com áreas sendo queimadas diversas vezes e com pouco intervaloludijogos trancatempo, segundo o estudo.
Os agricultores tradicionais, que não usam maquinário nem adubo, diz Socorro, queimam a floresta, fazem a roça e, quando o solo esgota e fica pobre, deixam a vegetação natural crescer para a terra descansar.
Mas agora "as florestas estão sendo derrubadas cada vez mais e com menos tempoludijogos trancadescanso", afirma. "Antigamente, uma família derrubava uma floresta e passava 20 anos para usar essa mesma área. Agora não, devido à expansão demográfica, agricultores familiares ficam com cada vez menos terra, tendo a necessidadeludijogos trancafazer a roça, a cada 2, 3 anos", diz Socorro.
A região também sofre com o impactoludijogos trancasecas, agravadas pelo fenômeno El Niño que, porludijogos trancavez, tem sido agravado por causa das mudanças climáticas.
O fatoludijogos trancajá não haver florestas nativas também atrapalha o crescimento das secundárias. "As florestas primárias por perto servem como bancoludijogos trancasementes para as áreas. Animais carregam as sementes e vão fazendo uma disseminação naturalludijogos trancaflorestas abertas e secundárias", diz Socorro. Quando elas não existem, as secundárias ficam sem esse bancoludijogos trancaabastecimento.
Para os pesquisadores, essas são as causas principais do processo lento no reflorestamento dessa área na Amazônia.
"Em paisagens fragmentadas e desprovidasludijogos trancaflorestas primárias e com solo degradado, como na região Bragantina, a recuperação é muito mais lenta do que se imaginava", diz Elias. "Essa região foi a primeira regiãoludijogos trancacolonização da Amazônia. O solo já estáludijogos trancauma situação pobreludijogos trancanutrientes, as propriedades se perderam, e o solo passou por vários ciclosludijogos trancauso. A regeneração nessas áreas aconteceludijogos trancaforma devagar."
E isso,ludijogos trancaacordo com ele, pode valer para o resto da floresta amazônica no futuro, caso a vegetação nativa continue sendo desmatada como é agora.
"Considerado o cenário atual da Amazônia, com desmatamento aumentando, e considerando que os eventosludijogos trancaseca severa estão cada vez mais frequentes, nós podemos inferir que as florestas da Amazônia inteira poderão ter esse tipoludijogos trancacomportamento a médio ou longo prazo", afirma. "É um alerta que fazemos à sociedade. Todas as áreas da Amazônia podem virar a região Bragantina."
Ou seja, o desmatamento e as mudanças climáticas impactam o crescimentoludijogos trancanovas florestas que poderiam justamente combater as mudanças climáticas — um perigoso ciclo consequência da interferência humana na natureza.
Criança e adulto
Uma floresta primária —ludijogos trancaárvores gigantes, centenárias,ludijogos trancatroncos enormes — pode ter até 200 toneladasludijogos trancacarbono armazenado por hectare, segundo Joice Ferreira, uma das coordenadoras do estudo da Embrapa Amazônia Oriental e professora da Universidade Federal do Pará.
E uma floresta secundária, com vegetação mais "fininha, mais tenra", vai ter muito menos carbono aprisionado nela, dependendo do porte e da idade que tem, explica ela. Uma floresta é considerada "secundária" se cresceu no lugarludijogos trancauma que foi completamente derrubada.
Para quem não estuda isso, fica difícil perceber a diferença entre florestas primárias e secundárias apenas olhando. Mas Elias conta que ele consegue ver "batendo o olho" — por causa da estrutura e tamanho das árvores, por exemplo, considerandoludijogos trancaaltura e grossura da circunferência. "Geralmente, não há árvores grandesludijogos tranca40, 50 metrosludijogos trancaalturaludijogos trancauma floresta secundária. Também tem maior entradaludijogos trancaluz no solo. O chão da floresta primária é sombreado, enquanto da secundária não é."
Só que a vegetação da floresta secundária é como uma criança, compara Ferreira, porque tem um desenvolvimento muito rápido. "Há espécies que têm uma estratégialudijogos trancacrescimento rápido. E isso faz parte do processoludijogos trancasucessão. Primeiro vêm plantas que crescem muito rápido, que produzem muitas sementes. São plantas mais rústicas para suportar aquele ambiente, aguentar mais calor, o solo seco."
Por causaludijogos trancaseu crescimento rápido, essas plantas absorvem mais carbono durante seu crescimento. "A floresta secundária é mais eficienteludijogos trancafazer isso do que a floresta primária", diz Elias. "As espéciesludijogos trancaflorestas secundárias crescem mais rápido e, ao crescer mais rápido, acumulam mais carbono. Essas espécies são comilonas. Elas usam o carbono para crescer e reproduzir."
Não que florestas secundárias sejam melhores para o meio ambiente que florestas primárias. Como explicou Ferreira, florestas primárias são mais antigas, robustas, e armazenam muito mais carbono. A diferença é a velocidade das espéciesludijogos trancaflorestas secundárias, que, como uma criança, "espicham".
"É claro que a massaludijogos trancauma criança é menor que a massaludijogos trancaum adulto. Só que a criança tem um desenvolvimento muito rápido", explica.
"Florestas primárias são o ideal", observa Elias. Ele diz que elas são fontesludijogos trancaespécies para potencializar recuperação nas áreas próximas, fonteludijogos trancamaterial genético, controlam o clima local e mitigam mudanças climáticas pelo acúmuloludijogos trancacarbono. Florestas tropicais removemludijogos trancatornoludijogos tranca30% do carbono introduzido na atmosfera por ações antrópicas, diz.
"Só que vivemos num mundo que não segue esse ideal. Partindo do pressuposto que não existem mais florestas primárias, a melhor forma seria ter florestas secundárias", afirma.
O pesquisador explica que as previsõesludijogos trancaoutras pesquisas era que essas florestas crescem 11 vezes mais rápido que as primárias. "Mas esse é o grande problema: no nosso trabalho, encontramos apenas que as florestas secundárias da nossa região cresceram 2 vezes mais rápido que as primárias."
A ideia é que, com o tempo, as florestas secundárias fiquem cada vez mais parecidas com as primárias.
Devagar, aquele ambiente vai gerar certa sombra, os pássaros vão levar mais sementes. A floresta vai passar por etapas e a vegetação secundária vai criando um corpoludijogos trancafloresta. "À medida que vai progredindoludijogos trancadireção ao que é mais próximo da floresta primária, vai acumulando carbono, inclusive no solo", diz Ferreira. "Aquelas espécies iniciais que precisamludijogos trancasol vão morrendo e sendo substituídas por aquelas que precisamludijogos trancasombra. Em 70, 100 anos, a tendência é parecer com a floresta primária."
E aí, diz ela, entramos na seara das "eternas perguntas": "Será que um dia ela vai ser igual a uma floresta primária?"
Solução
Com a descobertaludijogos trancaque a ação humana e as mudanças climáticas (também causadas pela ação humana) impactam o reflorestamento da Amazônia e consequentementeludijogos trancahabilidadeludijogos trancavoltar a reter o mesmo carbono que retia, é preciso, dizem os cientistas, agir rapidamente.
O primeiro passo é zerar o desmatamento, diz Elias.
Em segundo lugar, é preciso "investirludijogos trancaaçõesludijogos trancarecuperação ativa". Isso significa acelerar o processoludijogos trancareflorestamento por meioludijogos trancatécnicas como plantar mudas, semear sementes — o trabalho que animais fariam, acelerando o processoludijogos trancadispersão, trazendo sementesludijogos trancauma floresta primária para uma secundária.
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